A Seleção da Herdeira escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 64
Até onde nós viemos | A Escolha (Capítulo Final)


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente ♥️ Agradecimento especial para a Gabi, fiquei muito feliz em ler seu comentário. Esse é o último capítulo, agora vou postar uma sequência de bônus, para a última e oficialmente final parte dessa história



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/647960/chapter/64

 

Não há nada melhor
Vencemos as dificuldades juntos
Estou contente por não termos dado ouvidos
Olhe para tudo que teríamos perdido

Eles disseram: Eu aposto que eles nunca darão certo
Mas apenas olhe para nós seguindo em frente
Nós ainda estamos juntos, continuamos firmes e fortes

— You’re Still The One, Shania Twain

Falta uma semana para o natal, o que significa que hoje é a festa dos criados. Não faltamos uma desde a Seleção. Me olho no espelho enquanto fecho os botões da camisa social que não foi feita pelas costureiras reais, e sim comprada em uma loja por Delly. A calça jeans está ótima, não preciso me preocupar com um cinto. 

Deixo meu smarter em cima da cabeceira, só vou olhar daqui um dia, pois decretei que estou de folga. 

Antes de descer, dou duas batidas na porta de Katniss antes de entrar, e encontrá-la apenas de calcinha e sutiã no enorme closet. Ela olha no relógio da parede, sem me perceber ainda, e entra para mais fundo no closet, impaciente, murmurando alguma coisa que não consigo ouvir.

— Ah, não acredito nisso! Você ainda não está arrumada? — Se assusta, dando um gritinho. Dou um sorriso sincero. — Quer ajuda?

— Você só quer tirar minha roupa — dou de ombros, enquanto ela escolhe um vestido curto. — Presente de Clove. Acha que é demais?

Nego, achando ótimo. É um vestido verde musgo em um tecido brilhante de excelente qualidade, até acima do joelho, que tem uma fenda nas costas, e marca bem a cintura e o quadril. 

— Você só precisa de uma meia calça para não ficar com muito frio. Ou uma jaqueta. 

Ela assente, e o veste. Mas precisa que tire o sutiã, então me voluntario para tal trabalho difícil. Com ela na frente do espelho, eu sorrio, ficando atrás, soltando o fecho devagar, beijando seu pescoço. Seu cabelo chega em metade das costas, em cachos muito bem feitos pelos cabeleireiros. Ela sorri, então eu deslizo as mãos pelas suas curvas, a olhando no reflexo do espelho. Sabendo da minha intenção, pega uma das minhas mãos e coloca em sua coxa, enquanto sobe com a outra o vestido até a cintura. 

— Tem certeza? — pergunto e ela assente, dando um passo para trás, colando suas costas em meu peito. Arfo, animado. — Sabe que temos que ser rápidos, certo? 

— Quem tem que ser é você. Só dessa vez eu quero.

Rio, agradecido pelo bom humor, e literalmente corro com ela até o sofá do seu quarto. Tira com os pés a minha calça, enquanto eu subo até sua cintura o vestido, tentando não amassá-lo, também deixo jogar seu cabelo para cima do braço do sofá, para não desfazer o penteado.

Segura com uma mão as costas do sofá, enquanto eu a toco com meus dedos. Preciso beijar sua boca para que ninguém pense sobre o que estamos fazer, quase no limite do horário de chegar e aproveitar a festa. Não faço isso por muito tempo, logo estou com ela em um ritmo acelerado, agradecido por ela ainda estar sem batom e for facilitar na hora que tivermos que nos recompor.

Suas costas se arqueiam, esfregando o corpo sem sutiã em mim, e não importa que esteja de vestido e eu com a camisa, eu a sinto completamente. Puxo um pouco de uma forma que consigo deixar um de seus seios para fora, e o alcanço com a boca. 

— Droga, não faz… isso… ah, eu vou precisar achar outro agora — murmura, com o rosto vermelho e ofegante, o que significa que eu não estou muito diferente. — Esquece, tira logo esse vestido de mim e faz direito.

Ignoro seu comentário mesmo com vontade de fazer isso e foco em movimentar meu quadril contra o seu, enterrando meu rosto no seu pescoço. Ela me dá um tapa, por eu não fazer o que me pediu, então ela mesma tira o outro peito do vestido e eu rio por meio segundo antes de cuidar dele da mesma forma que fiz com o outro. 

Me sinto pulsar por ela, e logo nos desfazemos ali. Suados, mas não cansados. Na verdade, acho que mais descansado que nunca estive. Me sento, observando ela arrumar a parte de cima do vestido, com um sorriso e o rosto todo vermelho. Uma gota de suor escorre da sua testa até o pescoço, e eu fico encantado. Todos detalhes dela são lindos.

