Ilha de Esme - o Início escrita por csb


Capítulo 7
CAPÍTULO 05 - O GRANDE DIA




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5.    O GRANDE DIA

 

 

Passava de uma hora da tarde quando atravessei a estrada sob os arcos de cetim branco, os quase cinco quilômetros até minha casa estavam enrolados em milhares de pisca-piscas de luz branca; um caminho encantado.

— Alice levou Bella lá para cima — disse Rosalie tão logo pus os pés na soleira da porta principal. — Está preparando a noiva no salão de beleza improvisado. 

Emmett se adiantou para beijá-la de uma maneira, digamos assim... empolgada demais. Depois ergueu a mão dela, fazendo-a girar em torno do próprio eixo, o longo vestido prata cintilava aos feixes de luz; os cabelos louros estavam penteados no alto. Era de se esperar que Rosalie estivesse muito bonita. Mas, na verdade, estava linda e fui obrigado a ignorar os pensamentos de Emmett.

Rosalie respirou fundo e continuou o discurso, olhando para mim:

— Se valoriza a própria cabeça é melhor que nem pense em cruzar o caminho de Alice.

Jasper e Emmett abafaram risinhos insolentes. Rosalie os fitou com um quê de censura.

É do conhecimento de todos que ver a noiva antes da hora dá má sorte, Emmett me confidenciou. Mas que diferença isso faz se a azarada é a própria Bella.

Mostrei os dentes para ele, rosnando. O atrevimento chegara longe demais. Mas ele me ignorou e, sorridente, se jogou de costas no sofá arrastado para o canto. Jasper o acompanhou.

A sala fora incrivelmente decorada, transformada em um cenário romântico do século XIX e, para onde quer que eu olhasse, havia flores de laranjeira, frésias e rosas brancas que pendiam delicadas do alto de guirlandas, caindo com longas fitas diáfanas. O cheiro inebriante das diferentes fragrâncias espiralava no ar. A mistura era sutil, combinava... Mais uma vez, Alice fizera um bom trabalho e eu agradeci por ela não ser capaz de ouvir o pensamento — já era presunçosa o suficiente.

— Entendeu o que eu disse? — Rosalie esperava uma resposta, totalmente imóvel feito estátua impecavelmente esculpida.  

— Fique tranqüila — respondi. — O que menos desejo no momento, é conhecer a morte antes do “sim”.

— Conhecer a morte antes da lua de mel, você quer dizer, não é? — Emmett, dessa vez em voz alta. — Entendo qual é a sua.

— Não entende, não. Honestamente eu até poderia morrer antes da lua de mel. Poderia morrer... virgem. Desde que morresse casado.

— Só pode estar de brincadeira — disse Jasper, os olhos dourados repentinamente surpresos. — Quero só ver... Aposto como o discurso será outro depois que...

— Ai, ai... Est l’amour... — acrescentou Emmett debochado, apoiando os pés no braço do sofá, as mãos cruzadas atrás da cabeça. — O virgem Cullen na fogueira... Essa eu pagava para ver.

— De qualquer modo, Edward — insistiu Rosalie —, eu não estou de brincadeira. Lembre-se disto aqui, ó. — Fez um movimento com o braço, fingindo cortar o próprio pescoço. Depois subiu as escadas, segurando a barra do vestido; sem olhar para trás.

E lembre-se de ficar perfeito no fraque que deixei pendurado do lado de fora de seu guarda-roupa, acrescentou Alice, tomando o cuidado de bloquear as imagens de Bella em seus pensamentos. Já tive o prazer de vê-lo dentro da roupa. Portanto, não me decepcione!

— Tenho outra opção? — murmurei baixinho. Mas ela foi capaz de ouvir.

Não, não tem. Agora vá. Mande Jasper apanhar Renée e Phil no hotel e aproveite para ajudar Esme com as coisas lá fora.

— E... neste caso, tenho opção? — insisti.

Argh! Tem sim. A fogueira! Reservei um momento durante a festa caso isso seja necessário. Para seu consolo, vou trucidá-lo depois do “sim”. Vai morrer feliz da vida. Agora ande logo! Rápido! Daqui a pouco os convidados começam a chegar. Vá! E leve Emmett para ajudar.

— Rá-rá. — Aproximei-me dos dois.

— Qual é a graça? — perguntou Jasper.

— Sobrou para vocês.

— Ah, não... — resmungou Emmett. — Essa vida é mesmo muito injusta. Puxa... Vampiros não têm um segundo de paz.

Não havia muito a se fazer no jardim. Tudo parecia perfeito e acabado. As luzes estavam presas nas árvores e a pista de dança montada no gramado sob dois cedros envelhecidos, onde Esme prendia o restante das flores que aguardavam sobre um fino tecido estendido no tablado de madeira escura.

— Como se sente? — perguntou assim que me viu.

Soltei os ombros, suspirando demoradamente. Mesmo ao ar livre, o cheiro de rosas era impressionante, agradável.

— Nunca estive tão feliz... e ansioso.

