The Last Year escrita por Yasmin Camacho


Capítulo 14
Capítulo 14 - Like a Lilies




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Naquela segunda feira, o sol brilhava fortemente no céu, o que era verdadeiramente inesperado depois dos dias nublados seguidos por chuvas e fortes ventanias. O colégio reabriu um pouco mais cedo para expor finalmente as obras dos alunos que faziam parte das extracurriculares de arte da escola. John ao lado de Spencer encarava fielmente a porta que tinha uma movimentação intensa de pessoas entrando e saindo apesar do horário ainda cedo. Muitos olheiros de faculdades estavam ali. Como Spencer já o havia indicado anteriormente para um conhecido e amigo de seus pais, olheiro de Columbia ele já se sentia mais seguro, agora pensava apenas se Penny iria aparecer. Toda aquela exposição dedicada a ela, todo o trabalho que ele tinha feito nesses últimos meses, todos envolviam os sentimentos dele por ela e ele queria mais que qualquer outra coisa que ela estivesse ali pra ver. Podia ser loucura, mas desde que soube que ela finalmente terminou com Matthew isso lhe fez ter mais esperanças, o que não sabia exatamente se era bom, mas preferia acreditar que sim.

–Senhor Hill. – Disse o olheiro da Columbia com um sorriso estampado em semblante.

–Senhor Smith, é uma honra tê-lo aqui, eu espero que goste da exposição. – Ele disse sorrindo.

–Ela me parece encantadora até agora, pode me dizer o nome? – Perguntou.

–Se chama Meu Paraíso. É uma longa demonstração de como cada um de nós tem uma ideia de lugar ou momento perfeito, e eu recolhi isso de uma pessoa especial e quis dedicar isso a ela. – Ele sorriu.

–Simplório e inteligente, está com pontos lucrativos para sua aceitação pela bolsa de artes. Bom, eu vou continuar dando uma volta e se por acaso sua musa inspiradora chegar saiba que eu quero conhecê-la. – Ele sorriu fazendo John corar.

–John, está tudo incrível aqui. – Spencer sorriu encarando a exposição dele. Ele sorriu de volta.

–Acha que a Penny vem? – Ele perguntou.

–Bom, você falou com ela, eu acho que ela vem sim. – Ela sorriu e logo caminhou na direção de sua exposição que tinha um tema mais focado pra arte abstrata. John encarou novamente o relógio e nada da presença de Penny. Cerca de uma hora depois, já ao fim da exposição ele já tinha perdido por completo suas esperanças. Parece que se enganou ao pensar que aquele término e aquela mudança de atitude poderiam incluí-lo nos novos planos de Penny. Ela agora tinha sua presidência e eles estavam de volta oficialmente a estaca zero, onde só se falavam quando se esbarravam pelos corredores. Quando John finalmente despertou de seu transe, o simpático olheiro lhe sorriu.

–Senhor Hill, eu quero lhe pedir pra que vá a meu escritório ainda hoje, de preferência assim que terminar seu expediente no colégio. Quero lhe parabenizar pela maravilhosa exposição, e se quer saber, já pode se considerar dentro da Columbia. – Ele sorriu. John sorriu radiante.

–Obrigado, senhor, isso é muito importante pra mim. – Ele o cumprimentou.

–Eu lhe peço que traga mais de seus trabalhos, Spencer me disse que você também é bom em poesias, então quanto mais material puder levar é melhor, o programa se estende e sua bolsa fica mais segura. – Ele sorriu.

–Eu levarei, senhor, e muito obrigado novamente. – John sorriu. O senhor apenas assentiu e caminhou até a porta de saída após se despedir carinhosamente de Spencer que sorriu pra John antes de correr para abraçá-lo.

–Conseguiu! – Ela comemorou junto a ele.

–Ele não disse isso, disse que poderia considerar que sim. – Ele riu.

–Conheço ele. Você está dentro. – Ela riu animada. – Eu conversei com o pessoal do grêmio e eles concordaram em doar a sala pra deixarmos as exposições lá até a hora do almoço. Eu deixo tudo no auditório de artes pra você pra não se atrasar. – Ela sorriu.

–Obrigado, Spence. – Ele sorriu. – Pode me fazer o favor de encadernar aqueles poemas pra mim? Eu preciso ir correndo pra aula de álgebra agora, mas deixo em cima da mesa, pode ser? – Ele perguntou. Spencer assentiu antes de dar uma piscadela pra John que apenas sorriu e caminhou as pressas para a saída do auditório onde estava ocorrendo a exposição.

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Rachel esfregou os pequenos olhos castanhos, ainda era cedo, mas como de costume ela queria ter tempo de sobra para tomar um belo banho e um reforçado café da manhã com sua avó. Era típico da vovó Oliver preparar as panquecas preferidas de Rachel, que agora corria para o banheiro a fim de se lavar. A água corria sobre seus cabelos longos, assim como as palavras de Duan percorriam seus pensamentos. Rachel pensava se realmente aquelas palavras e a aquela atitude afobada de duas semanas atrás significavam um sentimento sincero da parte de Duan, mas ainda assim, ainda que fosse ela não cederia dessa forma; não queria parecer que foi tudo armado entre eles, que o roubou de Bella, porque ela não queria precisar disso, queria apenas conquistá-lo e por muitas vezes achara que tinha conseguido, mas ai novamente Belatrix e seus manipuladores olhos azuis o tiravam dos olhos dela. Não iria mais pensar nisso, aliás, não pensaria mais em Duan, não até que ele realmente gostasse dela pelo que ela era, e não como um prêmio de consolação durante uma enorme dor de cotovelo. Saiu do banho. Com a escova de dente na boca, ela caminhava pelo quarto em direção ao guarda roupa de onde tiraria um vestido florido de mangas fofas que deixavam seus ombros descobertos. Quando pronta, desceu as escadas correndo para se deparar com um enorme buquê de lírios brancos, suas flores favoritas.

–O que é isso? – Rachel perguntou a avó arregalando os olhos.

–Bom dia, querida. – Disse a avó sorrindo com as panquecas na mão.

–Bom dia, vovó. – Rachel caminhou até ela e a abraçou. – Foi a senhora quem comprou esses lírios? – Ela sorriu enquanto os olhava de longe com grande admiração.

–Um belo jovem de nome Duan passou aqui bem cedo hoje e os deixou de presente para você. – Sua avó riu. – Na verdade ele quase ajoelhou de tanto pedir desculpas quando viu que tinha me acordado com o barulho da campainha. – Acariciou os cabelos ainda molhados de Rachel.

–O Duan trouxe isso? – Rachel levou os olhos arregalados a avó que sorriu.

–Sabe, Rach, algumas vezes deixamos nosso orgulho querer falar mais alto que o nosso coração. – Ela caminhou até os lírios e acariciou-os. – Mas o coração deve sempre prevalecer. – Disse.

–O coração machuca demais, vovó, e se engana demais. – Rachel engoliu a seco. – Pelo menos o orgulho sabe o que faz. – Riu de leve enquanto via sua avó caminhando até ela para lhe tocar o rosto.

–Em compensação ele pode machucar muito mais quando usado nas situações erradas. – Sorriu. – Pense nisso. – Ela fez Rachel sorrir com o delicado carinho que suas mãos fizeram em seu rosto. – Esse Duan é um bom rapaz.... Sabe, as rosas costumam ser as primeiras e únicas flores que se chega um dia a receber de um homem apaixonado, mas quando ele lhe dá suas flores preferidas, ah minha querida, paixão é pouco demais para o que belos e delicados lírios significam. – Sua avó riu. – Seu avô me deu lírios quando me pediu em namoro, me contou que na cultura chinesa os lírios significam amor eterno, e através deles isso ele me juraria. – Ela sorriu como se lembrasse.

–Será que é por isso que eu amo tanto os lírios? – Rachel perguntou sorrindo, fazendo cara de sabida para a avó que sorriu também.

–Acredito que você nasceu do amor mais eterno e mais puro que podia existir, desde mim e seu avô até seus pais. – Disse para a neta encarando-a. – Você é o lírio dessa família, Rachel, e tenho certeza de que se tornou também o lírio desse rapaz, não deixe que chegue o outono e carregue as suas folhas, minha querida, corra que ainda é primavera. – Deu uma piscadela para Rachel que riu. Ela encarou a avó por alguns segundos como se estivesse aos poucos deixando fluir em sua mente tudo o que sentia por Duan e tudo o que sua avó acabara de lhe dizer. Não estava sendo fácil deixar o orgulho que sentia de lado, mas sentia uma vontade tão grande de correr para os braços de Duan agora e pensar em perde-lo por ser orgulhosa demais fazia sentir dor em seu coração. Ela sorriu, e finalmente entendia.

–Você é incrível! – Ela deu um beijo na bochecha da avó e correu para a porta.

–Vá com Deus, querida! – A avó gritou sorridente.

–Ah...vó! – Rachel chamou. – Acha que o Duan me ama? – Perguntou arqueando a sobrancelha.

–Querida eu não fiz psicologia à toa, conheço as pessoas, vá e dê uma chance ao pobre menino, ele chegou às cinco da manhã com flores, merece isso! – Ela riu contagiando Rachel que gritou um “eu te amo” enquanto batia a porta atrás de si. – Eu também te amo, pequeno lírio. – Sua avó disse para si mesma enquanto encarava uma antiga foto de seu marido e ela num enorme campo florido. – Que você viva um amor tão grande quanto o que eu tive o prazer de viver e vi seu pai viver também. – Ela sorriu agora acariciando o rosto do marido pela foto antiga.

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Dianna estava sentada no carona do carro de Daniel que falava descontraidamente sobre diversos assuntos enquanto a mente de Dianna parecia vagar em algum lugar distante. Quando ele finalmente percebeu seu desatento se virou pra ela.

–Você está tão estranha, Di, pode me dizer o que houve? – Perguntou Danny enquanto saía do carro para abrir a porta para Dianna.

–Eu não tenho nada, Danny, é que estou nervosa com o calendário apertado de provas e preciso de notas muito boas se eu quiser ir para Stanford num bom programa de química. – Ela rolou os olhos.

–Suas notas vão ser excelentes, Di. – Ele sorriu pegando sua mão e depositando um beijo na mesma. – E você sabe melhor do que ninguém que Stanford já é certo, e o melhor de tudo é que eu...-Daniel fez uma pausa dramática enquanto encarava Dianna. – Eu vou tentar Stanford também. – Disse.