— Quero que fique com ele. Quando voltarmos eu tiro de você, não se preocupe. Mas antes de descer devemos tomar outro banho.

(…)

Esqueço da promessa que fiz depois de comer, beber e dançar muito. Sempre é normal estar aqui, mas a e energia está boa demais. Ninguém me chama de majestade nessas festas, porém são muitos gritos de comemoração. Hoje completa exatamente um ano que não há mais nenhum distrito. Tiramos de todos de uma vez em nosso 2º ano governando, porém houveram inúmeros contratempos, revoltas, lideradas pelos distritos Dois e Três. Foram anos longos. Mas também conseguimos quitar todas as dívidas que muitos criados tinham, esse ano. O país está em um processo delicado de recuperação fiscal, porém não temos mais escravos e ninguém passa fome em nosso país.

Giro Katniss na pista de dança, e ela ri. A jaqueta que desceu com ela sumiu há muito tempo pelo calor, e nada adiantou não termos bagunçado seu cabelo no sofá e depois no banho. Já está uma zona. Ela puxou rodinha com crianças, apostou beber refrigerante, e até ponche não-alcoólico. Se eu ainda fosse um Sete e estivéssemos predestinados a sermos um do outro, ela adoraria as festas. Não tenho a menor dúvida.

— Stefan vai tocar sax! Venham! — Delly chama, para ficarmos na lateral do palco. Deixou seus três filhos com seus pais, que já estão em Angeles para o natal. Ela preferiu deixar tudo para ensinar os filhos de casa mesmo, e tem amado muito. Fico muito feliz e orgulhoso pela família que construiu.

Katniss e Delly conseguiram colocar as pendências no lugar, aos poucos. Depois de três anos, elas conseguiram voltar para o nível de amizade que elas tinham consolidado em poucas semanas, durante a Seleção. Nunca fiquei agoniado, nem com raiva. Entendo Katniss e seus sentimentos, da mes forma que entendi os de Delly. Eu e ela hoje em dia não nos esforçamos muito, nossa amizade, mas somos amigos. Sempre seremos. Ela sempre vai ser a primeira que eu amei, porém há uma distância porque se eu entrar em algum conflito com Katniss, e calhar de as coisas não estiverem tão claras com Stefan, talvez possa acontecer algo. Talvez não. Sempre tento evitar criar situações difíceis, e tem sido muito bom, porque meu tempo é totalmente ocupado com trabalho.

— Você não sabe tocar nada, Peeta, acho tão cafona — Katniss comenta, fazendo bico. Não me abalo. Nunca nem tentei, não tenho esse tipo de coordenação motora.

— Mas sei tocar você muito bem — sussurro, para ninguém mais ouvir a obscenidade que acabei de falar. 

Seu rosto fica corado, e ela muito sem jeito, acertando um soco leve no meu braço. Stefan toca uma música que pediram, enquanto Delly canta a letra no microfone.

 

 

Nós éramos loucos em pensar

Loucos em pensar que isso poderia funcionar

Lembra como eu disse que morreria por você?

 

Nós fomos estúpidos em pular

No oceano que nos separava

Lembra como eu voaria pra você?

 

Stefan manda muito bem, e a voz de Delly é suave, então danço com Katniss. Nossos corpos próximos, posso sentir a energia elétrica que emana dela.

 

 

Todos eles nos alertaram sobre tempos como este

Eles dizem que a estrada fica difícil e você se perde

Quando é guiado por uma fé cega, fé cega

 

Ela suspira, e se aproxima ainda mais, deitando a cabeça no meu peito. Sei que está doida para irmos para o quarto fazermos alguma coisa, porém quer continuar pelo máximo de tempo possível. Durante a festa dos criados nós conseguimos privacidade de fazer a loucura que quisermos, pois é o lugar mais seguro de todos. Tanto que eu não deixo nem meus irmãos descerem, apenas alguns amigos. Cato veio com Clove na festa do ano passado, e simplesmente se pegaram no banheiro. Só fiquei sabendo porque Clove falou para Katniss e Katniss me contou.

But we might just get away with it, religion's in your lips, even if it's a false god — Delly canta, e eu sorrio, me movimentando no meu próprio quadrado com o amor da minha vida e para a minha vida em meus braços. — The altar is my hips, even if it's a false god… We’d still worship this love.

— Você está tão bonita. Queria poder tirar uma foto de você agora — sussurro, chamando a atenção de Katniss em meus braços. — Eu amo você. Com todo o meu coração. 