— Vá para o quarto, filho — sugeriu. — Eu termino tudo por aqui. Posso me virar muito bem com a ajuda de Emmett. Vá...

Emmett me encarou em um misto de seriedade e raiva, mas não conseguiu sustentar a expressão carrancuda, instantaneamente contrariada pelos pensamentos sinceros que chegavam até mim.

Pode ir, meu irmão... Hoje é o seu dia. Fique tranqüilo que o grandão aqui cuida do resto. Nasci para prender florzinhas em cedros envelhecidos. Sabe, se essa rotina de vampiro vagabundo não der certo, já sei o que fazer da vida. 

— Obrigado. Realmente... Quem vê de fora percebe que isso aí tem tudo a ver com você.

Subi as escadas e me enfiei no quarto. Fiquei olhando os pisca-piscas na estrada através da cortina da varanda, correndo os dedos na fila de CD’s da estante, andando de um lado ao outro sem saber direito o que fazer. Na verdade, eu parecia... cansado. Não no sentido exato da palavra, claro, porque vampiros desconhecem a sensação de fadiga — meus músculos possuíam o mesmo vigor, a mesma potência que um século de vigília não era capaz de abalar. O que me exauria, de fato, era um tipo diferente de expectativa, uma inquietação a que eu não estava habituado, sempre tão apático, perfeito e preciso como um robô.

Deitei na cama e fiquei observando os filamentos da lâmpada no teto, esperando a tensão desacelerar. Não era nada confortável sentir-me diferente no dia do casamento. Esperei por um tempo, mas nada aconteceu, a tensão não diminuiu, o nervoso não sumiu. Ao contrário, à medida que o tempo corria e o grande momento se aproximava, minhas veias se enchiam de uma ansiedade corrosiva que provocava espasmos rápidos, porém agudos, por baixo de minha carcaça de pedra dura.

— Posso entrar? — perguntou Carlisle com a cara na porta; metade do corpo para dentro do quarto.

Rapidamente desgrudei as costas do colchão.

— Claro...

Em uma fração de segundo, ele sentou-se na cama ao meu lado, os olhos dourados aliviando a tensão como um remédio injetável. Eram reconfortantes e de uma segurança vítrea. Os olhos de um pai.

— Está tudo certo lá na ilha. Eles esperam vocês amanhã. Já avisei sobre o horário previsto para o pouso no Rio de Janeiro. Tudo conforme o combinado.

— Obrigado por me ajudar com isso, Carlisle.

— Não há de quê.

Mas de repente, a expressão suave encheu-se de uma ansiedade desconforme. Ele pigarreou:

— Acho que já não é um segredo, portanto sinto-me à vontade para... Bom, o trato que fez com Bella...

Ah, Deus...

— Desculpe, Carlisle, mas realmente não quero pensar sobre isso. Já estou nervoso o suficiente.

Ele pousou carinhosamente as mãos em meus ombros.

— Só quero dizer que confio em você, filho. Confio no amor que sente por Bella. Acredito em seus princípios e admiro sua coragem e o apreço às vontades de sua noiva. Fique tranqüilo... Vai dar certo.

— Assim espero.

— Agora é melhor se apressar. — Ele riu e apontou para o nada. O murmurinho no andar de baixo aumentava a cada minuto.

Respirei fundo.

O reflexo pálido de meu rosto no espelho se confundia ao branco da camisa engomada. Carlisle apertou a gravata em meu pescoço. Também me ajudou com o colete cinza e o paletó do fraque — feito com as medidas exatas de meu corpo — e sorriu quando ajeitei os cabelos cor de bronze para o alto, do jeito desalinhado de sempre, mas com as mãos inexplicavelmente trêmulas.

— Isso não estava no script — comentou ele, olhando meus dedos se debaterem.

— Não mesmo... Não sei o que está acontecendo comigo. Na verdade, tenho a sensação de que voltei um século. Parece que ainda sou...

— Humano?

Assenti. Ele continuou:

— Sabe, filho, de inúmeras maneiras válidas você pode sim se considerar um humano.

— Isso não é verdade.

— Claro que é verdade. Para começar, é dotado de sentimentos tão sinceros... Um amor que transcende minha capacidade de compreensão... Coragem, amizade, doação e até um pouco de ciúme, que dá sentido à paixão. — Ele riu. — E, claro, também possui uma alma... Uma alma linda, por sinal. 

Suspirei.

— Desculpe, Carlisle, mas não acredito nessa última parte. E acho que não teremos tempo para discussão.

 Está na hora, Alice em minha mente. Desça pela escada dos fundos, Esme está esperando na saleta lateral. A escada principal hoje pertence à noiva, não se atreva a descer por ela ou... Ah, Deus! Estou tão nervosa que nem sequer terei forças para jogá-lo na fogueira, caso me desobedeça. Boa sorte. 

Emmett se materializou no quarto, deixando um rastro de vento sacudir as cortinas da varanda.

— O que você está fazendo? Enlouqueceu? — perguntei. — Custa fingir que é normal?