–O que? – Dianna arregalou os olhos. – Por que? Você sempre quis ir para Oxford! – Disse confusa.

–Eu sei, eu sempre quis Oxford, afinal é Inglaterra né. – Daniel riu. – Mas agora eu quero muito mais você e estar perto de você. – Suas palavras fizeram Dianna gelar. – Eu sei que ainda não temos nada sério, mas também sei que estamos caminhando pra isso, e estando na mesma faculdade vamos poder ficar juntos e manter nosso relacionamento, por isso resolvi dar o primeiro passo. – Daniel se ajoelhou na frente de Dianna que deu um grito agoniado.

–Ai meu Deus, Daniel, levanta, não pode fazer isso! – Ela disse assustada fazendo Danny rir.

–Dianna Allen, você quer namorar comigo? – Perguntou com um enorme sorriso lhe preenchendo o belo rosto infantil. Dianna gaguejou. – Eu sei que faz pouco tempo que estamos ficando, mas eu amo você, Dianna, amo de verdade, como nunca amei ninguém e como ninguém poderia amar. – Ele riu. – Parece loucura, mas eu quero te fazer feliz, eu preciso disso para estar feliz. – Disse com os olhos brilhando. Nesse momento os olhos de Dianna se encheram de lágrimas. Estava assustada, não esperava por aquilo, mas estava acontecendo. Daniel estava ali, ajoelhado na sua frente lhe pedindo em namoro, tendo a coragem que Harry não teve e também o amor e a vontade de fazê-la feliz. Ele merecia uma resposta, uma resposta feliz, e ela, mais do que ninguém naquele momento, pensava que também merecia um pouco de felicidade. Devia se arriscar.

–S..sim. Eu aceito, Daniel. – Ela disse com uma voz rouca, como se a buscasse em algum lugar dentro de si. Podia sentir um enorme arrepio na espinha, e uma garganta seca lhe mostrava seu medo. Daniel levantou feliz e a abraçou, dando-lhe, em seguida um enorme beijo que lhe esmagou o pequeno nariz. Ela sorriu, tentou pelo menos. –Temos que ir para aula. – Foi a única coisa que conseguiu dizer antes que ele lhe afogasse em novos beijos e abraços. Não era ele. Na verdade ela gostava demais de Daniel e queria amá-lo, esquecendo assim de uma vez por todas de Harry e suas confusões.

–É mesmo! – Daniel olhou o relógio. – Na verdade, eu tenho que correr, Jenny está me esperando para terminar um trabalho de matemática e eu já estou atrasado. – Ele riu. – Eu te amo, meu amor. – Disse depositando um selinho nos lábios rosados de Dianna que gelou ao ouvir aquelas palavras.

–Também. – Foi o que conseguiu dizer. Daniel sorriu sem perceber a dor nas palavras de Dianna e então correu para uma das entradas do colégio. Ela então desabou. Suas mãos estavam geladas, e seu coração batia forte demais para que pudesse respirar normalmente e organizar as ideias.

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Santana pegava alguns livros em seu armário. Estava distraída e sua cabeça parecia distante demais para que seus movimentos deixassem de ser apenas coisas mecânicas que fazia diariamente. Ela se sentia cansada depois de uma longa noite que passara ansiosa para o dia de hoje e isso só fazia se odiar mais por saber que só havia um motivo para estar tão empolgada para o dia que se iniciaria hoje. Queria de fato acreditar que Brandon continuaria sendo o cara que a salvou, mas ao mesmo tempo pensava ser isso impossível e de qualquer forma não deveria estar pensando nele, tampouco perdendo seu sono por isso. Continuou então no mundo da lua, até que uma voz soou em seu ouvido fazendo-a atentar-se.

–Duas semanas se passaram e os olhares ainda são péssimos. – Disse Brandon sorrindo.

–Ah....oi. – Ela falou um tanto surpresa por vê-lo ali com o mesmo olhar do dia anterior. - Vai passar. – Santana corou, também abrindo um sorriso característico.

–Espero que sim. – Disse. - E então, como seus pais encararam o susto de ontem? – Perguntou demonstrando um interesse verdadeiro.

–Bom...-Santana disse mais surpresa ainda com o interesse de Brandon. – Eles me deram uma bronca por ir sozinha e disseram que você é um verdadeiro herói. – Santana riu. – Nada que eu não esteja acostumada a ouvir. – Ela encostou-se a seu armário.

–Pelo menos fui elogiado pela primeira vez na minha vida. – Brandon riu contagiando Santana. – Acho que temos isso em comum né, as pessoas não costumam cobrir a gente de elogios porque nos consideram hostis. - Lançou um olhar encantador que fez Santana balançar, parando de rir.

–Pois é. – Santana baixou a cabeça, antes de voltar a olhá-lo agora num semblante encantador. – Acho melhor eu ir para o treino agora. – Disse se recompondo. – Aliás, você deveria fazer o mesmo. – Sorriu.

–Pois é. – Disse. – Ainda tenho que treinar a minha esquerda. Então, tchau, até mais. – Sorriu fazendo Santana corar.

–Tchau. – Ela respondeu. Enquanto Brandon se distanciava Santana encostou-se a seu armário, admirando seu andar. Foi inevitável deixar um suspiro escapar de seus lábios agora. Ele virou a curva do corredor, sumindo. Giovanna apareceu ao seu lado sem se anunciar, apenas observando a expressão quase vazia e quase aérea de Santana.

–Sonhando acordada? – Giovanna disse já ao seu lado dando-lhe um susto que fez Santana pular.

–Ai, Giovanna, cruzes é tão pequena que nem a vi chegar. – Santana bufou.

–Nossa! Quanto mau humor. Posso saber o que houve? –Giovanna se encostou ao seu lado noutro armário. Santana bufou antes de encará-la.

–Brandon foi o que houve. – Disse cabisbaixa. Giovanna rapidamente se desencostou do armário e se pôs a frente de Santana.

–Está sofrendo por causa desse traidor idiota? – Giovanna disse incomodada.

–Olha só, Giovanna, não vem com essa agora, todos nós no fundo sabíamos o que rolava entre a Belatrix e o Brandon, e ele foi muito legal comigo ontem. – Santana rolou os olhos e começou a caminhar.

–O que ele fez? – Giovanna correu para alcançá-la.

–Ele me salvou de uns caras que tentaram me agarrar quando eu estava indo pra casa, e depois me levou pra comer uma pizza e me deixou em casa sã e salva. – Santana a encarou. – Eu não estaria aqui agora se não fosse ele. – Disse.

–Meu Deus. – Giovanna arregalou os olhos. – Você está bem? Chegaram a fazer algo com você? – Ela se desesperou enquanto abraçava Santana.

–Não, ele chegou na hora certa e acabou com aqueles idiotas. – Santana sorriu.

–Então se ele foi legal com você pelo menos, por que está tão triste? Achei que você queria isso. – Giovanna franziu o cenho.

–É, é o que eu queria, Giovanna, mas agora eu percebi que o que sinto pelo Brandon não é o meu orgulho não aceitando que um dos caras do colégio não caísse aos meus pés. Eu gosto dele. – Santana bufou. – Não sou de me apegar a ninguém, mas eu sou louca por ele. – Santana apertou os olhos como se segurasse a raiva dentro de si.

–Olha, só você não sabia disso. – Giovanna riu. – Sants, sabe que eu amo você, quero seu melhor, e não acho que ele é bom pra você. – Giovanna a encarou com um sorriso torto.

–Giovanna, sei que ele não parece a melhor pessoa do mundo agora, ainda mais pra você, mas já parou pra pensar que eu também não sou? – Santana riu de leve. – E você não viu o Brandon que eu vi ontem, ele foi uma pessoa tão legal e hoje também veio aqui falar comigo e nossa, ele foi incrível. – Santana riu boba como se lembrasse da noite anterior. – A questão é que somos amigos agora. – Disse.

–Ok, eu não vou me opor a isso, mas, Santana, por favor, cuidado. Brandon não é totalmente confiável, e eu não quero que ele machuque você. – Disse.

–Sei me cuidar, Gio. – Santana sorriu. – Vamos para o treino? – Perguntou sorrindo.

–Vamos né. – Giovanna rolou os olhos.

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Duan estava sentado na arquibancada sozinho. Já estava com o uniforme de treino, pois chegara cedo ao colégio. Encarava o campo verde e vazio, demarcado com as posições do time. O sol brilhava em cima de si e ele só conseguia pensar em Rachel e no tempo em que perdeu forçando um relacionamento vazio com Bella, nutrido apenas por interesses da parte dela. Tivera tantos momentos com Rachel, a festa na casa de Penny, o baile quando dançaram juntos, o natal, e tantas outras ocasiões onde sentiu coisas tão fortes por ela, e os dois pareciam se dar tão bem, e ele não conseguiu perceber que simplesmente era ela. A magoou várias vezes sem perceber, mas agora percebera e queria mostrar a Rachel que a amava e a única coisa que esperava era que ela o aceitasse.

–Duan!- Ouviu uma voz doce chamando de longe. – Rachel estava na ponta da arquibancada olhando pra ele. Rapidamente Duan se pôs de pé. O sol batia no rosto de Rachel fazendo seus olhos brilharem. O cabelo dela voava perfeitamente, e ela segurava um pequeno lírio em mãos. Duan sorriu.

–Rachel, eu errei. – Duan disse ainda de longe. – Eu não conseguia entender, mas agora entendo, não por ter virado motivo de piada da escola, ou por ter sido enganado pela Belatrix e pelo Brandon, mas porque estava tão óbvio. – Ele começou a se aproximar. – Eu amo você, desde o momento em que, graças a Deus, derramei seu ponche no chão e tive a oportunidade de conhecer você melhor. – Duan sorriu. – Eu em momento algum tirei você da minha cabeça, eu dormi e acordei pensando em você. – Duan se aproximou dela fazendo-a sorrir. – Eu tinha medo de terminar com a Belatrix, tinha medo do que aconteceria se terminássemos, mas eu nunca a amei, nunca mesmo e eu nunca percebi isso até conhecer você e aprendi o que é sentir amor por alguém. – Ele disse com as bochechas coradas, encarando cada feição de Rachel que apenas o encarava nesse momento.

