The Last Year escrita por Yasmin Camacho


Capítulo 15
capítulo 15 - Somewhere in paradise




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Todo o grupo da turma já estava reunido no aeroporto. Harry e Chloe estavam de mãos dadas o que tornava o momento extremamente desagradável para Dianna que bufava. O clima era de animação, em meio a risos e conversas descontraídas. O local estava mais cheio que o comum devido ao grupo escolar. A ansiedade era grande pra todos, que estavam empolgados com os eventos que se seguiriam a viagem. O México era um lugar grandioso em cultura, e cheio de novidades, coisas fora do comum, algo que para a maioria ali era quase que uma necessidade, fugir do cotidiano, dos problemas da rotina e do colégio. Talvez aquilo fosse finalmente deixar o ar mais leve.

–Estão todos aqui? – Perguntou Harry olhando ao redor.

–Candy e Courtney foram comprar umas revistas. – Giovanna respondeu. Nesse momento um dos servidores do aeroporto se aproximou com uma expressão um tanto duvidosa.

–São do colégio Seattle High School? – Ele perguntou.

–Somos sim, eu sou Harry Evans, responsável pelo grupo. – Respondeu apertando a mão do velho senhor.

–Sr. Evans, tivemos um pequeno problema com suas passagens. – Ele disse fazendo Harry franzir o cenho.

–O que houve? – Perguntou.

–Parece que um dos nossos funcionários se equivocou e marcou algumas passagens para horários diferentes, então terão que ir em voos diferentes, um daqui há meia hora e o outro daqui há uma, é uma pouca diferença, mas significa uma divisão de seu grupo. – Ele disse.

–Entendo, bom, isso não é o problema, essa é Chloe Olsen, ela é a outra professora responsável, ela pode ir com o outro grupo em um dos voos. – Harry respondeu enquanto Chloe assentiu

–Ótimo. – O velho senhor sorriu. – Bom, então eu preciso verificar as passagens para que não haja mais nenhum equívoco. – Disse.

–Me coloque no segundo voo. – Chloe pediu. – É bom que dá tempo de eu comprar algumas coisas. – Disse.

–Então, com o seu grupo, tem que ir as passagens de número 6,3,4,7,8,5,10,13,16 e 9.

–Seis sou eu. – Disse Paul.

–Eu sou quatro. – Respondeu Candy encarando-o por leves segundos, até que ele mesmo fez questão de cortar aqueles olhares. – A Courtney é a dezesseis. – Disse abraçando a amiga. Aos poucos o grupo de Chloe foi se formando, eles eram: Paul, Candy, Courtney, Brandon, Joe, Daniel, Giovanna, Santana, Rachel e Belatrix. – Disse.

–Ótimo. – Chloe sorriu torto.

–Então o restante dos alunos poderá ir no voo de agora. – O velho senhor sorriu. –Espero que tenham uma boa viagem. – Desejou antes de se retirar.

–Não acredito que eu vou sozinha. – Dianna bufou para Giovanna.

–Pelo menos não vai com a Belatrix. – Santana rolou os olhos. – Boa viagem, Di. – Desejou dando um abraço na amiga vendo que já era hora do embarque.

–Bom, vamos então, pessoal. – Disse Harry já adentrando na cabine de voo que os direcionaria para dentro do avião. Todos buscavam seus respectivos acentos conforme indicados em seus cupons de passagens. Harry se sentou na cadeira de número 10 e para sua surpresa Dianna estava bem ao seu lado na de número 11. Ela bufou.

–Acho que você sentou no lugar errado. – Ela alertou sem encará-lo.

–Não, eu estou no lugar certo. – Harry bufou também.

–Que ótimo. – Dianna reclamou.

–Por que está tão hostil? – Harry perguntou sem encará-la.

–Acho que tenho motivos de sobra. – Ela disse dando uma olhada ao redor, para garantir que ninguém estava encarando-os, principalmente por que Melanie estava numas cadeiras atrás deles, junto a Lucy.

–Não concordo, já que está feliz com seu novo namorado. – Harry riu em tom debochado, fazendo Dianna rir.

–Que bom então, porque você também está muito feliz. – Ela disse enquanto Duan se sentou do outro lado de Dianna. – Ah, Duan, que bom que é você, será que pode trocar de lugar comigo? – Dianna pediu fazendo Harry rolar os olhos.

–Quanta maturidade. – Comentou Harry quase num sussurro.

–Ah, é que eu sou apenas uma criança, Sr. Evans. – Ela explicou num tom debochado.

–Tudo bem. – Duan sorriu. – Mas não quero ficar no meio de nenhuma briga. – Ele disse sem jeito.

–Não vai. – Harry disse seco antes de estender um livro de química sobre as mãos para ler. Coincidentemente Dianna fez o mesmo, e era o mesmo livro.

–Legal vocês estarem lendo o mesmo livro. – Duan riu com o comentário, mas foi ignorado. – Vai ser uma viagem longa. – Comentou.

–Tem razão. – Dianna disse seca. – Jennifer! – Ela chamou a mesma que estava sentada ao lado de Penny e Charlie. – Será que pode trocar de lugar comigo? Aqui está muito perto da janela e eu tenho medo. – Disse enquanto Harry fingia ignorá-la.

–Claro. – Jenny sorriu caminhando até ela para trocarem de lugar.

–Obrigada. – Dianna sorriu para ela que apenas sorriu de volta.

–E aí, Jenny. – Duan sorriu antes de estender a mão para ela bater e ela assim o fez.

–Oi, Duan. – Ela respondeu simpática, - Olá, professor. – Disse. Harry olhou para ela e sorriu, mas logo encarou Dianna caminhando para outra poltrona. Dianna finalmente alcançou a poltrona ao lado de Penny. Charlie estava de fones e parecia pronta para dormir.

–Dianna! – Penny saudou. – Como está? – Perguntou.

–Tudo bem. – Dianna respondeu com um sorriso torto, antes de encarar Harry de longe.

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No outro voo que saiu alguns longos minutos depois, Santana conseguiu se sentar ao lado de Brandon, o que a deixou extremamente feliz. Já Giovanna se sentia completamente irritada por ter que sentar ao lado de Bella, mas para sua sorte, Courtney estava ao seu lado também, o que tornava a experiência menos desagradável, já que Belatrix colocara seu fone de ouvido e uma máscara de dormir. Candy se sentou e pôde constatar Paul ao seu lado. Ela respirou fundo.

–Ah...oi. – Ela disse com um breve sorriso. Paul apenas sorriu de volta. – Que coincidência sentarmos juntos. – Candy completou.

–Pois é. – Paul disse seco.

–Até quando você vai me tratar mal assim? – Candy reclamou.

–Não estou tratando-a mal, Candy, eu só não quero criar problemas para você. – Disse sem encará-la.

–Paul, olha pra mim. – Candy pediu, mas ele a ignorou. – Eu sei que eu errei, sei que te magoei, mas eu não tive escolhas. – Nesse momento Paul se virou pra ela. Ela o encarou com todo o amor que tinha, admirando seu belo rosto.

–Você tinha escolha, Candy e você escolheu duas vezes. – Paul sorriu torto. – Tudo bem, tá legal? – Ele voltou a encarar o céu azul pela janela do avião.

–Você pode me escutar? – Ela perguntou irritada.

–Melhor não. – Paul disse sem encará-la e logo levou os fones de ouvido ao mesmo para não escutar mais nada. Candy suspirou e se virou para o outro lado antes de também colocar seus fones. Do outro lado do avião, Santana e Brandon conversavam, soltando alguns sorrisos. Brandon a fitou.

–Santana, me desculpe por todas as coisas horríveis que eu já disse a você. – Ele comentou tristonho.

–Por que está dizendo isso? - Santana franziu o cenho.

–Sempre a tratei mal, te xinguei, e a chamei de fácil, mas agora eu vejo que você não é assim, e é ótimo poder ser seu amigo. – Ele segurou sua mão fazendo-a sorrir.

–Já te disse pra não fazer assim. – Santana corou.

–Desculpe. – Brandon sorriu de volta. – Sabe, eu gosto muito de você. – Brandon deu uma piscadela pra ela.

–Você fez de novo. – Santana riu fazendo-o rir também.

Em algumas cadeiras afastadas Giovanna e Courtney conversavam. Estavam descontraídas, apesar da presença indesejada de Bella que a essa altura dormia angelicalmente, ou pelo menos parecia. – A Sants e você já se resolveram mesmo? – Perguntou Courtney.

–Já sim, eu juro. – Giovanna sorriu.

–Fico feliz. – Courtney sorriu de volta.

–Ei, Court. – Disse Giovanna. – Você e o Peter, como estão? – Perguntou.

–Como assim? - Courtney perguntou confusa.

–Ah, você sabe, vocês estão a cada dia mais próximos. – Giovanna sorriu maldosa.

–Gio, nós somos apenas amigos. – Courtney sorriu. – Ele ama a Santana. – Ela deu uma leve suspirada que fez Giovanna rir de leve.

–Ele não parece amar a Santana. – Disse. – Mas e você, o que sente? – Giovanna perguntou fazendo-a corar.

–Ah, Gio, ele é meu amigo, é como um irmão. – Courtney sorriu torto.

–Sei. – Giovanna riu também. – Eu vi o modo como olhou pra ele enquanto se apresentou na audição, e isso não parecia nem um pouco o modo como eu olho o Duan. – Giovanna comentou antes de Courtney soltar uma risada leve.

–Sei o que pode parecer, mas somos apenas amigos, e ele nunca esconderia se sentisse algo por mim. – Ela disse antes de sorrir torto pra Giovanna que apenas assentiu.

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Quando todos chegaram ao México no belo hotel Las Ventanas Al Paraiso ficaram encantados com o lugar. As piscinas eram feitas de água natural, vinda dos belos oceanos limpos e azuis num tom perfeito. A decoração era toda feita por folhas e flores, que davam um ar tropical ao local. Além disso, o sol iluminava o céu que decorava o hotel totalmente aberto.

–Esse lugar é lindo. – Giovanna comentou encantada.

–Eu disse. – Santana sorriu encarando-a.

–Sinto cheiro de galinhas. – Belatrix comentou para si mesma, porém alto o suficiente para todos escutarem.

–Bom, eu só estou vendo uma galinha aqui. – Santana caminhou até ela.

–Mesmo? – Bella falou com um sorriso irônico. – Na verdade acho que vem de você, talvez seu cheiro mexicano aumente quando está na sua terrinha. – Belatrix rolou os olhos antes de soltar um riso forçado.

–Já chega! – Harry disse num tom sério. – Já nos registrei, e os quartos já estão divididos entre meninos e meninas, e vocês podem escolher seus parceiros de quarto. – Ele disse. – E que fique claro que não é permitido casais no mesmo quarto, nem adianta tentarem. – Completou fazendo todos rirem.

–Deixem suas coisas, e fiquem à vontade para curtirem o lugar. – Chloe deu uma piscadela para todos que rapidamente se encaminharam a seus quartos para poder guardar suas coisas. Aos poucos todos foram achando seus respectivos quartos no grandioso hotel. Giovanna e Santana caminharam juntas até a porta de um dos quartos.

–Estamos juntas. – Giovanna sorriu. – Como sempre. – Completou fazendo Santana rir. – Sants, eu queria te pedir desculpas de novo pelo mal-entendido do jornal. – Ela começou a falar enquanto Santana desfazia sua mala calmamente.

–Já falamos disso. – Santana disse num tom um tanto incomodado. – Eu exagerei. – Disse.

–Não, quem exagerou fui eu. – Giovanna falou pontualmente. – Eu deveria ter acreditado em vocês, ou pelo menos em você, afinal você nunca mentiu pra mim. Sei que posso confiar em você. – Giovanna sorriu. Santana engoliu a seco, podia sentir um arrepio desde sua espinha devido aquelas palavras doces e tão enganadas de Giovanna.

–Pois é. – Santana disse antes de respirar fundo. – Mas já estamos bem, então vamos esquecer o assunto. – Ela abraçou Giovanna que sorriu abraçando-a forte também.

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Peter estava sentado em uma cadeira de praia bem de frente para o lindo mar do hotel junto a Brandon e Joe. Os três riam e conversavam enquanto pegavam sol e descansavam da viagem. Peter segurava em uma das mãos uma garrafa d’água, os óculos escuros escondiam seus belos olhos azuis. Sem camisa os três esbanjavam os belos músculos. Peter desviou os olhos sem grandes motivos ainda rindo da conversa com os meninos, até que seus olhos avistaram Courtney saindo da água, com um biquíni vermelho.

–Ai meu Deus, Courtney! – Peter arregalou os olhos sem conseguir desviá-los de Courtney que acenou de longe com um enorme sorriso. O corpo de Courtney era extremamente proporcional, o que só a deixava ainda mais bonita dentro daquele traje.

–Nossa, nunca tinha reparado direito na Courtney, ela não é de se jogar fora. – Disse Brandon abaixando os óculos para admirá-la.

–Cala a boca, Brandon! – Ordenou Peter jogando a garrafa d’água em Brandon fazendo com que Joe soltasse uma risada.

–Achei que era a fim da Santana. – Disse Joe olhando para Courtney sem muitas reações.

–Eu gosto, é só que ela é minha amiga e o Brandon não é um cara legal pra ela. – Peter tentava desconversar ainda olhando para Courtney que escorria os longos cabelos loiros.

– Ela é bem gostosa, já sei quem eu quero no luau de hoje à noite. – Disse Brandon mordendo os lábios, fazendo com que Peter levantasse com raiva levando consigo uma toalha nas mãos.

–COURT! - Berrou Peter correndo em sua direção com a toalha.

–Oi, Pet! – Ela sorriu enquanto ele enrolava a toalha em seu corpo. – O que está fazendo? – Perguntou Courtney confusa.

–Ah...eu só ... – Peter gaguejava enquanto pensava numa boa desculpa – Você não sabia que ficar de roupa de banho aqui nesse país é uma grande falta de respeito? – Peter fez uma careta como se não acreditasse no que tinha dito. Courtney arregalou os olhos assustada.

–Nossa, eu não sabia, mas por que todos estão de biquíni? – Perguntou Courtney olhando ao redor.

–Porque todos eles são um bando de pessoas desrespeitosas, desinformadas e más! – Peter sorria de leve esperando que Courtney acreditasse em suas desculpas.

–Nossa, que horrível, eu vou me trocar! – Disse Courtney segurando a toalha com firmeza. – E a propósito obrigada por me avisar Pet, gosto daqui e não gosto de faltar com o respeito. – Courtney se apoiou no ombro de Peter e deu um beijo em sua bochecha que rapidamente rosou.

–De nada, Court. – Ele sorriu enquanto ela corria enrolada na toalha em direção ao quarto. Peter sorrindo com a inocência angelical de Courtney retornou a cadeira enquanto Brandon e Joe o encaravam com uma das sobrancelhas levantadas e sorrisos leves em seus rostos.

–Santana...Sei. – Disse Joe encarando Peter que engoliu a seco.

–Santana sim! – Respondeu Peter colocando os óculos e se recostando na cadeira.

Depois de alguns minutos lá estava a doce Courtney, com uma blusa cor de rosa e um short branco, nadando feliz no belo mar azul do hotel. Peter de longe a olhava com um sorriso bobo no rosto, e sem perceber não desviara seu olhar desde que ela voltou do quarto. Depois de um tempo Santana e Candy se aproximaram do mar para observar Courtney, e ambas levantaram as sobrancelhas.

–Courtney, minha querida por que está nadando de roupa? – Perguntou Santana levando as mãos à cintura.

–Por que vocês estão de biquíni? Não sabem que isso é falta de respeito aqui nesse país? – Disse Courtney saindo da água de olhos arregalados encarando Candy e Santana que não entendiam suas palavras.

–Falta de respeito? – Perguntou Candy pegando na mão de Courtney que balançou a cabeça em sinal positivo. – De onde você tirou isso? – Disse Candy sorrindo de lado.

–Foi o Pet quem fez o favor de me contar, afinal não quero ser desrespeitosa como vocês duas estão sendo. – Disse Courtney torcendo os lábios enquanto olhava Santana de cima a baixo.