— Só vim ter notícia do noivinho. E fazer uma reclamação. Acabei de passar na cozinha e... Onde estão os drinks especiais com hemoglobinas e plaquetas? Assim vai ser realmente difícil fingir que estamos bebendo e comendo como pessoas normais. Só o cheiro desses canapés de camarão me embrulha o estômago. Argh!

Carlisle riu.

— Ah, por favor, você dois... — eu disse, me adiantando. — Com licença, Emmett. Preciso me casar agora.

— Vá lá, bonitão.

— Espero você no altar — disse Carlisle. — No bom sentido da expressão, claro.

Em um piscar de olhos, os dois desapareceram pela janela do corredor; ouvi o baque surdo no chão do jardim dos fundos.

Bufei com força, tentando não me importar, e andei lentamente em direção à escada, arrastando as pernas para frente, sem entender o que estava acontecendo com meu corpo que mais parecia uma entidade separada de mim.

Conforme o combinado, Esme me esperava lá embaixo e sorriu quando passei a mão por seu braço, puxando-a mais para perto, procurando um porto seguro. Seus pensamentos eram serenos e, ao mesmo tempo, cheios de orgulho — a expressão do mais puro amor.

Sei que era somente a falsa impressão de um noivo ansioso, mas senti o corpo todo amolecer no instante em que Esme lançou uma série de imagens em minha mente, tão nítidas quanto os olhos felizes com os quais me fitava. As imagens eram lembranças pessoais, as mais importantes como fizera questão de frisar: a primeira vez que nossos olhos se cruzaram, o momento em que me reconheceu como filho de uma maneira tão legítima que superava qualquer semelhança genética. Em seguida, reconheci duas imagens de meu próprio rosto aos olhos de minha mãe, duas faces contrastadas pela aparência em dois diferentes momentos de minha vida: antes e depois de Bella. A primeira, envolta pela sombra negra da solidão; a segunda, pela transparência sublime do amor.

Estremeci e fechei os olhos momentaneamente, respirando bem fundo, embriagando-me com a explosão de emoções que o instante mais mágico de minha existência me proporcionava. E, por um momento, minhas pernas congelaram no corpo e fiquei plantado no chão. Esme apertou minha mão:

— Vamos, filho... É a nossa vez.

Apenas assenti com um leve movimento de cabeça e me concentrei em Bella antes de começarmos a andar ao som do cânone de Pachelbel, perfeitamente executado por Rosalie ao piano. Eu nem podia imaginar quantas vezes eu dedilhara aquela canção... quantas vezes havia extraído de cada tecla do piano, o som que agora me conduzia para frente, me fazia flutuar no meio de flores brancas e guirlandas coloridas.

Passamos pelas filas de cadeiras e dezenas de rostos conhecidos se iluminaram, sorrindo em harmonia. Reconheci Renée, Phil, os vampiros de Denali, os amigos de Bella e a família de Seth. Só me dei conta de que estava tão nervoso, tão... emocionado, quando procurei as vozes e descobri o vazio em minha mente que, de forma inesperada, se fechou, bloqueando qualquer pensamento ou sentimento que não fosse exclusivamente meu. Um presente extra.

Paramos diante do arco decorado com flores e tecidos transparentes, do lado esquerdo do Sr. Weber, que conduzia os ritos do casamento. Ele sorriu em um gesto acolhedor quando me coloquei em posição de espera, logo depois que Carlisle posicionou-se a meu lado, dando o braço à Esme.

O corredor transformou-se em uma passagem vazia do início ao fim, os convidados velaram um silêncio profundo e o cânone de Pachelbel já não era nada além de acordes perdidos no passado. Houve um instante de tensão em que dezenas de corações batucaram ansiosos até que Rosalie afundou firmemente os dedos no piano e arrancou as primeiras notas imponentes do tão conhecido som da marcha. Todos os rostos, até então virados para mim, simultaneamente me deram as costas e respirei fundo para o grande momento do dia. Não demorou muito e Alice surgiu.

E logo em seguida veio... Bella.

Bella... impossivelmente mais linda... Absurdamente deslumbrante em um vestido branco de estrutura estreita que se avolumava subitamente na cauda, caia-lhe tão perfeitamente que desenhava curvas em seu corpo ainda mais elegante e gracioso como as pétalas do buquê que seus dedos apertavam junto ao peito. Era difícil me concentrar em qualquer outra coisa a não ser na idéia de que Bella nascera e vivera exatamente para este instante. E, mais uma vez, glorificando a sorte que me perseguia a troco de nada, fui tomado pela consciência avassaladora de que essa pessoa incrível estava prestes a ser minha.

Ela desceu lentamente os degraus da escada ao som da música, cada passo tomado de cuidado. Eu mal via Charlie a seu lado, mal via o sorriso vitorioso de Alice à sua frente. Eu só tinha olhos para Bella e para cada detalhe sutil de suas emoções. Minhas emoções...

Seus pés tocaram o chão liso, conduzindo-a, em seguida, ao início do corredor. Em meio à profusão de rosas brancas, os olhos de chocolate buscaram aflitamente os meus. Quando finalmente, finalmente eles se encontraram, fomos sugados para outra dimensão, nosso refúgio paralelo no espaço. Sorri, exultando de felicidade, e tudo se encaixou de uma maneira impecável como se nunca tivesse sido diferente.

