A Seleção da Herdeira escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 45
Humanidade | A Escolha


Notas iniciais do capítulo

E aí, pessoal?! Tudo bem? Então, gostaria MUITO de agradecer cada um que comentou no capítulo anterior, mesmo que tenham sido bem menos do que a fic recebia no começo, ainda tem um pessoal que, nossa, vocês são tops, e isso aqui é para agradecer vocês!
BATEMOS OS 600 COMENTÁRIOS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! *eu berrando doida de felicidade* GENTE!!!!!!! Nossa, galera, glórias a Deus!!!! Muito obrigada mesmo!!!
Espero muito que gostem desse capítulo, que foi escrito com muito amor, com muita dedicação, e eu chorei escrevendo, e tal, no final, mas não tenho certeza se pode causar a mesma emoção, porque eu passei um tempo afetada, por causa dele, depois que eu fui respirar fundo, e mesmo relendo, possa ser que esteja faltando alguma palavra, ou erros de ortografia, me desculpem!!!! É que eu também, por estar passando tanto tempo em casa, tenho usado para escrever, e aí, enquanto eu escrevi esse, estava (e estou) escrevendo o próximo bônus (que está bônus mesmo, com dois pontos de vista, e bem longo, muitas palavras mesmo, podem esperar para ler bastante kkkkkkkkkkkkk) e o próximo, que eu tinha começado a escrever em 16 de fevereiro de 2016, para vocês terem noção, mas é claro que passou por várias adaptações, e o acréscimo de mais ou menos cinco mil palavras RSRSRSRSRSRSRSRSRSRSRSRS (é uma risada sarcástica kkkkkk)
Espero que gostem, de qualquer forma, tanto quanto eu gostei de escrever, de verdade. Aqui não tem nada além de amor! Beijos! Vejo vocês lá embaixo!!! ♥
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Não sou de abaixar a cabeça e obedecer, não sou de seguir os outros
Se encaixe, adapte-se ao molde
Sente-se no hall de entrada, pegue sua senha
Eu era o relâmpago antes do trovão

Trovão, trovão
Trovão, tro-, trovão
Tro-tro-trovão, trovão, trovão
Trovão, tro-, trovão
Tro-tro-trovão, trovão)

— Thunder, Imagine Dragons

Eu nunca estive com tanta aparência de um príncipe como hoje.

— Dessa vez, até a gente se superou — Julia disse, sorrindo orgulhosa de seu trabalho. Layla escovava a outra parte do meu cabelo enquanto Stefan cuidava do meu terno, para colocar por cima, com condecorações padrão. — Está ótimo, o corte que Flavia fez ficou perfeito — elogiou minha cabeleireira desde que entrei no palácio. — E você fica muito bem com esse tom no cabelo.

— Eu nem me lembro da cor que era meu cabelo antes disso tudo.

Eles riram.

— Mas não é algo que deva sentir falta, esse quase ruivo está ótimo — sorri. — Lalá, cadê a coroa que o rei mandou para os Selecionados?

Stefan perguntou, e Layla logo pegou a caixa, que eu pensei que estivesse carregando outra coisa além de uma coroa, honestamente.

— Mas ninguém é nada ainda, e quando acaba nos tornamos Três, caso não seja o escolhido — observei, confuso, mas ao mesmo tempo fascinado pela coroa fina, pequena, mas que cabia perfeitamente em minha cabeça.

— Não ficou sabendo?! Por causa do desempenho de todos vocês, independente de quem herdar o trono, será conde. Vocês todos já são da realeza, todos são Um agora. Mas esses cargos serão dados depois da coroação. Peeta, vai se acostumando com isso também — Stefan disse, com um sorriso de quem sabia mais do que todos ali. E talvez saiba mesmo.

— Sim, porque a coroa de rei pesa mais — então, eu coloquei o terno, e Layla ajeitou a coroa. Meu coração ficou acelerado. Eu posso me ver como alguém da realeza, pela primeira vez em todo esse tempo que estou aqui.

A roupa para o dia do perdão deveria ser branca, com algo da cor do Distrito, como o meu é o Sete, tem uma linha azul petróleo no colarinho, nas linhas dos bolsos, e está simplesmente impecável, como tudo o que eles produziram, mas dessa vez foi uma superação maior do que todas as outras.

Meus sapatos são pretos padrão, bem ilustrados, minha blusa social por dentro é branca, mas a gravata comum é azul petróleo também, assim como o lenço.

A calça também é branca, e caiu perfeitamente bem no meu corpo.

Coloquei por dentro da blusa o medalhão com a foto de Amélia, meus irmãos e meus pais, um presente da Nova Ásia de Katniss, uma vez que ficou duas semanas fora com seu pai, e um bracelete, não o de Nicolau, mas também de ouro que ganhamos quando entramos na Elite.

— Ah! Já ia me esquecendo do mais importante! — Layla exclamou, quando eu já estava saindo.

Trouxe meu broche do tordo, que Amélia me deu quando vim para o palácio.

— Nossa, eu jurava que tinha perdido — falei rindo, deixando ela colocar no bolso do lenço do meu terno. Era tudo o que faltava para completar a roupa. O dourado foi tudo.

