A Seleção da Herdeira escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 59
Que Deus salve a rainha | A Escolha


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal! Tudo bem? Então, me perdoem - como sempre - pela demora, eu não fiz por mal. Desde novembro meu avô estava muito fraco de saúde, e isso acabou desestabilizando a gente. Em fevereiro ele foi internado, e então eu e meu primo ficamos revezando nosso tempo lá. Em março ele foi para o CTI, onde passou três semanas e meia, até que faleceu no dia 24/03. Foi e está sendo mt difícil, mas minha avó precisa de todos os netos e filhos fortes para que possa lidar com esse baque, da perda do companheiro por mais de cinquenta anos. Nesse meio tempo, que eu saia de Nova Iguaçú pra ir até o Leblon visitar meu avô, eu pegava um ônibus e metrô, o que fez com que eu fosse uma das contaminadas com o coronavírus, e passei para a minha mãe, que desenvolveu sintomas alguns mais agudos que os meus, como muita falta de ar e tosse, eu tive mais febre, inflamação na garganta ao ponto de não conseguir beber água e muita tonteira. Quando comecei a me recuperar peguei dengue, que me deu fortes dores nos ligamentos dos pés, minhas pernas incharam, assim como eu não conseguia mexer no celular com a dor no fundo dos lhos. Só desgraça gente kkkkk
Hoje é meu aniversário, 28/03, e eu achei que seria legal, assim como muito especial postar um capítulo. Encontrei vários gifs, vou colocar, assim como uma música que eu gosto demais de escutar. Já é meu quarto aniversário postando, o que significa que eu estou fazendo VINTE ANOS hoje, gente, eu comecei a escrever isso com quinze kkkkkkkkkkkk vocês tem noção do quanto vocês literalmente me viram crescer? E eu dou graças ao Senhor por isso. Me sinto muito lisonjeada, é um prazer muito grande.
Sem mais demoras, porque já demorei demais, espero que gostem desse capitulo tanto quanto eu amei escrever.

NOTA: Por favor, vale a pena escutar a música do capítulo, transmite muito do sentimento de conclusão, já que estamos na reta final. E é de um dos melhores filmes do mundo (pelo vídeo vcs vão saber qual), enfim, é muito especial, vocês vão gostar. As fotos e gifs joguei mais para o final, ta bom? Tem pelo menos uns cinco links llkkkkkkkkk no próximo tem muito mais!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/647960/chapter/59

Começou de um jeito estranho

Eu não pude prever

Varrida em seu furacão

Eu não desistiria por nada

Agora eu estou presa nos altos e baixos

É um choque para o meu sistema

Eu não quero fugir, então eu fico

Minha cabeça fica bagunçada quando tento esconder

As coisas que amo em você na minha mente

Eu realmente não sei muito sobre o amor

Muito sobre o amor, muito sobre o amor

Mas você está na minha cabeça, você está no meu sangue

E é tão bom, machuca tanto

Eu realmente não sei muito sobre o amor

Muito sobre o amor, muito sobre o amor

Mas você está na minha cabeça, você está no meu sangue

E é tão bom, machuca tanto (tanto)

É tão bom, machuca tanto

Oh-oh-oh, ooh-ooh-ooh

Oh-oh-oh, ooh-ooh-ooh

Oh-oh-oh, ooh-ooh-ooh

Mas você está na minha cabeça, você está no meu sangue

E é tão bom, machuca tanto

Pense no tempo que levou para nossos caminhos se cruzarem

Me leu como um livro aberto

Eu fui encontrada e perdida

Agora eu estou presa nos altos e baixos

É um choque para o meu sistema

Eu sei que nosso amor era destino, então eu fico

Minha cabeça fica bagunçada quando tento esconder

As coisas que amo em você na minha mente

Eu realmente não sei muito sobre o amor

Muito sobre o amor, muito sobre o amor

Mas você está na minha cabeça, você está no meu sangue

E é tão bom, machuca tanto

Eu realmente não sei muito sobre o amor

Muito sobre o amor, muito sobre o amor

Mas você está na minha cabeça, você está no meu sangue

E é tão bom, machuca tanto

 

— About Love, Marina

 

As últimas duas semanas foram as mais intensas da minha vida. Isso porque em menos de uma semana o palácio estava 100% novamente, e mais de cinquenta mil pessoas foram contratadas para serem enviadas pelo país e fazer Panem um lugar bonito de novo.

Eu faço o que posso para ajudar Katniss, sendo uma segunda opinião quando o assunto é algo relacionado aos distritos Seis, Sete e Oito, e nesse intervalo, tenho aulas e mais aulas totalmente mais intensas sobre política, economia, geografia. É um momento bem turbulento, mas estamos sem uma aterrissagem forçada.

Procurei Gale, para ver se ele poderia me ajudar, mas não o encontrei. Blane me informou que ele foi para a Austrália em uma espécie de retiro. Bem, eu fiquei “sem amigos”, uma vez que a escolha havia sido feita, deveriam ser mandados para suas novas residências, onde bem acharem melhor, pois todos os que participaram da Elite foram, por bênção do pai de Katniss, eleitos Um. Com exceção do Gale e Cato, todos os outros selecionados retornarão para o casamento e minha coroação. Não farão parte da de Katniss apenas porque é uma outra ocasião mais específica.