–Toma. – Rachel estendeu a mão para Duan dando-lhe a flor de lírio. Duan sorriu, mas ainda confuso.

–Isso significa o que? – Duan riu.

–Bom, segundo a pessoa que me ensinou isso significa em algumas culturas amor eterno. - Rachel sorriu o encarando. - Além de serem minhas flores preferidas. - Duan abriu um sorriso enorme. – Eu te amo, Duan. – Ela disse antes de ser agarrada pelos braços fortes de Duan que a girou no ar e em seguida a encarou ainda sorrindo. Duan com uma das mãos envolveu a cintura fina de Rachel e com a outra colocou uma mecha de seus cabelos castanhos para trás de sua orelha. Rachel sorriu abraçada a Duan. Ele se inclinou levemente depositando seus lábios no de Rachel. Era um transe maravilhoso para ambos. Finalmente estavam ali, felizes, vivendo aquele amor até agora escondido. Duan deixou suas mãos deslizarem até a cintura de Rachel onde se agarraram com força enquanto as mãos dela envolviam seu pescoço e em seguida acariciavam seu rosto num beijo intenso que os dois embalavam agora. Duan a encarou novamente com um sorriso encantador em semblante que Rachel fez questão de retribuir acariciando seu rosto jovem.

–Eu te amo muito, Rachel... – Duan sussurrou carinhoso enquanto ela sorria. Logo ele a beijou novamente, fazendo com que os dois ficassem completamente envolvidos naquele ato. Os cabelos de ambos voavam soltos com a brisa forte que batia sobre o campo de futebol, e o sol quente parecia deixá-los ainda mais embalados agora. Ele então a levantou novamente, sem dificuldade alguma, fazendo com que ela ficasse totalmente presa em seus braços enquanto seus pés saíam do chão para que ela fosse girada num ato amoroso durante o beijo deles.

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Brandon adentrou o vestiário e logo foi encarado por diversos olhares. Se sentia um verdadeiro parasita rodeado por comentários odiosos e provocantes. Isso lhe deixava possesso, mas preferia ignorar, pois como Santana havia lhe dito: tudo aquilo iria passar. E ainda que não passasse, ele já estava acostumado a se sentir rejeitado, afinal cresceu sentindo isso e não se importava tanto quanto quando era um menino de oito anos, mas ainda assim eram incômodos os cochichos, as risadas baixas, as piadas maldosas e o silêncio quando ele se aproximava. Não que estivesse disposto a ouvir besteiras calado, mas parecia tão pior quando os comentários eram feitos pelas suas costas, como se todos de fato quisessem vê-lo por trás, vê-lo mal. Isso sim era de fato algo que lhe causava mal-estar. Sem dizer nada, ele respirou fundo e começou a colocar sobre seu corpo todo o equipamento para iniciar o treino. De lá já podia ouvir a voz grosseira de Belatrix dando ordem nas outras meninas da equipe e isso só fez seu estômago revirar ainda mais, pois apesar de ter entendido que não valia de nada pra ela e que fora apenas um fantoche em suas mãos ainda tinha sentimentos fortes por ela, e vê-la depois de duas semanas era algo preocupante, e ele tinha medo de reagir mal. Belatrix era como uma espécie de droga pra ele, era um vício pelo qual ele lutava contra agora e tinha pavor de ter recaídas, afinal assim como toda droga, Belatrix fazia mal.


Já em campo vestido para o treino podia ver as cheers em formação ensaiando ao ar livre. De longe ele acenou para Santana que retribuiu com um enorme sorriso. Se sentiu bem por não ter tido vontade de correr até Bella quando ela simplesmente o ignorou como provavelmente faria de agora em diante, e se sentiu estranho por se importar mais com o fato do sorriso de Santana pra ele ter sido sincero o suficiente para fazê-lo sorrir também como um ato involuntário. Antes mesmo que ele pudesse se virar ouviu sussurros atrás de si.

– Então quer dizer que depois de ser chutado pela Bella, você vai se arrastar pela Santana Martinez! – Brandon virou para encarar os parceiros de time que entoavam piadas a seu respeito.

– Vai levar mais um pé na bunda! – Eles riam fazendo Brandon corar de raiva.

– Claro que não, a Santana vive atrás desse imbecil, ele vai levar ela pra cama fácil, fácil. – Um deles respondeu num tom de provocação que por algum motivo deixou Brandon corado de raiva, fazendo-o partir pra cima dele.

–Não fala assim dela! – Brandon disse antes de ser segurado por Peter. Não entendia muito bem porque se irritou tanto com isso, afinal ele já esperava que falassem mal dele, esperava ouvir piadas e estava pronto para engolir cada uma e ignorá-las, mas quando ouviu aquelas palavras sendo ditas a respeito de Santana se sentiu mal, talvez porque eram palavras que antes ele achasse graça, antes quando ele não a conhecia nem um pouco, mas agora que conhecia não estava disposto a repeti-las e nem deixar que ninguém o fizesse. Enquanto isso todos riam.

–Você mesmo falava isso, Clark. – Jeremy entoou deixando Brandon sem graça.

–Já chega! – Duan ordenou se aproximando deles com um tom de voz mais sério que o comum. – Temos um jogo em uma semana, então vamos logo começar o treino. – Disse seco encarando Brandon com raiva. Ele assentiu, assim como todos os outros rapazes do time que preferiram não discutir vendo aquele semblante raivoso, fora do comum, em Duan.

O treino se iniciou. Cada um ali assumiu sua posição de jogada, todos ordenados por Duan que buscava dar o melhor de si em todos os treinos e que como capitão elaborava as técnicas que seriam usadas em cada momento da partida. Antes de iniciar ele sorriu pra Rachel que observava tudo de longe, sentada na arquibancada. Quando a voz de Duan soou alto o suficiente para que todos iniciassem a jogada, todos os jogadores desempenharam seus papéis. Porém, nenhuma delas terminava da maneira esperada, nenhuma delas era bem-sucedida, pois Brandon tentava terminar as jogadas, mas toda vez que a bola chegava a suas mãos ele era desarmado com certa violência, algo que ele preferia achar que era normal da jogada em si.

–Em posição! – Duan ordenava de novo. E mais uma vez no momento em que a bola chegava às mãos de Brandon ele era desarmado com força, violência e pode-se dizer até mesmo raiva, como se todos estivessem dispostos a não o deixar jogar bem.

–Mas que droga de defesa é essa? – Ele gritou jogando o capacete no chão, já estava irritado e cansado. Já era a quarta vez que Duan precisava reiniciar a partida porque alguém o impedia de fazer seu trabalho e isso o deixava com uma raiva fora do comum.

–Ei, calma, mocinha, está nervoso demais! – Jeremy entoou de forma debochada.

–Você devia estar me cobrindo, seu imbecil! – Brandon reclamou já se erguendo na frente de Jeremy que parecia não se intimidar com sua voz agressiva e temperamento irritado.

–Você não merece cobertura de ninguém, Clark! – Outros membros do time rapidamente começaram seus apontamentos. Brandon logo partiu para cima de um dos rapazes que o provocava, iniciando uma sessão de socos entre os dois. Todos os presentes no campo levaram sua atenção para a cena.

–Já chega! – Gritou Duan tentando separar os dois, sendo auxiliado por Mike, Joe e Peter que pareciam ser os únicos não dispostos a atrapalhar Brandon ou a prejudica-lo. Santana apenas correu para o meio do campo preocupada, ignorando a voz aguda de Belatrix que numa ordem a mandava voltar para sua posição na coreografia. Todas as meninas agora encaravam a cena também, esperando qual seria a atitude de Santana que parecia tão determinada a fazer algo. Quando conseguiram separa-los, Jeremy começou uma nova série de provocações.

–Você é um babaca, Brandon. Traiu seu melhor amigo, não deveria nem estar aqui! – Disse rindo.

–Cala a boca. – Disse Santana se colocando na frente de Brandon, deixando seu tom mais grosseiro sair da forma mais natural de sua voz. – Você que é um idiota, Jeremy, ou será que já esqueceu o que você fez com a Giovanna e o Duan no início do ano? – Santana demonstrou sua raiva. – Ninguém aqui é passível de não cometer erros. Deixem ele em paz. – Disse.

–Que gracinha, Brandon, sendo defendido por uma garota. – Uma voz entoou de longe. Todos se puseram a rir.

–Vamos ver o que vão pensar de você quando você apanhar dessa mesma garota, peitudo. Já te falaram que tem peitos de menina? – Santana falou raivosa já tirando sarro do mesmo garoto que apenas fechou a cara demonstrando desagrado pelo comentário dela, mas antes que qualquer um pudesse dizer mais alguma coisa Duan interferiu.

–Já chega! – Duan gritou com todos. – O que houve foi e ainda é um problema meu e do Brandon. Não tem a ver com vocês e não quero a defesa de ninguém. – Disse com raiva. – Peter, quero você na defesa do Brandon. E Jeremy vai pro chuveiro. – Duan ordenou. Jeremy se soltou das mãos de Joe com raiva e se pôs a caminhar até o vestiário. – E acho bom que todos saibam que se mais alguém interferir na realização da jogada seja por qual for o motivo pessoal vai ficar de fora do treino. Joguem direito. – Mandou fazendo todos assentirem. De fato ninguém queria ficar de fora do próximo grande jogo.

–Duan... – Brandon tentou falar.

–Não fala nada. – Disse Duan sem encará-lo. – Não fiz isso por você. Vai para a sua posição. – Ordenou.

Santana olhou para Brandon que parecia abatido, devido as palavras rudes que Duan lhe dissera agora. – Você está bem? – Ela perguntou.

–Estou. Obrigado, Santana. – Ele disse antes de sorrir e voltar para sua posição.

Santana voltou a caminhar para o meio das cheers onde Belatrix a encarava com as mãos na cintura. – O que pensa que está fazendo? – Ela disse com raiva.

–Não enche. – Santana disse com raiva antes de Belatrix pegar em seu braço com força demonstrando seu desagrado pela atitude rude de Santana que apenas a encarou intensamente.

–Ainda sou sua capitã. – Ela sorriu sarcástica. – Da próxima vez que sair do treino sem minha permissão você está fora. – Disse com raiva.

–E da próxima vez que você pegar em mim desse jeito de novo eu acabo com você. – Santana sorriu ironicamente fazendo Belatrix bufar em resposta quando ela arrancou seu braço das mãos da mesma.