O amor, a vida, o significado...

Em uma enxurrada de certezas absolutas, não havia mais sentido duvidar. Só podia ser ela... Só podia ser minha alma que fazia meu peito arder e as pernas fraquejarem quando a solidez deixava de ser uma de minhas características mais proeminentes. Só podia ser ela que me enchia de ansiedade. Que me fazia tremer em choque.

Era minha alma que fazia meu coração pulsar, ainda que na realidade não fosse fisicamente possível.

E eu teria chorado se tivesse lágrimas para isso.

Depois de segundos que mais pareciam séculos, Bella chegou até mim e estendi o braço. Em um símbolo tão velho quanto o mundo, Charlie pegou a mão dela e colocou-a sobre a minha. Toquei o milagre de sua pele, sentindo o calor se irradiar até o peito.

Nossos votos foram simples, palavras tradicionais que já haviam sido pronunciadas milhões de vezes, apesar de nunca por um casal como nós. Só pedimos ao Sr. Weber para fazer uma pequena mudança. Ele concordou em trocar a frase “até que a morte nos separe” pela mais apropriada “enquanto ambos vivermos”.

Naquele momento, enquanto o juiz de paz dizia sua parte, uma série de lembranças tomou minha mente. Tantas dificuldades e experiências de quase morte que insistiram em tirar meu grande amor de mim. E cá estávamos nós, jurando o amor eterno. O eterno que significava o infinito, o verdadeiro “para sempre”. Quanto olhei para o lado, Bella estava chorando como se compartilhasse meus pensamentos. Seus olhos vitoriosos também brilhavam de alívio.

— Sim — disse ela num sussurro quase inaudível, piscando e olhando para mim.

Através de minha boca, as palavras saíram claras e precisas:

— Sim — jurei.

O Sr. Weber nos declarou marido e mulher e, então, minhas mãos se ergueram para segurar o rosto dela, cuidadosamente. Por um tempo incalculável, apenas ficamos nos admirando, a emoção era absurdamente intensa para que um de nós a quebrasse. Eu jamais havia sentido sequer uma centelha da felicidade que experimentava agora. Nem quando meus olhos fitaram os dela no refeitório da escola, ou da primeira vez que ouvi sua doce voz. Nem mesmo quando nos declaramos na clareira ou quando nossos lábios se encontraram como as duas partes perdidas de um imã: gelo e fogo; pedra e algodão. E agora, marido e mulher...   

Eu estava verdadeiramente completo e fechei os olhos, inclinando-me para beijá-la ternamente. Mas ela jogou os braços — com buquê e tudo — ao redor de meu pescoço, ignorando as risadinhas e os pigarros da platéia quando o beijo começou a se estender demais. Detive seu rosto com as mãos e me afastei para fitar seus olhos quentes, os mais sublimes que eu conhecera até então.

Os convidados aplaudiram e passei a mão na cintura dela, virando lentamente nossos corpos para ficarmos de frente à nossa família e amigos. De repente, fomos engolidos pelos abraços calorosos, algumas faces molhando meu rosto. Firmei a mão de Bella, temendo perdê-la na multidão, e observei com amargura os exuberantes olhos de chocolate refletirem um lampejo discreto de tristeza quando ela se jogou nos braços de Seth de uma maneira exageradamente intensa, como se, na verdade, abraçasse o amigo lobisomem perdido que a imagem daquele garoto gigantesco não a deixava esquecer. 

Como prova do planejamento impecável de Alice, no momento em que o sol se escondia atrás das árvores eu atravessava as portas de vidro, conduzindo Bella à festa de recepção com meu braço enlaçado em sua cintura — sua pele quente sob o tecido fino do vestido provocando uma trilha de excitação por meu corpo tomado em expectativas. Sorri e respirei fundo, esforçando-me para reprimir o desejo em hora totalmente inapropriada.

— Meus parabéns — disse-nos Seth com um enorme sorriso no rosto, abaixando a cabeça sob a borda de uma guirlanda de flores. Eu tinha a impressão de que aquele garoto crescia dois centímetros por dia.

Edward, tenho que dizer que você ficou realmente bem nessa roupa de pingüim, mas devia ter espirrado um bom perfume para abafar o odor, acrescentou só para mim.

Apenas sorri com o canto dos lábios.

A mãe de Seth, Sue, estava ao lado dele, olhando os convidados com uma intensidade cautelosa, também expressa em sua mente preocupada. Eu não a julgava pelo sentimento de insegurança. Há alguns meses, um encontro amigável entre lobos e vampiros — festejando felizes a união de uma humana a um sanguessuga, como alguns deles ainda se referiam à nossa espécie —, era algo tão inimaginável quanto Wolverine estendendo a mão a Victor Creed. Sue estava vigilante, claro. Havia muitos vampiros vegetarianos ali, tentando se camuflar no meio de tantos humanos de olhos iludidos.

