I was thinkin about her, thinkin about me
Thinkin about us, what we gonna be?
Open my eyes, yeah; it was only just a dream
So I travel back, down that road
Will she come back? No one knows
I realize, yeah, it was only just a dream

And I was thinkin about her, thinkin about me
Thinkin about us, what we gonna be?
Open my eyes, yeah; it was only just a dream
So I travel back, down that road
Will she come back? No one knows
I realize, yeah, it was only just a dream
( Just a Dream - Christina Grimmie )

Os raios de sol atravessam a veneziana ao mesmo tempo em que o despertador soava irritantemente sem parar, era apenas mais um dia normal, exceto pelo fato de que agora sou uma grávida abandonada. Talvez não tão abandonada assim. Levantei ao ouvir a campainha tocando, peguei o celular apenas para confirmar as horas, quem faz visita às sete da manhã? John.

— Bom di .. desculpa Fê te acordei? — La estava ele plantado em minha porta com cara de cachorro abandonado e algumas sacolas na mão. Maneei a cabeça negando e abri passagem, John passou por mim beijando minha testa e deixando as sacolas sobre o balcão — trouxe seu café da manhã, precisa comer direito nossa princesa precisa se alimentar o tempo todo.

— Eeer, diga isso a sua afilhada que não deixa nada parar no meu estomago — peguei duas xícaras no armário e estendi uma a ele — o que tem nessa sacola? acho que Bea está um pouco faminta.

— Faz quanto tempo que não come senhorita? — John levou as mãos à cintura forjando uma carranca que me arrancou uma gargalhada, eram tempos difíceis, mas John deixava tudo mais fácil — sério Fê precisa comer regularmente, por você e por Bea.

— Eu sei, eu sei — levantei as mãos à cabeça em sinal de culpa, o sorriso em seu rosto cresceu — só não entendo como ela, minha filha, parte de mim, pode não gostar de pizza ou de hambúrguer do Big belly.

John sorria e maneava a cabeça desaprovando minhas refeições, se Sara soubesse com certeza me daria uma grande dura. Terminamos de tomar café e meu relógio já denunciava que eu estava atrasada, me arrumei rapidamente enquanto John me aguardava na sala, quando cheguei a sala John colocava ao lado da televisão um porta-retrato com uma foto dele e Sara com as mãos sobre a minha barriga, uma lagrima desceu pelo meu rosto, malditos hormônios.

John me deixou na Palmer e foi trabalhar, ele e Sara eram sócios em uma agencia de segurança pessoal. Bem, se John me trouxe Sara deveria me buscar, eles tem se revezado em minha "segurança". Confesso que por um lado tem me sufocado, embora por outro tenha me feito tão bem não passar esses dias sozinha.

— Srta. Felicity — ouço a porta de minha sala se abrir me tirando dos meus devaneios — o Sr. Palmer a espera em sua sala.

— Okay, obrigada Helena.

Levantei-me ajeitando a saia lápis que dançava em meu corpo, tropiquei na mesa e por pouco não me esborrachei no chão, do outro lado Helena me olhava preocupada, assenti para ela e entrei no elevador.

— Boa tarde Sr. Palmer, o que posso ajudar?

— Podemos começar com o Sr. Palmer, vamos tirá-lo, excluir de qualquer sentença, esquecer, apagar.. tudo bem? — ele esboçava um sorriso de canto que me deixava vidrada, diacho de cara bonito. Senti meu rosto corar e desviei nosso olhar gesticulando com a mão para que continuasse. — Vamos ter um coquetel hoje para comemorar uma parceria com um novo investidor para o protejo Luz no Glades, sua presença é de extrema importância — voltei a encará-lo surpresa, de certa forma boa parte do projeto foi feito por mim, mas era Ray o idealizador dele, não entendi o porquê de minha presença ser tão importante.

— Sr. Palm.... digo Ray, só Ray, não sei se é uma boa idéia, como sabe estou grávida e esses malditos hormônios me colocam para dormir cedo — acredita Ray, acredita ... estava fazendo uma oração para algum deus que não faço idéia se existe ou não para que ele acreditasse, talvez Sara já tenha planos para hoje, como tem para o resto da semana na verdade. Ray tombou a cabeça para o lado analisando meu rosto que corou imediatamente, ficamos assim nos observando até meu celular apitar em uma mensagem de Sara — a menos que o Sr. não se importe que eu leve uma acompanhante, não que seja o meu tipo, meu tipo é muito mais o seu .. ai meu Deus — subo minhas mãos ao rosto envergonhada, Ray gargalha com meu embaraço me fazendo sorrir também — eu não quis dizer isso, quis dizer que gosto de homens, não que você também não faça meu tipo, mas no geral .. to piorando não é? Enfim, acho que Sara já tem planos para minha noite.

— Sara é aquela loira gata que vem te buscar? — franzi o cenho fitando seu rosto, quer dizer que Ray fica me espionando? Porque não me da logo uma carona? — deve ser porque você nunca pediu? Onde está seu carro? — Eu falei alto, maldita língua. Neguei de prontidão dando de ombros — Pode levar Sara, não há problema algum.