–Do início. – Belatrix disse voltando a ligar a música. Apesar de executar com perfeição a coreografia Santana não conseguia tirar seus olhos de Brandon, mas sorriu ao perceber que ele estava conseguindo finalmente jogar, devido à mudança de posições feita por Duan. Era estranho pensar que ela o defendeu tão prontamente, preferia pensar que estava retribuindo o que ele fez por ela no dia anterior, mas no fundo sabia que estava sentindo muito mais do que queria admitir, do que queria de fato sentir.

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Depois do vestiário ficar vazio, Brandon já havia tomado seu banho pós treino e vestia calmamente sua camisa enquanto de longe observava Duan também terminando de se vestir para em seguida começar a calmamente guardar suas coisas dentro de seu armário. Queria falar com ele, queria explicar algo que nem ele sabia bem o que seria, afinal o que dizer a ele? Que não resistiu? Que amava a namorada dele? Nada parecia fazer real sentido, mas ainda assim odiava saber que Duan o odiava agora e que além disso preferia fingir que ele não estava ali. Se sentia cansado pra falar a verdade. Se acertar com sua mãe, coisa que teve a sorte de poder fazer nessas duas semanas e se acertar com Santana, pessoa que ele tanto maltratou o fazia sentir que precisava acertar ainda mais coisas na sua vida e tentaria verdadeiramente fazê-lo e isso certamente incluía sua amizade com Duan. Brandon caminhou até Duan que vestia sua camisa agora para poder ir para a próxima aula.

–Duan, será que eu posso conversar com você? – Perguntou.

–Não. – Duan respondeu seco sem olhar diretamente para Brandon que apenas engoliu a seco com tal atitude, apesar de já esperar que isso acontecesse.

–Qual é, Duan, eu quero pedir desculpas, quero me explicar. – Ele tentou começar um discurso que logo foi cortado por Duan.

–Você quer me explicar o que, Brandon? – Duan fechou o armário com força. – Que enquanto eu confiava em você pra levar minha namorada pra casa você transava com ela? Me explicar que eu achava que você era meu melhor amigo e você só queria me apunhalar por trás? – Duan bufou.

–Duan, eu sei, eu sei, fui um merda com você, mas eu estava obcecado por ela, eu sou obcecado por ela. Tudo o que ela me dizia parecia convincente. – Brandon levou as mãos ao rosto com raiva.

–Sei o poder que a Belatrix tem, mas ela não me traiu sozinha. Me traiu com você, meu melhor amigo, ou pelo menos eu achei que era. – Duan se aproximou para encará-lo. – Não sei se posso perdoar você. Me dê um tempo, porque eu ainda não estou pronto pra ouvir você, muito menos pra te perdoar. – Duan falou antes de dar as costas para Brandon que apenas bufou, mas antes de sair do vestiário ele retornou e o encarou. – E me faz um favor: Fica longe. – Completou agora saindo realmente do local. Brandon engoliu a seco, sabia que isso não estava nem perto de terminar. Todos o odiavam de verdade agora, mas ele só conseguia se importar com o que Duan pensava a seu respeito agora e isso o fazia sentir péssimo. Ele então saiu vagarosamente do local.

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Penny adentrou a sala vazia onde normalmente ocorreriam as ornamentações e preparações das chapas concorrentes ao grêmio. Não podia dizer a si mesma que estava triste, afinal, ela deu o melhor de si na batalha contra John e vencera, o que já lhe garantia uma provável bolsa de estudos numa ótima faculdade se somado as suas notas brilhantes. Isso era pra ser feliz. Ela mexeu em alguns papéis sobre a mesa para encontrar novamente aquele poema escrito por John. Ela o releu, e não pôde deixar de novamente se sentir incomodada com cada palavra dedicada à bela Spencer, mas não poderia culpá-los. A culpa foi toda sua. Sabia o tempo todo dos sentimentos de John, e não lhe deu uma chance em momento algum, pois realmente considerava amar Matthew demais mesmo depois de tudo o que ele havia feito. Agora percebera que não era bem assim. “Mentira!” Ela pensou consigo mesma. Já havia percebido que Matthew era apenas uma zona de conforto e que gelava quando John se aproximava e queimava em ciúmes toda vez que ele se aproximava de Spencer. Apesar disso, quando leu aquele poema era nítido que John finalmente encontrou alguém que verdadeiramente correspondia sem medo a seus sentimentos tão belos e profundos. Ela agora caminhava pela sala com aquele papel em mãos, encarando todas as pinturas e esculturas da bela exposição que o grêmio permitiu a John e outros alunos guardassem até arrumarem o auditório novamente. De repente alguns passos atrás dela a fizeram pular. Era Spencer que apenas lhe sorriu.

–Precisa de alguma coisa? – Ela perguntou naquele tom simpático de sempre.

–Ah...não na verdade. – Penny disse sem graça. – Ah, desculpe eu ter entrado assim. – Ela sorriu tentando se desculpar.

–Penny, essa é a sala do grêmio e você é a presidente. – Spencer riu pra ela. – Pode entrar quando quiser. – Completou antes de começar a juntar uns papéis sobre a mesa onde Penny pegou o poema.

https://www.youtube.com/watch?v=29GWMT0GB6sEscute Up, Demi Lovato e Olly Murs.

–Você sabe do John? – Penny perguntou voltando a encarar os belos quadros que ele pintara.

–Sei sim, bom, ele vai conversar com um olheiro de uma faculdade hoje, se interessaram pelas obras dele, e querem dar uma bolsa pra que ele possa fazer engenharia e o programa de artes como extracurricular. – Spencer tagarelou sorridente.

–Isso é ótimo! – Penny sorriu. – Deve estar orgulhosa dele... – Ela disse tentando disfarçar o quanto se sentia enciumada agora.

–Bom... – Spencer franziu o cenho. – Fico feliz por ele. – Ela riu. – Será que você viu um papel que estava aqui em cima? É um poema que... – Spencer começou a falar, mas Penny logo a cortou.

–Ah, perdão, Spencer, eu li o poema. – Penny corou. – Sei que é íntimo de vocês, e que eu não deveria ter lido me desculpe. – Ela sorriu encarando novamente o texto bem escrito. – Dá pra ver que o John está mesmo muito apaixonado por você. – Completou demonstrando uma carga triste no tom de sua voz.

–Penny... – Spencer chamou sua atenção antes de rir. – Esse poema não é pra mim. – Disse.

–Não, tudo bem, não precisa fingir, eu sei que desde que você entrou na campanha a presidência como assistente dele vocês andam muito juntos e ele escreveu isso, o título do poema sabe... “Garota do grêmio” – Penny sorriu torto fazendo Spencer soltar um riso frouxo. Confusa, Penny apenas franziu o cenho.

–Penny, você é a garota do grêmio. – Spencer sorriu. – Esse poema é pra você e é por você que o John está apaixonado. – Aquelas palavras fizeram Penny rapidamente encará-la com um tom confuso. – Ele apenas me deu porque queria que eu entregasse a uma gráfica junto com outros poemas que ele escreve pra fazer uma encadernação e mandar pro reitor da Columbia. – Spencer sorriu.

–Então, esse poema é pra mim? – Penny perguntou encarando o chão. – Mas, eu ouvi ele dizer a você que estava em outra... – Ela começou a falar, mas Spencer logo a interrompeu.

–Outra faculdade... – Ela riu. – Os olheiros da Oxford que era a primeira opção dele disseram que era inviável colocá-lo no programa de arte como bolsa pra engenharia porque a arte dele ainda era prematura demais, então ele resolveu partir pra outra faculdade a Columbia. – Spencer explicou e agora tudo fazia sentido pra Penny que apenas encarava o papel em suas mãos. – Penny, o John é e sempre foi apaixonado por você, e não é só o poema que esta dedicado a você, mas todas as obras que ele fez pra exposição, acho que se olhar bem pra elas vai perceber que você é o paraíso dele... – Ela disse fazendo Penny se virar para encarar tudo o que John havia feito. Ela logo viu uma enorme faixa jogada sobre suas pinturas e esculturas, com o nome “Meu Paraíso” e em seguida seus olhos avistaram a pintura que os dois fizeram juntos. Ela sorriu. Aos poucos seus olhos iam encarando outras de suas obras e todas elas, tinham uma menina sorrindo, e ela sabia que era seu sorriso em vários rostos diferente, o que a fez corar.

–Obrigada! – Ela disse sorridente pra Spencer antes de abandonar a sala da forma mais rápida que podia. O corredor parecia ainda mais lotado agora. Penny corria e empurrava a todos que entravam em sua frente buscando abrir caminho para alcançá-lo. Quando ela finalmente o avistou gritou seu nome o mais alto que conseguia e ele se virou para encará-la assim como algumas pessoas que estavam ao redor da cena. Ela sorriu ao vê-lo ali parado olhando pra ela com o cenho franzido sem entender o que seria sua primeira fuga de sua zona de conforto. Ela correu até o encontro de John que também começou a abrir caminho para chegar até ela. Quando Penny finalmente o alcançou ele a encarou, mas ela foi mais rápida puxando-o pela gola da camisa polo e depositando um beijo caloroso em seus lábios. John não hesitou em agarrar firme na cintura fina de Penny enquanto a outra mão lhe segurava pela nuca. Todos em volta encaravam com sorrisos a cena que durou alguns longos segundos. Ele a encarou.

–O que foi isso? – John sorriu.

–Quem me dera poder te olhar nos olhos e dizer que és pra mim muito mais do que a senhorita perfeição, a garota do grêmio, pois pra mim na verdade és apenas a dona do meu coração e do sorriso mais belo que se pode avistar na multidão. – Penny citou uma parte do poema de John fazendo-o corar. – Nunca mais me deixe pensar que seus poemas são pra outras pessoas. – Ela riu.

–Pra quem mais seria? – John riu agora acariciando seu rosto.

–Não importa... – Penny disse baixinho. – O que importa é que eu entendi que era você e que sempre foi você e eu não quero mais passar um segundo sem ser sua. Será que você pode me aceitar ainda? – Ela corou. -John, eu amo você. – Ela sorriu agora levando sua mão ao rosto dele acariciando-o.

–E eu amo você, Penny! – Ele sorriu e logo puxou-a para um novo beijo. Aos poucos as pessoas foram parando de olhar e passaram apenas a caminhar novamente com um sorriso estampado em semblante. Em meio aos boatos e fofocas ruins que estavam caminhando pelo colégio era bom ver que coisas boas ainda aconteciam.

