Como Matar Alguém escrita por kirasren


Capítulo 11
505


Notas iniciais do capítulo

Hm... eu sem querer deixei de escrever nessa fic por seis meses... ME DESCULPEM 3 A fic fez um ano dois meses atrás e eu to me sentindo horrível. Eu tava num bloqueio horroroso, mas finalmente consegui sair das 156 palavras!
Bem, eu sinto muitíssimo e espero que vocês gostem do capítulo...



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[Vítima 4: 20H46MIN] Você já matou alguém?

Olhei para a mensagem e a reli umas três vezes. Isso não era algo que eu estava esperando. Eu não via Sabrina já havia uma semana. Então era assim, huh? Ficava dias sem dar sinal de vida para depois tentar conseguir provas para me levar a policia? Bom saber. 

Desde que Daniel tinha falado com Rachel, ela sumiu. Não respondia mensagens, não atendia ligações e aparentemente não parava em casa. 

Eu não sei o que Daniel falou para Rachel ou o que aconteceu depois. Mas com certeza não era algo bom – pelo menos para mim. Eu não via os dois há alguns dias também. 

[enviada: 20H48MIN] Por que a pergunta?

[Vítima 4: 20H48MIN] Curiosidade.

[enviada: 20H49MIN] O que você acha?

[Vítima 4: 20H49MIN] Aprendi a não duvidar de você.

[enviada: 20H50MIN] Medo?

Ela visualizou, mas não respondia. Continuei encarando a tela do celular enquanto o seu status mudava constantemente. "Digitando", "online", "digitando", "online". Sabia que ela estava pensando muito bem no que dizer. 

Até que enfim, ela tomou coragem.

[Vítima 4: 20H51MIN] Não mais. 

Não pude evitar um sorriso de lado de aparecer em meu rosto. Então parecia que a tão destemida Sabrina tinha medo, afinal. Eu não poderia estar mais satisfeito. 

Ouvi o barulho de carro em frente a minha casa. Meu padrasto tinha chegado. Revirei os olhos e mexi no cabelo. Ele tinha chegado mais cedo do que eu esperava. Pedi mentalmente que não fosse porque ele tinha sido despedido. Já havia problemas suficientes para eu me preocupar. 

Voltei minha atenção ao celular.

[enviada: 20H52MIN] Por onde você esteve? Não te vejo mais aqui há algum tempo. 

[Vítima 4: 20H52MIN]  Kendrick me arrastou para São Carlos por causa do trabalho. Tédio puro.

[enviada: 20H52MIN]  Kendrick?

[Vítima 4: 20H53MIN] Sim, meu namorado. Tenho certeza que já falei dele para você. 

[enviada: 20H53MIN] Hm, acho que sim. Quando você vai voltar?

[Vítima 4: 20H53MIN] Assim que puder. Não aguento mais ficar aqui. 

São Carlos, huh? Eu me perguntei com o que Kendrick trabalhava. E por que Sabrina fora com ele. Ela não podia simplesmente ir embora. Ainda tinha muita coisa para resolver. Comigo, com Rachel, até com Daniel - aparentemente. Ela teria que terminar o que tinha começado.

Meus pensamentos foram interrompidos com outra mensagem dela.

[Vítima 4: 20H54MIN] Queria que você estivesse aqui.

Arqueei as sobrancelhas. Aquilo era bem estranho. Sabrina não falaria isso, ou pelo menos a Sabrina de agora. Ela era orgulhosa, teimosa. E, além disso, eu poderia jurar que toda vez que falamos ela falava que me odiava. Então aquilo não fazia muito sentido para mim e eu sabia que havia alguma coisa errada.

[Vítima 4: 20H54MIN] ...Pode vir aqui?

[Vítima 4: 20H54MIN] Por favor.

Ok, isso realmente não parecia Sabrina. 

[enviada: 20H55MIN] Ir aí? Sabrina, São Carlos é uma hora daqui. São oito da noite.

[Vítima 4: 20H55MIN] Por favor, Tony.

[enviada: 20H55MIN] E Kendrick?

[Vítima 4: 20H55MIN] Ele vai ficar a noite inteira na reunião de onde ele trabalha. 

Suspirei. Não, não era uma boa ideia ir. Sabrina estava definitivamente brincando comigo. Ou armando alguma coisa. Minha cabeça queimava em milhares de Não vá, Não váNão vá.