— Okay .. okay — levantei as mãos em redenção me virando para sair — até mais tarde Ray.

Desci desenfreada para minha sala, Sara me aguardava impaciente com um folheto em mãos, o folheto era de reuniões para mães de primeira viagem, não consegui conter a gargalhada enquanto ela me olhava espantada, mas confesso que em seu lugar também estaria não fui capaz de manter um peixinho vivo por mais de um mês, fico pensando como será com uma criança? Mas em minha defesa, o gato da Sra. Fernandes é artilheiro demais, destruiu meu aquário em mil pedaços, inundou meu apartamento e ainda estraçalhou meu peixe, talvez eu não tenha tanta culpa assim.
Contei a ela sobre o coquetel no caminho para casa, ela não me pareceu contente embora um sorriso tenha tomado conta de seu rosto quando mencionei que Ray a chamou de gata, ele era um partido daqueles.

— Já soube quem está de volta a cidade? — abri a porta do meu apartamento com Sara em meu encalço — Oliver Queen — a porta atrás de suas costas bateu e ela se jogou no sofá. Segui direto para cozinha em busca de algo, droga precisava visitar o supermercado. Peguei uma maçã e me juntei a ela no sofá jogando suas pernas para o chão — ele vai treinar com John.

— Oliver Queen não seria o problemático herdeiro das indústrias Queen? — Sara assentiu tomando a maçã de minhas mãos a abocanhando — xii EN-CREN-CA. Das bravas, das grandes mesmo. Fique longe dele — alertei — Li em uma coluna social uma vez que ele não dispensa mulher nenhuma, o maldito deve ser do tipo forte e bonito, fique longe dele.

— É eu sei, a fama de Oliver se arrasta no país inteiro, mas soube que ele mudou nos últimos tempos. — o controle estava em suas mãos, ela já havia passado todos os canais sem parar em nenhum umas três vezes no mínimo — soube que ele e a irmã fizeram alguns projetos sociais enquanto estiveram em NY, do nível campanha de doação de sangue e tudo mais.

— Hum okay, podemos deixar esse assunto de lado e focar no hoje? Temos o coquetel da empresa que sustenta essa casa, sustenta no sentido de pagar o aluguel, pois comida . . ultimamente tenho comido apenas o que John me traz. Sara não estou mais agüentando comer brócolis, pode falar com ele sobre isso? — Sara assentiu concordando, suspirei aliviada por não receber uma bronca — ontem mesmo esperei que fosse embora e pedi uma pizza, mas ele tem uma aliada.. Bea não deixa nenhuma porcaria no meu estomago, tem sido tão difícil..

— Você o quê? — ela me encarou furiosa, droga onde fica o freio dessa língua? — já não combinamos de ter uma alimentação saudável? Fê, Beatri...

— Beatrice precisa de alimentos saudáveis, eu sei. Só não consigo mais ver brócolis na minha frente — pousei minha cabeça frustrada em seu ombro e soltei um longo suspiro — onde fica aquela historia de atender os desejos?

— Epa, pegou pesado agora — dou de ombros e tomo o controle de sua mão colocando na Warner — acho melhor começarmos a nos arrumar, vou pra casa e passo aqui as oito. Sem bebidas, vamos ficar apenas um pouco tudo bem? — assenti concordando.

Depois que Sara foi embora deixei a banheira encher e fui procurar algo para vestir, optei por um vestido vermelho até o joelho com um decote nas costa. Elegante e nada vulgar, ótimo. Joguei sobre a cama e fui direto para a banheira. Eu passava o hidratante corporal quando senti Bea mexer pela primeira vez. Continuei com os movimentos circulares na barriga enquanto ela se remexia

— Oi meu amor, você gosta de carinho? — continuei passando o hidratante abobalhada, era uma sensação indescritível sentir minha pequena dentro de mim — você quer que a mamãe continue? — ela então deu um chute um pouco mais forte — wow talvez você esteja sentindo cócegas.

Interrompi nosso momento e continuei a me arrumar, dei uma ultima conferida no espelho antes de descer e eu realmente estava bem bonita. Chegamos a Palmer e o Sr. Alfred veio ao nosso encontro para estacionar o carro, ele parecia embasbacado com a beleza de Sara assim que estendeu a mão para que ela descesse do carro. E ele realmente tinha razão, ela vestia um vestido longo preto sem nenhum detalhe, mas com um decote generoso nos seios.

— Vestida para matar, saquei a referencia — ela sorriu ao meu lado parecendo envergonhada — está linda amiga.

— Concordo, está deslumbrante — dei um pulinho ao ouvir a voz rouca do meu chefe atrás de nós — boa noite Srtas — Ray beijou nossa mão galante — alias, sou Ray Palmer.

— Boa noite Sr. P... Ray — sorri me interrompendo — preciso ver se está tudo certo com .. é .. hã, você sabe né? — fui saindo de fininho deixando-os sozinho, ao longe vi Sara me fuzilar atordoada.