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–Oi, meu amor. – Daniel depositou um beijo em Dianna na frente de todas as cheers. – Vou pra minha panelinha, mas te vejo mais tarde. – Ele sorriu enquanto Dianna estava corada.

–O que foi isso? – Santana franziu o cenho.

–Ele me pediu em namoro e eu aceitei. – Dianna levou as mãos à cabeça como se estivesse em desespero.

–Dianna, por que fez isso? – Giovanna arregalou os olhos. – Não gosta dele, você ama o Harry. – Ela abaixou o tom de voz pra falar.

–Eu sei, eu sei tá legal, e eu estou me sentindo péssima por isso. – Dianna sentiu um calafrio correr desde sua espinha.

–Olha se acalma. – Disse Santana. – Você e o Harry precisam se esquecer, acabou não é mesmo? – Ela perguntou. – Então não tem nada errado em seguir sua vida, apenas tome cuidado para a Bella não dar um chilique por vocês assumirem seu romance nerd. – Santana deu uma piscadela.

–Bella está desmoralizada, não vai se importar com isso agora, não tendo que aguentar todos esses olhares tortos pra ela. – Disse Giovanna. – Até porque ela só implica em relação a isso com a pobre da Candy, porque ela é uma das mais antigas da equipe e abriria mão de qualquer coisa pra ter um lugar na equipe, logo seria fiel a ela até o final, em quaisquer circunstâncias. – Giovanna bufou.

–Isso é. – Disse Santana.

De repente um aluno começou a chamar a atenção de todos no refeitório. Era o momento de mais um dos anúncios comprometedores do jornal da escola. Todos rapidamente atentaram a notícia que estava pronta para surgir. Depois da denúncia verídica de Belatrix e Brandon traindo Duan, todos esperavam ansiosos por novas matérias de Melanie sobre os populares do último ano.

–O que essa maluca deve ter inventado agora? – Santana rolou os olhos.

–Bom, da última vez não foi invenção. – Giovanna riu. – Vamos mais pra perto pra tentar ouvir isso. – Ela disse levantando e sendo seguida por todas as meninas.

– O JORNAL DA SEATTLE HIGH SCHOOL QUENTINHO EM MÃOS!- A voz de um dos alunos chamava a todos para que se aproximassem, levando todos os alunos possíveis a seu encontro a fim de saber a próxima intriga que o jornal causaria. Melanie tinha uma capacidade brilhante de descobrir os maiores segredos de cada um dentro daquele colégio e usava isso a seu favor como forma de ganhar algum tipo de reconhecimento jornalístico. Belatrix rapidamente se aproximou para poder pegar uma das publicações, preocupada que mais uma vez de alguma forma sua reputação (que no momento não era das melhores) pudesse ser comprometida por Melanie. As vozes eram muitas, alguns risos tomavam conta do espaço, o que não impedia os olhares confusos e conflituosos que aos poucos passaram a surgir. Belatrix bufou, fazendo muitos encararem seu olhar intenso e raivoso. Seus pés começaram a mover-se pisando brutamente com a sola dos tênis de torcida nos pés. Seus passos largos rapidamente alcançaram as quatro que liam devagar ao jornal. Ela iniciou em voz alta: -“ Parece que a líder de torcida mais popular do colégio Belatrix Campbell finalmente perdeu o controle de seu reinado escolar. Fora as publicações anteriores que mostraram que uma de suas líderes namorava um nerd, o que agora já foi assumido em público, e do fato de Belatrix ser uma traidora de primeira classe, perdendo o popular Duan também para uma nerd, agora anunciamos uma das notícias mais quentes que todos vocês já leram. – Bella fez uma pausa para bufar. - As grandes amigas Giovanna Young e Santana Martinez estão novamente dividindo um namorado,o que não é surpresa pra ninguém, exceto ao fato de que a doce Giovanna não sabe dessa divisão, que a melhor amiga fez questão de deixar as escondidas. – Bella leu palavra por palavra fazendo Giovanna encarar Santana com feições confusas. – Sim! O novo galã da escola Michael Garcia está namorando a Giovanna e ao mesmo tempo se encontra as escondidas com a Santana, que finge pra doce e ingênua amiga, pra não dizer trouxa, que o odeia e não aceita o relacionamento. – Santana começou a balançar a cabeça negativamente enquanto os olhos de Giovanna enchiam-se d’água.- Querida “Gio”, não sabemos exatamente o que seu namorado e a falsa da sua amiga disseram depois daquela cena esclarecedora na festa a fantasia que te fez abandonar suas suspeitas quanto aos dois, mas como sou uma mulher de palavra e prometi a você que saberia caso eles tivessem algo real aí está. Abra seus olhos, sua melhor amiga está com o seu namorado, e ela diz que o odeia pra poder tê-lo livre pra ela. Se não acredita dê uma olhada nas fotos da página dois que nosso pessoal flagrou especialmente pra você. – Belatrix terminou de ler com um olhar que fuzilava as duas. Giovanna antes de ouvir qualquer palavra de Belatrix arrancou o jornal de sua mão para olhar as fotos. Eram apenas duas, uma na frente da casa da própria Giovanna, lembrava desse dia, e outra na escola. Giovanna encarou Santana com raiva, mas antes de dizer qualquer coisa Bella interrompeu.

–Eu vou dizer apenas uma coisa pra vocês duas. – Começou Bella. – Não me interessa nem um pouco, ok? – Ela riu irônica. – Eu não quero mais escândalos antes das Nacionais, então resolvam isso A-G-O-R-A. – Ela ordenou antes de dar as costas para as duas e sair caminhando no meio da multidão. Giovanna encarou Santana que a olhava assustada.

–É mentira. – Disse Santana, mas Giovanna logo começou a correr na direção do pátio, desviando de todos que estavam ali em sua frente. – Giovanna! – Santana correu atrás dela.

–Que coisa horrível... – Courtney sussurrou para Candy.

–Não tem mais nada pra vocês verem aqui! – Candy gritou. – Vamos, vão embora a festinha já acabou! – Ela disse batendo palmas a fim de fazer todos saírem dali, o que funcionou.

–Ai meu Deus, isso não pode ser verdade. – Dianna reclamou para as amigas que apenas torceram os lábios demonstrando preocupação em meio àquela situação.

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Santana corria o mais rápido que podia para alcançar Giovanna. Seu coração parecia poder saltar por sua boca a qualquer momento e podia dizer que nunca sentiu antes um medo tão grande como que sentia agora vendo Giovanna fugindo dela sem rumo, sem aceitar explicações, mas não desistiria de fazê-la ouvir, por isso apressou seus passos ainda mais agora.

–Giovanna! – Santana finalmente a alcançou. Logo em seguida Mike chegou.

–Giovanna, não pode acreditar em nada disso! – Ele disse fazendo-a se soltar de Santana.

–Vocês estavam me enganando! – Giovanna disse com raiva. – Tudo faz sentido, como eu sou burra de não ter percebido isso desde a festa. – Ela riu irônica.

–Giovanna, por favor, olha o que você está dizendo! – Michael disse nervoso.

–Não acredito que está levando essa droga a sério. – Santana disse com raiva. – Mas eu vou te provar do meu jeito que isso tudo não passa de uma mentira. – Santana disse ao avistar Melanie andando por ali. Ela caminhou até a direção de Melanie que caminhava distraída com algumas cópias do jornal em mãos. Sem que Melanie a percebesse Santana agarrou em seus cabelos ruivos com apenas uma das mãos e a levou até Giovanna e Mike.

–Ai! – Melanie gritava encurvada caminhando a força até eles. – Me solta, sua louca! – Ela gritava chamando a atenção de todos ao redor. Santana a ergueu para que Melanie olhasse nos olhos de Giovanna, mas ainda puxava firme seu cabelo.

–Fala a verdade pra ela agora! – Santana disse raivosa.

–Qual verdade? – Melanie riu sarcástica. – Que vocês dois fazem ela de idiota e se encontram escondidos desde a festa? – Ela encarou os três com certo deboche fazendo com que Santana puxasse com ainda mais força seus fios ruivos.

–Escuta só, garota, eu sou louca de verdade. – Santana olhou pra ela. – Se não falar a verdade pra Giovanna agora eu juro que acabo com a sua raça aqui mesmo, e ninguém vai me tirar de cima de você até eu ter esse seu cabelo ruivo falso na minha mão pra eu usar de peruca em uma das minhas bonecas de vodu. – Santana amedrontou Melanie que a ouvia com os olhos arregalados. – Então, qual vai ser? – Ela puxou o cabelo de Melanie com ainda mais força fazendo-a reagir.

–Tá bom! – Ela disse. – Eu falo, eu falo, mas para de puxar, por favor. – Pediu. Santana afrouxou um pouco sua mão.

–Agora fala. – Santana ordenou. Um certo número de pessoas já encarava a cena. Giovanna e Mike olhavam para elas com atenção.

–Giovanna, aquela foto deles dois no colégio abraçados foi uma montagem, e também nunca os vi tendo nada de suspeito, na verdade só vejo a Santana xingando ele e dizendo a todos que o odeia. Eu queria algo bombástico pra depois do que disse sobre a Belatrix e o Brandon, e como aquele episódio na festa a fantasia ficou mal resolvido, eu quis aproveitar da situação pra inventar algo entre os dois. – Ela disse entre os dentes devido a raiva e a dor que sentia.

–Muito bem. – Santana riu. – Eu espero que nunca mais tente criar uma intriga entre mim e minhas amigas, entendeu? – Ela soltou Melanie que caiu no chão sem equilíbrio. – Agora sai daqui antes que eu arrebente essa sua cara feia! – Santana bufou quando ela saiu. Giovanna olhou para Mike e Santana.

–Desculpem, eu fiquei...eu...eu não sabia o que pensar. – Disse sem graça, mas Santana logo a interrompeu.

–Eu disse que era mentira, Giovanna. – Disse irritada. – Mas você só acreditou quando ouviu da boca dessa fofoqueira manipuladora. – Santana deu as costas.

–Santana, espera! – Giovanna pediu.

–Me deixa sozinha um pouco. – Santana pediu enquanto caminhava para dentro do colégio.

Giovanna encarou Mike ainda sem graça. – Você também vai ignorar meu pedido de desculpas e sair daqui? – Ela perguntou fazendo-o rir.