Chorei muito depois que vi todos eles indo embora, fiquei sozinho no meu quarto para não ser incomodado. Uma das coisas que eu quero mudar é essa imagem de um homem não poder chorar. Eu choro, e choro muito, e isso não me diminui só porque sinto as coisas. Aliás, eu não consegui me conter quando vi Cato, logo depois que ele acordou.

O desespero em seus olhos era tão grande, por não ver sua perna direita, que não tinha como não se colocar no lugar dele. Sua imagem é o que há de mais importante. Pior ainda foi eu, Calvin e Blane termos que contar que sua mãe não conseguiu sobreviver também. Foi um dia horrível. Nós acabamos nos tornando muito amigos, todos nós, mas principalmente dele, é uma amizade que eu nunca quero perder.

Mas, como Cato é o Cato, não demorou muito para ele começar a fazer um espetáculo da sua desgraça.

— Bem.. — começou, ainda com umas lágrimas nos olhos por conta das tragédias que o aconteceram. — É impressionante que mesmo eu sem ter uma perna e chorando sou muito mais bonito que todos vocês juntos. Talvez eu nem vá ao casamento, para evitar constranger vocês.

Foi inevitável não rir. Isso porque no fundo a gente sabe que é verdade.

Seis dias depois do ataque, ele foi liberado com algumas observações, e logo será visitado por fisioterapeutas, para que seja feito uma perna robótica para ele.

— E pra onde você vai agora, otário? — Calvin perguntou, enquanto colocava uma carta de Uno na cama, pois nós quatro estávamos jogando, para distrair a mente. São quatro e cinco da madrugada, e se eu sair daqui serei bombardeado por professores, então quero aproveitar antes de todos nós partimos para lugares diferentes.

Uma enfermeira e dois criados estavam arrumando as malas de Cato, enquanto sua irmã estava lendo um livro em uma poltrona ao lado da cama dele, com a cabeça apoiada em Cato. É algo muito incomum ver ele se dar tão bem com a família, pois antes de sermos amigos, eu tinha a pior das interpretações. Mas ele e a irmã ao que entendi sempre foram muito amigos. Pesquisei um pouco sobre ela, e vi que eles tem inúmeros photoshoots juntos, várias fotos de paparazzis em viagens. Acho que isso acaba acontecendo quando se tem uma família pequena. Fico feliz que sempre tiveram um ao outro.

— Eu e Bianca decidimos ir para a Inglaterra… não fica tão longe assim, mas tem uma distância considerável. O clima é perfeito para ser triste — concordei. — Também temos uma casa lá, que é longe das câmeras, pelo menos por um tempo. Peeta, no fundo eu lamento que você vai continuar por aqui.

Ri, balançando a cabeça.

— Antes eu fosse ficar por aqui… depois do casamento temos uma agenda toda marcada até outubro. Vamos ter que visitar da China à África do Sul. É bem complexo.

— Deus me livre e guarde, amo viajar e passear, mas não é pra tanto assim né — Calvin disse, mexendo no cabelo ruivo. Toda sua família acabou saindo bem, na medida do que é possível. Seus pais com suas irmãs já foram para a Espanha, por conta de tudo o que aconteceu.

— Eu queria estar no seu lugar, Peeta, não vou negar. Sentirei saudades da comida daqui, Cato tá só fazendo pose — Blane disse com muita tranquilidade. — Mas eu vou fazer uma expedição por todo Canadá, então passo as obrigações.

Sorri, e continuamos jogando. Quando terminou a partida, todos se despediram, e saíram do quarto com Bianca, a enfermeira e os criados, ficando apenas eu e Cato.

— Cara, tem certeza que não quer vir nem para a coroação? — ele suspirou, frustrado. Embora tivéssemos rido e brincado. Cato perdeu quase tudo. De todos nós, foi o mais afetado. Cada um de nós podemos fazer outra coisa que não seja a realeza, mas ele não pode mais, pelo menos não por agora. O meio de trabalho dele ainda é muito preconceituoso, será difícil se estabelecer. Sem contar que mesmo tendo oportunidades de relevância, o problema que existe é com ele mesmo. Se olhar no espelho e saber que falta algo. E não ter mais sua mãe para estar ali com ele… eu tento mas nem consigo sentir tudo o que envolve sua dor.

— Eu adoraria vir, principalmente porque tudo o que eu preciso nessa nova fase da minha vida é me cuidar pra não ficar sozinho, mas Peeta, eu sequer posso andar sozinho. Eu não vou conseguir lidar ter que olhar para todo mundo de pé, e eu em uma cadeira de rodas. Nem para o evento com Nicolau na Alemanha eu posso me comprometer agora.

Suspirei por ele, mais uma vez. Poucos instantes depois fomos interrompidos, para que ele fosse levado até o avião. Sua irmã me deu um abraço, agradecendo por eu ser amigo dele.

— Eu sei que vai ser difícil com as suas obrigações, mas por favor, não esquece dele — sussurrou, e eu balancei a cabeça. Cato tem uma irmã muito boa ao seu lado.

Depois que Cato embarcou, Blane e Calvin foram atrás. Os dois vão juntos para a Austrália, se encontrar com Gale, passar uma semana lá, pois Gale não parece estar muito bem, mas não posso conversar com ele, pelo menos não agora, porque fui bloqueado. No primeiro instante eu fiquei magoado, porém meio tempo depois me liguei que eu faria o mesmo ou até pior, por envolver os sentimentos com Katniss. Continuamos amigos, mas temos que reconhecer que de tóxico e bom todos nós temos um pouco. Se ele sente que não é o momento para que eu esteja em sua vida agora, que assim seja.

