Mesmos Nomes. Outras Histórias. escrita por Eduardo Marais


Capítulo 11
Rede de Proteção




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A caminhada é retomada nas primeiras horas da manhã. Desta vez, Regina queria ter mais contato com o pirata e para isso havia retardado seus passos para que ele a alcançasse. Percebendo o desinteresse do pirata em estar ao seu lado, ela mesma toma a iniciativa. Queria conversar com ele, saber de sua história, de seus sentimentos e descobrir se as emoções dele era aquele mesmo misto confuso que existia dentro do coração de Emma, pelo fato de ter crescido por conta própria.

– Obrigado por salvar Adam e a mim do ataque dos macacos voadores.

– Estamos quites e eu poderei retornar daqui.

– Não, senhor! Você colocou seus serviços à minha disposição. Quero que não deixe o serviço pela metade. – atrevida, Regina segura o braço do belo pirata e sente o choque provocado. – O que há entre Adam e você? Por que se odeiam?

– Não odeio o macaco cabeludo. Gosto dele, embora o ache um tanto covarde.

– O que houve? Ele acusa você de ter provocado a perda da noiva dele e muitas mortes.

O pirata exibe um sorriso largo e torna-se muito mais bonito. Logo se tranca novamente.

– Ele não está bem. As constantes mudanças no corpo, mexeram com as conchinhas que ficam dentro do cabeção dele. Criou uma fantasia a acredita piamente nela. Está em devaneio constante, pobre macacão.

– Adam amava a noiva. Ele sofre pela perda...

– Sinto muito, Rainha. Quem ordenou as mortes, foi a Rainha Regina. Em vez de culpá-la ou mesmo puní-la, Adam decidiu fazer um acordo com ela, para vingar-se de mim.

Regina sente-se confortável estando tão perto do pirata. Ele cheirava bem e transmitia segurança, assim como o seu falecido marido.

– Como conseguiu decepar a mão da Rainha?

– Usando uma lâmina. – ele se desvencilha delicadamente do toque de Regina. Gesticula para que ela volte à sua posição na caminhada.

Mais algum tempo de caminhada e chega o momento de descanso. Regina senta-se e bebe um gole da água. Ajeita a capa em torno dos ombros e acentua seus sentidos para vigiar o ambiente.

– A temperatura está abaixando. – comenta Adam olhando para o pirata. – Poderíamos encontrar um local fechado para passarmos a noite.

– Estamos a menos de duas horas da primeira aldeia. – o pirata olha em volta e fixa sua atenção em um ponto. Inclina a cabeça para o lado e aponta com o dedo indicador. – O que é aquilo?

Adam e Regina olham para a mesma direção e os dois empertigam-se numa posição ofensiva.

– Caso não seja uma árvore coberta por gelo...é uma árvore coberta por uma teia... – Adam estreita os olhos para melhorar o foco de visão.

– Meninos, se for uma teia...imaginem o tamanho do buraco de onde saiu...

O rosto do pirata sofre uma alteração e ele sente que precisa concordar com seus companheiros. Lentamente, ele retira a espada da bainha e vê Adam fazer o mesmo.

– Vamos continuar nossa jornada e sair logo daqui. Não sei o que está acontecendo, mas não quero fazer o papel de inseto na cadeia alimentar. – o pirata gesticula para que os companheiros recomeçarem o trajeto.

Com movimentos suaves, os três retomam sua caminhada. Precisavam ficar atentos contra qualquer ataque vindo das matas, fossem de pessoas ou animais. Alguns minutos tensos depois, Regina para subitamente e olha para os lados, aguçando o instinto de defesa dos dois homens.

– Que cheiro horrível é esse? – Adam empunha a espada para atacar o que viesse.

Antes que alguém pudesse responder, duas coisas escuras, imensas e com patas peludas surgem de dentro da mata e estavam ávidas por aqueles insetos que andavam com duas pernas. Rapidamente, Regina gesticula e cria uma redoma para proteger a si e seus companheiros de viagem do ataque das duas aranhas gigantes.

– O que é isso? – grita Adam. – Você nos trouxe para uma armadilha, seu maldito?

– Pensa que eu quero ser comida de aranha, macacão?

Regina sorri perplexa com a dimensão daqueles animais e pela primeira vez em sua vida, consegue ver detalhes naquela anatomia. Não eram tão asquerosas como sempre havia pensado. Eram belas!

– Henry iria adorar isso!

– Por quanto tempo consegue manter essa proteção? – o pirata estende a mão e toca a redoma. Encanta-se com a sensação. - Parece vidro...

– Eu jamais imaginaria ver aranhas deste ângulo... – totalmente encantada, Regina cobre os lábios com os dedos.

– Fico feliz que não estejamos vendo pelo ângulo de dentro da barriga delas.

Adam ainda não conseguia acreditar no que estava diante de seus olhos. Mas por que estava duvidando daquilo? Tudo era incomum em sua vida e agora não poderia surpreender-se com aquelas aranhas gigantes! O pirata era filho de uma nereida; ele próprio se transformava em fera na lua cheia; um portal havia sido aberto e Regina havia caído dele; estavam em busca de uma feiticeira para quebrar a maldição. Por que ficar surpreso com aquele ataque? Ele sorri.

– Isso é incrível! Mas donde veio?

– Desde que pisamos na ilha, a Sombria está observando nossos passos, macacão. – os belos olhos celestes do pirata estão fixados na expressão bonita de Regina. Ele sorri encantado com o que estava vendo. Ela era apaixonante.

– Por que ela está nos atacando?

– Medo de nós, macacão.

– Criaturas poderosas como ela, têm medo?

– Claro que sim. São as que mais têm medo. – ele mantém seus olhos no rosto bonito de Regina.

Regina não continha seu sorriso abobalhado. Vira-se para o pirata e aperta-lhe os ombros.

– Elas não são lindas?

– Aranhas? Lindas? – Adam não acredita no que vê.

Gesticulando e apontando na direção das aranhas furiosas, Regina consegue diminuir o tamanho delas. Em questão de segundos, as duas estão em seu tamanho natural, correndo de volta para a mata.

– Vamos, meninos! Temos um longo caminho pela frente! – ela sorri debochada e adora a sensação de comandar aqueles dois homens.

Adam e Rumpelstichen entreolham-se. Obedecem a ordem da mulher.

–Macacão?

– Hum?

– Acho que tudo ficou lacrado aqui atrás. Vou ficar uma semana sem cagar.

– Eu também.


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