–Sei que é difícil pra você entender o porquê da Santana não gostar de mim, mas, por favor, confie no meu amor por você e confie na amizade dela. Sei que eu e ela te amamos demais e nunca faríamos uma coisa dessas com você. – Mike se aproximou e deu um beijo de leve nos lábios de Giovanna.

–Me desculpe. – Pediu Giovanna antes de abraçá-lo.

–Tudo bem, meu amor. Eu vou jurar pra você de novo que naquela festa eu só quis ajuda-la pra ver você feliz, e nada mais. – Ele disse fazendo-a sorrir como se dissesse que acreditava em suas palavras. – Vamos para a aula agora. – Ele disse e eles foram caminhando abraçados pelo pátio.

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No fim do dia, Santana estava um pouco inclinada devido à mochila pesada nas costas. Em uma das mãos ela escorava alguns livros e na outra segurava a chave de seu carro. Pouco antes de ela entrar no carro Giovanna correu em sua direção. Santana deu um pulo de susto quando Giovanna chegou de repente por suas costas.

–Eu te procurei o dia todo pra conversarmos! – Disse Giovanna sem graça.

–Não sei se temos algo pra conversar, Giovanna. – Santana sorriu torto e colocou suas coisas no carona.

–Ah qual é, Santana, desculpa eu errei. – Giovanna bufou.

–Não, Giovanna, você não confiou em mim, sou sua melhor amiga e pra você confiar em mim foi preciso ouvir da boca da mesma mentirosa que inventou isso tudo. – Santana bateu a porta do carro com força e logo caminhou para o outro lado. – Eu te expliquei tudo o que aconteceu no dia daquela maldita festa. – Ela falou.

–Eu sei, e eu acreditei em você, você sabe disso, só fiquei confusa com tudo o que estava escrito no jornal, mas eu não devia ter desconfiado de novo de vocês dois! – Ela disse, mas Santana estava decidida a não escutar. - Santana, espera, a gente tem que conversar. – Giovanna a seguiu.

–Não quero conversar com você, Giovanna, vai atrás do seu namoradinho, sei lá, mas, por favor, me deixa em paz porque eu realmente não to bem hoje. – Santana bateu a porta do carro.

–Santana, eu não vou ficar correndo atrás de você! – Disse Giovanna enquanto ela saía com o carro. Santana dirigiu com raiva até em casa e quando finalmente chegou, desceu do carro atolada com as coisas que segurava em mãos. Enquanto Santana abria a porta, o carro de Mike estacionou fazendo barulho, o que a fez virar num pulo.

–Algum problema? – Ela gritou enquanto ele saía do carro.

–Vai continuar fazendo isso com a sua melhor amiga? – Mike se aproximou de Santana que revirou os olhos.

–E você vai continuar fazendo isso com a sua namorada? – Ela sorriu sarcástica.

–Santana, ela é sua melhor amiga, não pode mais esconder isso dela, viu o problema que isso causou naquele dia e viu o que causou hoje, você tem que contar, ela tem o direito de saber disso logo antes que ela descubra sozinha ou que alguém como a Melanie descubra pra ela. – Mike a segurou pelos braços.

–Escuta, por que você não conta? Já que está tão preocupado vai e conta pra ela, é seu dever também. –Santana revirou os olhos e logo se soltou das mãos de Michael.

–Porque eu concordei com você que faríamos isso juntos, mas você só sabe fugir! Sabe que se ela souber por outra pessoa vai ser pior, não sabe? – Ele engoliu a seco.

–Eu sei, Michael, sei disso e eu vou contar, aliás, nós vamos, mas na hora certa, satisfeito? – Santana sorriu sarcástica. – Agora me solta. – Ordenou.

–A culpa disso tudo é sua, Santana, porque você só pensa em si mesma. – Mike disse com raiva.

–A culpa não é só minha, Michael, estou mentindo pra ela tanto quanto você e isso dói muito mais em mim do que em você. – Ela gritou. Mike encarou o chão com raiva antes de voltar os olhos para Santana que prendia o choro a essa altura.

–Temos que dar um ponto final nisso entre nós dois, Santana e não mais ficar só falando e prometendo isso um pro outro.- Ele bufou. – É errado fazer isso com a Giovanna e eu realmente não aguento mais. – Ele disse com raiva. – Preciso espairecer. – Ele correu para o carro de repente e saiu sem rumo.

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Alguns dias depois, era chegado o grande dia da audição para Julliard no SHS. Paul caminhava de um lado para o outro ansioso. Queria ir, queria lutar por esse sonho, queria conseguir aquilo mais que tudo, mas seus pais simplesmente tornavam tudo mais difícil pra ele. Mas Candy tinha razão, ele precisava seguir seus sonhos e sinceramente já estava cansado de sempre fazer o que seus pais esperavam. Desceu as escadas determinado e ao encontrar os dois ali na sala juntos conversando em meio a risos os despertou.

–Eu vou a audição. – Avisou fazendo os dois franzirem o cenho.

–Já conversamos sobre isso, Paul! – Katie ralhou. – Você não vai pra Julliard, não importa que faça essa audição e passe. –Completou.

–Quer saber eu já to cansado de fazer tudo o que vocês querem. Eu vou fazer a audição sim e se eu conseguir eu vou pra Julliard. – Ele sorriu. – Me perdoem por decepcionar vocês, mas eu vou lutar pelos meus sonhos, espero que um dia mesmo que eu não seja um grande médico vocês possam sentir orgulho de mim e me apoiar. – Discursou fazendo seus pais suspirarem. – Seria incrível se estivessem lá torcendo por mim. – Paul ofegou. Seus pais permaneceram em silêncio, e ele então pegou seu casaco e correu para fora de sua casa.

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Todos estavam ansiosos pelas apresentações que seriam seguidas naquele dia, especialmente as de Candy e Courtney que ansiavam pela Julliard mais do que qualquer coisa na vida. Candy sonhava em fazer teatro musical e um dia poder se apresentar nos palcos da Broadway e Courtney queria fazer dança, que era sua maior paixão. As duas já estavam se arrumando agora. Peter se aproximou de Courtney que parecia um tanto nervosa.

–Como você está? – Ele perguntou fazendo-a sorrir frouxo.

–Com medo de não conseguir. – Courtney respondeu pontual. – São apenas quatro vagas, e tem muita gente boa no colégio, tem todo o pessoal do Clube Glee... – Ela suspirou.

–Olha pra mim. – Peter disse pegando em seu queixo. – Você é a melhor de todos aqui, dança com toda a sua alma, emociona as pessoas fazendo isso e eu sei que vai conseguir. – Ele sorriu enquanto as bochechas dela coravam.

–Você vai ficar pra assistir? – Ela perguntou num sorriso maroto.

–Court, eu estarei na primeira fileira vendo você. – Ele acariciou seu rosto algo que a fez sorrir e corar ao mesmo tempo. Nesse momento, Jennifer adentrou correndo ao local para falar com Candy que parecia nervosa demais. Quando Candy a avistou logo correu a seu encontro também.

–Ele vem? – Ela perguntou pontualmente.

–Eu não consegui convencê-lo. – Jenny sorriu torto. – Sinto muito, Candy. – Completou.

–Não sinta por mim, sinta por ele, eu ainda posso cantar um solo, mas ele merecia tanto essa bolsa na Julliard, ele queria tanto isso. – Ela suspirou.

–Tem razão. – Jennifer bufou. – Eu vou me sentar pra ver sua apresentação. Boa sorte. – Completou e logo saiu deixando-a ali sozinha. Candy sorriu e se sentou na frente de um enorme espelho para continuar a maquiar seu rosto. Depois de alguns longos minutos, as apresentações já haviam começado e todas estavam sendo muito bem aplaudidas. Não era surpresa pra ninguém, afinal o clube glee do colégio era extremamente talentoso, fora outros alunos que resolveram finalmente mostrar seus talentos no dia de hoje. E apesar de aquilo ser preocupante Candy só conseguia pensar em Paul e em como era triste ele não estar ali pra participar daquilo. Quando o nome deles dois foi anunciado para que ela finalmente tomasse sua posição ela respirou fundo e se pôs de pé, mas logo viu Paul ali atrás dela o que a fez sorrir.

–Paul... – Ela falou com um sorriso bobo em semblante que ele logo retribuiu.

–Tem razão. – Disse. – Preciso seguir meus sonhos. – Completou.

–Fico feliz que tenha vindo, de verdade. – Candy o abraçou. – Que bom que seus pais entenderam. – Concluiu.

–Infelizmente eles não entenderam e talvez nunca entendam, mas esse é o meu sonho e eu vou lutar por isso, mesmo que tenha que desapontá-los. – Paul disse carinhoso fazendo Candy sorrir por ver que tudo parecia melhor entre eles. – É a nossa deixa. – Ele falou. – Vamos? – Completou e logo Candy segurou firme em sua mão para os dois caminharem até o centro do palco ainda fechado pelas cortinas enormes do auditório. Paul piscou pra Candy e logo caminhou até o piano aonde se sentou decidido e com mãos firmes tocou as teclas iniciando uma melodia leve enquanto a cortina do palco ia subindo dando lugar aos dois. Todos logo aplaudiram vendo-os ali. Candy sorriu, respirou fundo e deixou sua voz soar ao microfone.

https://www.youtube.com/watch?v=j-SurBg_baMEscute Thousand Miles, Glee.

–Making my way downtown, walking fast, faces pass and I'm homebound. – Candy soou alto no auditório fazendo todos sorrirem com sua bela voz, principalmente seus pais que estavam na primeira fila do local. Ela então levou seus olhos a Paul que ainda parecia sério demais.

–Staring blankly ahead. Just making my way, .making a way through the crowd. – Ele soou em seu melhor tom fazendo Candy sorrir, algo que logo arrancou um sorriso um tanto torto dele também. - And I need you. – Cantou encarando os olhos dela.

–And I miss you. – Ela sorriu, principalmente agora que ele se colocou de pé largando o piano para se aproximar dela, ficando os dois frente à frente.

–And now I wonder, if I could fall into the sky, do you think time would pass me by? Cause you know I'd walk a thousand miles if I could just see you tonight. – Eles cantaram juntos, ambos sorrindo agora.

–It's always times like these, when I think of you and wonder if you ever think of me. – Ela cantou.