–Courtney, acha que eu não saberia o que é falta de respeito bem aqui no México? Esqueceu que eu sou daqui? – Disse Santana levando uma das mãos ao rosto. – Não queria te dizer, mas o Peter te enganou. – Disse Santana encarando-o de longe, o que fez ele disfarçar olhando para o outro lado.

–Peter...acho que já entendi. – Disse Candy olhando de cara feia para ele. – Courtney, por que não vai colocar o biquíni e volta a nadar? – Disse Candy dando um abraço em Courtney que se soltou rapidamente e andou na direção de Peter.

–Peter, por que me disse aquilo? Queria me fazer pagar de boba na frente de todos? – Courtney levou as mãos à cintura e franziu a testa.

–Desculpa, Court, eu pensei que tinha lido isso em algum lugar, mas me enganei, desculpa, por favor. – Disse Peter se levantando e pegando nas mãos de Courtney que abaixou a cabeça. Brandon e Joe se puseram a rir baixo, e Peter os encarou de cara feia, torcendo os lábios.

–Tudo bem, Pet, eu vou me trocar de novo então, mas, por favor, preste mais atenção não aguento mais trocar de roupa! – Courtney caminhou na direção de seu quarto.

–Tudo bem! – Peter acenou de longe enquanto Courtney caminhava. Candy cruzou os braços e se pôs na frente de Peter que olhou para o lado disfarçando.

–Pensou ter lido em algum lugar. Eu nunca ouvi falar de uma coisa tão louca como essa de que é falta de respeito nadar de roupa de banho em qualquer que seja o país. – Candy fez careta.

–É por isso que tá levando bomba na escola. – Peter riu de leve.

–Estou levando bomba em álgebra. – Disse Candy tombando a cabeça para direita. As palavras de Candy fizeram Peter morder os lábios.

–E eu em geografia. Tchau, Candy! – Peter saiu andando para escapar de Candy.

–Ou talvez esteja com ciúmes! – Candy gritou de longe o que fez Peter parar de costas pra ela.

–Ciúmes? Não sei do que está falando! Gosto da Santana e você sabe! – Ele voltou e a encarou assustado fazendo-a gargalhar.

–Santana sei... – Disse Candy encarando-o. Peter bufou.

–Por que tá todo mundo dizendo isso? – Ele saiu andando resmungando o que fez Candy rir enquanto pegava a garrafa de água em cima da cadeira para beber. Ela apenas sorriu esperta para os meninos que a cumprimentaram acenando com a cabeça. – Sants, eu vou comprar um suco, você quer? – Perguntou de longe. Santana não respondeu, apenas se aproximou de todos, fazendo Brandon encará-la de perto dentro de um biquíni em tons amarelados que lhe ressaltava o busto.

–O que disse? – Ela perguntou.

–Se quer um suco, eu vou comprar. – Disse Candy.

–Ah quero sim, de laranja, por favor. – Santana sorriu antes de se virar pra eles e sorrir. – Oi, Joe, oi, Brandon... – Ela disse com as bochechas coradas. Joe sorriu como resposta.

–Olá, Sants... – Brandon sorriu um tanto bobo.

– Bom, eu vou lá com a Can... – Ela disse rapidamente se afastando deles, porque por algum motivo pela primeira vez na vida se sentia envergonhada por estar de biquíni na frente de um cara, o que era estranhamente fora do comum de Santana e a deixava irritada. Brandon sorriu encarando-a de longe e logo levou um empurrão leve de Joe em seu ombro.

–Que sorrisinho foi aquele? – Joe perguntou rindo.

–Do que está falando? – Perguntou Brandon franzindo o cenho.

–Cara, eu vi como sorriu pra ela, não minta. – Respondeu.

–Você é louco! – Brandon riu. – Ela e eu temos nos tornado amigos e eu estou tentando ser simpático. – Completou.

–Vai dizer que não gostou do que viu naquele biquíni? – Joe gargalhou fazendo Brandon corar.

–Deixa de ser babaca. – Ele riu encarando novamente Santana que sorria ao conversar com Candy. – Ela tá linda mesmo, né? – Brandon perguntou fazendo Joe rir.

–Bom saber que conhece outros adjetivos além de “gostosa”. – Respondeu sarcástico.

–Você é um completo babaca, é sério, acha que eu sou um pervertido, mas eu tenho sentimentos. – Brandon rolou os olhos.

–Eu vejo que tem, e tem pela Santana. – Joe sorriu.

–Infelizmente, os únicos sentimentos que tenho são pela Bella. – Brandon bufou se recostando sobre a cadeira.

–Pode até ser, mas vai por mim, cara, vai rolar entre você e a Santana. – Disse Joe num tom extremamente sério o que fez Brandon suspirar.

–Não vai. Ela é minha amiga e apenas isso. – Brandon respondeu agora colocando os fones de ouvido a fim de terminar ali aquela conversa.

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Harry e Chloe estavam sentados na varanda do hotel, bem na beira da praia, ambos pegando sol. Harry estava sem camisa e óculos, e Chloe usava um maiô em tons coloridos estampado. Como de costume, ela chamava mais atenção que o cenário o que fazia Harry rir sempre que a encarava.

–Dá pra parar de rir? – Chloe perguntou irritada.

–Desculpe, mas você tá parecendo um arco íris ambulante com esse maiô. – Ele comentou fazendo as bochechas dela corarem de raiva.

–Eu gosto, Hazz e seria bom se você parece de caçoar de mim toda vez que me vê. – Ela comentou fazendo Harry emitir uma careta. – Esse é o lado ruim de ser sua amiga, as vezes você é sincero demais e esquece que eu sou sua namorada e você deveria mentir dizendo que me acha linda sempre. – Ela reclamou fazendo Harry gargalhar agora.

–Tem razão. – Ele disse pontual. – Me perdoe, eu adorei o seu maiô, ele é extremamente sexy. – Harry falou fazendo ela rir também.

–Você é um idiota. – Chloe respondeu em tom de brincadeira fazendo-o rir. – Sabe eu estava pensando em ligar pros meus pais, marcar um dia pra eles virem pra cidade, assim você pode finalmente conhece-los o que acha? Não chega a ser algo fácil já que eles são divorciados, mas por esse motivo aposto que eles ficariam sentados na mesma mesa sem enfiarem uma faca um no outro. – Ela sorriu enquanto perguntava. Harry engoliu a seco.

–Bom... É um grande passo né. – Harry disse entre os dentes.

–Hazz, estamos juntos há quatro meses, se não dermos pelo menos esse passo nunca vamos dar nenhum. – Ela disse em tom de briga fazendo-o revirar os olhos por debaixo dos óculos escuros.

–Tudo bem. Pode marcar, quando achar melhor. – Ele respondeu. Chloe o encarou com um semblante irritado.

–É só isso que tem a dizer? – Ela perguntou.

–O que você esperava que eu dissesse, Chloe? – Harry perguntou confuso.

–Que tal dizer que também quer que eu conheça seus pais? – Ela o indagou fazendo-o rir frouxo.

–Eu não vejo meus pais há um ano, Chloe, eles vivem viajando a trabalho, você sabe disso, não vai adiantar eu ligar e dizer a eles pra aparecerem, não é tão fácil. – Harry falou calmamente. Chloe mais uma vez bufou demonstrando seu desagrado.

–Nada é fácil, não é, Hazz. – Ela disse seca voltando a se recostar sobre a cadeira.

–O que quer dizer? – Ele perguntou sem entender o motivo da irritação dela.

–Nada. – Chloe disse irônica. – Quer dizer, conhecer nossos pais é difícil, me chamar de amor é difícil, conversar comigo é difícil. – Ela falou fazendo Harry suspirar.

–Olha, eu faço o meu melhor por você e você sabe disso, eu só não posso ter controle da vida dos meus pais, e eu não chamo você de amor porque eu não sou assim, quer dizer eu gosto do seu nome, qual o problema do seu nome? Você também só me chama de Hazz. E nós conversamos, claro que conversamos! – Ele falou um tanto confuso e devidamente nervoso. Sabia exatamente o motivo de suas restrições com Chloe, não queria ser falso, nem forçar nada, tampouco fingir mais do que já fingia estando nesse relacionamento. Seria o cúmulo da ingratidão e do abuso trata-la como trataria Dianna, e ele sabia disso, por isso continuava a trata-la como sempre a tratou quando eram apenas amigos.

–Você sabe que nós não conversamos droga nenhuma. – Chloe revirou os olhos. – E eu te chamo de Hazz porque tenho medo de te chamar de amor e você caçoar de mim como sempre. - Ela rolou os olhos.

–Tudo bem, me perdoe, o que acha de conversarmos agora? – Ele perguntou fazendo-a suspirar longamente, mas em seguida ela sorriu frouxo.

–Tudo bem. – Ela disse num sorriso curto.

–Eu vou até começar. – Harry sorriu. – Eu estava lendo uma tese incrível de radioatividade gama, eu fiquei maravilhado como tudo isso evoluiu desde a época que eu fiz minha tese. – Ele disse, mas logo parou ao reparar o semblante de desagrado no rosto de Chloe. – O que foi? – Perguntou confuso.

–Desculpe, Hazz, mas esse assunto é um saco. – Ela riu. – Sei que você ama química, mas eu não sei nada de química e detesto, então que tal falarmos de algo importante? – Chloe o indagou fazendo-o suspirar longamente.

–Isso é importante pra mim, e eu não ia falar sobre química, eu ia falar sobre mim, sobre estar pensando em fazer um curso de meio período pra me atualizar. – Harry falou num tom um tanto incomodado, mas que Chloe fez questão de ignorar.

–Boa ideia. – Ela disse pontualmente. – Bom, agora é minha vez, eu vi um casaco de pele incrível na boutique perto do Outback da rua dez, mas gastei todo o meu dinheiro do pagamento investindo numa banheira nova. – Ela riu.

–Que incrível. – Harry sussurrou num tom irônico, que ainda assim foi imperceptível pra Chloe que continuou falando.

–A propósito eu estava pensando se devo mesmo comprar esse casaco, afinal eu preciso de algo pra usar na festa de inauguração da galeria da Martha e você sabe que a Susan ama me imitar, um casaco de pele seria tão óbvio, e eu me mataria se chegasse na maior exposição que a cidade vai ter usando a mesma roupa que a brega da Susan. – Chloe riu. – Ela ainda usa xadrez, acredita? – Chloe falou encarando-o e ele apenas sorriu torto. Logo ela voltou a falar sobre mil coisas que considerava importante, fazendo Harry suspirar e rolar os olhos sempre que podia. Chloe era uma mulher incrível e inteligente, além de linda e descolada, ele sempre gostou de conversar com ela quando eram amigos de faculdade, mas agora se questionava exatamente o por que, afinal, aqueles sempre foram os reais assuntos dela, talvez na época por ser um adolescente ele gostasse de ouvir as mil futilidades rebeldes e decididas que Chloe falava, e de certa forma as achasse destemidas demais a ponto de serem admiradas. Mas agora ali, pensando que estavam dentro de um relacionamento de adultos, era quase que torturante falar sobre casacos de pele ou mal de pessoas que ele nem sequer conhecia, mas que ainda assim ela fazia questão de falar. Além do mais, Chloe odiava todo assunto que Harry se importava, ela preferia falar de si mesma ou reclamar de algo que esperava que ele fizesse. Isso o fazia sentir mal, porque ele realmente tentava se comunicar com ela, aumentar a relação e a intimidade entre eles, afinal realmente queria se apaixonar por Chloe, mas ela era diferente demais dele em mil aspectos, e ele não conseguia falar ao telefone com ela mais que cinco minutos, algo totalmente diferente do que tinha com Dianna que sempre gostou de ouvi-lo e dividia interesses mútuos. Mas ele estava decidido a se esforçar e por isso continuou ali parado deixando-a falar abertamente sobre suas questões. De repente, seus olhos focaram na entrada do hotel para ver Dianna saindo pela porta acompanhada de Rachel e Duan. Ela estava radiante. Usava um biquíni em tons azul marinho e branco, e usava uma pequena saia também branca sobre a cintura. Os cabelos soltos voavam livremente, e seus olhos estavam ali descobertos de quaisquer óculos, demonstrando maior beleza ainda quando o sol batia sobre seu rosto. De repente era como se as palavras de Chloe estivessem sendo totalmente ignoradas. Duan e Rachel se afastaram dela começando a caminhar em direção a algum lugar, e ela então pôde percebe-lo ali, sentado de longe a observando o que a fez corar por uns segundos.

–Hazz? – Chloe perguntou. – Harry! – Ela chamou agora mais alto fazendo-o despertar.

–Ah, oi. – Ele disse.

–Não estava escutando nada? – Chloe perguntou irritada.

–Claro, estava sim, eu só me distraí agora porque vi o Duan e a Rachel caminhando pra Leste do hotel e eu soube que lá tem uma cachoeira incrível, pensei que poderíamos ir até lá. – Harry sorriu.

–Entendi. – Chloe sorriu. – É muito romântico da sua parte, mas sabe que eu odeio água gelada. – Ela suspirou fazendo Harry morder os lábios como se buscasse controlar sua paciência que queria se esgotar a qualquer momento. Ele então preferiu encarar Dianna novamente que continuava ali parada, o que o fez sorrir. Porém de repente Daniel apareceu por trás dela segurando-a fortemente pela cintura e virando-a para ele depositando um longo beijo em seus lábios. Harry pôde sentir que deixou um semblante de choque tomar conta de seu rosto. Ele sentia seu corpo queimar por dentro e só queria levantar e arrancá-lo dela, principalmente ao ver o modo como ele a segurava com propriedade. Ele respirou fundo em busca de controle. Sabia que não podia fazer nada a respeito e se sentia péssimo por isso, corroendo-se de ciúmes. Quando os dois finalmente saíram de sua frente começando a caminhar, ele lembrou-se de respirar. Encarou Chloe que ainda falava algumas coisas sem sentido e importância. Colocou novamente os óculos sobre os olhos e se recostou de novo na cadeira, ainda pensando no que acabara de ver.

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https://www.youtube.com/watch?v=CPD7Bf4BfFIEscute As long as you love me, Backstreet boys.

Duan e Rachel estavam sentados numa enorme pedra na beira de uma cachoeira do hotel. Os dois riam em meio a beijos doces e música suave que tocava no celular dela. Duan se sentia feliz como nunca. Rachel ali sorrindo pra ele e sendo alguém que realmente se importava com ele e seus sentimentos era algo a se admirar. Ela tinha o dom de entende-lo de maneira que nem ele conseguia e achava isso admirável. Ele a abraçou forte, colocando-a sobre seu colo para agora beijar suavemente seu pescoço fazendo-a rir.

–Eu amo você. – Duan disse em seu ouvido o que a fez sorrir.

–E eu amo você. – Rachel disse encarando-o.

–Obrigado. – Duan sorriu pra ela fazendo-a franzir o cenho.

–Pelo que? – Ela riu confusa.

–Por ser quem você é. – Duan começou a falar. – Eu nunca tive isso aqui. Um lanche romântico na frente de uma cachoeira linda, alguém sorrindo pra mim e me beijando com amor, brincando e conversando comigo, sem dizer nem sequer uma vez que eu não faço as coisas direito ou que estou engordando e vou estragar tudo, todo o status, toda a popularidade. – Duan riu frouxo. – Você é tudo o que eu sempre sonhei e eu te peço perdão por não ter visto isso desde o primeiro dia em que te vi. – Duan completou fazendo-a sorrir.

–Duan... – Ela se virou pra ele para poder encará-lo melhor. Suas mãos pousaram delicadamente sobre o rosto dele fazendo-o fechar os olhos para sentir o toque suave da pele dela na dele. – Eu não me importo com a sua aparência, com sua posição no time, com o quão popular você é. – Ela riu frouxo fazendo-o rir também. – Eu só me importo em estar aqui agora nos seus braços ouvindo você dizer que me ama. – Rachel sorriu.

–Eu vou amar você pra sempre. – Duan sussurrou pra ela que corou.