Perigo, estúpido!

[Vítima 4: 20h56MIN] Vamos lá, Tony. Sei que nunca perderia uma chance dessas.

[Vítima 4: 20h56MIN] Quarto 505.

Anexado com a última mensagem, havia o endereço de hotel onde ela estava. O pensamento de que ir lá talvez não fosse tão ruim veio a minha cabeça, mas minha voz interna logo retrucou.

Perigo, estúpido!

Estúpido. Garoto estúpido.

Vá se foder, voz interna. 

Ouvi o som da porta do meu quarto ranger e me virei para ver o que era. Meu padrasto, com ainda seu terno de trabalho e olhos cansados, entrava no quarto. 

— Tony, eu acho que-.

E, de repente, encontrar Sabrina se tornou uma ótima opção para minha voz interna. 

Eu me levantei e peguei um casaco, guardei meu celular dentro do bolso da minha calça e andei para fora do quarto. 

— Tony, por favor, me responda.

Ele ainda estava falando? 

— É, claro, super concordo. Tchau.

Desci as escadas para ir até a porta, onde as chaves estavam penduradas. Peguei a chave do carro e a da porta. Abri a porta, quando ouvi meu padrasto explodir.

— Isso era exatamente o que eu estava falando! Você não ouve! Você nunca ouve! Eu queria que você tivesse morrido naquele carro em vez de sua mãe. 

Ouch.

— Até mais, Brett.

Suspirei em alívio quando tranquei a porta. Sabrina talvez não fosse a melhor opção, mas com certeza seria melhor do que aturar as crises do meu padrasto. Ou ouvir mais um discurso de como minha mãe era muito melhor companhia do que eu. 

Entrei no carro e o liguei. São Carlos, aí vou eu! 

Perigo, estúpido!

×× 

Não era um lugar bonito. Ou provavelmente eu só tivesse aumentado minhas expectativas por causa de Sabrina. Ela sempre me parecia elegante, uma pessoa esnobe e exigente. Talvez Kendrick não fosse tão sofisticado como ela.

Sim, provavelmente isso. 

Cheguei perto do interfone e apertei o botão para falar com o porteiro. Um homem com uma voz rouca e totalmente entediada me respondeu.

— Quer alugar um quarto?

— Não. Na verdade, eu vim visitar alguém que está hospedada aí.

— Uh, tudo bem. Qual o quarto?

— 505.

— Espere um minuto.

Obedeci e esperei. O interfone começou a tocar uma música de espera que era particularmente bem irritante. Uma mistura do som de um saxofone com vários hey's e yeah's no fundo. E tive que aguentá-la por o que pareceu eternidade até que o homem cansado voltasse a falar.

— Quer falar com Sabrina Oliver, quarto 505, certo?

— Certíssimo. 

— Pode subir. Quinto andar.

Finalmente. Abri a porta de vidro e me dei de frente com uma escadaria. Por um momento me preocupei que iria subir cinco andares de escadas, até que avistei o elevador na parede oposta e suspirei em alívio. Andei até lá e entrei no elevador, apertando o botão do quinto andar. Ele subiu e aquela música – a mesma do interfone – começou a tocar. Revirei os olhos.

A porta do elevador abriu e saí para o corredor dos quartos 500's. 501, 502, 503, 504... E finalmente 505. Era o último da fileira, sendo encostado na borda da parede. Apoiei meu ombro lá e toquei a campainha. 

Sabrina, depois de demorar um pouco – o que eu acho que foi proposital –, atendeu. Ela usava um coque feito apenas com o cabelo e que iria se desmanchar a qualquer instante, junto de um sorriso travesso. Confesso que me surpreendi quando notei que ela só usava um pijama. O tecido era praticamente transparente. 

— Tony Martin. — ela disse, um sorriso em sua voz. — Parece que não conseguiu resistir a minha proposta. 

— Oh, não se ache tanto, Sabrina. Você foi praticamente minha última opção. 

— Praticamente. Não a última.

O coque se desmanchou e seu cabelo loiro caiu sobre seus ombros e suas costas. Não pude evitar um sorriso. Ela estava bonita. (e aquele pijama ainda chamava minha atenção). Assim que entrei, ela fechou a porta e a trancou. Virou-se para mim e deu um sorriso largo.