–Do you think of me? – Ele fez a pergunta arrancando um sorriso bobo dela. -Cause everything's so wrong and I don't belong...Living in your precious memory. – Soaram juntos arrancando sorrisos da plateia que a essa altura parecia envolvida demais. A letra da música já era algo tocante, mas o modo como Paul e Candy levaram uma verdade para ela em cima do palco só tocava mais a todos os que tinham o prazer de acompanhar aquela audição. Mais uma vez um sorriso orgulhoso surgiu no rosto da olheira da Julliard que tomou algumas notas em seu caderno rapidamente.

–If I could fall into the sky,do you think time would pass me by? Cause you know I'd walk a thousand miles if I could just see you tonight. – Eles sorriam um pro outro. - Yeah, tonight, yeah, tonight, oh, tonight. – Eles soaram num agudo quase perfeito juntos que fez todos aplaudirem antes mesmo do fim da música. Nesse momento os pais de Paul adentraram o local e encararam fielmente o palco onde o filho parecia extremamente feliz, algo que fez eles se entreolharem instantaneamente. Eles então se sentaram no lugar que acharam no meio do auditório lotado, e Candy sorriu assim que os avistou, fazendo com que Paul logo olhasse na mesma direção para vê-los também. Ele então ficou com um semblante um tanto confuso inicialmente, mas quando viu os dois sorrindo não pôde evitar sorrir também. Ele então voltou seus olhos para Candy que sorria pra ele.

–Quem diria não é, Bellinha. – Melanie ironizou fazendo-a encará-la. – Parece que a Thompson não entendeu o recado, ou talvez assim como todos, ela não dá a mínima pra você e suas regras. – Melanie riu fazendo Bella bufar de raiva.

–Vamos ver se não. – Bella falou grosseiramente, voltando novamente seus olhos para o palco onde agora as mãos de Paul seguravam firme as de Candy que tinha um sorriso amoroso em semblante. Giovanna sentada na primeira fileira apoiou sua cabeça no ombro de Mike que rapidamente beijou sua testa. Dianna de longe encarou Harry que apenas sorriu torto para que ela retribuísse da mesma forma.

–Cause you know I'd walk a thousand miles if I could just see you
Oh, oh… - Eles soaram juntos novamente agora se encarando novamente.

–If I could fall (into the sky) (Paul: Into the sky),
Do you think time would pass us by? Cause you know I'd walk a thousand miles if I could just see you, if I could just hold you… Tonight… - Eles soaram juntos encerrando a música. Logo todos se puseram de pé e começaram a aplaudir os dois. Candy pulou nos braços de Paul que sorria estonteante. O diretor logo então subiu ao palco para falar, enquanto os dois se dirigiam para trás das cortinas. Não demorou muito para que Courtney corresse para os braços de Candy abraçando-a fortemente.

–Você foi incrível! – Courtney vibrou. – E você também. – Ela agora falou pra Paul que já recebia um abraço apertado de Jennifer.

–Obrigado... – Paul falou com as bochechas coradas antes de encarar Candy, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa seus pais se aproximaram com sorrisos e olhares emocionados.

–Meu filho... – Sua mãe o abraçou forte. – Eu nunca tinha visto você cantar daquele jeito. – Ela riu descontraída enquanto passava as mãos no rosto dele que sorria sem graça.

–Você foi ótimo, Paul. – Ben o abraçou forte. – Eu e sua mãe, depois de o vermos hoje só podemos desejar que seja muito feliz em Julliard. – Ele disse fazendo um sorriso enorme se abrir no rosto de Paul e no de Candy também que recebia elogios de seus pais, mas ainda assim prestava atenção na conversa deles.

–Eu posso mesmo? Vão me apoiar nisso? – Paul perguntou numa voz um tanto emocionada. Seus pais apenas assentiram e ele logo abraçou os dois com força. Candy os encarava de longe, mas logo Belatrix se aproximou dela fazendo seu sorriso se desfazer. Sem dizer uma palavra sequer Bella sinalizou para que Candy a seguisse, e esta assim o fez. As duas logo entraram numa sala vazia. Belatrix se virou pra Candy que se encolhia num ato amedrontado.

–Você está fora da equipe, Thompson. – Belatrix falou grosseira fazendo os olhos de Candy se arregalarem.

–O que? – Ela perguntou assustada. – Não, Bella, por favor, espera, não me tira da equipe, você sabe que eu preciso! – Disse agoniada.

–Eu sei sim, mas parece que você se esqueceu. – Bella falou grosseiramente agora se esticando na frente de Candy que a encarava assustada. – Eu te disse que se desobedecesse minhas regras de novo que estaria fora da equipe, e hoje foi sua segunda advertência então está feito, você está oficialmente fora. – Bella lhe deu as costas.

–Espera! – Candy chamou. – Bella, foi só uma música, foi pra faculdade. – Explicou. Bella logo riu irônica.

–Acha que eu sou idiota? – Bella se colocou na frente dela de novo. – Está apaixonada por esse nerd, e quer saber tudo bem, Candy, pode ficar com ele, mas está fora da minha equipe. – Completou. – A partir de agora está livre pra namorar esse nerd, andar com ele pelos corredores e ser só mais uma qualquer da escola andando com o grupinho de amigos dele. – Bella riu.

–Eu não posso ficar sem as cheers, por favor, me dá outra chance, eu faço qualquer coisa. – Candy disse quase num sussurro, abaixando a cabeça num ato triste. Bella continuou ali imóvel, a encarando sem dizer uma palavra sequer, mas logo sorriu,

–Eu não sou tão má. – Belatrix levantou o rosto dela fazendo-a sorrir.

–Vai me deixar ficar? – Candy perguntou sorrindo.

–Claro, querida e doce Candy. – Bella respondeu pontualmente, fazendo a mesma sorrir estonteante agora. – Mas tem uma condição, na verdade você precisa fazer algo pra mim, para que eu possa te deixar na equipe. – Bella sorriu vitoriosa agora.

–O que quer que eu faça? – Candy perguntou um tanto nervosa agora.

–Quero que ao final das audições você saia do auditório e beije qualquer cara que ver pela frente, mas querida, terá que ser um beijo empolgado e intenso, de preferência num cara do time, e eu quero que o Paul veja, quero que todos vejam, mas principalmente ele. – Belatrix sorriu enquanto via o semblante de Candy se alterar instantaneamente para algo chocado.

–Não, Belatrix, por favor, eu faço qualquer coisa, mas não me faz fazer isso, ele vai me odiar pra sempre, eu já estou longe dele, como me mandou fazer, ele nem sequer fala comigo direito. – Candy choramingou.

–Exatamente, eu não quero que ele fale nada com você, eu quero que ele te odeie e fique longe de você o suficiente para que ninguém mais pense que eu não sei manter as régias na minha equipe. – Bella riu frouxo enquanto Candy dava lugar a lágrimas em seus olhos. – E pare de choramingar, Candy, ele é só um nerd. – Completou.

–Não... – Candy sussurrou. – Eu o amo, Bella, por favor, não me obriga a fazer isso, eu te imploro. – Candy pediu quase numa súplica.

–Eu não vou te obrigar a nada, querida. A escolha é toda sua. – Bella sorriu. – Sabe que seus pais não têm condições para pagar sua faculdade... O que é mais importante, permanecer na equipe ou viver seu amor nerd? – Indagou Bella dando as costas e deixando Candy ali sozinha em meio a prantos. – Ah e querida, eu acho bom que não me desafie novamente, porque eu posso acabar com você e com todos os seus sonhos num estalar de dedos. – Ela sorriu. – Estamos entendidas? – Perguntou. Candy apenas assentiu sem encará-la diretamente.

Nesse momento, Courtney adentrou ao palco para poder fazer sua apresentação. Ela parecia um tanto nervosa, mas ver seus pais, e os amigos ali a acalmou, principalmente quando viu Peter sorrindo pra ela sentado na primeira fileira. Ela estava vestida com uma bela roupa de balé e tinha um microfone acoplado a seu rosto. Ela então fechou os olhos e respirou fundo. Uma melodia começou a soar e rapidamente ela estava na ponta dos pés dentro de sua sapatilha iniciando uma apresentação.

https://www.youtube.com/watch?v=mQe6zrK83J4Escute I still believe, Hayden Panettiere.

–Some how I know I will find a way to a brighter day in the sun. Some where I know that he waits for me. – Ela soou angelicalmente e rapidamente o sorriso no rosto de Peter se desfez para algo encantado e paralisado. - Someday soon he'll see I'm the one, I won't give up on this feeling and nothing could keep me away. – Ela cantou e logo os aplausos surgiram enquanto ela dançava empolgada e de forma encantadora. - Cause I still believe in destiny, that you and I were meant to be. I still wish on the stars as they fall from above cause I still believe, believe in love. – Ela cantou agora com os olhos fixos em Peter enquanto deixava seus braços se movimentarem num ato delicado e admirável. A olheira de Julliard não pôde deixar de sorrir, assim como Peter que parecia totalmente encantado com o que via.- I know what's real cannot be denied, although it may hide for awhile, with just one touch love can calm your fears. Turning all your tears into smiles it's such a wonderous feeling. I know that my heart can't be wrong. – Courtney deixava seu corpo falar mais por si que sua voz agora. Passos difíceis de bale clássico eram executados por ela e todos aplaudiam e sorriam com a delicadeza dela sobre suas sapatilhas. - Cause I still believe in destiny, that you and I were meant to be. I still wish on the stars as they fall from above cause I still believe, believe in love. – Ela cantou e Peter logo se botou de pé e a aplaudiu, fazendo com que todos fizessem o mesmo. Ela sorriu encarando aquilo. - Enough to make miracles, change everything, lift you from the darkness and make your heart sing. Love is forever. When you fall it's the greatest power of all. – Ela soou num agudo perfeito que logo fez todos aplaudirem novamente. Seus pais estavam empolgados vendo-a agora fazendo novos passos de balé ainda mais bem feitos que os primeiros. - Oh, I still believe in destiny, that you and I were meant to be. I still wish on the stars as they fall from above cause I still believe, believe in love. – Ela disse docemente, fazendo os últimos passos de dança para finalmente ir aos poucos encerrando sua apresentação. - Yes I still believe, believe in love. I still believe in love. I still believe, believe in love. – Ela encerrou num sorriso encantado enquanto encarava Peter que não conseguia tirar os olhos dela. Logo os aplausos lotaram o lugar, tornando-se ensurdecedores.