Depois da semana na Austrália, Blane vai para o Canadá, e Calvin pra Espanha. Mas os dois vão retornar para o casamento.

— Se vocês não voltarem, serem obrigado a banir vocês do reino.

— Hmmmm olha ele! Nem é rei e já tá ameaçando tacar a gente na masmorra! —  ri do comentário de Blane, abraçando eles antes do embarque.

Retornando para o dia de hoje, estou no meio de uma aula de etiqueta, sobre como controlar a voz durante as entrevistas.

— Isso, sempre se mantenha calmo, mesmo que façam uma pergunta agressiva. Se não se sentir confortável, balance a cabeça com leveza, e diga que prefere não responder — assenti para tia Effie, que me dava as instruções. — Mas tente responder ao máximo das perguntas que o fizerem, ok?

Concordei.

— Essa roupa pesa muito, por quê? — questionei, um pouco chateado com todo o peso da farda. Tem algumas medalhas, com significados de coisas que fiz durante a Seleção, como o Dia do Perdão, o dia que teve o encontro com Nicolau, e várias outras coisas. É uma farda muito bonita, em tons de azul petróleo, como do meu distrito, que não me envergonho. O problema é que esta deve pesar pelo menos dois quilos.

— É por conta do tecido. Fique tranquilo, você vai se acostumar, e está em uma temperatura que não vai fazer com que você sue. Peeta, você está lindo.

Sorri pelo seu elogio, enquanto uma moça ajeitava meu cabelo, e um criado passava uma maquiagem no meu rosto.

Stefan, Julia e Layla estão bem. Julia quebrou o tornozelo, mas passa muito bem. Fiz com que saíssem em férias, retornarão a tempo do casamento. Falo com eles todos os dias. Sei que Delly foi acompanhar Stefan.

Nesse meio tempo que não os tenho comigo, tenho agora a companhia de Sarah, Joseph, Kendall e Norman, para cuidar das minhas coisas, minha rotina, arrumar meu quarto. Eu não me dei tão bem de imediato quanto com os trigêmeos, no sentido de tê-los como meus amigos, mas é temos um convívio muito bom.

— Eu sempre vou achar estranho quando passarem base no meu rosto — comentei, e todos riram. — Mas é sério! Até um negócio transparente passam na minha boca, é algo super estranho.

— Se chama lipbalm. Não parece que você está usando, mas se você não usar dá para perceber — tia Effie explicou, com um sorriso. Ela realmente se tornou uma figura materna para mim. Pedi que a dispensassem das obrigações como minha tutora, apenas que me acompanhasse quando e como pudesse. Hoje é um dia que ela está comigo desde que o sol raiou, com todo seu carinho. Fico me perguntando se eu ainda estaria aqui se não fosse por ela.

— Só que a boca fica colando, é horrível comer com isso — continuei reclamando, fechando os olhos e tendo que inclinar a cabeça para passarem a tal base na parte de cima do meu rosto. É algo realmente muito natural, e eu já me acostumei. Sei que é necessário para que eu não fique com o rosto oleoso com os brilhos das câmeras. Porém ainda sim eu fico chateado quando tenho que esperar vinte minutos do meu dia para que eles apliquem o que é necessário. É um stress. Só que o pior ainda é quando fazem meu cabelo, quando tem que escovar e pranchar, como hoje.

Suspiro, cansado. Estou essas duas últimas semanas em um ritmo frenético, de cima pra baixo, é tanta coisa na minha cabeça, que eu nem sei se cabe mais aprender mais um nome, por menor que seja. O que eu não sou capaz de me submeter para passar a vida ao lado daquela que eu amo? Pensar em Katniss, e que tudo isso me leva até ela me dá um alívio.

— Pronto, agora falta calçar os sapatos, então o senhor estará pronto para ir conversar com sua família antes de ir para seus compromissos — Sarah disse.

— Sarah, qual é meu nome? — perguntei, me virando para a loira de olhos verdes. Ela tem 20 anos, é ainda mais velha que eu.

— Peeta… — fiz um gesto para que continuasse. — E eu não tenho que chamá-lo de senhor.

Dei um sorriso.

— Obrigado, Sarah.

Ela deu um sorriso meio sem jeito, e assim como Joseph, se despediram. Não consigo lidar com pessoas da minha idade ou mais velhas me chamando de senhor, eu ainda sou o Peeta, um Sete. As pessoas podem me chamar assim. O mais difícil com meus novos criados é essa dificuldade que eles tem de entender isso. Sinto falta dos trigêmeos fazendo piadas o tempo inteiro, sendo sinceros quando necessário, e por vezes deixando as nossas obrigações de lado para que a gente ficasse jogando dominó ou falando dos assuntos mais recorrentes pelo palácio. As coisas mudam tanto… a gente quer que elas mudem, mas sempre vamos querer retornar para a rotina.

— O que foi, Peeta? — tia Effie perguntou, se sentando ao meu lado. — Você quer mudar de ideia?