–Eu também. – Rachel riu. – Mas agora eu quero te desafiar a pular nessa cachoeira gelada. – Rachel disse se colocando de pé fazendo ele rir. Ela então o encarou de forma intensa e começou a tirar de seu corpo o pequeno vestido que o cobria para exibir um biquíni de cor rosa. Duan sorriu enquanto seus olhos encaravam cada centímetro do corpo dela. Rachel lhe lançou um olhar envergonhado agora por perceber como ele parecia atentar a cada parte dela. Ela riu frouxo e então pulou na água gritando.

–Tudo bem. – Duan falou rindo e retirou sua camisa, ficando apenas de calção de banho e pulando logo em seguida atrás dela enquanto ela gargalhava por ver sua expressão de tensão. Os dois riram enquanto jogavam água um no outro, mas Duan logo a puxou pra perto para depositar um beijo longo e intenso nos lábios de Rachel que segurava firmemente em sua nuca. Eles se encaravam de forma ainda mais romântica agora, como se todo o local ali em volta propiciasse um momento ainda mais cheio de ternura pra ambos. Logo eles estavam brincando, jogando água um sobre o outro, em meio a risos descontraídos. Duan então a puxou pela cintura e a levantou par jogá-la sobre a água de novo, antes de mais uma vez deixar seus lábios tocarem os dela com amor. Bella os observava de longe. Sentia raiva que a consumia, e poderia estragar aquele momento agora mesmo. Ela buscava manter o controle, mas era difícil quando sentia que não possuía mais nenhum, principalmente sobre Duan. Precisava pensar em algo, separar os dois e ter Duan de volta pra ela se quisesse ter sua popularidade de volta. De repente então ela sorriu num tom maldoso como se acabasse de pensar na ideia perfeita para destruir aquele romance.

–Aproveitem agora, imbecis. – Bella falou baixinho. – Eu vou separar vocês. – Completou lançando um olhar intenso para ambos que distraídos não a viram. Ela então deu as costas para a cena e começou a caminhar em direção ao hotel.

*******************

A noite era calma no belo hotel. O céu enfeitava o cenário com uma lua cheia totalmente brilhosa e estrelas que pareciam luzes, que combinada a brisa suave do mar que batia nas folhas do belo hotel dava um visual perfeito para qualquer evento. Reunidos num salão aberto, um espaço especial para um luau, todos bebiam drinks, riam, brincavam e comiam maravilhosos petiscos oferecidos pelo lugar. Brandon se balançava suavemente enquanto curtia a música que tocava num tom agradável, porém sua atenção logo se voltou para um “psiu” vindo de dentro do jardim. Era Bella. Obviamente, por mais que quisesse, ele não conseguiu evitar de ir a seu encontro.

–Bella? – Ele sorriu, e Bella sorriu de volta da forma mais angelical que pôde.

–Meu amor. – Ela disse amorosa. – Que saudade. – Completou.

–Eu também senti sua falta. – Ele correu para abraça-la da maneira mais calorosa que pôde, mas pra sua surpresa, não conseguiu sentir as mesmas coisas que sentia quando fazia isso antes. Parecia que quando a ansiedade de fazer isso passou, se tornou apenas isso, ansiedade, agora domada e resolvida, e não mais os mesmos sentimentos loucos. Talvez ele estivesse apenas magoado ainda com as palavras rudes dela, mas sabia o que sentia, então preferiu ignorar. Bella rolou os olhos naquele abraço. - Vamos ficar juntos agora? – Ele perguntou sorrindo.

–É claro, meu amor. – Ela sorriu. – Mas antes eu preciso da sua ajuda. – Disse com um sorriso agora maldoso que fez Brandon franzir o cenho.

–O que houve? – Ele perguntou.

–Bom, eu quero ficar com você, Bran, mas pra isso funcionar e ficarmos no topo de novo, eu preciso separar o Duan da Rachel de uma forma bem traumática, sabe? – Bella riu. Brandon era atento as suas palavras. – Não me entenda mal, mas preciso do Duan de volta para reestabelecer minha popularidade e assim reestabeleço a sua também. - Ela agora acariciava o rosto dele.

–O que quer que eu faça? – Brandon perguntou confuso.

–Quero que me ajude a separá-los. – Ela fez cara de óbvio. – É simples. – Sorriu. Brandon bufou, mas permaneceu ali ouvindo as insanidades de Belatrix. – Eles não me deixam chegar perto, mas você está a cada dia mais infiltrado ali, só pelo fato de ter se aproximado da mexicana ridícula, meu amor, você é um verdadeiro gênio. – Ela o abraçou, mas ele lhe lançou um olhar de incômodo.

–Não a chame mais assim. – Ele disse grosseiro. Bella franziu o cenho.

–Você costumava achar engraçado. – Belatrix lhe fuzilou com os olhos por um segundo. – Quero que dê em cima dela, você é bonito e gostoso, qualquer garota cai por você quando você usa o poder dos seus braços fortes. Eu vou dar um jeito do Duan ir atrás de vocês e ao meu sinal você a beija da maneira mais intensa que puder pra ele pensar que ela o traiu com você. – Belatrix disse sem muitas emoções, além de seu sorriso extremamente malicioso. Brandon respirou de fundo após ouvir aquelas palavras.

–Por que quer que justamente eu te ajude? – Brandon a indagou.

–Porque eu e você somos iguais, temos mentes maldosas e nenhum sentimento. Somos cúmplices! – Ela sorriu depositando um selinho delicado nos lábios dele. – É por isso que nós simplesmente não conseguimos deixar de nos amar, somos metades perfeitas um do outro. – Bella sorriu maldosa. Brandon sorriu também, mas para a surpresa de Bella, ele tirou as mãos dela de torno de si, fazendo-a franzir o cenho.

–Sabe qual o único problema, Bella? – Ele sorriu. – Acho que está engana. – Completou.

–Como assim? – Bella perguntou sem realmente entender tudo aquilo.

–Não somos assim tão parecidos. – Brandon abriu um sorriso ainda maior. – Eu não vou te ajudar a separar o Duan da Rachel, simplesmente porque, além dele merecer ser feliz com uma garota que o ame de verdade, eu não vou trair a confiança dele de novo. – Brandon foi pontual e certeiro, e Bella simplesmente não sabia reagir a isso.

–Quem anda colocando essas besteiras na sua cabeça de minhoca é aquela imbecil da Santana? – Bella perguntou irritada e sem entender bem o porquê, Brandon agarrou firme em seu pulso.

–Eu não vou mais admitir que você fale assim dela, tá ouvindo? – Ele disse grosseiramente fazendo Bella arregalar os olhos. Ela então se sacudiu e se soltou das mãos grandes dele.

–Sabe que está perdendo a oportunidade de ficarmos juntos, não sabe? – Ela levou as mãos à cintura. Brandon riu ironicamente.

–Eu não sou burro, Bella, você não me quer de volta, você quer o Duan e não porque sente algo por ele, é porque sabe que ele vai te trazer sua antiga vida de volta, mas adivinha, nem eu e nem ele, vamos ser seus paus mandados de novo. – Brandon sorriu. O rosto de Belatrix queimava de raiva.

–Vai me dizer que não me ama mais? – Ela perguntou como se aquela fosse sua última cartada.

–Eu amo você ainda, mas eu não vou cair no seu jogo de novo. Eu já decepcionei muita gente para ficar com você, e você só soube me tratar como um grande lixo. – Brandon suspirou.

–Você é um idiota. – Ela disse irritada. – Eu não preciso de você, não preciso da sua ajuda, eu posso ter o Duan de volta sozinha, eu posso acabar com aquela Rachel e com sua nova amiguinha Santana sozinha, não vai ser difícil, eu já fiz isso antes. – Ela disse raivosa. Brandon riu.

–Incrível a mudança do seu discurso. Quer saber Bella? Você não pode sozinha, por isso está ficando desesperada. – Completou. – Boa sorte no seu plano maléfico e infalível. – Ele disse e começou a caminhar.

–Você é um fraco, Brandon! – Ela disse irritada fazendo-o para ainda de costas pra ela. – Por isso que eu nunca consegui sentir nada por você. Você não chega aos pés do Duan. – Ela completou e passou por ele dando-lhe um enorme esbarrão. Brandon se sentiu péssimo ao ouvir aquilo. Sabia que era verdade, mas doía, principalmente vindo dela. Sabia também que suas chances de a ter haviam realmente acabado ali ao não ter se aliado a ela novamente, e por mais que estivesse sendo correto e decente ao fazer aquilo, sabia que ainda nutria sentimentos fortes por ela, e só queria que ela verdadeiramente os retribuísse, mas aparentemente, Bella, não tinha o dom de sentir. Sua mente estava agitada demais, e ele fechava os olhos e respirava fundo para buscar manter controle e não ir atrás de um copo de bebida. Suas mãos tremiam, era pra ele como lutar contra si mesmo, e estava difícil de vencer. Por mais que dissesse a si mesmo o quanto era importante conseguir, ele foi vencido por sua mente, e logo saiu em disparada na direção do bar em frente ao luau, e logo estava ele com uma vodca em mãos, virando-a instantaneamente. Sua mão fez sinal pra mais uma. Brandon perdeu a luta.

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Dianna observava, com raiva nos olhos, Harry e Chloe brincando e conversando enquanto todos admiravam o desempenho de Paul no violão. Ao terminar da canção de Paul, Dianna se levantou decidida fazendo com que todos, inclusive Harry a olhassem.

–Posso cantar algo? – Pediu.

–Claro. – Disse Paul entregando o microfone em suas mãos. – Eu te acompanho. – Ele sorriu.

–Obrigada, Paul. – Ela disse ajeitando o microfone para seu tamanho.

https://www.youtube.com/watch?v=bLM6LD7GDTEEscute I wish it were you, Taylor Renee.

Paul começou a arriscar algumas notas leves no violão para dar a introdução da música de Dianna que ainda não era conhecida. Dianna respirou fundo, encarou Harry e logo depois mordeu os lábios. Após alguns segundos, ela começou.

–When I saw you with her I couldn't bear it yet I wonder why shouldn't matter cause I'm with somebody new. – Sua voz era um pouco rouca no início. - As I lay here next to him I swear it can't be happening. The memories race on by, the ones of you and I. The way you held her hand and kissed her face made me miss the times we did the same, but doesn't matter, will never matter what I say. - Dianna encarou Harry com olhos firmes.

Naquele momento Harry não conseguia deixar de olhar para Dianna, e perceber a mensagem que a música que ela cantava tinha sobre a história dos dois. -That could have been me. This would have been you. How could a love so deep slip through the cracks in our hearts will remain like the tears that are stained black and blue. That should be me. I wish it were you, but now there's nothing we can do. We had to give up, love just wasn't enough. If I had to tell the truth: I wish it were you. – Dianna cantava com toda sua alma, e era perceptivel a dor em sua voz. Harry parecia lembrar dos momentos que teve com Dianna, o que fez Chloe encará-lo de imediato.

–Believe me when I say I've tried to forget the day when we first laid eyes on each other; Never felt that way for another. Its not like you were Superman, but your power over me was all I had. I tell myself to stop and breathe or else these thoughts take over me. – Ela pegou o microfone e começou a caminhar sobre o palco, porém ainda encarando Harry que se manteve intacto, sem executar qualquer movimento ou reação. - Sometimes I wish we had a chance: Just one more kiss or one more dance, but doesn't matter, will never matter what I say.

Harry sorriu de lado por um instante, sem perceber que Chloe o encarava. Era como se ele realmente pudesse voltar no tempo e ver tudo o que passara entre ele e Dianna. Era perceptível o incomodo de Chloe apenas em seu olhar enciumado que encarava Harry. Mas ele não conseguia parar de olhar pra ela e de sentir tudo aquilo. Giovanna mordia os lábios por entender tudo aquilo, porém Daniel ingênuo e apaixonado não conseguiu identificar a ligação que estava havendo entre os olhares de Dianna e Harry.

–It hurts to know she has you now cause I let go. Replay the past holding on to all thats left. Can't help it been selfish. How'd love end like this?- Ela prendeu a voz por um momento.-Every time I close my eyes at night I think about me lying with you, but it doesn't matter now, I've got nothing else to lose.- Ela sorriu de leve.

–Harry? – Disse Chloe passando a mão em seu ombro.

–Oi? – Ele despertou de repente.

–Está bem? – Ela cruzou os braços.

–Estou, eu só gostei da música. – Ele passou a mão no rosto.

–Você tem certeza disso? – Chloe perguntou demonstrando sua irritação. – Porque pra mim parece que tem algo acontecendo. – Ela completou enquanto Harry parecia distraído demais para continuar lhe dando atenção que ela buscava.

–Claro que sim. – Harry sorriu torto enquanto seus olhos num ato involuntário se voltavam novamente pra Dianna que encerrava a canção.

–If I had to tell the truth : I wish it were you. – Dianna terminou a canção com lágrimas nos olhos.

–O que houve aqui? – Perguntou Chloe.

–Como assim? – Harry tentou disfarçar caminhando na direção dos alunos.

–O que foi isso? Sua aluna cantando e te olhando, ainda mais com uma música dessa. – Ela reclamou.

–Está louca? – Ele riu nervoso. – Ela cantou uma música pro namoradinho dela, meu outro aluno, e eu achei uma bela canção me emocionei, foi apenas isso. – Ele pegou um copo com água.

–Tem certeza? – Chloe segurou em sua mão.

–Mas é claro que eu tenho. – Ele sorriu encarando-a.

–Me dá um beijo pra provar? – Ela partiu para cima de Harry fazendo Dianna encará-los com decepção.

–Di! – Giovanna se levantou.

–Eu to bem, Gio, só preciso caminhar um pouco. – Dianna mordeu os lábios encarando Harry e Chloe aos beijos.

–Não devia ter feito isso, qualquer pessoa inteligente percebeu o modo como vocês se olhavam. -Giovanna torceu os lábios.

–E daí? – Dianna riu despreocupada. – Mudou alguma coisa? – Ela encarou os dois novamente.

–E daí que você está com o Danny agora, e não é certo fazer isso com ele. – Ao terminar das palavras de Giovanna, Daniel apareceu por trás de Dianna abraçando-a.

–Sua voz é realmente linda, sabia? – Ele deu um beijo em seu rosto. Harry os encarava de longe com raiva.

–Eu vou deitar, não estou bem. – Ela se soltou de seus braços e caminhou em direção ao quarto. Giovanna ficou muda por alguns segundos sem encarar Danny, que mantinha um semblante confuso, diretamente.

–Eu falei algo errado? – Ele coçou a cabeça.

–Imagina, Danny, você é um ótimo namorado, ela só está se sentindo mal, deve ser TPM, muda o humor rápido, não se preocupe. – Giovanna pôs a mão em seu ombro sorrindo.

–Se é assim, tudo bem, dê um beijo nela por mim quando for deitar. – Ele sorriu caminhando em direção a Paul e Jenny.

–Isso ainda vai dar muito problema e sofrimento pra muita gente. – Giovanna sussurrou para si mesma.

–Olha eu não sei se depois de hoje o lance da Di e do Harry é mais segredo não, viu. – Disse Santana balançando um copo nas mãos.

–Nem eu, mas ela não parece estar muito preocupada com isso não. – Giovanna riu de leve. -Isso não é certo, sabia? – Ela reclamou.

–O que não é certo? – Santana deu uma golada.

–Eles mentirem pra Chloe e pro Danny, eles se amam, deveriam ficar juntos, eu não consigo suportar mentiras. – Giovanna cruzou os braços. Santana engoliu a seco.

–Algumas mentiras têm justificativas. – Ela falou a palavra pausadamente.

–É, mas machucam e nem sempre merecem perdão. – Giovanna balançou a cabeça em sinal negativo.

–Eu vou ali falar com a Can, já volto. – Disse Santana saindo às pressas a fim de evitar quaisquer novas palavras duras de Giovanna. – Ok. – Giovanna respondeu sem perceber a fuga da amiga. Nesse momento, Chloe levantou delicadamente.

–Aonde vai? – Harry perguntou curioso.

–Ah eu vou buscar um casaco no quarto, eu estou morrendo de frio e não quero um resfriado pra estragar a nossa noite. – Ela riu antes de depositar um novo beijo nos lábios pequenos de Harry.

–Tudo bem. – Ele sorriu seco. Chloe era destemida. Caminhava esbanjando confiança e beleza por onde passava e dessa vez resolveu mudar seus passos. Ao abrir levemente a porta do quarto pôde ver Dianna deitada de costas pra ela. Sorriu vitoriosa.