–Vai Court! – Gritou Santana animada.

–Ela foi maravilhosa. – Dianna disse com os olhos focados em Courtney. – Tenho certeza de que está dentro da Julliard. – Falou enquanto Santana assentia.

–Não deve ser tão difícil entrar pra Julliard. – Santana rolou os olhos antes de rir frouxo.

–Até parece, a Julliard é a maior faculdade de artes do mundo, só entram os melhores. – Dianna respondeu numa careta.

–Exatamente e com a minha voz, sou uma das melhores. – Respondeu esperta fazendo Dianna rir.

–Por que você fala mesmo ein? – Perguntou Giovanna se metendo na conversa delas.

–Pra falar a verdade. Se eu não fizer isso quem vai fazer? Parece que ninguém nessa cidade consegue ser sincero como eu. – Santana respondeu já rindo.

–Mas então por que você não tentou a audição? – Perguntou Dianna.

–Porque eu não quero passar o os próximos cinco anos numa faculdade que é um clube glee ambulante, com todo mundo cantando e pulando o dia todo. – Santana rolou os olhos.

–Não fala assim do pessoal do glee, eles são legais. – Giovanna disse carinhosa.

–Eles cantam sem motivo nenhum. – Santana disse numa careta como se fosse óbvio seus motivos para dizer aquilo.

–Além do clube glee o que mais você odeia? – Perguntou Dianna com o semblante franzido.

–Deixa eu pensar, ah, caridade. – Santana respondeu pontualmente.

–Não fala isso, Sants, faz as pessoas acharem que é cruel. – Giovanna falou fazendo uma careta se formar no rosto de Santana.

–Eu achei que estávamos entendidas sobre isso, eu sou cruel. – Ela riu irônica. – Ah eu odeio gordos também, desculpa. – Completou.

–Tá melhor parar por aí. – Dianna riu encarando-a. Nesse momento a olheira da faculdade, uma moça negra de belos cabelos cacheados preso num alto rabo de cavalo, chamada Carmem Fitzgerald sorriu subindo ao palco com o microfone em mãos. Logo todos a aplaudiram enquanto a mesma cumprimentava o diretor do colégio com certa animação, algo que já era esperado por todos, afinal, muitos alunos talentosos lotavam os corredores do SHS e as apresentações haviam sido todas maravilhosas. – Boa noite a todos. – Carmem sorriu e logo todos a aplaudiram novamente. – Eu sinto que quem deveria lotar esse lugar de aplausos esta noite sou eu, pois é incrível vir fazer uma audição num colégio e ver tantos alunos bons e empenhados que certamente deixariam a Julliard ainda mais conhecida e talentosa. – Ela sorriu junto a todos que lotavam o lugar. – Mas infelizmente, as vagas cedidas para cada colégio são poucas, mas eu espero que os que não forem selecionados hoje estejam dispostos a fazer as audições novamente em outros momentos, pois hoje eu só vi grandes talentos que com a ajuda da Julliard podem se tornar grandes estrelas. – Ela disse. Candy e Courtney estavam abraçadas atrás das cortinas esperando ela finalmente anunciar o nome dos quatro selecionados do colégio que estariam com vagas garantidas na Julliard. Paul continuava perto de seus pais que pareciam mais nervosos do que ele agora. – Então vamos aos quatro selecionados. – Ela disse deixando todos ali ainda mais tensos. – Peço que venham a frente, os senhores Paul Adams, senhorita Margaret Black, senhorita Candy Thompson e senhorita Courtney Collins! – Ela chamou animada fazendo todos começarem a gritar empolgados. Courtney e Candy logo se abraçaram e correram até a frente do palco onde todos aplaudiam animados. Courtney recebeu um abraço de Carmem e pegou um certificado para logo em seguida pular do palco direto nos braços de Peter que a girou no ar empolgada enquanto seus pais sorriam animados. Candy logo correu para os braços de seus pais e em seguida lançou um olhar pra Paul que sorriu para ela como se nada de ruim tivesse acontecido entre eles, algo que só fez seu coração se partir ao meio. Ela preferiu então desviar o olhar e começar a caminhar para fora do auditório junto a todos. Do lado de fora as meninas já estavam reunidas conversando, e ela preferia se manter calada, um pouco distante. Bella do outro lado sorria vitoriosa pra ela. Quando Paul vinha chegando acompanhado de Jennifer e seus pais, Candy respirou fundo e caminhou rapidamente na direção de um grupo de meninos do futebol que conversava, chamando a atenção de todos ali. Quando ela se aproximou de Jeremy puxou a gola de sua camisa e depositou um beijo intenso em seus lábios fazendo todos arregalarem os olhos. O sorriso dos lábios de Paul rapidamente se desfez encarando aquilo. Nunca se sentiu tão mal na vida, como se o ar lhe faltasse devido ao grande nó que se formava em sua garganta. Depois de tudo o que havia acontecido naqueles últimos dias ele esperava no mínimo voltar a ser amigo dela, mas novamente estava errado a respeito de Candy, ou pelo menos pensava que sim. Jeremy agora segurava firme na cintura dela, algo que fazia Belatrix sorrir estonteantemente, enquanto as outras amigas de Candy permaneciam em choque com aquilo tudo.

–Querido... – Katie o chamou. – Eu não entendo, achei que você e essa menina, quer dizer, depois do modo como cantaram... – Ela tentou continuar falando, mas Paul logo a interrompeu no mesmo momento em que o beijo terminou.

–Fazia parte da encenação, mãe. – Ele disse em alto e bom tom para que Candy já com os olhos repletos de lágrimas ouvisse. Ela se sentia completamente arrasada agora por causar aquilo nele, e isso só aumentou ao ver o olhar que ele lhe lançava agora antes de dar as costas e sair caminhando para fora do colégio acompanhado dos pais. Jennifer então caminhou até ela com um olhar raivoso.

–Estou completamente decepcionada com você. – Ela disse fazendo Candy deixar uma lágrima escapar e logo deu as costas também para ir embora.

–Você não é a única. – Santana avisou a Jennifer que apenas assentiu sem parar de caminhar. – O que deu em você? – Ela perguntou em choque.

–Ei, Candy se quiser podemos continuar isso lá em casa. – Jeremy falou tentando encostar suas mãos na cintura dela novamente, mas ela se esquivou.

–Me deixa em paz! – Candy disse grosseira antes de sair correndo para fora do colégio. Giovanna encarava Jeremy com certo nojo agora, algo que ele logo percebeu e riu.

–Ciúmes, Giovanna? – Perguntou fazendo Mike corar em vermelho.

–Quer que eu arrebente a sua cara de novo? – Perguntou.

–Calma, não liga pra ele... – Giovanna pediu fazendo Mike respirar fundo. – Vamos embora. – Completou.

–É vão embora. – Jeremy riu fazendo Santana se aproximar dele com um ar superior que logo chamou sua atenção. – Algum problema, amorzinho? – Ele perguntou irônico.

–Você é repugnante. – Santana respondeu grosseira. – E está na minha lista, então da próxima vez se não quiser que eu arranque suas bolas e coloque na sopa da sua mãe é melhor ficar de boca fechada. – Completou fazendo-o engolir a seco. – Fico feliz que estejamos entendidos. – Disse agora dando as costas.

–Está com saudade de me ter na sua cama. – Ele provocou fazendo Santana virar para encará-lo agora com um sorriso maldoso. Ela se aproximou e fez uma careta.

–Não diga que não te avisei. – Santana falou e logo chocou seu joelho contra o saco de Jeremy fazendo-o cair no chão, gritando de dor. Santana sorriu. – Na próxima não vai ter mais nada que te faça prestar numa cama. – Ela piscou e logo se pôs a caminhar para ir embora.

***************************

Candy corria em direção a saída do estacionamento, onde avistou Paul conversando com Jennifer. Ele tinha uma expressão abatida e decepcionada, algo que só a fez chorar mais agora. Não conseguiu evitar se aproximar, precisava se explicar e o quanto antes, mesmo que ele ainda assim não quisesse mais encará-la nunca mais. Quando ele avistou logo se pôs a caminhar, assim como Jennifer que o acompanhava.

–Paul! – Ela gritou rapidamente. – Por favor, espera, eu posso explicar. – Disse. Paul então se voltou pra ela.

–Você não pode explicar isso! – Ele falou numa voz grossa e agressiva que só a deixou pior. – Como pode ser assim, Candy? – Perguntou. – Será que já passou pela sua cabeça que eu amo você? – Completou.

–Eu também amo você, Paul, por favor, foi a Bella que me obrigou a fazer isso. – Candy explicou.

–Essa é sua grande explicação? – Ele riu irônico. – Acha que eu não sei que isso é coisa dela? Candy, eu sei o quanto a Belatrix é baixa e suja, o que me surpreende é você ter obedecido. – Paul fechou os olhos como se buscasse prender o choro que queria lhe tomar. Candy não sabia o que dizer. – Você não me ama, isso já está claro, senão nunca teria feito isso comigo. – Disse fazendo as lágrimas escorrerem pelo rosto dela. – Faz um favor, Candy, fica longe, eu e você não temos absolutamente mais nada pra conversar, nem como colegas sequer. – Paul deu as costas.

–Paul! – Candy ia correr atrás dele, mas Jennifer entrou na frente. – Por favor, tenta entender... – Ela pediu a Jenny que suspirou.

–Eu queria, Candy e desde o início eu tentei, mas eu não consigo mais. – Jennifer rolou os olhos. – Desculpa, mas deixa ele em paz, eu não quero mais vê-lo sofrendo por sua causa. – Completou agora dando as costas deixando Candy ali sozinha aos prantos. Ela não conseguia se mover, só queria colocar pra fora tudo o que estava sentindo agora, mas nem sequer sabia como. Courtney vinha caminhando até que a viu ali naquele estado e correu até ela.

–Candy... – Courtney chamou, mas Candy sem responder nada apenas se jogou em seus braços e a abraçou forte. – Por que você fez isso? – Ela perguntou enquanto a amiga tentava prender o choro.

–Porque eu sou uma fraca, Court. – Candy a abraçou de novo.

–Você é a pessoa mais forte que conheço! – Courtney falou tentando animá-la. – Vai passar, eu juro. – Disse abraçando-a mais forte agora enquanto a mesma chorava intensamente.


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