— O quê?! Não! Claro que não! Eu só me peguei pensando como as coisas eram um mês atrás. Parece que era um mundo totalmente diferente do que esse de hoje, sabe? Eu só queria poder saber quando as coisas vão mudar drasticamente para que eu pudesse me preparar para elas. Só isso. Tipo, eu nem gosto desse quarto. É grande demais, e nenhum dos meus irmãos pode dividir comigo, e não vou ter mais nenhum dos meus criados. Já sinto falta dos trigêmeos.

Suspiro mais uma vez, até mesmo chegando a sentir um aperto no meu peito. Mudei para a suíte do príncipe. É gigante. Todas as minhas coisas simplesmente cabem em uma cômoda no canto do quarto. Não tenho o que preencher as prateleiras, ou a cabeceira da cama. E pelas circunstâncias, meus irmãos não podem vir até mim, eu quem tenho que marcar horário para poder falar com eles pessoalmente.

A única coisa boa que tem por aqui é a divisória com o quarto de Katniss. Todas as noites dormimos juntos, bem, eu busco ela para o meu quarto, porque não consigo me acostumar com o tamanho dessa cama. Nós ocupamos ¼ da cama, mas ainda sim, é bem melhor que seja com ela ao meu lado.

— Tudo isso é temporário, Peeta. Em pouco tempo, você vai ver, tudo vai ser melhor, você vai se acostumar. Deu uma olhada nos catálogos que trouxeram? Tem muita coisa que você possa ver e gostar, para colecionar, ou um hobbie para se profissionalizar. Bem, daqui uns dois anos, porque não vai ser fácil, mas o que é fácil na vida da gente, não é mesmo? Você vai se sair bem.

Me deu um abraço apertado, que aceitei de bom grado. Talvez eu realmente esteja reclamando demais.

— Vamos? Sua família já está te esperando para almoçar. Só tire essa farda pelo menos por agora, vou pedir para o Kendall deixar lá embaixo, para que você possa colocá-la apenas quando for o momento de falar com os ministros.

Concordei, vestindo um paletó azul petróleo, que ficou muito bom em mim também.

— Os fotógrafos e repórteres já chegaram? — ela assentiu.

— Mas não devem te importunar agora. Já foi comunicado que você vai almoçar com seus irmãos. Sua maquiagem e cabelo já foram feitas apenas porque eles vão tirar fotos independentemente do horário.

Passou seu braço com o meu, em um sorriso, e saímos de braços dados, em uma conversa tranquila sobre como ela teve dificuldades para escolher a cor de sua roupa para a ocasião de hoje, já que Haymitch não ajuda ela com essas coisas.

— É uma má vontade naquele homem que eu nunca vi igual, querido. Nunca vi homem tão de mal gosto quanto ele também, então no fundo eu nem faço muita questão de ter ele me ajudando a decidir as cores! — ri, sincero, descansando minha cabeça em seu ombro.

— E qual cor a senhora escolheu para hoje?

— Rosa claro, tipo bebê! — respondeu, eufórica, com seu sotaque muito forte de Angeles, gesticulando bastante com as mãos, que tem unhas razoavelmente grandes. Não grandes o bastante para incomodar para lavar o cabelo, mas o bastante para eu sentir que não gostaria que ela me cutucasse, com medo de fazer com que as unhas se quebrem.

— A senhora fica muito bonita com laranja e rosa, fez uma boa escolha — elogio sinceramente, porque amo ela. Tia Effie é um porto-seguro aqui no palácio.

— Eu sei que eu fico! Serei a mais bonita mais tarde, você mal pode esperar! — Beijei o alto de sua cabeça, algo que eu fazia pouco com a minha mãe.

Através de pequenos momentos assim a gente consegue perceber o quanto as coisas mudam e a gente vai em frente mesmo sem querer. Mesmo amando minha mãe, nós não éramos confidentes um do outro, aquela relação como em filmes e novelas. A nossa rotina não permitia isso, já que eu era de longe o que mais passava tempo fora de casa, trabalhando. Haviam vezes que eu dormia na rua, por duas horas, e já ia fazer outro serviço, vários outros, com sorte. Uma vez, passei três dias na rua por não ter como retornar para casa, o que me fez ficar aceitando centavos para varrer ruas para poder ter a passagem de volta para casa junto com alguma coisa para comer. E quando eu voltava para casa, ela não esboçava a preocupação que acontece em filmes, apenas reclamou que eu não havia pedido para ela, que poderia se ajeitar e trabalhar mais para evitar que eu passasse por essas coisas. Geralmente eu comia coisas faltando poucos dias para passar da validade, ou já vencidas. Parece que foi há tanto tempo atrás. Mas só fazem sete meses desde que eu tive que passar uma semana juntando para comermos macarrão com salsichas, que foi a última refeição que fizemos antes que eu recebesse a notícia que eu viria para a Seleção.

Mas na minha cabeça, é como se fosse uma eternidade atrás, ao mesmo tempo que se eu pensar na fome por dois segundos, consigo me lembrar do que é passar frio, fome, sede, calor, sem ter como reclamar. Hoje, não importa o que quer que eu já tenha passado. Estou aqui, tenho que fazer valer a pena, aproveitar ao máximo, respirar fundo e aceitar os novos desafios, que no momento é tentar não escorregar com esses sapatos tão polidos.

Quando vejo minha família, eu me sinto eu de novo. O Peeta, que é essencialmente um Sete, o irmão gêmeo da Amélia.