–Bela música. – Ela disse adentrando e fechando a porta atrás de si. Dianna estranhou a voz e rapidamente se levantou para encontrar Chloe parada na porta de seu quarto com um copo de vinho na mão e um sorriso formado por lábios vermelhos.

–O que está fazendo aqui? – Dianna se pôs de pé assustada.

–Sabe, eu vim parabenizá-la, porque pra essa carinha de santinha que você tem até que conseguiu me surpreender. – Chloe riu. – Normalmente não me surpreendo. – Ela se sentou numa cadeira fazendo Dianna ficar vermelha de raiva.

–Do que você está falando? – Disse seca.

–Eu já tive sua idade. – Chloe riu irônica. – Tive um professor de matemática que era lindo, sei como é, o Hazz é novo, lindo, atencioso, é comum alunas bobocas, crianças como você confundirem as coisas. – Aquelas palavras fizeram o sangue de Dianna ferver dentro de si, mas resolveu segurar tudo para não causar mais problemas.

–O Sr. Evans não passa de um professor pra mim, então acho que se enganou, por isso peço pra que saia do meu quarto. – Dianna disse se pondo de pé e agarrando a mão à maçaneta dourada. Chloe riu.

–Calminha, Dianna! – Ela também se levantou, ficando maior que Dianna. – Só vim te dizer que não sou idiota, você é bonita, mas não vai vencer esse joguinho, porque eu já venci. – Ela riu. – Só quero te pedir de mulher pra menina que não fique mais se jogando pro Harry porque é feio, ainda mais porque ouvi dizer que você tem um namorado e coitado, não quer vê-lo sofrer, não é? - Chloe deu uma última golada em sua taça. Dianna a encarava sem graça.

–Eu não estou querendo nada com o seu namorado. – Dianna disse seca.

–Ainda bem sabe, porque eu não gosto de ter que agir assim, mas odeio que pensem que eu sou burra e que não percebo o que acabou de acontecer bem debaixo do meu nariz. – Ela riu. – Espero que estejamos entendidas, até porque eu não quero que você prejudique a carreira brilhante do Hazz que mal começou por causa de uma paixão infantil. – Ela abriu a porta. – Boa noite, queridinha. – Disse fechando a porta atrás de si. Dianna finalmente respirou, agora ofegante como se tivesse esquecido de fazê-lo enquanto Chloe proferia aquelas duras palavras. Nesse momento a porta novamente se abriu fazendo-a se assustar.

–Melhor? – Giovanna sorriu pra ela.

–Chloe acabou de sair daqui. – Disse Dianna assustada.

–O que? – Giovanna arregalou os olhos. Entrando no quarto acompanhada das outras meninas, Giovanna se sentou na cama. – O que ela veio fazer aqui? – Perguntou.

–Veio me mandar ficar longe do Harry. – Dianna se sentou numa cadeira. – Ela percebeu tudo.

–Também né, Dianna. – Santana começou. – Quem não percebeu? – Ela riu.

–Eu sei que fui impulsiva demais, só queria botar pra fora, e ela me assustou. – Dianna disse nervosa.

–Ela não parece uma pessoa ruim. – Disse Candy sorrindo torto.

–Não é questão de ser ruim, e sim de não ser idiota, qualquer uma faria isso se fosse pra defender o namorado. – Santana rolou os olhos.

–A questão é que ela não está errada. – Disse Giovanna. - Qual é, Di, você tá com o Danny, foi errado o modo como agiu. – Dianna abaixou a cabeça.

–Eu sei, é que eu tava me sentindo tão mal. – Dianna bufou levando as mãos ao rosto.

–Não sei por quê. – Santana riu. – Ok, o Daniel é um nerd, mas ele é um gato, uma pena que nunca me deu mole. – Gargalhou informando a brincadeira.

–Nisso ela tem razão. – Candy gargalhou também, contagiando a todas.

–Santana! – Giovanna ralhou.

–Não devia se preocupar comigo, é a Candy que curte um nerd. – Santana disse fazendo todas gargalharem.

–Você é ridícula. – Candy disse rindo.

–Mas enfim, ele te ama de verdade, Di, e te dá o valor que o Harry não dá, então porque ficar se prendendo? – Santana sorriu. – Não é justo fazer o Danny sofrer. – Completou.

–Você tá certa. – Disse Dianna. – Vou me dedicar ao Daniel, porque ele merece isso. – Sorriu. – Ai, Santana, sempre sabe o que dizer. Ela se jogou nos braços da amiga que sorriu.

–Que bom que a Santana sabe. – Giovanna fez careta com ciúmes.

–Ah Gio, você sabe que eu te amo, né? – Dianna puxou Santana e Giovanna em um abraço.

–Ei, não falta ninguém nesse abraço? – Candy reclamou.

–Quem? – Perguntou Courtney.

–Vocês! – Dianna riu puxando-as. Todas riram abraçadas umas às outras.

–Mas que cena comovente. – Bella se aproximou.

–Deve ser realmente triste pra você não ter amigos não é, querida. – Santana pôs as mãos na cintura.

–Calma aí, queridinha. – Bella riu. – Só porque está na sua terra suja não significa que pode vir com essa moral pra cima de mim.

–Cala a sua boca, Belatrix. – Disse Dianna se aproximando.

–Olha, ela fala! – Bella riu.

–Não só falo como posso acabar com você a hora que eu quiser, principalmente se tentar se meter com alguma das minhas amigas. – Dianna ficou séria.

–Nossa, valente você, por essa eu realmente não esperava. – Bella olhou para as unhas. – Bom, não posso mexer com suas amigas, certo? – Ela as encarou. – Mas será que posso mexer com o seu professor tão querido de química? – Belatrix sorriu com maldade nos olhos.

–Dianna, ignora isso! – Disse Giovanna colocando a mão em seu ombro.

–Bom, ou então quem sabe eu possa mexer com seu novo namoradinho nerd, qual o nome dele? É Daniel, não é? – Bella arregalou os olhos. – Quem sabe eu não possa contar a ele que a namorada dele está babando de ciúmes do ex-namorado, que por acaso é um professor de vinte e cinco anos. – Ela riu. – Quem sabe eu possa mexer com esse tipo de coisa, Dianna. – Bella mordeu os lábios.

–Quer que eu acabe com você agora? – Santana se irritou. – Adorei fazer isso uma vez e posso fazer de novo. – Ela sorriu.

–Vai com calma, mexicana. – Bella riu.

–Esqueçam, meninas, ela não vale a pena. – Disse Candy revirando os olhos.

–E quer saber de mais uma coisa? - Giovanna se aproximou. – Não nos mete medo. – Ela sorriu angelicalmente.

–Que peninha. – Bella debochou e deu as costas.

–Você é um monstro, Belatrix. – Disse Courtney fazendo todas a encararem. – É cruel, e baixa, e quer saber por que não nos mete medo? Porque sabemos que ainda que você tenha tudo na mão nós pelo menos temos umas às outras, e você é sozinha e sempre vai ser. Não somos como você. – Courtney disse pondo as mãos na cintura.

Bella se virou bufando. – Quer saber, Courtney? Talvez você tenha razão, vocês nunca vão ser como eu. – Ela caminhou em direção à praia, enquanto todas apenas mantiveram silêncio.

–Graças a Deus. – Disse Giovanna. – Uma Bella só já é até demais. – Ela riu.

–Court. – Disse Dianna. – Gostei de ver. – Ela a abraçou.

–É verdade, você arrasou, eu não teria feito melhor. – Santana apertou suas bochechas com carinho.

De repente Harry se aproximou devagar sem que fosse percebido e pegou no braço de Dianna que se virou assustada. Todas os encararam atentamente, até que Giovanna quebrou o gelo.

–Vamos pegar algo pra beber, meninas. – Giovanna encarou Harry, irritada.

–Até porque o entra e sai nesse quarto hoje está muito grande. –Santana sorriu irônica.

–Cadê sua namorada? – Perguntou Dianna fitando-o assim que todas saíram do recinto.

–Fala baixo. – Ele reclamou. – Vamos até o jardim, precisamos conversar. – Ele disse caminhando na sua frente. Harry andou até o jardim do lado oposto ao do luau a fim de evitar quaisquer encontros com os outros. Dianna o seguia com raiva, porém calada, até que finalmente chegaram ao local e ele fez questão de quebrar o gelo.

–O que foi aquilo, Dianna? – Ele perguntou sério.

–Cadê sua namorada? – Ela refez a pergunta

–Ela foi dormir, estava com dor de cabeça. – Harry se levantou. – Não podia ter feito aquilo. – Ele reclamou.

–Eu só precisava dizer de alguma forma como estava me sentindo, e foi a forma menos notável de fazer isso. – Dianna revirou os olhos.

–Menos notável? Bom então da próxima vez grite. – Ele disse irônico. -A Chloe percebeu, e eu tive que mentir pra ela por causa de seus caprichos, quando vai crescer? – Ele a pegou pelo braço.

–Me solta! – Ela se sacudiu tentando se soltar. – Pode ter certeza de que não vai mais acontecer. – Disse séria. – Não vai mais precisar mentir pra sua namorada, até porque acho que ela sabe se defender muito bem sozinha. – Dianna rolou os olhos, mas Harry não percebeu o tom de suas palavras.

–Por favor, não faça isso de novo, entenda que acabou nunca houve nada sério entre nós, e eu não quero que ninguém descubra, então arrume outro jeito de dizer como se sente. Converse com suas amiguinhas, compre um diário ou cante no chuveiro, mas não faça o que fez hoje novamente. – Ele disse com a voz rude e logo depois saiu deixando-a ali sozinha. Dianna respirou fundo para prender o choro, e assim conseguiu. Logo depois ela caminhou em direção ao luau que ainda rolava animado, com música e brincadeiras.

–Chloe! – Exclamou Harry adentrando o quarto.

–Harry ainda bem que você chegou! – Ela correu para seus braços. – Acabei de receber uma ligação de casa vou ter que ir embora. – Disse nervosa.

–Ir embora? Como assim ir embora? – Ele disse confuso. – Não pode me deixar aqui sozinho, ainda tem duas semanas de viagem pra ficarmos aqui, e eu não dou conta desses jovens todos sozinho. – Ele discursou.

–Harry eu TENHO que ir, minha mãe caiu, está no hospital, ela precisa de mim. – Chloe dizia enquanto corria pelo quarto pegando suas coisas para colocar na mala.

–Espere até amanhã de manhã então. – Ele andava atrás dela.

–Não dá, meu irmão mora fora do país, eu sou o único socorro dela nesse momento, eu já pedi um táxi na recepção do hotel, e vou comprar a primeira passagem que eu encontrar direto pra casa. – Ela pegou a mala nas mãos. – Me desculpe. – Pediu dando um selinho em Harry que torceu os lábios.

–Eu te ajudo a carregar isso. – Ele sorriu.

–Obrigada, sabia que entenderia. – Ela retribuiu o sorriso caminhando em direção a porta enquanto Harry carregava sua mala.

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https://www.youtube.com/watch?v=WLTI2rWAlV4Escute Turn me on, David Guetta feat Nicki Minaj.

Brandon olhava de longe Courtney dançando animada enquanto todos cantavam e tocavam. Joe estava ao seu lado também admirando todos que dançavam, mas os olhares de Brandon eram diferentes, e àquela altura o álcool, que ele não conseguiu evitar de ingerir ao ver Belatrix ali passando por ele sem notá-lo, já não o permitia mais estar sóbrio. Virou o último copo de bebida em sua mão e caminhou na direção de Courtney. Preocupado Joe o segurou. – Aonde vai, cara? – Perguntou.

–Me solta, Joe, eu só vou dançar um pouco. – Brandon riu se soltando da mão de Joe que permaneceu ali, encarando-o preocupado. Brandon caminhou firmemente na direção de Courtney e segurou-a pelo braço para começar a dançar com ela.

–Que isso, Brandon? – Courtney o encarou assustada. – Está bêbado? – Podia sentir o cheiro do álcool exalando de seu hálito.

–Vem dançar comigo vem. – Ele agora agarrava firme em sua cintura e beijava levemente seu pescoço. Assustada Courtney tentava se soltar, mas era fraca demais para os braços fortes de Brandon. – Sabe que eu nunca tinha reparado como você é gostosa? – Ele riu. – Mas eu já vi. – Suas palavras saíam confusas. – E agora eu quero ficar com você. – Brandon disse tentando agora beijá-la.

–Não, Brandon, me solta! – Courtney começou a gritar enquanto Brandon a beijava da maneira que podia. – Me solta! – Ela pediu agoniada como se os braços de Brandon a sufocassem, assim como o forte cheiro de bebida. Quando Peter avistou a cena correu como um furacão e furioso soltou Brandon de Courtney com toda a sua força.

–Fica longe dela, Brandon. – Peter disse com raiva se colocando na frente de Courtney que tinha seus belos olhos azuis arregalados.

–Qual é, seu otário! – Disse Brandon com raiva. – Esperto você, fica aí dizendo que gosta da Santana só pra poder pegar a idiota da Courtney sozinho. – Brandon riu. – Divide essa gostosa com os seus amigos! – Aquelas palavras fizeram Peter levar seu punho fechado ao rosto de Brandon. A força era tanta que Brandon cambaleou pra trás e caiu. Todos já estavam com suas atenções voltadas para a cena. Courtney agora encarava Peter com certo desconforto, ele se virou para ela finalmente podendo constatar que sua feição não parecia tão contente pelo seu ato de salvamento.

–Peter, isso é verdade? – Courtney o encarou confusa.

–Claro que é, sua idiota. – Brandon ainda ria sentado no chão. – O Peter é um babaca, acha mesmo que ele virou seu amiguinho? Você é muito burra mesmo, garota. Ele tá louco pra pegar você. – Disse.

–Cala a sua boca, Brandon, cala a boca se não quiser que eu quebre a sua cara de novo. – Peter disse com raiva. – Court, é mentira. – Ele disse, mas Courtney já parecia certa do que acreditava. Ela saiu correndo para o quarto deixando toda a cena ali pra trás. – Courtney! – Peter correu atrás dela.

–Já chega, Brandon! – Disse Santana com um rosto tristonho ajudando-o a levantar.

–Sants, você viu como aquele idiota me bateu? – Brandon riu ainda cambaleando.

–Não me surpreende, também quis te bater. – Santana rolou os olhos enquanto ajudava-o a andar até seu quarto. Ao abrir a porta Santana o jogou sobre a cama e foi até o banheiro para ligar a água do chuveiro. – Vem, Brandon, você está num porre péssimo, vou te colocar no chuveiro. – Ela o levantou novamente apoiado em seus braços.

–Você vai me dar um banho? – Brandon sorriu maroto para Santana que com raiva o largou.

–Quer saber de uma coisa? Já chega! – Santana o fez prestar atenção nela. – Você sim é que é um tremendo babaca. Que papel foi aquele? Envergonhou a Courtney e o Peter na frente de todos, causou um escândalo, pagou como um tarado pra cima dela e agora quer fazer o mesmo comigo como se eu não sentisse absolutamente nada por você? – Santana bufou. – Você não passa de um pobre coitado, um bêbado. Isso nunca vai mudar. – Ela o deixou ali sozinho.

–Santana! – Ele chamou. – Santana, não me deixa aqui! – Sua voz era confusa e as palavras não saíam com clareza devido à bebida. Santana o ignorou, deixando-o ali gritando seu nome. Já ouvira aquelas palavras antes, é verdade, mas dessa vez soou de uma maneira diferente que o fez se arrepender pela primeira vez. Ele se sentiu mal por ouvir aquelas palavras dela. Não que Santana tivesse uma participação ativa em suas decisões, mas naqueles últimos dias percebeu que ela era a única pessoa que realmente ainda gostava dele e tentava ajudá-lo apesar de suas constantes idiotices. Isso o fez sentir mareado, estava enjoado de si mesmo, de seu próprio cheiro de bebida barata, o que o fez se virar um pouco pro lado para vomitar por completo o carpete do hotel. Joe o mataria quando visse aquilo, mas pra isso ele realmente não ligava. Por conta própria se levantou e foi até o banheiro, onde de roupa e tudo se colocou debaixo da água gelada.