Avistei Roy com um notebook em mãos, ele era o novo estagiário do meu departamento. Confesso que ele não entende nada de softwares, tive que ensiná-lo até como se liga o computador, mas algo nele me chamava a atenção, e não eram seus braços definidos nem seu sorriso. Ele tinha algo difícil de encontrar hoje em dia nas pessoas, caráter. Ele foi sincero quando me disse que não entendia absolutamente nada, o que me deixou surpresa e ao mesmo tempo intrigada, ele concorria a vaga no setor de computação. Acabei por contratá-lo.
Estava me aproximando quando esbarrei em um muro musculoso, ele segurava uma taça de algo que eu acredito ser champanhe, também agora não faz a menor diferença, pois o liquido estava todo em meu corpo. Ergui meus olhos a fim de me desculpar, mas perdi a fala assim que encontrei os seus. Os olhos mais bonito que já vi na vida, apaga isso, ele era por inteiro a pessoa mais bonita que eu já vi.

— Me desculpe eu estava distraído — alem de bonito educado, talvez não tenha sido uma má idéia vir até aqui — o que disse?

— o quê? eu disse algo? — balancei a cabeça afastando meus pensamentos e fechei os olhos com força me concentrando, respirei fundo e voltei a encará-lo — me desculpe você, sou um furacão sem freio mesmo.

— e posso saber o nome desse furação? — ele abriu um sorriso encantador daqueles encharcador de calcinhas me fazendo esquecer sua pergunta. Arqueei uma sobrancelha e duvida o fazendo repetir — como se chama?

— Smoak — vi seu cenho se franzir e completei — Felicity, na verdade Felicity Smoak.

— Muito prazer, sou Oli...

Mas antes que ele terminasse Ray subiu ao palco para propor um brinde ao novo investidor, vi o rapaz se afastar e fui direto para o banheiro ver se estava tudo em ordem.
Sai do banheiro e fui procurar Sara que falava com Ray e com o muro de músculos, fiquei em duvida se deveria ou não me aproximar, talvez ele pensasse que eu estava atrás dele, o que seria meia verdade, mas também qual a probabilidade de encontrar um cara bonito assim? eu acredito que só acontece uma vez na vida, como nos cinemas. Quando por fim resolvi dar meia volta e voltar Ray me chamou.

— Aí está você Felicity, quero que conheça o novo investidor — ta de brincadeira comigo? girei sobre os calcanhares e encarei as três pessoas que me olhavam atentamente, Sara indicava o rapaz com o olhar tentando me dizer algo que não consegui compreender — Felicity esse é Oliver Queen, Oliver, Felicity Smoak.

— Oliver Queen — encarei Sara brevemente antes de aperta a mão que ele estendia, todo aquele papo de " fique longe" "ele é encrenca" voltaram a minha mente — muito prazer — não consegui evitar um suspiro decepcionado que parece não ter passado despercebido por Oliver.

— O prazer é todo meu — puxei minha mão rapidamente e desviei a atenção até Sara.

— Podemos ir? Estou cansada — a compreensão a atingiu imediatamente assentindo e se aproximando para segurar minha mão.

— Foi um prazer conhecê-lo Ray, o mesmo Oliver — disse Sara.

— Mas já vão? Ainda está cedo... — Ray tentou argumentar enquanto ao seu lado Oliver observava com certa ... Curiosidade?

— O bebê — respondeu Sara — Felicity precisa descansar — Oliver então me olhou de cima abaixo deixando seu olhar cair sobre minha barriga, bem, a barriga ainda não estava grande, mas a intensidade com que ele olhava acabou me incomodando, troquei o peso das pernas pigarreando chamando sua atenção.

— Boa noite Sr. Queen, até amanhã Ray.

Não esperei que respondessem e saí em disparata puxando Sara.
Durante todo o trajeto até em casa fiquei perdida em pensamentos, e em todos ele estava presente. Com seus olhos da dor do oceano, seu corpo super hiper mega máster definido, e o seu sorriso cafajeste encharcador de calcinhas. Estremeci só de lembrar a intensidade dos seus olhos sobre mim, ficou claro, sou uma irresponsável sem juízo.

— Ele gostou de você — Sara interrompe meus pensamentos — ele definitivamente gostou de você.

— Ta falando isso por que ele sorriu ao se apresentar?

— Não, to falando porque ele disse mesmo — virei meu rosto incrédulo ficando de frente para ela — o quê? ele disse que você é adorável e muito bonita.

— O mesmo posso dizer dele, incrivelmente sexy e terrivelmente bonito — sua gargalhada faz o juízo me atingir em cheio e a vergonha se estampar em minha cara — mas não é pro meu bico. ENCRENCA, DAS BRAVAS.

Aproximei-me beijando seu rosto e desembarquei do carro. Subi para meu apartamento terrivelmente cansada com os saltos em mãos, joguei no canto do quarto junto com o vestido e me joguei na cama perdida em pensamentos, é apenas um sonho Felicity, apenas um sonho.
Por incrível que pareça o sono já tinha ido completamente embora.