Billy Black, do outro lado de Seth, não estava tão tenso e parecia estranhamente à vontade, embora sua mente confusa, não me desse sinais que justificassem tal comportamento. Eu o fitei com olhos curiosos. Tinha a sensação de que ele tentava esconder algo importante e, para minha surpresa, ele estava tendo sucesso quanto a isso.

— É bom ver as coisas dando certo para você, cara — disse Seth. — Fico feliz por você.

— Obrigado, Seth. Isso significa muito para mim. Agradeço a vocês também — eu disse, agora para Sue e Billy. — Por deixarem Seth vir. Por oferecerem seu apoio a Bella hoje.

— Não há de quê — disse Billy com a voz grave profunda. Tive um súbito lampejo de um pensamento perdido, mas nada que me pusesse em alerta.

 Angela e Ben, Jessica e Mike — e seus pensamentos desprezíveis — vieram nos cumprimentar.

Hmmm... Incrivelmente sensual..., pensou Mike, analisando minha esposa com excessiva profundidade. Fechei as mãos em punho. Opa! Sossega aí embaixo, Mikezinho... Rosnei baixinho, apertando o braço no corpo para que não fosse traído por meus instintos. Tive vontade de enfiar a mão na cara do babaca. Não dá para entender o que essa gata viu nesse sujeitinho... Ele me olhou. Nesse sujeitinho tão... branco. E sorriu debilmente. Sou muito melhor do que ele. Só não vê quem não quer.

Respirei fundo e me concentrei em Bella a meu lado. Então consegui me acalmar, principalmente quando Mike desapareceu da minha frente, levando consigo Jessica e seus pensamentos invejosos.

Logo em seguida, veio o clã dos vampiros Denali.

Tanya adiantou-se para me abraçar com entusiasmo. Seus braços fortes me apertavam para ela e eu tive a sensação de que não me largariam tão cedo.

— Ah, Edward — disse ela. — Senti saudades de você.

Eu apenas ri e me desvencilhei do abraço com habilidade, colocando a mão de leve no ombro dela. Eu sabia que Bella sentia-se insegura em relação à Tanya — que era linda, não posso negar. Mas eu tinha explicado a ela um milhão de vezes que a única mulher nesse universo capaz de abalar minhas estruturas estava a meu lado nesse instante, a mão entrelaçada na minha e agora também carregava meu sobrenome.

— Faz muito tempo, Tanya. Você está ótima.

— E você também.

— Deixe-me apresentar minha esposa. — Era incrível como a palavra pronunciada mexia tanto comigo... Parecia que eu ia explodir de satisfação. — Tanya, esta é a minha Bella.

Tanya se virou para olhar Bella com uma expressão especulativa.

Ela é linda... Parabéns!

— Bem vida à família, Bella. — Ela sorriu. — Nós nos consideramos parte da família de Carlisle, e eu lamento pelo, hã, incidente recente, quando não nos comportamos de acordo. Devíamos ter conhecido você mais cedo. Pode nos perdoar?

— Claro — disse Bella, sem fôlego. — É muito bom conhecer vocês.

Todas as tradições de praxe foram seguidas. Bella segurou a faca sobre o enorme bolo enquanto as câmeras disparavam os flashes. Nós nos revezamos oferecendo bolo um ao outro. Engoli minha parte corajosa e rapidamente antes que pudesse hesitar ao respirar o cheiro úmido do glacê.

Não dá para acreditar!, pensou Emmett, lançando-me as imagens de minha cara retorcida com a boca cheia de bolo.

Bella atirou o buquê direto nas mãos de Angela. E eu me deliciei retirando com os dentes a cinta liga de minha esposa, tendo o prazer de atirá-la precisamente na cara de Mike Newton que me xingou em pensamento.

Quando a música começou, tomei Bella nos braços para a costumeira primeira dança. Conduzi-a sem esforço e nós giramos sob o brilho de luzes e flashes, os corpos perfeitamente colados, feitos uma para o outro.

— Apreciando a festa, Sra. Cullen? — sussurrei ao pé de seu ouvido.

Ela riu e se lembrou de respirar, para meu alívio.

— Vai levar algum tempo para me acostumar.

— Temos tempo — lembrei e me inclinei para beijá-la suavemente, relutante em desgrudar minha boca quando a música mudou e Charlie bateu em meu ombro. Entreguei minha esposa com um suspiro resignado.

Sorri em direção a Esme e passei a guiá-la pela pista iluminada.

— Obrigado, mãe.

Sua expressão era intensa, quase como se estivesse prestes a chorar, ainda que isso fosse fisicamente impossível.

— Você terá uma eternidade linda ao lado de Bella, filho, e eu não poderia estar mais feliz com essa certeza.

— Eu amo você.

— Eu também...

— E tenho um pedido a fazer.

Ela me fitou curiosa e eu continuei:

— Por favor, não deixe que Alice escolha as fotos antes de voltarmos da Ilha. Talvez Bella não fique tão empolgada com isso, mas queria que ela tivesse a chance de decidir por si mesma.