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–Courtney, por favor, me escuta, abre a porta! – Peter pedia batendo em desespero. Courtney do lado de dentro preferia ignorá-lo como se não ouvisse as súplicas de Peter. – Courtney, por favor eu posso explicar, as coisas não são bem assim! – Pediu. – Não posso ficar longe de você... – Sussurrou para si mesmo. Nesse momento Candy apareceu atrás dele.

–Ela não vai abrir. – Disse fazendo-o se virar.

–Candy, graças a Deus, por favor, abre a porta, eu preciso vê-la, preciso explicar o que houve. – Ele pediu desesperado.

–Desculpe, Peter, mas não posso fazer isso. – Ela torceu os lábios. – Ela é sensível, não é durona e safa como a Santana. – Disse. – Ela é frágil e tem a mente de uma criança inocente, mas sabe entender quando alguém a magoa e você fez isso hoje. – Candy disse dura fazendo-o bufar. – Eu sei que você não quis magoá-la, sei que foi culpa do imbecil do Brandon, mas você não pode dizer que ele mentiu, porque você realmente a quer. – Candy sorriu torto.

–Mas como vou dizer isso a ela se ela não quer me ouvir? – Peter abaixou a cabeça tristonho.

–Dê um tempo. – Disse Candy. – Ela vai te escutar se você for sincero. – Sorriu. – Boa noite, Peter. Candy tentou abrir a porta, mas ele rapidamente a segurou fazendo-a franzir o cenho.

–Posso perguntar uma coisa? – Ele disse num tom agoniado. Candy apenas assentiu. – Como sabia que eu estava gostando dela? Quer dizer, eu acho que nem eu sabia bem disso, eu não sei se eu sei. – Ele riu devido a suas palavras confusas.

–Você sabe sim, e deixou óbvio pra todos. Qual, é Peter, dá pra ver como olha pra ela, como fala dela, como a defende e cuida. Já reparou que nos últimos tempos você fala mais dela do que de qualquer outra coisa? – Candy riu.

–Eu deveria ter entendido isso antes. Poderia estar com ela agora... – Ele suspirou.

–Ela só tem falado de você também. – Candy riu. – Vocês vão se acertar, e se quer saber, eu apoio esse casal. – Candy piscou. Peter corou com aquelas palavras, mas logo sorriu também.

–Obrigado. – Ele disse pontual. – Espero que esteja certa. – Peter falou se sentando em frente a porta do quarto.

–O que vai fazer? – Candy perguntou confusa.

–Eu vou ficar aqui até ela resolver me ouvir. – Peter respondeu com um sorriso contido.

–Peter, já tá tarde, você vai acabar virando a noite aí. – Candy riu.

–Não tem problema. – Peter respondeu. – Eu não to cansado. – Completou. Candy suspirou.

–Olha, se quer um conselho, vai pro seu quarto e descansa, reflete, pensa bem no que vai falar, porque conhecendo a Court como eu conheço, ela não vai abrir a porta nem tão cedo, então, não adianta ficar aqui. Só vai deixa-la pior e ficar esgotado. – Candy disse fazendo-o suspirar como se pensasse sobre isso.

–Eu não vou conseguir dormir pensando em como ela está... – Ele disse nervoso.

–Eu vou entrar, converso com ela e te mando uma mensagem, assim você pode relaxar e amanhã vocês conversam com calma. Já está tarde... – Ela disse.

–Tem razão. – Peter falou se pondo de pé e Candy logo fez o mesmo.

– Boa noite. – Ela falou e abriu a porta para finalmente entrar.

–Boa noite, Candy. – Peter disse caminhando para seu quarto.

*******************************

Dianna se encontrava encostada na grade que separava o hotel da areia do mar. Com um olhar sério, ela encarava a água, e o vento que dela vinha fazia seus longos cabelos loiros voarem livremente. Harry a avistou de longe, e não resistiu ir a seu encontro, entretanto, sua distração era tanta que ela mal percebera sua chegada, apenas quando ele soltou a primeira palavra ela se mostrou perceptiva a sua presença, pulando com o susto.

–O que faz aqui? – Ela perguntou com raiva.

–Como você está? – Ele perguntou mordendo os lábios.

– Você é maluco? – Ela riu sarcástica. -Acabou de me mandar ficar longe e voltou correndo pra Chloe. – Ela voltou a encarar o mar.

–Ela teve que ir embora, problemas em casa. – Harry encarou as ondas que quebravam fortes com a maré alta.

–E por que está falando comigo agora? – Dianna disse seca sem olhar para Harry que torceu os lábios.

–Nunca deixei de falar com você. Tem algum problema nisso? – Harry se virou pra ela.

–Não seria bom que te vissem com uma criança, não acha? – As palavras de Dianna fizeram que Harry ficasse calado alguns segundos apenas encarando o chão coberto de areia.

–Você é minha aluna, posso falar com você. – Ele disse seco.

–O que pode não cair bem também. – Ela o encarou e em seguida balançou a cabeça em sinal de negação, dando as costas para Harry que permanecera olhando para o chão. Enquanto ela caminhava ele bufou por um instante, mas não hesitou ir atrás dela que caminhava batendo os pés.

–Por que é tão dura? – Ele perguntou a seguindo.

–Eu? Dura? Você acabou de me enxotar, disse que eu deveria achar outro jeito de demonstrar o que eu estou sentindo e quando eu finalmente to fazendo isso você vem atrás de mim. Tem dupla personalidade? – Dianna disse virando os olhos ainda de costas para Harry

–Me desculpe, eu sei que fui grosso, é que eu fiquei nervoso com a situação. Só quero ser seu amigo, pelo menos isso. – Ele dizia desviando com os braços algumas plantas que cercavam uma pequena trilha pela qual Dianna seguia sem rumo determinado. Em silêncio, ele permaneceu caminhando ao encontro de Dianna que finalmente parou a achar um belo jardim, muito escondido pelas grandes árvores repletas de flores. No meio do jardim, havia um grande balanço, de apenas um banco. Ele era todo feito de madeira branca, um pouco desgastada, porém que mantinha sua beleza intacta, e tinham algumas flores presas em suas cordas de sustentação. Dianna encantada com o lugar que era iluminado por velas, não resistiu e se sentou no balanço sem se importar com a presença de Harry que também admirava o lugar. Preso por um enorme galho de uma árvore, o balanço parecia seguro, o que fez Dianna se sentir confiante para se sentar nele. Harry se aproximou com cuidado, e começou a empurrar devagar o balanço, o que fez Dianna sorrir.

–Isso te lembra algo? – Ele sussurrou antes de soltar um riso leve.

–Um balanço no meio do jardim...típico. – Ela ficou séria. – Por que está fazendo isso? – Ela perguntou.

–Não sei. – Harry engoliu a seco sem deixar de balançá-la. –A música que você cantou... –Ele sussurrou. – Eu não consigo parar de pensar nela. – Ele mordeu os lábios. Ela se manteve em silêncio. –Posso te confessar algo? – Ele fechou os olhos.

–Pode. – Dianna disse nervosa.

–Essa música não disse apenas o que você sente, mas o que eu sinto também. Eu não consigo evitar querer estar aqui, e querer estar perto de você. – Ele torceu os lábios sem que ela notasse.

–Pensei que estava feliz com a Chloe, e que pensasse que o melhor pra mim era alguém da minha idade. – Dianna se virou o para fitá-lo.

–É o que minha cabeça pensa, ou pelo menos luta pra pensar. – Ele parou o balanço com as mãos. – Mas aí eu olho pra você, vejo os seus olhos me encarando, vejo seus lábios formando o sorriso mais lindo que eu já vi na vida, vejo o jeito como você anda, e tudo me faz querer estar com você. – Harry olhava fixamente nos olhos de Dianna.

–Disse que era uma brincadeira adolescente, nada sério, e me mandou crescer não faz nem meia hora. – Ela sussurrou enquanto ele se aproximava de seu rosto.

–Eu não devia ter dito isso. Porque a verdade é que eu sou completamente fixado em você. – Harry tomou cuidado ao escolher as palavras, e aproximou-se ainda mais do rosto de Dianna para beijá-la. Entretanto, do meio das folhas surgiu Danny, que fez com que Harry rapidamente soltasse o balanço e voltasse a si. Danny confuso levantou uma das sobrancelhas antes de dizer qualquer palavra.

–Tá tudo bem? – Ele perguntou como se não tivesse visto nada demais.

–Está. – Disse Dianna se levantando do balanço e caminhando em sua direção.

–Eu vim aqui avisá-la para não se afastar do grupo. – Harry disse mecanicamente.

–Entendi. – Danny sorriu dando um selinho em Dianna que sorriu de leve. –Está melhor? – Ele encarou Dianna com um belo sorriso.

–Estou. – Ela disse confusa

–O luau acabou num clima meio pesado, mas resolvi vir ver se você estava bem. – Danny colocou a mão em sua cintura.

–O que houve? Eu saí um minuto... – Harry perguntou confuso.

–Brandon estava bêbado como de costume, agarrou a Courtney e o Peter socou a cara dele. – Daniel disse tranquilamente fazendo os olhos de Harry se arregalarem. – Mas relaxa, senhor Evans, Courtney está no quarto, Santana também levou Brandon pro quarto e aparentemente estão todos a salvo. – Ele completou fazendo Harry suspirar.

–Não posso deixar vocês a sós nem cinco minutos. – Harry comentou mais pra si mesmo.

–Bom, então me leve até o quarto. – Dianna disse encarando Harry que mordia os lábios. Danny com seu braço virou Dianna para que eles pudessem sair dali, mas as palavras jogadas de Harry o fizeram virar.

–Vocês estão juntos? – Harry perguntou seco encarando Dianna.

–Estamos sim, Sr. Evans, demorou pra convencê-la, mas ela finalmente me deu uma chance de arrancar o cara que tanto faz mal pra ela do seu coração, e me infiltrar nele. – Danny sorriu para Dianna que encarava o chão.

–É, como o próprio cara que me dispensou disse, eu tinha que dar uma chance pra alguém que tenha mais a ver comigo. – Dianna levantou os olhos para Harry fazendo-o suspirar fundo.

–Espero que você consiga fazê-la feliz, Daniel, ela realmente merece alguém que faça isso. É uma menina incrível. – Harry saiu andado e esbarrou no ombro de Danny que quase caiu. – Desculpe. – Ele pediu de costas ainda caminhando em direção à praia.

–Nossa, acho que ele tá com pressa mesmo. – Disse Danny abraçando Dianna que mordia os lábios. – Vamos? – Ele perguntou pegando em sua mão.

–Vamos. – Ela respondeu sorrindo sinceramente para Daniel. –Daniel, fica comigo? – Ela pediu.

–Mas é claro que fico. – Ele sorriu. Dianna se inclinou e beijou Danny que rapidamente a abraçou feliz.

–Eu te amo, Dianna. – Ele soltou durante o beijo fazendo com que ela congelasse em seus braços. Dianna sem saber o que dizer apenas o encarou com os olhos verdes arregalados. - Eu te amo de verdade, e quero te fazer feliz, apenas deixe. – Ele pegou em sua mão fazendo-a sorrir.

–Eu deixo... – Ela pulou em seus braços e o abraçou. Logo depois os dois caminharam de volta até os quartos do hotel.

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–Aonde vamos? – Perguntou Giovanna segurando firme na mão de Mike.

–Eu não sei, só queria ficar a sós com você, longe de tudo e todos. – Ele a pegou no colo.

–Mike, eu vou cair! – Ela ria em seus braços.

–Não confia em mim, Giovanna Young? – Ele se inclinou para beijá-la.

–Com a minha vida. – Ela passou a mão em seu rosto. – Sei que nunca vai mentir pra mim. – Ela sorriu.

–Sobre isso. – Ele a pôs no banco e se sentou ao seu lado. – Quero te contar uma coisa que não dá mais pra esconder. – Ele torceu os lábios.

–O que houve? – Giovanna ficou séria.

–Tem uma coisa sobre mim que você ainda não sabe, mas é essencial que saiba por que vai esclarecer muitas coisas. – Ele começou gaguejando um pouco.

–Você tá me assustando, Mike. – Ela o encarou.

–Também estou assustado com a sua reação. – Ele encarou os pés. – Eu venho querendo te dizer isso, mas nunca consigo, sempre travo, mas hoje eu finalmente vou te contar a verdade. – Ele pegou nas mãos de Giovanna que estavam geladas.

–Para de enrolar, Michael, o que aconteceu? – Ela gaguejou.

–Giovanna. – Ele engoliu a seco. – Eu na verdade, sou ir...-Ele foi interrompido por Harry que chegou no recinto.

–Giovanna, Mike, por favor, pros seus quartos, o luau de hoje já deu muitos problemas e eu não quero mais nenhum por hoje, por favor circulando. – Disse Harry bufando.

–Pelo visto alguém tá nervoso. – Giovanna o encarou cruzando os braços.

–Por favor, Giovanna, apenas me obedeça. – Ele deu as costas. – Agora! – Reforçou encarando os dois.

–O que você ia me dizer? – Giovanna se virou para Mike ainda curiosa.

–Eu ia dizer que... – Ele suspirou. – Que eu sou irritante, muito irritante, não gosto de ficar em multidões, posso acabar sendo até mesmo antissocial, por isso te trouxe pra cá. – Ele gaguejou.

–Era só isso? – Ela levantou a sobrancelha. – Fez esse mistério todo pra me dizer que era irritante? – Ela riu.

–Pois é. – Mike torceu os lábios.

–Não quero te enganar, mas eu já sabia que você é bem irritante. – Ela sorriu dando um abraço em Mike.

–Então fico feliz de tirar esse peso das minhas costas. – Michael riu sem graça.

–Vamos dormir. – Giovanna o puxou. Ele em silêncio apenas a seguiu.

**********************************

No dia seguinte, Mike e Giovanna estavam sentados na areia branca de uma das entradas para o mar do hotel. Os dois riam e brincavam descontraídos como se o tempo passasse despercebido por eles, e na verdade passava. Um pequeno castelo de areia quase completamente desmanchado estava na frente dos dois.

–Gio, você é muito branca, tem que pegar um sol. -Mike observava à namorada enquanto passava uma quantidade absurda de protetor solar pelas suas costas.

–Desculpa se você tá acostumado com o sol, eu não. -Giovanna espalhou o protetor solar no rosto. -Agora sim, estou mega protegida. -Disse Giovanna e Mike começou a rir.

–Você está mais branca que nunca. -Mike se aproximou e começou a espalhar o excesso de protetor que havia no rosto de Giovanna.

–Mas se eu não passar eu fico que nem um camarão. -Giovanna cruzou os braços fazendo beicinho. Mike sorriu e depositou um leve selinho em seus lábios fazendo a garota sorrir.

–Sabe, eu gosto de camarão. -Mike envolveu a cintura de Giovanna trazendo-a pra mais perto.

–Hahahaha que piadinha boa. -Giovanna fez careta e envolveu o pescoço de Mike com seus braços.

–Você gosta do meu senso de humor. - Mike sorriu de lado. Giovanna se pôs na ponta dos pés para lhe dar um beijo. -Nunca vi camarão beijar bem. -Mike disse depois do beijo.

–Agora você já pode largar minha amiga e me emprestar ela um pouquinho? -Santana perguntou ao chegar de repente por trás deles, sem ser notada. Mike se virou para encara-la. Santana estava de braços cruzados observando a cena.

–Acho que não, Santana, na verdade estou pensando em levar ela pra um lugar. -Mike disse.

–Giovanna, você me prometeu que nós sairíamos juntas hoje, disse que iríamos à praia leste do hotel. -Santana disse indignada. Giovanna mordeu o lábio num ato triste.

–Eu vou sair com você, Sants. -Giovanna se soltou de Mike e foi para o lado da amiga.

–Gio, você disse que ia me deixar te levar num lugar hoje, já planejei tudo. – Mike disse sem parecer irritado.

–Eu prometo que vou dar um jeito, é só a gente ir rápido, né, Sants? Você não se importa, não é? – Giovanna disse esperando uma boa reação de Santana, mas a mesma riu irônica com as palavras da amiga.