— Ah, Ben! Olhe como você fica charmoso com esse suspensório! — noto, assim que chego na cozinha do palácio, que está a todo vapor, com pessoas de um lado para o outro, em uma correria, mas há um espaço reservado apenas para eu, meus irmãos, meu pai e o Dean.

— Eu estou um gatinho, eu sei, a Mandy disse que eu estou lindo demais com essa roupa — ele respondeu, todo engomado, negando meu abraço. — Você vai me amassar se me apertar, Peeta! Eu tenho que estar arrumadinho para me encontrar com a rainha Katniss!

— Benjamin, eu vou fingir que você não me deixou todo sem graça por não ter errado nenhuma palavra nesse diálogo. Você ainda é pequeno demais para ficar falando assim — repliquei, e ele sorriu, daquele seu jeitinho de criança esperta.

— Amélia disse que é para eu falar assim, então eu tenho que falar bonitinho, porque eu também sou bonitinho — ri sinceramente, o pegando no colo mesmo contra sua vontade. Sua raiva passou quando o sentei sobre uma das minhas pernas, para podermos comer.

— Fala aí, Dean — cumprimentei meu cunhado, com um toque. Ainda é estranho ter um cunhado, é algo agridoce na minha boca esse parentesco que agora usufruimos, porque sei que Amélia o ama, da mesma forma que é um desgosto que ela já ame outra pessoa, principalmente por ela ser quem ela é, tão reservada. Acho que é uma surpresa para todos nós da família, ninguém estava esperando por isso. Eu particularmente acreditava que Amélia fosse se casar apenas no meio de seus vinte ou trinta anos, na força do ódio, ou algo do tipo. Mas eu fico feliz demais que ela tenha encontrado alguém para partilhar sua vida agora, nesse momento que ela mais precisa, e também tem a oportunidade de efetivamente curtir.

— Estávamos comentando sobre a casa que a gente mora hoje — Stacy disse, com um sorriso. — Fica vinte minutos de carro daqui. Eu gostei.

— Eu não sabia que vocês já tinham se mudado — respondi, enquanto colocavam lasanha de carne na nossa frente, preparando com os sucos que mais gostávamos. — Pensei que só se mudariam depois do casamento.

— Para mim foi surpresa, até que apareceram no hotel nos comunicando que a gente estava indo para uma casa nova em um bairro aqui perto. Você disse que queria que ficássemos perto, mas em uma distância segura — meu pai falou, com paz, porém imagino que não tenha sido tão fácil assim ter que sair de casa. No fundo, é estranho termos que largar tudo assim.

— E como é a nova casa? — perguntei, ajudando Ben a comer, de forma que não suje sua roupa.

— É enorme! — Mandy exclamou, gesticulando os braços. — Tem uns oito quartos! Tem até um para o Dean!

Hm, bom saber — murmurei, olhando maliciosamente para Amélia, que estava ao meu lado.

Não entendi essa sua cara, Peeta — murmurou de volta, dando um sorriso. — Dean nem precisa usar o quarto dele mesmo, porque na cama do meu quarto nós dois cabemos confortavelmente — sussurrou no meu ouvido, para que ninguém ouvisse, nem Ben, que está no meu colo.

Eu engasguei.

O quê?!

Ela riu, divertida, também se servindo da lasanha.

— A gente tem uma sala de jogos, e uma biblioteca gigante, você tem que ir lá para ver — Stuart foi completando. Ele cresceu muito. Está quase da minha altura, e eu só percebi agora. Sua voz ainda não ficou diferente, mas certamente não vai levar tanto tempo assim. Seus cabelos loiros ficaram levemente mais escuros. Eu só consegui perceber agora. — E agora, todo mundo tem um Smarter. A princesa foi muito legal com a gente.

Sorri, quase emocionado. Com certeza ela é legal com eles.

— Dean, e seus pais? Eles não vêm? — O loiro assentiu, dando um meio sorriso.

— Eles estão vindo de Chicago, então a gente vai voltar juntos pra nossa casa lá em Ilinóis.

— Ah, isso é muito bom eu saber! — exclamei, feliz, talvez feliz demais, porque meus irmãos começaram a rir pelos meus ciúmes. Amélia fez cara feia, e o Dean ficou sem graça.

— Você não tem um pingo de senso não, Peeta? — Amélia perguntou, estressada.

— Eu? — perguntei dramaticamente, colocando uma mão no peito. Ben riu, escondendo o rosto no meu pescoço, me dando um abraço. Sorri. — Que foi, Ben?

— Nada, só senti saudades de vocês.

Terminamos o almoço vinte minutos depois, entre uma boa conversa e sorrisos.

Precisei vestir a farda, então, depois de escovar os dentes e um último reparo no meu cabelo.

Em decorrência dos ferimentos, o pai de Katniss não virá para a cerimônia de coroação dela. Ela está bem abalada por causa disso, mas passou as duas semanas bem, na esperança que ele fosse conseguir aparecer. Porém apenas Prim chegou, na madrugada de ontem para hoje. Ficamos nós três conversando e brincando, para distrair e relaxar por causa da tensão que se instalou, e tudo correu da melhor maneira possível.

Prim tem crescido de muitas formas, e ganhou uma maturidade impressionante, mesmo com tão pouca idade.