Ela sorriu.

— Claro, filho, fique sossegado. Não permitirei tamanho desrespeito.

 Quando finalmente voltei para os braços de minha Bella, comecei a guiá-la com mais ousadia, às vezes girando-a para longe só para ter o prazer de puxá-la de volta, acalentando meu peito aflito pela breve separação.

— Ainda não gosta de Mike, hein? — comentou ela.

— Não quando tenho de ouvir os pensamentos dele. Ele tem sorte por eu não lhe dar um murro. Ou coisa pior.

— É, tá legal.

— Já teve a oportunidade de se olhar?

— Hmmm. Não, acho que não. Por quê?

— Então imagino que não perceba quanto está total e incrivelmente linda esta noite. Não me surpreende que Mike esteja tendo problemas com pensamentos inadequados em relação a uma mulher casada. Estou decepcionado que Alice não a tenha obrigado a se olhar no espelho.

— Você é muito tendencioso, sabe disso.

Suspirei e parei, girando-a de frente para a casa, para a parede de vidro que refletia a festa como um longo espelho.

— Tendencioso, eu?

Explodindo de prazer, fiquei observando sua expressão se abrir em surpresa quando ela encontrou sua própria imagem refletida e viu que eu não estava de brincadeira. Ela ficou parada por um longo momento e parecia não acreditar, como se estivesse vendo uma terceira pessoa que não existia. Impossível... Bella era a noiva mais linda que se podia imaginar e eu poderia delongar esse momento se o pensamento não tivesse atravessado minha mente como uma flecha inesperada:

Boa noite, Edward.

Era Jacob.

— Oh! — eu disse sem querer.

Meu corpo se enrijeceu por instinto, os sentidos levemente alterados.

Ele veio...

E, depois de tantas e aparentemente fracassadas tentativas de fazê-lo aceitar o convite, estranhamente agora eu não sabia se devia ficar alegre. Fui atingido por uma onda de pavor quando comecei a suspeitar que, talvez, Jacob não tivesse vindo em paz.

Como se lesse meus pensamentos, ele me acalmou.

Pode ficar tranqüilo... Não vim aqui estragar seu casamento, sanguessuga. Bella não merece...

Suspirei, aliviado.

Gostaria que me concedesse apenas uma dança se é capaz de me confiar sua... argh!... esposa...

— O que foi? — perguntou Bella.

— Um presente de casamento surpresa.

— Hein?

Não respondi, apenas voltei a dançar, girando-a na direção oposta, para longe das luzes. Guiei-a para o manto fundo da noite, de onde vinha o cheiro e parei quando chegamos ao lado sombreado de um dos imensos cedros.

Olhei para a sombra, escutando as batidas molhadas do segundo coração que se juntara a nós.

— Obrigado — eu disse para ele. — É muito... gentil de sua parte.

— Gentileza é meu nome — disse ele à voz rouca. — Posso ter essa dança?

Ouvi uma última e intensa pulsação de Bella e depois não ouvi mais nada. Apertei-a em meu corpo, temendo que ela desmaiasse. Mas, para meu alívio, não demorou muito e ela se recompôs:

— Jacob! — exclamou, ainda sufocada.

— Olá, Bells.

Ela se soltou de mim e cambaleou na direção da voz. Mantive a mão em seu cotovelo e só soltei quando outro par de mãos a segurou no escuro.

— Rosalie não me perdoaria se não tivesse sua vez na pista — murmurei, com uma meia certeza de que ninguém fora capaz de ouvir, e me retirei.

Procurei minha irmã e estendi a mão quando ela sorriu. Emmett me fitou ressabiado e, descontente, entregou-me Rosalie, depois de beijá-la com o entusiasmo que me obrigava a fechar a mente. Passei o braço em sua cintura e começamos a girar. Rosalie dançava muito bem e era incrível como deixava a impressão de ser leve como pluma.

— Onde está Bella? — perguntou ela.

— Está dançando com... Jacob.

— Jacob? — perguntou, os olhos assustados. — O que ele está fazendo aqui?

— Eu... hã... o convidei.

— Você o quê?

— Isso mesmo que ouviu. Convidei Jacob.

— Ficou louco, Edward? Jacob é o lobo mais instável da alcatéia.

— Fiz isso por Bella.

— Eu sei, mas isso não diminui a irresponsabilidade. E se ele... Ah, Deus, nem é bom pensar.

Não me surpreenderia se ele fugisse com Bella.

— Ele não ousaria... — eu disse, olhando em direção ao mato escuro. — Vamos dançar mais perto dos dois.

Fiquei monitorando a conversa de longe, tentando, na medida do possível, dar-lhes um pouco de privacidade. Mas era impossível com os pensamentos de Jacob tão claros quanto as luzes que ofuscavam os convidados do outro lado da pista. Uma mistura incerta de desejo, prazer e infelicidade.

— Não acha que estão demorando demais? — perguntou Rosalie.

— Não... Por enquanto está tudo indo bem.

— Eu juro que não consigo entender você.

— Nem tente.

Ela bufou.