–Quer saber, dane-se, pode ficar com ele, Giovanna. Já me acostumei a ser deixada de lado por causa dele. -Santana fuzilava Mike com o olhar antes de sair andando rápido em direção ao hotel.

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–Santana, espera! -Giovanna começou a andar em direção a amiga, porém Mike segurou seu braço. –Mike, eu preciso falar com ela. -Giovanna encarou ele.

–Não, Giovanna, eu vou falar com ela. Acho que precisamos resolver isso nós dois. -Mike soltou Giovanna e caminhou atrás de Santana.

–Não, ela não vai te ouvir. -Giovanna segurou a mão de Mike tentando impedir que ele continuasse a caminhar.

–Relaxa, Gio, ela vai me ouvir sim. -Mike se soltou e voltou a andar, deixando Giovanna parada no meio da praia.

–Até parece que eu vou ficar aqui. -Giovanna disse e foi atrás de Mike também.

Mike seguiu Santana até o quarto que ela dividia com Giovanna. A porta estava fechada e aparentemente trancada, fazendo-o bufar. Ele tentou girar a maçaneta com força, mas ao perceber que estava realmente fechada ele começou a bater na mesma com força.

–Santana! -Mike batia na porta.

–Sai daqui, garoto, eu não vou abrir a porta pra você! -Santana berrou do outro lado da porta. Mike bufou.

–Para de ser infantil, Santana, caramba você sempre foi assim, não é! -Mike se encostou a porta de costas.

–O infantil sempre foi você! -Santana abriu a porta fazendo Mike se desequilibrar. -Anda, entra logo. -Santana deu espaço para que Mike entrasse no quarto e ele encostou a porta.

–Acho que já deu essa sua briga besta. -Mike começou a falar. -Você tem que superar isso Santana, acabou chega, não tem o que aceitar ou não! – Ele disse irritado.

–Michael não é uma briga besta, você como sempre - Santana frisou as palavras. - Está roubando o que é meu! -Santana gritou.

A porta ainda estava encostada, e Giovanna se aproximou da brecha da porta antes de entrar e começou a ouvir a briga.

–Eu não estou roubando nada, Santana. Eu me apaixonei por ela, e estou muito feliz, você poderia ficar também! -Mike começou a falar alto também.

–Você quer que eu fique feliz? – Ela riu irônica. – Tudo o que eu queria: Você e a Giovanna namorando, ou seja, além de você roubar a minha família também vai roubar minha melhor amiga. -Santana gritou jogando os braços para o alto. -Nossa realmente, era tudo o que eu mais queria. -Santana disse calmamente colocando a mão no peito fingindo afeto.

–Eu nunca roubei nada, Santana! -Mike berrava enquanto andava em círculos pelo quarto deixando Santana nervosa. – Você que sempre foi mimada demais, carente demais por uma atenção que nunca foi dividida, nossos pais sempre fizeram tudo por nós dois, mas você não suportou um mínimo de prestígio que eu tive por ser um pouco inteligente e conseguir passar pra um colégio de ponta. Você quer me negar, mas a verdade, Santana, é que...- Mike se aproximou de Santana e segurou seus braços que pareciam frágeis demais em suas mãos. -Nada que você faça vai fazer você deixar de ser minha irmã. -Disse mais baixo.

Giovanna ouviu as palavras pasma atrás da porta. Seu namorado e sua melhor amiga: irmãos, e escondendo isso dela. Encostou a cabeça na porta e continuou a ouvir a discussão dos dois, porém agora totalmente estática, como se não conseguisse ter alguma reação.

–Infelizmente isso eu não posso mudar, Michael, mas eu não vou mais ficar abaixo de você. – Ela apontou seu dedo indicador para o rosto de Mike que a encarava com atenção. – Eles sempre preferiram você. – Ela riu. – E quando você foi embora eu finalmente conquistei tudo, inclusive a amizade da Giovanna, mas você voltou pra roubar tudo o que é meu de novo! – Ela disse raivosa.

–Santana, pelo amor de Deus, para com isso, eu sou seu irmão mais novo, eu preciso de você, preciso do seu apoio, eu amo a Giovanna, e eu só quero parar com essa briga que a faz sofrer tanto. – Ele disse tentando se aproximar de Santana que agora chorava sem conseguir controlar.

–Eu nunca vou apoiar você. – Ela disse grosseiramente. – Você sempre foi melhor, todo mundo prefere você, até ela! – Santana bufou, demonstrando todo o rancor que tinha dentro dela.

–Claro que não, você é linda, inteligente, você é adorável. -Mike levantou a cabeça de Santana que o encarou.

–Desculpa, mas eu não me sinto assim. -Santana se soltou de Mike e abriu a porta se deparando com Giovanna. -Gio? -Santana disse sem graça.

–Giovanna? -Mike se aproximou da porta. Giovanna os encarava incrédula. Ela mantinha os olhos fixos, marejados de lágrimas, neles que também não conseguiam esboçar alguma reação.

–Então é esse o motivo do grande ódio dos dois? -Giovanna perguntou cruzando os braços e os encarando. O silencio tomou conta do lugar.

–Gio. -Santana começou a falar, mas Giovanna a interrompeu.

–Como você pôde mentir pra mim todos esses anos? Eu era sua melhor amiga, Santana. -Giovanna tinha os olhos cheios de lágrimas. -Por que você mentiu? Não confiava em mim? -Perguntou.

–Não, claro que não. Desde que Mike saiu de casa eu venho tentado esquecer dele. -Santana se aproximou de Giovanna que se afastou.

–Quer saber? Também não me importo. -Giovanna começou a andar pelo corredor.

–Não, Gio, volta aqui. -Mike se aproximou de Giovanna e tentou segurá-la, porém ela se esquivou.

–Me dá um tempo! Vocês dois. -Ela disse e virou as costas deixando Mike e Santana parados encarando o vazio.

–Eu te odeio! – Santana bateu no ombro de Michael antes de se pôr a correr, enquanto o mesmo chutou o chão com toda sua raiva, sentando-se em seguida no mesmo para deixar algumas lágrimas lhe caírem pelo rosto.

*****************************

Peter estava sentado na porta do quarto de Candy e Courtney, ainda à espera de uma oportunidade. Sua mente vagava longe, lembrando-se do olhar confuso que Courtney lhe lançou ao ouvir aquelas palavras de Brandon e como ele sentia pavor em não tê-la novamente. Quando o barulho da tranca se fez presente ele se colocou de pé rapidamente para dar de cara com Candy que se assustou.

–Peter? – Ela perguntou decepcionando-o ao ver que não era Courtney.

–Bom dia, Candy. – Peter respondeu se sentando no chão novamente com um semblante ainda mais tristonho. Candy torceu os lábios e se sentou ao seu lado.

–Como você está? – Ela perguntou sorrindo.

–Com medo. – Peter fungou como se pretendesse chorar, mas não o fez. – Como ela está? – Perguntou.

–Triste. – Candy suspirou sem encará-lo, mas logo voltou seus olhos pra ele. – Não pretende sair do quarto hoje, pediu para entregarem a comida aqui. – Explicou fazendo Peter bufar.

–Ela vai me odiar pra sempre. – Ele jogou a cabeça pra trás.

–Não vai não. – Candy segurou sua mão e sorriu. – Ela vai te ouvir, você só precisa dar um tempo pra ela se recuperar e aí falar com ela. – Explicou, mas Peter riu ironicamente.

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–Como, Candy? Se ela nem sequer sai do quarto pra eu me explicar. – Disse irritado. – Eu passei a noite inteira ligando pro celular dela, mandei mil mensagens, eu passei bilhetes por debaixo da porta, e eu a chamei, e eu já implorei pra ela abrir, mas ela simplesmente me ignora. – Ele torceu os lábios. – Estou sentado aqui desde as quatro da manhã. – Ele revelou, fazendo Candy suspirar com pena de toda a situação.

–Eu sinto muito, Peter. – Candy torceu os lábios.

–Sente mesmo? – Ele a encarou. – Porque você sempre disse que eu a magoaria, e olha a situação que estamos agora. Você estava certa, eu não devia ter me aproximado, porque eu fiz tudo errado. – Ele encarou o chão.

–Não é assim. – Ela disse prontamente. – Eu tinha medo sim que você brincasse com os sentimentos dela, mas eu vi que se apaixonou e se apaixonar não é um erro! – Candy sorriu levemente fazendo Peter a encarar.

–Se ficar apaixonado por alguém não é um erro, então por que não está com o Paul? – Peter a indagou fazendo ela ofegar. – Me desculpe, eu não devia ter dito isso é que eu to muito nervoso, por favor, me desculpe, você tá me ajudando e eu to sendo grosseiro. – Ele disse rapidamente percebendo seu erro.

–Não... – Candy sorriu torto. – Você está certo. – Completou. – Ele também não quer falar comigo. Já faziam quatro meses que ele mal olhava pra mim e aí quando parecia que ficaríamos bem de novo eu estraguei tudo mais uma vez e agora ele não fala sequer o indispensável. – Seus olhos marejaram.

–Me desculpe... – Peter pediu. – Eu não queria te deixar assim... – Completou.

–Eu já estou assim... – Candy riu de leve. - Todos os dias. – Ela encarou Peter que torceu os lábios em busca de alguma palavra de conforto, mas ele realmente não era bom nisso, então preferiu assentir e deixa-la falar. – Mas há uma grande diferença entre nós dois, Peter... você não a decepcionou, não desistiu dela, diferente de mim você está aqui esperando ela abrir a porta, disposto a fazê-la te ouvir. – Candy suspirou. – E eu te julguei tanto pensando que você a magoaria e fiz o mesmo com o Paul, na verdade fiz pior. – Ela deixou uma lágrima escapar pelo rosto fino. – E é justamente por isso que eu sei que ela vai te escutar. – Candy disse pontual.

–Obrigado, Can. – Peter disse carinhoso antes de puxá-la pra um abraço. – Por que não vai atrás dele? – Peter perguntou enquanto afagava os cabelos castanhos de Candy.

–É tarde demais pra bater na porta dele e dizer que eu me arrependo. – Ela explicou.

–Talvez não. – Peter sorriu fazendo-a depois de alguns segundos sorrir também.

–Eu já tentei, mas também não querem me escutar. – Ela respondeu antes de rir frouxo, demonstrando sua tristeza.

–Bom, se você quiser, quando eu me resolver com a Court, podemos acampar na porta dele. – Peter comentou com um sorriso amigável que a fez sorrir radiantemente. – Eu acho que ele só precisa que você demonstre que merece ser ouvida. Dá pra ver na sua testa que você é apaixonada por ele e sinceramente eu não sei porque você desistiu. – Ele comentou.

–A essa altura nem eu sei por quê. – Ela suspirou, deixando uma lágrima escorrer.

– Candy, você é a garota mais corajosa e decidida que eu conheço, nunca teve medo de meter as caras em tudo, sempre enfrentou desafios, fica no alto daquela pirâmide e não tem medo de cair, nem sequer deixa suas pernas tremerem. Então sinceramente, do que você tem medo? – Peter a fez encará-lo. – Da Bella? – Ele disse irônico. – Você merece ser feliz, Can. – Peter completou fazendo ela sorrir em meio a algumas lágrimas. – Vai atrás dele. – Ele falou.

–Acho que preciso de mais coragem. – Candy riu. – Mas vou lembrar do que você disse. – Completou. – Obrigada. – Ela disse carinhosa antes de se levantar e começar a caminhar em direção ao salão principal do hotel. Peter sorriu, apesar de tudo o que estava acontecendo, foi importante ver que ele e Candy quebraram uma enorme barreira que apesar de sutil existia, mas seu sorriso não durou muito quando lembrou-se que o que precisava pra se sentir realmente feliz ainda estava dentro daquele quarto, e ainda que por enquanto, estava decepcionada com ele.

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Brandon abriu os olhos com certa dificuldade, devido a claridade que já havia tomado todo o quarto, mas algo estava diferente ali. Santana estava na sua frente com um sorriso encantador que o fez encará-la com certa admiração. Vestida num belo vestido vermelho rodado, ela se aproximou fazendo-o tremer de cima a baixo, e logo morder os lábios. De repente os olhos dele rodearam o quarto e puderam perceber que na verdade era um campo aberto, verde, cheio de flores que normalmente lhe dariam alergias, mas por algum motivo não o faziam naquele momento. Ele se sentou.

–Aonde estamos? – Ele perguntou a Santana que riu se sentando ao seu lado.

–Nem imagina os poderes que eu tenho. – Respondeu lhe dando uma piscadela marota que fez Brandon corar.

–É sério, Sants, aonde estamos? – Ele perguntou novamente, mas ela se levantou e estendeu a mão pra ele.

–Confia em mim? – Santana perguntou confiante e delicada, o que pra ele era algo levemente incomum. Ele agarrou firme em sua mão e logo estava de pé, seguindo-a sem rumo. Quando de repente os dois se aproximaram de um penhasco ele franziu o cenho. Santana ao seu lado apenas sorriu e rodeou-o enquanto ele ainda buscava uma resposta a tudo aquilo. De repente ele pôde sentir as mãos dela empurrando-o para o penhasco sem nenhum tipo de dó ou preocupação. Ele agarrou firme a ponta da enorme pedra, o que o impediu de cair instantaneamente.

–Socorro! – Ele pediu, mas ela apenas o encarava com um sorriso. – Santana, me ajuda, por que fez isso? Eu vou cair! – Ele disse agora num tom mais nervoso, principalmente porque sentia a dor em seus dedos por terem que aguentar todo seu peso, sozinhos.

–Bella tinha razão. – Santana se agachou em frente a ele ainda pendurado ali, com um sorriso vitorioso. – Você é tão decepcionante. – Completou fazendo-o franzir o cenho.

–Não diz isso! – Ele disse com raiva.

–Aceite a verdade. – Ela disse se pondo de pé. – Nunca vai chegar aos pés do Duan, porque você é um fracasso. – Sorriu.

–Eu não aguento escutar isso! – Ele falou como se aquilo o torturasse.

–Ainda não cansou de ouvir? – Ela agora gargalhava. – É o que todos pensam. – Seu tom era maldoso, e por mais que Santana fosse cruel, às vezes, aquilo não lhe parecia característico.

–Não aguento ouvir isso de você. – Ele adicionou, ainda buscando com todas as suas forças se segurar ali. Ela sorriu.

–Está apaixonado por mim. – Ela disse confiante, fazendo-o ofegar agora. – Mas sabe, por mais que eu também seja apaixonada por você, você me decepcionou. E, sabe Brandon, é isso o que você ganha por me decepcionar. – Ela disse antes de pisar em seus dedos aos poucos, e de repente o rosto dela tinha se tornado o rosto de Bella, fazendo sua mão se soltar e ele cair rapidamente em meio a um enorme abismo escuro. De repente Brandon sentiu que todo seu corpo deu um grande salto na cama e pôde encarar Joe com o cenho franzido.

–Teve um pesadelo? – Joe perguntou.

–Parece que sim. Eu caí de um penhasco, quer dizer eu fui empurrado. – Brandon retificou.

–E quem te empurrou? Bella? – Joe riu.

–Santana, mas depois era a Bella, eu não sei direito. – Brandon respondeu ofegante. – Eu discuti com a Belatrix ontem, e decepcionei a Santana, a deixei com raiva de mim ontem e isso deve ter ficado na minha cabeça...Eu a decepcionei como decepciono a todos. – Ele riu irônico. – Típico. – Completou antes de coçar os olhos com força. Joe riu e se sentou numa poltrona em frente a cama.

–Você sabia que a Ash é vidrada em estudos e teorias sobre sentidos de sonhos? – Joe sorriu arrancando um riso frouxo de Brandon.

–Fala sério, Joe. – Pediu Brandon se sentando sobre a cama.

–É sério, Brandon, podemos interpretar isso se quiser. – Joe riu junto a ele.

–Você é muito gay, de verdade. – Brandon concluiu.