Nossas mãos já estão entrelaçadas, nos passos leves que estamos, e eu queria que fosse assim o dia todo, todos os dias. É comum passarmos tempos sem nos vermos mesmo com um quarto ao lado do outro. Fico chateado com isso, mas sei que poderia acontecer independentemente do fim da Seleção. Todo mundo tem rotina, e nós temos que trabalhar para isso não se tornar um problema.

Uma vez por semana eu dou para ela uma flor. A que eu achar mais bonita, deixo na cabeceira da sua cama. É a forma que tenho de demonstrar meu carinho, e ela retribui subitamente aparecendo no meu escritório só para me dar um abraço, ou compartilha comigo uma música que está ouvindo com mais frequência. Dias difíceis e de brigas nós temos, mas nunca duram mais do que duas noites. 

A última vez que brigamos feio começou por algo tão idiota, que eu nem me lembro mais. Acabou comigo dando um show de babaquice e insegurança, quando ela cortou o cabelo na altura do ombro e refez todo o guarda-roupa quando Prim e seu pai de mudaram de Angeles para Londres. Na minha cabeça, depois de tantas mudanças que ela estava fazendo em sua vida, eu seria definitivamente o próximo, cortado da sua lista. 

Ela ficou profundamente magoada pelo meu comportamento e pela forma que eu me expressei. Passei a tarde desabafando com tia Effie, que realmente cumpre o papel de mãe na minha vida. Fez com que eu a amasse melhor depois disso.

{Flashback on}

— Você precisa entender que ela nunca mais será a adolescente com quem você se casou, Peeta. Nem você é mais o mesmo. Olhe quantas coisas mudaram. Ela está tão feliz, e você está incomodado com isso? Você sabe que Katniss é leal e ama você. Você precisa demonstrar que a ama apoiando suas decisões, ou aí sim ela terá razão para dispensar você. Saiba que ela terá todo meu apoio.

Tia Effie disse isso depois de me ouvir por um dia inteiro reclamando de Katniss, que ela estava muito diferente, que não temos tempo juntos, e eu achava que ela não gostava mais de mim. A fala dela me fez repensar e reconsiderar muitas coisas. Eu quem deveria estar me esforçando por Katniss e apoiá-la nesse momento, que não é fácil. Viveu todos seus dias até semana passada com seu pai e sua irmã.

Na mesma noite, eu preparei um buquê com flores que usei para fazer o buquê que nós nos casamos, mas não tinha nenhum girassol ou margarida que estivesse fazendo jus. Então eu coloquei flores áster, rosas e duas tulipas de um belo vaso que ganhei de Nicolau no meu último aniversário.

As flores mudaram, assim como as estações, mas eu quero continuar sempre aprendendo a amar você, me desculpe, escrevi no bilhete, deixando cuidadosamente na cama dela. 

No dia seguinte, de manhã, eu nem fui trabalhar, assinar documentos, pois fiquei refletindo na conversa com tia Effie. Não tive qualquer motivo para realmente acreditar que eu fosse ser descartado, além disso, eu quem não estava tratando essa insegurança. Fui um otário.

De tarde, com o silêncio de um sábado, silêncio dela também, fui até a cozinha. Sendo o mais discreto que eu poderia ser, me utilizei da receita de bolo de Stacy que eu sabia muito bem. Separei 4 fatias, e coloquei em um prato, levando para ela no quarto. Dei dois toques e ouvi sua voz dizer “entra”.

Ela estava de costas, escrevendo no que eu reconheço ser seu diário. Seu cabelo estava preso em um coque bem feito, e uma de suas criadas arrumava a cama. Dei um aceno com um pequeno sorriso, e ela retribuiu, nos deixando a sós.

— O que você quer, Peeta? — perguntou, ainda focada no que quer que estivesse escrevendo. — Não quero falar com você agora. E por um bom tempo.

Suspirei, deixando o prato com o bolo e geléia ao seu lado.

— Vim pedir perdão. Agi errado com você — respondi, tentando transparecer toda minha sinceridade. — Achei que você fosse me cortar da sua vida agora. Por causa das coisas que tem feito ultimamente desde que sua família saiu do palácio. Fiquei inseguro.

— E isso não é problema meu. Não foi certo ter reclamado tanto comigo. Eu nunca trocaria você! Ficou louco? — Continuou sentada, mas fechou o diário. — Você não pode resolver tudo como um buquê de flores bonitas e um bilhete. Eu estou muito magoada que você se incomodou que eu cortei meu cabelo, que eu nem cortei curto como gostaria!

Assinto.