Fui separadamente escoltado até onde aconteceria a cerimônia, com inúmeros s convidados, mas ainda sim, claramente menos pessoas do que no dia do anúncio do casamento, onde houve o atentado e acabou não dando tempo de nada. Hoje há apenas a realeza, outros reis e rainhas, com seus herdeiros e próprios guardas, assim como jornalistas renomados, para cobrir esse momento histórico em Panem. Katniss será a primeira rainha coroada sem estar casada; também é a segunda mulher na história do século XXII que realiza tal feito.

Nosso noivado fora anunciado há alguns dias, com ótima aceitação social. Fiquei impressionado com o que uma assinatura pode causar também. Katniss fechou alianças com algumas pessoas influentes, e assim conseguiu suporte para cuidar de pessoas em estado grave nos distritos Seis, Sete e Oito. Claro que pessoas em estados com mais Três e Dois são mais contempladas com os socorros, infelizmente não podemos resolver tudo ao mesmo tempo, porém é algo que auxiliou consideravelmente a conter os ataques sulistas, que perderam muita força nesses últimos tempos.

— Nicolau! — Exclamei, sorrindo sincero, para o príncipe europeu. Ele estava procurando alguém, e acho que era eu, pelo olhar aliviado que lançou.

— Peeta, céus, eu estou te procurando há um tempão! A Kamikaze mandou eu te dar um recado — ri, pelo apelido de Katniss. — Pediu para você ficar perto de Prim durante a cerimônia, porque ela está brigada com a Clove, a princesa da França.

Assenti, tendo que o deixar ir, por causa de nossos compromissos enquanto a cerimônia não se inicia. Precisei entrar em uma roda com alguns ministros da Oceania, em uma conversa breve sobre os avanços que temos tido sobre maior interação com outros países que Katniss também governa, segundo a lei. 

Passada uma hora, pelo menos, foi anunciado que a cerimônia começaria em breve.

— Vossa Alteza, o senhor deve ficar ao lado esquerdo da princesa Prim — orientou um jovem senhor. — Cumprimento de protocolo.

— Mas eu não fui coroado, ela deve ficar à direita da irmã — falei, um pouco incomodado. Mal cheguei e já tenho “privilégio” de estar do lado direito de Katniss. É uma honra indiscutível, porém acredito que seja mais adequado Prim ocupar este lugar. — Já estamos quebrando tantos protocolos. Nada mais justo que Prim fique à direita da irmã.

Dei um sorriso para a loira, que retribuiu sincera.

— Se assim prefetir, vossa alteza — ele fez uma reverência, cabulado, e saiu.

— Obrigada, Peeta. Significa muito para mim, e com certeza para Katniss também.

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, todos fomos surpreendidos: O rei Antony chegou na cerimônia.

— Papai! — Prim gritou, mas não desesperada, apenas feliz. Ele estava em uma cadeira de rodas, acompanhado por meia dúzia de guardas. Mesmo debilitado, não parecia muito. Tinha todo o traje de rei, assim como uma coroa bem brilhosa em sua cabeça.

Todos que estavam sentados se puseram de pé, em reverência. Enquanto eu ia em passos apressados até ele, o caminho entre as pessoas era aberto.

— Eu não sabia que o senhor viria! Poderia termis vindo juntos! — A caçula da dinastia Everdeen exclamou, abraçando o pai, que parecia bem feliz de poder estar aqui também.

— Eu sei, os médicos estavam avaliando todas as possibilidades. Por um momento também achei que não poderia vir, então preferi não deixar vocês na expectativa. Eu não perderia esse momento por nada na vida — respondeu. Sua presença significa absolutamente tudo. Sofreu um atentado, e ainda sim se faz presente na cerimônia de coroação.

— Katniss certamente irá chorar de emoção, majestade — falei, sorrindo. — É uma honra e felicidade muito grande tê-lo presente. Fará a cerimônia?

Ele deu um sorriso torto, um tanto cansado.

— Ainda que eu não consiga ficar de pé, não perderia por nada esse dia e a chance de tornar você e minha filha os herdeiros deste trono — muitos flashes foram disparados, captando cada palavra e reação que vieram em seguida.

Sorri, e ele também, fazendo um gesto para que pudesse continuar o caminho até o final da sala, onde havia um trono colossal.

Ao final da cerimônia, Katniss se sentaria, com um cetro e um outro objeto que nunca me lembro o nome, junto com uma coroa em sua cabeça. Depois, caminharia três passos adiante, para legitimar que é uma rainha, a sucessora de Panem.

Um grupo de jornalistas cercaram o rei, e em alto e bom som disse que o dia de hoje é para celebrar a coroação de Katniss. Ele não conseguia ficar em pé, mas não é como se necessariamente precisasse. Parou bem ao centro, do lado do juiz de paz. Isso é na intenção de promover a tolerância religiosa, não escolhendo nenhuma para estar aqui e oficializar.

— Vossa Alteza, princesa Katniss Evangeline Everdeen-Snow, futura rainha de Panem!

Quando anunciaram, novamente as portas se abriram. Eu estou ao lado de Nicolau, na lateral de onde tudo vai acontecer. Ocupo a posição bem orgulhoso, mesmo sabendo que poderia estar agora à direita do rei. 

É um dia tão lindo. Katniss entrou deslumbrante, tão linda, que eu senti vontade de chorar. Chorar é algo que eu tenho feito bastante recentemente.