–Já que não quer me contar, eu vou interpretar com o pouco que sei. – Joe começou a falar. – Você tem medo de decepcionar a Santana, porque no momento ela é a única pessoa que confia em você de olhos fechados. – Disse fazendo Brandon encará-lo por um segundo. Joe fez cara de esperto, como se pedisse pra saber mais do sonho. Brandon suspirou, mas continuou sem proferir nada. – O abismo em que você caiu pode ser a bebida, ou até mesmo a Bella, basta você decidir qual dos dois é o seu maior vício. Isso significa que as coisas precisam mudar na sua vida, sabe, que você precisa mudar o rumo que tem levado. – Joe concluiu fazendo Brandon encará-lo com certo medo.

–Tá, olha, você tá acertando então eu vou falar logo essa droga toda. – Brandon disse ansioso. – Ela me pedia pra confiar nela e me levou até um abismo, depois me empurrou e disse que eu era decepcionante e que o Duan era infinitamente melhor do que eu. Aí eu disse que não aguentava ouvir aquilo, pelo menos não dela, e ela dizia que eu estava apaixonado por ela, e ela por mim, mas mesmo assim me deixou cair, só que antes de eu cair ela não era mais ela, era a Belatrix. – Brandon bufou. Joe suspirou por um segundo.

–Tem tanto medo de decepcioná-la quanto tem de se decepcionar de novo. Por isso ela virou a Bella, porque você tem medo que a Santana faça com você o que a Bella fez. – Joe sorriu.

–Droga, você é gay, Joe! – Brandon disse jogando a cabeça pra trás caindo novamente sobre a cama. – Isso não pode ser sério, é outro sonho, mas agora você tá na minha mente. – Completou. – E sabe por que isso é idiota? Porque eu não odeio o Duan, e tudo isso dá a entender que eu tenho ciúmes ou inveja dele. – Disse encarando Joe.

–Você não o odeia, o Duan só representa algo bom, pode ser qualquer coisa boa, um estado de espírito, um sentimento, um estilo de vida, enfim, algo que você quer poder alcançar, mas não consegue porque está preso a algo, que no caso seria esse abismo. E quanto a Santana, você está realmente apaixonado, e sabe que ela também está por você, e seu medo é perde-la pra algo melhor, como perdeu a Bella, ou acha que perdeu, mas aposto que nunca teve um sonho desses com a Bella. – Disse Joe. Brandon o encarou.

–Você é a minha consciência, cara? – Brandon perguntou fazendo careta e de repente seus olhos se abriram.

–O que disse? – Joe perguntou confuso.

–Era você quem tava falando, aí, senhor interpretador de sonhos. – Brandon se sentou na cama.

–É sério, cara, tá na hora de você parar de beber, porque além de vomitar o tapete, está delirando. – Joe riu. Brandon franziu o cenho.

–Então foi um sonho? – Brandon perguntou. – Você não me disse nada sobre a Ash ser boa em interpretar sonhos e ter te ensinado? – Brandon disse confuso. Joe apenas deu uma risada.

–A Ashley só é boa em dormir, Brandon, ela não deve nem sonhar, sério, ela apaga. – Joe riu.

–Eu to ficando maluco. – Brandon coçou o rosto.

–Olha, cara, volta a dormir. – Joe disse com um sorriso breve.

–Acabei de acordar. Preciso falar com a Santana. – Brandon disse se pondo de pé.

–Brandon, são dez horas da noite, achei que você estava morto. – Joe riu. – Sem contar que a Santana tá por aí, parece que ela e a Giovanna se desentenderam e ela quer ficar sozinha. – Disse.

–Eu dormi por quanto tempo? – Brandon o indagou.

–Vinte horas tá bom pra você? – Joe perguntou. – O porre de ontem te apagou. – Completou.

–Talvez só a porrada. – Brandon comentou.

–Do que tá falando? – Joe perguntou.

–Magoei a Santana também. – Brandon bufou.

–Bom, amanhã você fala com ela. – Joe sorriu. Brandon apenas assentiu e logo deitou novamente para voltar a dormir o que não demorou sequer dois minutos.

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https://www.youtube.com/watch?v=mVq-MU7ojVYEscute Stop crying your heart, Oasis.

Santana estava acordada no meio da longa e quase clara madrugada. Com as costas encostadas nas paredes brancas, ela encarava o teto sem muita firmeza nos olhos, que piscavam deixando lágrimas escaparem. Ela esperava qualquer oportunidade de Giovanna sair do quarto e escutá-la, mas sua espera era longa, tão quanto a raiva de sua amiga. Duan ao sair de seu quarto bem em frente deu um pulo ao vê-la. Ela o encarou.

–Tá fugindo pra roubar comida na cozinha? Cuidado, não se esqueça de que aqui tem que pagar. –Santana disse com a voz rouca sem encará-lo. Duan percebeu algo diferente no modo que Santana o abordou.

–Está tudo bem com você? – Ele se pôs ao seu lado. As lágrimas começaram a rolar pelo rosto de Santana ao término da frase de Duan. Ele rapidamente a envolveu num abraço e caminhou com ela até a varanda principal do hotel, aonde provavelmente não teria ninguém além de alguns funcionários. Ao chegarem ao local, Duan com cuidado colocou Santana sentada em um grande sofá branco, aonde se sentou ao seu lado e a abraçou novamente. – O que houve, Sants? – Ele levantou seu rosto.

–Sou a pior pessoa do mundo, Duan. – Santana se aconchegou em seus braços. Ele sem dizer nada apenas acariciou seus cabelos negros, esperando que ela se acalmasse para lhe contar tudo. Depois de alguns longos minutos de pranto, Santana secou com cuidado as lágrimas com a ajuda de Duan e o encarou.

–Eu estou aqui pra te ajudar, pode confiar em mim e me contar o que houve. – Duan deu um sorriso de canto pra Santana que retribuiu.

–A Giovanna me odeia agora. – Santana torceu os lábios.

–Tá louca? – Duan riu. – Ela ama você, deve ter sido mais uma briguinha boba como todas as outras, logo passa não precisa chorar assim. – Duan segurou em seu queixo.

–Não, Duan, dessa vez é diferente, ela não vai me perdoar. – Santana respirou fundo enquanto encarava o teto. Duan franziu a testa.

–O que você fez? – Ele disse seco. Santana encarou-o por alguns segundos sem proferir nada específico além de alguns gaguejos.

–Sabe, Duan, desde que nós nos conhecemos eu guardo um segredo, um segredo que eu não pensei que fosse necessário revelar porque ele estava guardado bem longe de todos vocês. – Santana disse cada palavra pausadamente com o tom cada vez mais baixo.

–Está me assustando. – Duan torceu os lábios.

–Duan, eu tenho um irmão. – Santana o encarou sério.

–E isso é ruim? – Duan disse confuso e em seguida deu uma risada de leve.

–Não seria em outras circunstancias. – Santana deixou escapar uma lágrima. – Meu irmão é o Mike. – Ela mordeu os lábios.

–O Mike é seu irmão? – Duan arregalou os olhos. – Mas como assim? –Ele a encarou.

–Ele nasceu quando eu tinha um ano, eu sempre morri de ciúmes dele porque ele tomou toda a atenção que deveria ser minha, porque eu também era um bebê. – Ela riu de canto. – Mas o ciúme só foi aumentando cada vez mais, eu não conseguia vê-lo como um irmão querido e mais novo que eu cuidaria. – Ela se explicou. Duan apenas balançava a cabeça em sinal de que entendia suas palavras, mas não soltava uma só fala. – Quando eu repeti o primeiro ano, foi no mesmo ano em que o Mike conseguiu uma bolsa pra estudar num colégio em Monterrey. Ele entraria direto no Ensino Médio de lá, moraria com a minha avó, e ele foi. – Santana fez uma pausa para segurar o choro. – E eu pensei que meu problema tinha acabado, meus pais finalmente me dariam atenção, mas eles só sabiam dizer: “você não é como o Michael, ele passou pra uma ótima escola, e você repetiu. ”, e eu guardei tanta raiva no meu coração que me tornei essa pessoa que vocês conhecem hoje: Durona, briguenta, de língua afiada. – Ela deu um risinho.

–Eu não entendo, por que vocês esconderam isso? – Duan franziu a testa.

–Eu não sabia que ele voltaria, na verdade foi um susto quando dei de cara com ele na festa da Penny na hora que ele defendeu a Giovanna, fiquei sabendo de uma forma não muito agradável que ele voltaria a morar com a gente. – Santana deu um riso frouxo. – E quando ele foi se aproximando da Gio, eu não consegui evitar os meus ciúmes, pensei que ele a roubaria de mim como roubou meus pais, e foi exatamente isso o que aconteceu, ela só queria saber dele e isso alimentou minha raiva. – Santana chorou.

–Agora eu entendo porque vocês brigavam tanto, “sem motivo” e porque ele teve aquela atitude na festa, estava defendendo a irmã. – Duan riu fazendo as aspas com as mãos.

–Pois é. – Ela sorriu. – Eu ia contar pra Giovanna, juro que ia, Duan, mas ela ouviu uma briga minha e do Mike, e descobriu tudo da pior forma e agora ela não quer me ver, eu nem sei aonde eu vou dormir porque ela me trancou do lado de fora do quarto. – Santana encarou os pés. – Eu sei que eu errei, Duan, mas não tem nada que eu não faria pra que ela me perdoasse e me desse pelo menos uma chance de me explicar pra ela, como eu me expliquei pra você. – Santana voltou a chorar. Duan rapidamente a puxou pra perto de si.

–Eu entendo você, Sants. – Ele sorriu. – E eu vou falar com a Gio, vou pedir pra ela te escutar, eu prometo. – Ele deu um beijo em sua testa. Santana sorriu fitando-o.

–Acho que nunca ficamos tanto tempo sem provocar um ao outro. – Ela riu.

–Com certeza não, mas sabe que eu prefiro assim. – Duan acariciou seu rosto.

–Sabe que eu também. – Santana deu um sorriso largo. – Obrigada, Duan, eu sei que eu te chamo de presuntinho, gaguinho e outras coisas horríveis, mas na verdade eu sempre admirei você, sempre foi um cara lindo, esforçado, inteligente, e fico feliz por saber que você finalmente encontrou a garota certa. – Santana apertou o nariz de Duan que gargalhou.

–Você é que é incrível, Santana, é a melhor líder de torcida que eu já vi, e não conta pra Rachel, mas é a garota mais linda que eu já conheci. – Ele deu um beijo em sua testa e logo a abraçou de novo. Santana abriu um sorriso largo enquanto estava nos braços de Duan, mas logo se levantou.

–Bom eu vou ver se a Dianna me deixa dormir com ela e com a Rachel. – Santana deu uma risadinha. – Obrigada de verdade, Duan. – Ela se inclinou e deu um beijo na bochecha de Duan que sorriu. – Mas é sério, não esqueça que tem que pagar pra comer, então vá com calma. – Ela de uma piscadinha enquanto se afastava. Duan gargalhou e logo se levantou também.

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No dia seguinte, Melanie estava sentada junto a Lucy numa cadeira no pátio principal do hotel. Ela encarava seu celular calmamente enquanto Lucy apenas se concentrava na leitura de um livro. Melanie então riu despertando a amiga que a encarou como se perguntasse seus motivos para felicidade tamanha.

–Essa viagem vai me render um jornal recheado de história. – Ela comemorou. – Giovanna e Santana brigadas, qual será o motivo? Será que ela pegou a Santana e o namoradinho dela aos beijos? – Melanie riu maldosa. – E mais, Brandon bêbado agarrando a burra da Courtney que agora está brigada com o Peter que pensa que a fez de trouxa. Belatrix sozinha, sem nenhum amigo a viagem inteira, e sem contar naquela música que a Dianna cantou... – Completou em um suspiro.

–O que tem a música? – Lucy perguntou confusa.

–Descobri que ela está namorando o nerd do Daniel Scott. – Melanie falou. – Mas aquela música não parecia pra ele, sei lá, a letra não corresponde ao casal, e achei estranho o modo como o Sr. Evans ficou olhando pra ela enquanto ela cantava. – Disse. Lucy apenas riu.

–Mel, acho que deveria ir com calma, porque está vendo coisas onde não tem... – Ela começou a falar fazendo Melanie encará-la. – Compreendo sua vontade imensa de que Mike e Santana tenham um caso, afinal eles realmente agem estranhos, mas qual é, o Sr. Evans e a Dianna? – Ela disse fazendo Melanie franzir o cenho.

–Acha que não? – Perguntou.

–Com certeza não. Até porque ambos estão comprometidos, e não teria porque ficarem fazendo esse tipo de coisa na frente de seus respectivos namorados, e qual é, o Sr. Evans é um cara mais velho, e é só olhar pra essa tal de Chloe que nota-se na hora que o gosto dele está longe de ser a Dianna. – Ela riu completando sua teoria. Melanie riu também.

–Acho que tem razão. – Melanie suspirou. – É que seria uma história e tanto. – Disse fazendo Lucy torcer os lábios numa careta incomodada.

–Bom, não importa, eu tenho furos o suficiente pra próxima edição, e já enviei tudo por e-mail pro Jill que vai começar a escrever a matéria pra que eu coloque tudo no jornal assim que voltarmos. – Melanie riu formando um sorriso vitorioso em seus lábios.

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Peter caminhava pelo salão do hotel. Estava abatido e desanimado. Courtney continuava trancada em seu quarto, ignorando toda e qualquer tentativa dele de se comunicar com ela. Ele foi até a mesa de café da manhã e pegou apenas um pouco de café e se sentou numa mesa vazia. Candy vinha caminhando e cruzou com Paul, chamando a atenção dele. Ela tentou falar, mas Paul apenas balançou a cabeça em sinal negativo e voltou a caminhar junto a Jenny que também tinha o rosto abatido, provavelmente devido ao fato de Daniel e Dianna estarem sentados juntos um pouco mais a frente trocando beijos e dividindo o café da manhã de forma um tanto romântica. Candy suspirou e sorriu de longe pra Peter para em seguida caminhar até a mesa onde ele estava e se sentar.

–Nada ainda, né? – Peter perguntou e ela que balançou a cabeça em sinal negativo. – Pois é nem eu. – Peter suspirou.

–Pensei que seria uma viagem divertida, sabe? – Candy começou a falar encarando o copo vazio sobre a mesa. – Pensei que sair do país, vir pra um lugar exótico, com tantos lugares diferentes pra ver e relaxar faria tudo ficar melhor, mas agora minha melhor amiga está trancada no quarto sem previsão pra sair, Giovanna também se trancou no quarto, Paul continua sem falar comigo e parece a cada dia mais distante, enfim, está sendo tudo péssimo. – Candy rolou os olhos.

–Pois é. – Peter bufou. – Vamos torcer pra que melhore. – Ele disse vendo Santana caminhando decididamente pelo salão. Provavelmente ela acabara de sair do quarto onde dormiu com Dianna e Rachel e se dirigia até o quarto dela e Giovanna. – Espero que fique tudo bem. – Peter comentou. Nesse momento Brandon saiu de seu quarto e também avistou Santana que ele logo fez questão de segurar pelo braço, a fim de fazê-la encará-lo. Peter bufou. – Vou sair daqui, senão eu soco a cara dele de novo. – Ele avisou a Candy que apenas assentiu e caminhou para fora do local, indo em direção à praia.

–Santana, precisamos conversar. – Brandon disse nervoso, mas Santana logo se soltou de sua mão.

–Não é um bom momento. – Ela disse voltando a caminhar, mas ele logo a segurou de novo.

–Por favor, eu sei que agi como um idiota, e quero me explicar. – Brandon falou deixando-a ainda mais nervosa.

–Eu não quero falar com você. – Santana disse rude. – Não quero explicações, tá legal? Eu estava lá, eu vi o que aconteceu, eu vi o que você fez. – Completou. Aquelas palavras e o tom de voz de Santana o fizeram se sentir ainda pior agora. – Eu não to com cabeça pras suas explicações agora. – Ela terminou de falar e correu em direção ao quarto de Giovanna. Brandon suspirou e voltou para seu quarto. Quando ela chegou até o local a porta estava apenas encostada. Santana adentrou às pressas para ver Giovanna de pé arrumando sua bolsa.

–Gio, que bom que você abriu a porta a gente precisa conversar, eu posso explicar tudo. –Santana disse nervosa antes de encarar as malas. – Aonde você tá indo? – Ela perguntou. Giovanna sem responde-la continuou atenta em colocar todos seus pertences em sua mala o que agoniou Santana. – Gio, me responde. – Ela insistiu fazendo Giovanna suspirar como se buscasse controle. – Giovanna! – Ela disse num tom grosseiro fazendo a mesma se revoltar também.