— Estou mesmo arrependido. Me desculpa. O que eu posso fazer para demonstrar meus sentimentos? — Isso parece pegar ela de surpresa, mas disfarça. Cutuca com o indicador o bolo, que ainda está quente e com fumaça. É um bolo de baunilha com banana, seu favorito. Ainda coloquei gotas de chocolate branco por cima.

— Vou cortar meu cabelo. Na altura da minha clavícula. E você vai assistir em silêncio e vai me elogiar no final. Elogios extravagantes.

Assinto. Não estou em posição de negociar, até porque elogiar ela com elogios extravagantes não é difícil. Vinte minutos depois, vem uma equipe especialista em cortes de cabelo, e fazem do tamanho que ela pede. Embora seja um susto, ela realmente fica linda. Antes de nos casarmos, uma semana antes, ela cortou na altura da orelha e se arrependeu, mas colocou extensão 40 minutos depois, então quando seu cabelo cresceu de verdade, não foi nada demais. 

O corte dessa vez acho que lhe caiu muito melhor do que me lembro da outra vez. Ficou curto, mas não curto demais. Deixou ela com um ar refinado, clássico, mas jovem. O sorriso que ela dá é o que me faz sorrir e fazer saber que ela não vai mesmo se arrepender do corte como da outra vez.

— O que achou? — pergunta, sorrindo. Parece que quis fazer aquilo a vida toda, me sinto péssimo por tê-la deixado desconfortável e magoada. Sorrio.

— Só acho que falta uma franja — seus olhos brilham, e ela assente. O cabeleireiro consulta a altura que ela prefere e então faz o corte. Espero quando finaliza o penteado, deixando com ondas lindas nas pontas.

Improvisei um jantar na casa da árvore na mesma noite, onde ficamos acordados a noite inteira. Me assegurei de demonstrar com minha boca e meus dedos minha sincera devoção, respeito e admiração por ela. Na manhã seguinte, penteei seu cabelo e disse mais uma vez o quanto a achava linda. Desde então nunca mais brigamos por motivos desse tipo, e passamos a conversar mais sobre os nossos sentimentos e pensamentos.

{Flashback off}

Nos sentamos em uma cabine, depois que a música termina. Sua pele brilha de suor, mas eu continuo achando ela bonita da mesma forma. Seus lábios estão com um batom vermelho muito bonito e resistente, porque já nos beijamos, dançamos, bebemos, comemos, e está intacto. É tão comum estarmos no final de festas assim, que chega a ser engraçado.

— Vamos subir? Estou bem cansada. Acho que quero vomitar — ela pede, botando uma mão em meu ombro. Concordo.

Subimos, depois de nos despedirmos de todos. Ela toma um banho e se deita, enquanto resolvo pegar uma pequena pilha de documentos importantes para assinar, sobre estratégias para resolver alguns protestos sobre água e gás em Angeles. Apresentei um projeto que não foi para frente, mas quero resolver, encontrar uma outra forma de reaproveitamento.

— Depois você vê isso. Anda. Deite aqui — ela pede, batendo ao seu lado na cama. — Se soubessem o quanto você trabalha, meu bem, acho que não fariam tantas reportagens negativas sobre você.

Rio, balançando a cabeça. Me pegaram para atacar nos últimos meses. Ben frequenta uma escola pública de Angeles, e eu fui buscá-lo antes das férias de fim de ano, na companhia dos cachorros que meu pai adotou pouco antes de me casar. Isso gerou um dossiê sobre todas as escolas em Panem. As escolas que precisam de mais suporte, mais professores, estagiários. 

Eu achava que as coisas pudessem ser resolvidas de uma forma mais simples. Mas aqui o spoiler: não são. Dissolver os Distritos foi algo muito difícil. Finnick e Annie optaram por irem morar em Miami, onde a família dele mora, e sofreram pelo menos cinco ataques diferentes nos últimos anos. Em um deles, meu amigo saiu machucado de um acidente de carro, apenas por terem sido os primeiros em todo país livres de qualquer título distrital.

Amanda foi vaiada em algumas apresentações, além de tentativas de boicotes contra a carreira de Stuart. Coisas não tem sido exatamente perfeitas. Mas temos feito o que podemos. O que está em nosso alcance. No dia em que tivermos filhos, espero que sobre eles exista uma pressão muito menor, que seja um caminho mais simples do que esse que temos que enfrentar.

Marco a página que parei, com algumas anotações, e me deito. Amanhã é outro dia. E teremos um ao outro, para sempre.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero muito que tenham gostado, vocês são muito especiais mesmo para mim



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Seleção da Herdeira" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.