Pode se esconder um pouco atrás de mim para chorar um pouco, e dar uma disfarçada. Só no seu casamento que não vai dar pra fazer muita coisa. Se eu fosse você também choraria — ri, respirando fundo, com o sussurro de Nicolau. Não chorei, mas me tremi.

Katniss tinha na cabeça uma tiara prateada, com rubis e diamantes em um tom rosa. O cabelo estava solto, totalmente liso, até os ombros, já que cortou há alguns meses. Seu rosto está suave, mas com os olhos bem marcados, e seus lábios em um vermelho escuro, quase vinho, para trazê-la um ar maduro, ao mesmo tempo que moderno e jovem.

Seu vestido é sem decote, bem volumoso, parece ser bem pesado, indo de ombro à ombro, como se fosse de uma princesa de filmes de cinema. O vestido é em tonalidades de laranja na barra, e conforme se aproxima de seu rosto, vai tomando tons azuis bem suaves, como se ela fosse o amanhecer de um novo dia. E ela é.

Perfeito, porque é exatamente isso o que ela quer fazer através de sua gestão. O orgulho é tão grande, que eu queria parar tudo só para abraçar ela. Katniss representa um novo amanhã para Panem, como todos nós precisamos.

Quando notou que seu pai estava ali, deu para notar as lágrimas de felicidade, mas demonstrou apenas através de um sorriso contido, terminando a caminhada rápida, com os braços ao lado do corpo.

— Pai — disse, carinhosa, bem suavemente, sem ter a voz trêmula. O microfone está na sua roupa, então todos nós podemos escutar cada palavra que ela disser.

Quando a cerimônia se iniciou, ela estava de costas para quem foi convidado. Porém olhou para o lado, olhando bem pra mim.

Estou muito orgulhoso de você. Está linda — mexi os lábios, na expectativa que ela entendesse.

O sorriso que recebi, junto com as bochechinhas coradas que ela tem, foram o bastante para eu aguentar qualquer coisa no dia de hoje.

Conforme o rei e o juiz falavam; ela olhava para a frente.

Precisou, então, dobrar um dos joelhos no chão, abaixando a cabeça, em respeito.

O rei então passou a coroa que estava em sua cabeça para a dela. Que segurou também o cetro.

— Ponham-se todos de pé. Estão agora diante de Katniss Evangeline Snow-Everdeen, rainha legítima de Panem! — O rei exclamou, e ela se colocou de pé junto com o povo, muito emocionada, mas no auge de toda sua beleza casta. Não importa, parece que tem seus 19 anos mesmo com toda as roupas, mas é diferente. Tem algo no jeito que olha, anda, se comunica, que indica ser muito madura e pronta para ocupar o cargo.

Céus, o que eu fiz para merecer esta mulher tão linda?

E ela é mais do que linda. Acredito que nem toda a erudição em palavras pudesse descrever o que ela é, de fato.

Caminhou segundo as formalidades, por um caminho com espadas, todos nós aplaudimos. O sol bate refletindo sua coroa e seu rosto como um morango da estação.

Nunca vi Katniss tão feliz assim em toda a vida. Seu pai segurou seu antebraço, com um sorriso, e Prim ocupou o outro lado. As coisas estão em equilíbrio.

Que Deus salve a rainha! — Nicolau gritou, com um sorriso muito sincero. Eu e todos os presentes ao mesmo tempo exclamamos:

Que Deus salve a rainha!

— Garota, você viu as suas fotos incríveis para a revista? — perguntei pra Katniss, me jogando ao seu lado na cama do meu quarto. Ela riu, balançando a cabeça. — Deveria. Você está lindíssima.

— Peeta, eu sou linda — jogou os cabelos alisados para trás, ao se sentar. — Deixa eu ver.

Me ajeitei para que nós dois pudéssemos ver as fotos melhor e juntos. Foi há três dias sua coroação, minhas coisas já estão alocadas no quarto do príncipe, e o rei e Prim vão ficar aqui até o casamento, daqui uma semana e meia.

O adequado é que cada um de nós fique em seu próprio quarto, mas é praxe dormirmos na mesma cama. Katniss tem alguns pesadelos, e não gosto de deixá-la sozinha quando estes acontecem. Mas ainda que eu não gostasse duvido muito que ela não dormiria aqui comigo também.

— Ah, bem, eu preferia estar com meus cabelos cacheados como são. Mas realmente, mais bonita que eu ontem só Prim com o vestido laranja e marrom, assim como o cabelo em um corte no pescoço.

— Eu prefiro seus cachos também, mas você está linda com ele assim. No caso, uma outra versão de linda — riu da minha confusão, beijando minha bochecha.

— Vou tomar banho, licença, e obrigada pela revista — agradeceu, com um outro beijo.

Achei engraçado esse instante.

— E por que me avisou que vai tomar banho? Não faz sentido, e você está muito cheirosa.

— Ai sei lá, quero lavar o cabelo agora. Não lavei mais cedo porque estava com preguiça. Penteia pra mim depois? — respondeu, dando de ombros, caminhando para o meu banheiro. — E busca minha escova de dentes?

— Tudo bem — sorri, acatando seu pedido, aguardando que saísse do banheiro. Fiquei na porta, de um ângulo que não olhasse para dentro, pois a porta do box está aberta para que possamos conversar.