–Será que você não entendeu que eu não quero falar com você? – Giovanna disse grosseira. – Eu não quero suas desculpas, eu não quero suas explicações, eu só quero que você me deixe em paz! – Giovanna falou em alto e bom tom.

–Por favor... – Santana disse deixando lágrimas escorrerem uma a uma por seu rosto abatido.

–Não me peça por favor, não me peça mais nada, nem sequer fala comigo, Santana. – Giovanna disse irritada. – Pode ficar com o seu quarto. Eu não quero mais ouvir de ninguém que eu sou uma péssima pessoa que te expulsou daqui. – Giovanna riu irônica. – Eu vou ficar no quarto com a Courtney, a Candy concordou em se mudar pra cá. – Ela falou seca.

–Então é isso? – Santana perguntou. – Você prefere fugir de mim do que me deixar dar uma explicação pra você? – Santana começou a chorar ainda mais.

–E o que você quer explicar, Santana? – Giovanna disse rude. – Que você é uma falsa, uma mentirosa que traiu minha confiança? – Perguntou. – Eu não quero falar com você. Eu nunca mais vou confiar em você. – Giovanna disse agora caminhando em direção a porta por onde saiu destemida. Santana se pôs a chorar ainda mais. Belatrix nesse momento passou pelo quarto e riu.

–Que dia bonito, não acha? – Ela comentou fazendo Santana respirar fundo. – Eu não sei se é o sol, ou se é o prazer de ver você e a Giovanna brigando. – Ela completou. Santana se virou pra ela com um olhar raivoso. – Ah, não, não, não, Santaninha, querida, não chora. – Ela falou enquanto Santana permanecia em silêncio apenas a encarando. – Você sabia que ia chegar o dia em que sua máscara ia cair e mostrar que diferente da sua vontade, você é tão falsa e dissimulada quanto eu. – Bella riu irônica. Santana agora perdeu o controle que tinha e partiu pra cima de Bella. As duas logo estavam agarradas no chão, entre tapas, o que chamou a atenção de todos que passavam perto do local. Logo Melanie tinha seu celular em mãos para gravar cada detalhe o que lhe renderia grande polemica em seu jornal fútil. Dianna logo correu na direção de ambas para segurar Santana, mas somente ela não foi necessária, precisando da ajuda de Candy e Harry para tirarem-na de cima de Bella que agora também era segurada por Daniel e Joe.

–Essa louca me atacou! – Belatrix disse irritada.

–Louca? – Santana gritou. – Acha que eu sou louca? Vas a entender lo que es una loca, cuando arranco su pelo! – Santana falou em espanhol demonstrando toda sua irritação o que fez todos franzirem o cenho, exceto alguns funcionários que riam por entender suas palavras.

–Já chega! – Harry disse irritado. – Esse comportamento está inaceitável, de todos vocês. – Ele ralhou fazendo todos ali presente encará-lo. – Eu sinto muito, mas o diretor está a pá de toda a situação e achou melhor nós adiantarmos a nossa volta pra evitar mais problemas. – Completou podendo ouvir alguns suspiros incomodados com a situação. – Sinto muito de verdade, mas metade de vocês não está se falando, tem alunos ficando bêbados, e agora vocês caem aos tapas. Não há outra alternativa, então por favor, aproveitem o dia de hoje, arrumem suas malas, porque iremos embora amanhã. – Harry disse num tom rude, demonstrando que ele também não estava nada bem em meio aos acontecimentos. Todos se entreolharam ali.

–Você está bem? – Dianna perguntou a Santana que a abraçou forte.

********************************

O avião acabara de levantar voo. A maioria dos alunos estava em silêncio alguns cansados, outros ressentidos com algo, mas a maioria de fato não se falava. O clima dentro do avião era verdadeiramente hostil agora e de certa forma diferente da vinda. Courtney estava sentada ao lado de Candy e Santana no fim do avião. Mais à frente um pouco, Dianna, Daniel e Neill também em silêncio estavam sentados juntos. Paul estava ao lado de Jennifer e Raj, cada um deles com seus respectivos fones de ouvido. Harry apenas suspirava encarando a janela enquanto Penny e John trocavam algumas risadas e beijos em meio a uma conversa baixa. Melanie e Lucy também conversavam baixo sentadas ao lado de Brandon que estava mais afastado de todos. Joe agora dormia ao lado de Mike que tinha os olhos caídos, principalmente a todo momento que encarava Giovanna e via sua expressão dura. Ao lado dele, Peter mantinha os fones no ouvido, carregando um semblante tristonho. Bella e Charlie estavam sentadas juntas mais à frente, mas também não se falavam agora. Duan estava sentado ao lado de Giovanna que em silêncio encarava a janela com uma expressão quase vazia. Rachel também ao seu lado, dormia tranquilamente agora. Duan para acordar Giovanna do transe acariciou sua perna e se inclinou pra perto da irmã.

–Gio. – Chamou com a voz suave. Giovanna levou seus olhos aos dele e sorriu de canto. – Como você está? – Perguntou.

–Péssima. – Giovanna respondeu seca antes de voltar a encarar a janela.

–É eu imaginei. – Duan mordeu os lábios.

–Como você soube? – Giovanna o encarou com a sobrancelha arqueada. Duan torceu os lábios antes de responder.

–Santana me contou. – Respondeu arrancando um sorriso sarcástico de Giovanna.

–Até pra você ela contou e pra mim não, brilhante! – Giovanna ironizou antes de revirar os olhos. Sua expressão era séria e dolorosa.

–Ela me contou sim, Gio, me explicou tudo. – Duan sorriu.

–Não tem explicação, Duan, o que ela, aliás, eles dois fizeram comigo não tem explicação. – Giovanna levantou o tom de voz, mas logo o normalizou quando reparou alguns olhares voltados para si.

–Não teve uma explicação porque você não quis ouvi-la. – Duan ralhou. – Ela é sua melhor amiga, Giovanna, merece uma chance de se explicar e se desculpar. - Ele cerrou os lábios.

–Sinceramente...-Ela riu irônica. - Eu não to entendendo você, Duan, por que está do lado dela? Vocês dois sempre se odiaram e agora na hora que você deveria estar do meu lado e apoiar a minha dor você resolve virar amigo dela e ficar do lado dela? – Giovanna disse encarando Duan com olhos raivosos.

–Não estou do lado de ninguém, Giovanna, mas você está agindo como uma criança mimada. – Duan revirou os olhos.

–Eu estou me comportando como uma menina mimada? – Giovanna riu debochada. – Minha melhor amiga e meu namorado mentiram pra mim, esconderam algo grave de mim, sabe o quanto eu sofri com as brigas deles? Sabe o quanto eu senti medo dos boatos que isso tudo era disfarce pra um romance às escondidas entre os dois? E de repente tudo explodiu na minha cara, e eu ainda sou obrigada a escutar desculpas dela? – Giovanna franziu a testa enquanto fitava Duan vermelha de raiva.

–Giovanna, eu sei que foi difícil pra você, sei que doeu em você e está doendo ainda mais agora. – Duan segurou sua mão. – Mas já parou pra se perguntar o porquê do ódio entre os dois? Será que não passou pela sua cabeça que tem uma história envolvendo o segredo dos dois? Santana tem algo pra te contar, é só você dar uma chance. – Duan sorriu torto recebendo em troca uma rolada bruta dos olhos verdes de Giovanna.

–Eu não quero escutar nada, Duan, por favor, me deixa. – Giovanna choramingou se voltando pra janela.

–Só acho que gostaria de ouvir da boca dela a história, da mesma forma que eu ouvi. – Duan disse sério. – E se quer saber, você está sofrendo e eu vou ficar te apoiando até quando você precisar, mas com certeza a Santana está sofrendo muito mais - Suas palavras fizeram Giovanna encará-lo por um momento. - Pensa nisso, Gio. – Duan se inclinou e deu um beijo em seu ombro. Giovanna voltou a encarar o vazio. Não demorou muito para que logo o voo se encerrasse e todos se dirigissem calmamente até a saída do mesmo para seguir os caminhos de suas respectivas casas.

******************************

Naquele dia mais tarde, Peter estacionou com cuidado o carro na frente da casa de Courtney. Antes de sair do carro ele respirou fundo e encarou a janela pra ver se havia iluminação vinda de seu quarto. Peter desceu um pouco afobado, e ajeitou a camisa antes de dar qualquer passo à frente. Nas mãos um buquê enorme de rosas vermelhas. Tentando não fazer barulho ele arregaçou as mangas da camisa e começou a escalar cuidadosamente uma árvore que havia do lado da varanda do quarto de Courtney. Com algumas dificuldades, ele subia lentamente, mas não desistia. Depois de alguns minutos escorregando e tentando de novo ele finalmente conseguiu chegar no topo da árvore que o encaminhou até a varanda do quarto. A porta estava fechada, mas não totalmente, porém Peter quis fazer uma cena: tacou algumas pedrinhas na porta que fizeram Courtney pular de susto. Com cuidado e precaução ela caminhou devagar até a porta da varanda, e com medo abriu-a lentamente. Ao se deparar com Peter ela arregalou os olhos, mas ainda assim respirou aliviada.

–Peter? – Ela o encarou.

–Oi, Court. – Suas bochechas coraram. Courtney estava com o cabelo preso num belo rabo de cavalo. Já era tarde, ela usava uma pantufa de urso que acompanhava um belo e comportado pijama cor de rosa. Courtney se aproximou de Peter que estava já de pé em sua varanda depois de quase cair pulando da árvore para a mesma.

–O que você tá fazendo aqui? Veio tentar me enganar de novo? Porque sinceramente três vezes é demais. – Courtney franziu a testa.

–Eu vim me explicar. – Ele mordeu os lábios. – Eu sei que as chances de você não acreditar em nada do que eu vim te dizer são enormes. – Peter gaguejou um pouco.

https://www.youtube.com/watch?v=icGqr_RrHdMEscute Lucky, Glee.

–Tente. – Courtney o encarou séria.

–Courtney. – Peter se aproximou e pegou na sua mão. – Eu sei que não quer me ouvir, eu sei que no momento eu sou a última pessoa que quer ver, e que me acha um completo mentiroso e idiota, sei que acha que depois de vacilar com você a primeira vez inventei esse lance de amigos pra mais uma vez tentar me aproveitar de você, mas isso tudo não é verdade e aquilo o que o Brandon disse na viagem tem uma explicação. – Peter respirou fundo antes de prosseguir. – Sabe, você se tornou minha melhor amiga, Court, e a cada dia que passou eu fui vendo como você é incrível. – Ele acariciou seu rosto que corou. -Quando eu estou com você eu não sou aquele idiota que joga futebol e corre atrás de todas as garotas. Quando eu to com você eu não me sinto mais desesperado pela atenção da Santana. Quando eu to com você eu me sinto feliz, e quando eu não estou com você eu só quero estar. – Peter se aproximou ainda mais de Courtney que o encarava atentamente. – Courtney, eu não consigo parar de querer estar aqui, eu não consigo não morrer de ciúmes toda vez que eu vejo algum cara dando em cima de você, eu lutei, lutei muito porque eu achei que era loucura da minha cabeça, mas não é, é real e eu quero que seja, descobri que eu quero. – Peter sorriu e fez uma longa pausa enquanto acariciava os cabelos de Courtney. – Eu descobri que todas as vezes que eu treinei com você como me declarar pra Santana na verdade eu estava me declarando pra você. Eu descobri que eu quero porque é uma verdadeira sorte a minha ter alguém tão especial, linda, incrível e maravilhosa como você do meu lado, e na verdade é mais, muito mais do que eu mereço, você não imagina a sorte que eu tenho por estar apaixonado pela minha melhor amiga. – Peter abriu um sorriso frouxo, mas Courtney se manteve séria. – Eu te amo, Courtney, eu te amo como nunca amei ninguém e quero te amar pra sempre porque você foi a melhor coisa que já me aconteceu. Eu estou sentindo a sua falta, porque a verdade é que eu não me fiz de seu amigo pra ficar com você, isso nunca passou pela minha cabeça, eu seria incapaz de te fazer mal, por favor, Court, acredita em mim. – Pediu.

–Peter, você não devia ter dito essas coisas. – Courtney disse com um olhar indiferente que fez Peter abaixar a cabeça. – Só agora... – Ela completou. - Digo que você não deveria ter demorado tanto pra dizer essas coisas, porque a verdade é que eu também amo você. – Courtney levantou seu rosto e se aproximou. Peter a encarava com os olhos azuis brilhando. Ele rapidamente pôs a mão sobre o alto do pescoço de Courtney que o beijou. Courtney segurava firme com as duas mãos na gola de sua blusa, os dois se beijavam deixando escapar alguns sorrisos. Quando seus olhos se encontraram, Peter mordeu seus lábios inferior, admirando o belo sorriso de Courtney.

–Isso quer dizer que você me perdoa? – Ele gargalhou puxando-a pra cima de si e abraçando-a em seguida. Courtney o acariciava os cabelos cuidadosamente, e ele não hesitava em beijar a ponta de seu nariz. – Eu quero aproveitar pra perguntar mais uma coisa...- Ele sorriu encarando Courtney com os olhos intensos. – Será que você me daria a honra de ser seu namorado? – Peter corou com as palavras ao ver a reação de choque de Courtney antes de estender as flores pra ela.

–Está louco? – Ela disse assustada antes de sorrir. - Mas é claro que eu aceito. – Ela disse animada pulando num novo abraço que quase o fez cair. Os dois riram.

–Eu te amo, Peter. – Courtney sorriu com suas doces palavras.

–Eu te amo ainda mais, Courtney. – Ele a puxou para um novo beijo. – Ah e eu quero prometer que não vou mais te magoar, porque sinceramente escalar essa árvore pra vir na sua varanda me desculpar toda vez que eu ajo como um idiota é cansativo. – Peter riu contagiando Courtney que logo acariciou seu rosto para voltar a beijá-lo intensamente.

***************************

No dia seguinte, Brandon dirigia devagar até a casa de Santana. Estava apreensivo, pois desde a idiotice que cometera na viagem no dia do luau não havia falado com ela ainda. Faziam apenas dois dias, era verdade, mas pareciam mais, e ele se sentia sozinho, tinha medo de mais uma vez cair na tentação de seu vício. Odiava admitir, mas precisava de Santana para permanecer forte. Ele finalmente avistou sua casa, com iluminação ainda fraca devido a luz que ainda incidia do céu naquele fim de tarde. Brandon caminhou pelo simplório jardim de Santana, estava com um pequeno embrulho em mãos. Ele tocou a campainha. Depois de alguns segundos Santana abriu a porta para arregalar seus belos olhos negros.

–Brandon? – Ela perguntou confusa. – O que está fazendo aqui? – Ela franziu o cenho.

–Santana, eu vim pedir desculpas. – Ele disse sem jeito entregando o pequeno embrulho em mãos. Santana riu.

–Eu não estou entendendo nada. – Ela disse enquanto abria o pequeno embrulho para tirar um ursinho escrito “me perdoe”. Ela novamente soltou uma risada.

–Bom, eu vim aqui me desculpar e prometer que se você voltar a ficar bem comigo, eu paro de beber pra sempre. – Brandon fez cara de cachorro pidão que fez Santana rir.

–Brandon, vou chamar o ursinho lindo de Sr. Trapalhão em sua homenagem. - Santana riu se sentando na escada da varanda. Brandon caminhou e sentou até o seu lado. Ela abaixou a cabeça tristonha.

–Você ainda está com raiva de mim? – Ele perguntou sem graça.

–Não. – Santana sorriu. – Admiro sua atitude de ter vindo se desculpar, mas acho que deve desculpas ao Peter e a Courtney, afinal foi a eles quem você envergonhou. – Disse.

–Tem razão. – Brandon bufou. – Vou fazer isso, mas será que pode me dizer por que está com essa carinha? – Ele segurou em seu queixo fazendo-a sorrir.

–Tenho que te contar uma coisa. – Santana disse e logo começou a contar para Brandon sobre sua história, sobre sua família.


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