Aproximei-me dela, ela ainda encostada-se à porta do hotel.

— Então — comecei a falar. —, por que o convite inesperado? 

— Oh — ela respondeu, se aproximando e brincado com o cordão do meu casaco. —, eu achei que você já tivesse sacado. Acho que você é mais sonso do que eu imaginava. 

Oh.

Ela sorriu novamente e olhou para cima, para mim. Aproximou seu rosto do meu, enquanto colocava sua mão em meu pescoço. Ela engoliu em seco e juntou nossos lábios. No começo, eu não fechei os olhos – confesso que fiquei surpreso. Mas depois, peguei sua cintura e a coloquei para mais perto de mim.

Seus lábios eram macios e cheios, algo que eu com certeza sentia falta nela. Não que eu pudesse sentir falta. Eram apenas bom lábios para se beijar. 

Foi quando eu ouvi um soluço escapar de sua garganta e senti uma lágrima salgada em sua boca. Ela se aproximou mais de mim, parecendo que não me deixaria sair. Ouvi-a pegar alguma coisa com a outra mão da mesa ao nosso lado.

Perigo, estúpido!

Então, junto com a sensação de sua língua em minha boca, outra sensação atingiu meu estômago. Uma dor repentina, forte e que ardia. Pude acreditar por um momento que fossem as tais borboletas no estômago – já que nunca as senti. Mas era outra coisa.

Uma faca.

Minha respiração se tornou pesada e eu arfei. Um gemido de dor escapou de minha boca e tentei o mais rápido possível me afastar de Sabrina. Ela aumentou a tensão em meu pescoço e girou a faca em meu abdômen. 

— Sab-. — tentei falar, mas logo ela tirou e penetrou a faca novamente em meu estômago e eu gritei. 

Seu beijo estava salgado e molhado por conta das lágrimas que soltava. Ela finalmente afastou seu rosto do meu e seus olhos estavam vermelhos por causa do choro. Ela apertou mais sua mão.

— O que você-? — disse em uma voz fraca.

— Shh... — ela me interrompeu, sua voz falhando. Ela soluçou de novo e girou a faca novamente. — Vai ficar tudo bem, Tony. 

Ela mexia a cabeça, como se tentasse afirmar o que estava dizendo. Um sorriso triste tomava conta de seu rosto junto de seus olhos inchados e lágrimas em sua face. 

— Você sabe que eu não poderia te matar.

Nesse momento, eu levantei meu olhar para poder ver seu rosto novamente. Eu sabia o que ela estava fazendo.

— Eu só... me cansei de você, querido.

— Sabrina, por favor-.

Ela enfiou mais uma vez e mais forte a faca em meu abdômen, agora sua cara chorosa se contorcendo em raiva. Fez esse mesmo movimento três vezes, até que eu gritasse em dor.

— Dói, não é?! — ela gritou. — Dói pra caralho! E adivinha? Também doeu em mim! 

— Sabrina-.

— Cale a boca! 

Ela tirou a faca do meu abdômen e, cheia de sangue em suas mãos, colocou-a em meu pescoço. Virou-se para me apoiar na porta e aumentou a tensão na faca em meu pescoço. Engoli em seco e olhei para ela.

— Sabe o que eu deveria fazer? Eu deveria te matar, aqui e agora! 

— Você não vai-.

— É claro que não vou! — ela exclamou em raiva. — Porque eu sou diferente de você. Eu não durmo com garotas para jogá-las no lixo depois. 

Ela soltou uma risada áspera pelo nariz, e se apertou mais contra mim na porta. 

— Mas eu vou dar um fim nisso. Sim, sim. Eu vou me vingar e vingar todas as garotas que com certeza se vingariam se elas pudessem. — ela gritou a última parte, como se estivesse frustrada. — E também vou impedir que você mate Rachel. Ela não merece isso.

— Sabrina, você-.

— Acho que é hora que você calar a boca. 

Senti uma dor horrível em meu pescoço e minha cabeça. Então apaguei.

Perigo, estúpido!

Estúpido. Garoto estúpido.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado do capítulo! Eu sinto muito de novo pela demora, eu juro que vou escrever mais essas férias.
Comentário serão sempre bem-vindos e respondidos! ♥



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