Também não sei quando passamos a ter tanta intimidade assim. Quando vimos, ontem eu estava escovando os dentes enquanto ela vestia roupas ao meu lado na hora de dormir. Acredito que intimidade chega naturalmente, e podemos escolher ir embora ou deixar ficar. Claro que ficamos quando esta chegou.

— Você tem roupa aqui? — perguntei, botando a cabeça pra dentro depois que percebi que tinha terminado o banho. — Não vai dormir só de toalha, né?

Ela achou graça. E eu sorri pra cena. Toda enrolada na minha toalha azul claro, com os cabelos longos completamente embolados, e podia já podia ver uns cachinhos no meio do emaranhado.

— Esqueci de te pedir… pode pegar um pijama no meu quarto pra mim?

Assenti, indo rapidamente pegar um que fosse mais confortável. São onze e meia da noite, passamos o dia inteiro trabalhando, indo de sala em sala, reunião sobre reunião. O único momento nosso mesmo é na hora de dormir e quando tomamos café da manhã juntos no quarto.

Deixei que se vestisse.

— Ó o pijamão! — ri, sabendo que eu tinha escolhido uma calça de cetim acompanhado de uma blusa com mangas compridas, na cor rosa claro.

— Você é muito engraçado, Peeta — disse, tentando fazer que não tinha achado graça na escolha da roupa. — Anda, penteia meu cabelo, vai. É o mínimo pra você se redimir.

Sem pensar duas vezes, deixei que se sentasse na minha penteadeira, enquanto conversávamos sobre o que estávamos assistindo na televisão.

— Esse filme é horrível — eu comentei, separando seu cabelo em mais uma mecha para desembaraçar. Finalmente meus anos como irmão de mulheres serviu para alguma coisa. — Não sei como ganhou um prêmio.

— Não é? Aquele que a gente assistiu na semana passada foi muito melhor. E muita gente nem conhece!

Ri, passando um pouco mais de creme, e separando seu cabelo no meio, como prefere e acha mais bonito.

— Obrigada, amei. Se tudo der errado, nós podemos fugir para a Inglaterra e abrir um salão de beleza, o que acha?

— Acho que está na hora de você dormir — ela riu, colocando sua escova de pentear ao lado da minha.

E nos deitamos em um abraço, conversando até um de nós subitamente cair no sono.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, pessoal, é isso! Espero muito que tenham gostado, mais uma vez me perdoam, mas nunca abandonei vocês e nunca vou fazer isso. Sou muito agradecida por tudo, e me ajuda muito escrever, criar histórias, e tudo.
Bem, sem mais demoras, o spoiler do próximo, que estou apenas terminando de achar todas as fotos e gifs;
Título: Com amor, Peeta
Música: Yes, Demi Lovato
Trecho: Acordei antes do esperado, porque vieram nos buscar para levar ao palácio. Eu pedi para montar o buquê de Katniss, bem, no caso, ela me mandou fazer isso. Amei poder escolher cada margarida e girassol, sozinho, na estufa. Queria ter podido colher as astromélias que eu plantei, porém não estavam tão bonitas quanto as camélias e aster, que acrescentei. Peguei as mais formosas, as mais bonitas. Por fim, encontrei uma dália, e coloquei no meio também.
— Obrigada por estarem tão lindas quanto a moça que vai carregá-las hoje — sussurrei para as flores selecionadas. Passei cinquenta minutos escolhendo, e mais vinte arrumando, amarrando-as com uma fita de cetim na cor anil que Katniss me deu para fazer isso. Contou que foi a fita que prendia seu cabelo no dia que nos encontramos no jardim, onde eu fui super mal educado. Bem, hoje é dia de ressignificar as coisas ruins que nós já fizemos. Agradeci as flores mais uma vez, pois é comprovado que elas também têm sentimentos. Como jardineiro, posso garantir que isso é verdade.
— Madge, pode levar, muito obrigada — a criada loira sorriu.
///
— Hein, você vai entrar sozinho? — Ela perguntou, em uma expressão mais séria, quando estávamos virando a esquina para a capela, com muitos cliques e conversas ao nosso redor.
— Eu pensei muito sobre… você se incomodaria se eu entrasse com outra pessoa que não fosse você ou nosso pai? — Parei de caminhar por um instante, olhando meu em seus olhos, segurando suas mãos com as minhas. Tudo o que eu faço precisa passar pela aprovação dela.
— Peeta… claro que não. É o seu casamento, e eu sei que você tem afeto com outras pessoas aqui. Com quem você gostaria de entrar acompanhado?
Antes que eu pudesse responder, tia Effie apareceu sorrindo, vindo nos cumprimentar. Extravagante como sempre, ao mesmo tempo que elegante, com um vestido que a caracteriza muito bem.
— Tia Effie! — exclamei, soltando-me de Ames por um instante para abraçá-la. Provavelmente eu teria ficado na Seleção, custe o que me custasse, porém eu nunca teria chegado tão longe sem ela.
Amélia pareceu entender minha escolha sem que eu dissesse.


Bem, é isso! Espero que tenha animado vocês nessa quarentena, em um mundo quase como o de Jogos Vorazes kkkkkkkkkkkk volto antes que vocês podem esperar, mas não vou botar data pra não sacanear e levar três meses pra reaparecer kkkkkkkkkkkkkk



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Seleção da Herdeira" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.