E neste instante minhas mãos se fecharam apertadas em suas costas de ferro.

— O que aconteceu, Edward?

— Busque os outros, rápido! Ele perdeu o controle.

 Bella! disse Jacob. Você perdeu o juízo? Não pode ser tão idiota! Diga que está brincando!

Cheguei a tempo de vê-lo sacudir os ombros de Bella como se ela fosse uma boneca de trapos.

— Tire as mãos dela! — minha voz era afiada como uma navalha.

Atrás de Jacob houve um rosnado baixo.

— Jake, mano, afaste-se — Era Seth. — Você está perdendo o controle. Você vai machucá-la. Solte-a.

Meus dedos se fecharam.

— Solte-a agora! — rosnei.

As mãos de Jacob caíram de lado e eu avancei para segurar minha esposa, levando-a com agilidade para longe dali.

— Vamos, Jake — Seth continuou. — Vamos embora.

— Eu vou matar você — disse Jacob, a voz sufocada, os olhos focados em mim ardiam em fúria. —  Eu mesmo vou matar você! E vou fazer isso agora! — Ele tremia convulsivamente.

Isso é o que nós vamos ver, pensei, descontrolado.

— Seth, saia do caminho — sibilei.

Mas Seth puxou com força o braço de Jacob que, perturbado pela raiva, cedeu com facilidade e eles deram alguns passos para trás.

— Não faça isso, Jake. Venha — insistia o garoto.

Sam uniu-se a Seth, colocando a cabeça imensa contra o peito de Jacob, empurrando-o para trás. Não demorou muito e eles se afastaram, e os rosnados se perderam no escuro.

— Está tudo bem agora, Bella — murmurei.

— Mas Jake...

— Sam o tem sob controle. Ele se foi.

— Edward, eu sinto tanto. Fui idiota...

— Você não fez nada de errado... Só disse a verdade... Que vamos... tentar... antes de sua transformação.

— Eu falo demais! Por que eu... eu não devia deixar que ele me afetasse desse jeito. O que eu estava pensando?

— Não se preocupe. — Afaguei seu rosto. — Precisamos voltar para a recepção antes que alguém perceba nossa ausência.

— Me dê dois segundos — pediu ela. — Meu vestido? Como estou?

— Você está ótima. Nem um fio de cabelo fora do lugar.

Bella respirou fundo.

— Tudo bem. Vamos.

Pus os braços ao seu redor e levei-a de volta à luz, conduzindo-a para a pista. Nós nos misturamos com os outros como se nossa dança não tivesse sido interrompida.

— Você está...

— Estou bem — garantiu-me ela. — Nem acredito que fiz aquilo. O que há de errado comigo?

— Não há nada de errado com você.

O problema era comigo, porque, na verdade, Jacob tinha razão em sua fúria. Suspirei miseravelmente, tomado de estupidez e irresponsabilidade.

— Eu tinha ficado tão feliz ao ver Jacob ali — continuou Bella. — Sabia do sacrifício que aquilo representava para ele. E, então, estraguei tudo, transformei o presente dele em um desastre. Eu devia ficar de quarentena. Acabou. Não vamos mais pensar nisso hoje.

— Jacob está certo. — sussurrei. — O que eu estou pensando?

— Ele não está. Jacob tem preconceitos demais para ver com clareza.

— Devia deixar que ele me matasse por sequer pensar... — murmurei muito baixo e fechei os olhos, me detestando em minha covardia. Eu sabia que eu não teria forças para resistir àquilo. Eu desejava a experiência tanto quanto Bella e já era muito tarde para voltar atrás.

— Pare — disse ela, incisiva. Senti suas mãos pegarem meu rosto. — Por mim. Prometa que vai deixar isso de lado.

Suspirei e impossibilitado de dizer outra coisa apenas concordei:

— Prometo.

— Obrigada. Edward, eu não estou com medo.

— Eu estou — sussurrei.

— Não fique. A propósito, eu amo você.

Não tive como não sorrir.

— É por isso que estamos aqui.

Agora é a minha vez... Emmett em minha mente. Você devia saber que eu não deixo barato.

— Você está monopolizando a noiva — disse ele, surgindo por trás de meu ombro. — Deixe-me dançar com minha irmã mais nova. Pode ser minha última chance de fazê-la corar.

Estremeci com essa realidade e parti para o outro lado, tentando me desviar de Alice que me fitava em tom repreensivo:

— Edward! Você enlouqueceu? Quase estragou a festa!

— Chega, Alice! Chega!

— Bom, tudo bem. Saiba que está quase na hora da despedida dos recém-casados.

— Certo. Avise-me quando for a hora.

— É claro... — Ela sorriu. — E deixei suas roupas de viagem separadas sobre a cama.

No fim, Bella dançou com muita gente. Fiquei observando de longe, conversando com o clã Denali, e, quando meu corpo não suportava mais tanta distância, aproximei-me outra vez, exigindo meu lugar antes que Mike Newton tivesse a chance de colocar os pensamentos em prática. Ele queria dançar com Bella, mas nem sonhando teria esse prazer.

— Posso me acostumar com isso — disse ela, quando a firmei contra meu peito, onde ela se ajeitou, recostando a cabeça.

— Não me diga que superou seus problemas com a dança. More Than Words teve um bom efeito afinal.

— Dançar não é tão ruim... com você. Mas eu estava pensando mais nisso... — ela me apertou —, em nunca ter de deixar você.

— Nunca — prometi e me inclinei para beijar seus lábios molhados.

— Bella! Está na hora!

Ótimo, Alice era mesmo rápida.

Bella ficou irritada e eu fiz questão de ignorar Alice, puxando minha esposa com força, pressionando meus lábios com urgência, minha língua fria dando voltas na dela. Seu coração disparou e as palmas das mãos ficaram escorregadias em meu pescoço.

— Querem perder o avião? — perguntou Alice, agora ao nosso lado. — Certamente terão uma linda lua de mel acampados no aeroporto, esperando outro vôo.

Virei o rosto e apenas murmurei:

— Vá embora, Alice. — E voltei para o paraíso que eram os lábios quentes de minha esposa.

— Bella, quer usar esse vestido no avião? — perguntou Alice.

Vou dizer a ela sobre a Ilha de Esme...

Mas Bella não estava prestando muita atenção. Alice continuou em sua insistente teimosia:

— Vou dizer a ela onde vai levá-la, Edward. Estou falando sério: eu vou contar. Portanto, me ajude.

Parei e fuzilei Alice com os olhos.

— Você é pequena demais para ser tão irritante.

— Não escolhi o vestido de viagem perfeito para vê-lo desperdiçado — respondeu Alice, pegando a mão de Bella, tirando-a de mim. — Venha comigo, Bella.

Bella resistiu e eu sorri quando ela ficou na ponta dos pés para me beijar mais uma vez. E então elas se foram.

Atravessei os convidados, correndo discretamente para dentro da casa e disparei à minha velocidade quando cheguei ao pé da escada.

No quarto, sentei-me na cama gigante e afundei as mãos em meus braços, pensando com angústia que faltava tão pouco tempo para...

— Precisando de ajuda? — perguntou Carlisle.

Eu estava tão absorto que não sabia dizer a quanto tempo ele estava ali, me observando.

— Só queria ter a certeza de que essa loucura vai dar certo. Carlisle, não sou capaz de recuar, não mais... Eu desejo Bella e... não sei se tenho esse direito, eu...

— Acalme-se filho — disse ele, sentando-se a meu lado. — Já disse que confio em você, confio no amor que sente por sua esposa. Vai dar tudo certo.

Ele sorriu e saiu do quarto levando minha mala.

Troquei de roupa rapidamente e desci para a sala, aflito à espera de Bella. Peguei sua mão estendida enquanto ela se inclinou examinando o grupo que esperava para nos ver partir.

— Pai? — perguntou.

— Bem ali — murmurei, puxando-a em meio aos convidados que abriam caminho para nós. Encontramos Charlie encostado sem jeito na parede, atrás de todos, dando a impressão de que estava se escondendo, mas, na verdade, estava chorando.

— Ah, pai!

Bella o abraçou pela cintura, deixado as lágrimas jorrarem.

— Pronto, pronto. Não vai querer perder seu avião.

— Eu amo você para sempre, pai — disse ela. — Não se esqueça disso.

— Você também, Bells. Sempre amei, sempre amarei.

Ela beijou seu rosto.

— Me ligue — disse Charlie.

— Logo — prometeu.

— Vá, então — grunhiu ele. — Não queira se atrasar.

Os convidados fizeram outro corredor. Apertei Bella a meu lado enquanto escapávamos.

— Está pronta? — perguntei.

— Estou.

Todos aplaudiram quando puxei minha esposa para beijá-la suavemente na soleira da porta. Depois a levei correndo para o carro sob a tempestade de arroz, Emmett atirando alguns montes com uma precisão — e uma força — fantástica. O carro estava decorado com flores, que se arrastavam como bandeirolas por todo seu comprimento, e com longas fitas de tecido amarradas a uma dúzia de sapatos.

Bella entrou no carro e partimos enquanto ela acenava para todos gritando “Eu amo vocês”,

Apertei sua mão.

— Eu amo você — eu disse. Ela deitou a cabeça em meu braço.

— É por isso que estamos aqui. — repetiu ela e eu beijei seu cabelo.

Afundei o pé no acelerador, guiando o carro em direção à eternidade.

 

FIM

 


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Notas finais do capítulo

Façam uma escritora feliz: COMENTEM POR FAVOR!!!! A OPINIÃO DE VOCÊS É MUITO IMPORTANTE PARA MIM!!!!   Perfil no orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Profile?rl=mp&uid=3706316756103144444 Comunidade no orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=99360742   CONHEÇAM MINHAS OUTRAS FICS: http://fanfiction.nyah.com.br/historia/64807/Madrugada_Lua_Nova_Por_Edward_Cullen   http://fanfiction.nyah.com.br/viewstory.php?sid=65021