— Agora sim, Peeta, pode ir que você está digno para o Dia do Perdão — Stefan falou, com um sorriso como o de suas irmãs, felizes por mim.

Não tive como não sorrir, e agradecer eles por me ajudarem com isso. À caminho da sala onde acontecerá o evento que é considerado o mais esperado do ano, pelo fato de que dez condenados tem a chance de tentar serem justificados, e então alcançar uma pena menos severa, ou até mesmo a liberdade.

Porém, como nós somos Selecionados, eu já vi como isso termina. Nos darão pessoas culpadas de crimes hediondos, para que possamos julgá-las, no caso, condenar.

Eu não encontrei ninguém, no caso, nenhum dos meus amigos, somente guardas, e a movimentação era grande, levando em consideração de que o Natal se aproxima, toda a família da rainha está aqui, e também a mãe do rei Antony, o pai de Katniss. Mas eu tampouco encontrei algum deles, que moram bem distante do palácio.

— Ah, agora sim, cachinhos sem cachinhos dourados! — Gale brincou, quando cheguei ao grande tribunal. Ri, porque é impossível não rir com Gale, que riu, do seu jeito maluco, e todos nós cinco rimos juntos.

Todos estão de branco, mas com detalhes diferentes, e não é apenas eu que tive o privilégio de me sentir como se fosse hoje uma coroação para governar o país. Todos, sem quaisquer exceção, estão impecáveis. Ninguém esteve tão bem vestido, como hoje.

— Vocês também ficaram sabendo o que o rei fez? — Blane perguntou, ajeitando a coroa como a minha, sobre seus cabelos ruivos, meio castanhos. — Independente do que aconteça, nós seremos Um, cara.

Assenti, e Cato ficou bobo, assim como o Calvin.

— Mentira?! — exclamou, baixo, enquanto mais e mais pessoas entravam na sala. — O rei fez isso?

— Sim, um de nós será o príncipe consorte, e os outros, condes. Eu achei incrível, embora eu saiba que não vá ser eu o escolhido para o trono, e não me achar merecedor de tal cargo.

Calvin fez um uau com os lábios, sem acreditar.

— Nossa, por essa eu realmente não estava esperando. Eu vou desconfiei pela coroa, mas não estava mesmo esperando algo assim. Pelo visto ontem foi um dia essencial para algo assim — Gale comentou, mexendo vagarosamente em seu bracelete. — Também deve ter tido envolvimento de Katniss nisso. Mas olha, de tudo, por essas eu realmente não estava esperando por uma honra dessas.

— Ah, mas é agora mesmo que está certo da gente ir para a Alemanha, hein, Peeta! — sorri para Cato. Ele tem parecido bem feliz na última semana. Fiquei mais aliviado com a situação por causa dele.

— Recebeu também a passagem pelo Smarter? — assentiu. — É nós!

A gente deu um toque, animados. Esse ano novo vai ser novo mesmo.

— O quê? — Calvin perguntou, confuso. — Como assim Alemanha? E desde quando vocês dois são melhores amigos para sempre? Eu perdi alguma coisa?

Rimos sinceramente. Nem eu mesmo sei dizer como essa amizade com Cato surgiu. De tantas saídas que tivemos, nós cinco, com tantas aulas, academia, e tudo mais, acabamos por sem querer acabar com a rixa que tínhamos desde o primeiro dia que chegamos aqui.

— Os príncipes alemães nos convidaram para irmos na coroação do mais velho, que será rei.

Expliquei, e ficaram sem acreditar, que tenhamos sido privilegiados dessa forma. Nem a gente acreditou.

— Eles deram algum presente para vocês? — Gale perguntou. Estou muito feliz e agradecido por esses assuntos, porque assim ninguém passava mal com o nervosismo.

— Nós ganhamos pulseiras, e vocês?

— O príncipe chamou a gente para um banquete na Itália em Junho, e nos deu uns relógios tops demais, eu nem tenho coragem usar — Gale explicou, com um sorriso. — Eu estou é feliz, temos recebido bem mais do que oferecemos. Acho que estou, na verdade, agradecido. É. Agradecido. Essa é a palavra certa. Acho que vamos entrar em um bom momento global, pois pelo o que podemos ver, um novo tipo de governo está vindo ao redor do mundo.

Eles puxaram outro assunto, que eu me pus alheio, pensando no que Gale disse. E é verdade. O mundo vai passar por uma grande revolução nos próximos anos.

Sua majestade, rei Antony Snow III! — o primeiro ministro anunciou, e todos nós nos colocamos de pé. Agora, a sala tem mais de quatrocentas pessoas, claro, pois é um lugar exatamente para isso, para eventos como este, e nós estamos próximos ao lugar que a família real, mas não muito.

A rainha usa um vestido para a ocasião, em um tom azul claro, simples, mas a coroa brilhante indica muito bem quem ela é. Mas hoje, parecia um pouco ofuscada.

Katniss vestia um vestido branco que lhe caia muito bem, e Prim com um vestido amarelo.

O rei estava com terno, muito bem vestido, e com várias condecorações, já que hoje será responsável pela palavra final.

Houve um discurso, então depois de acenderem o candelabro, pelo fato de que 40% por cento da população em Panem ser de descendência judia, e em homenagem ao Hanucah, foram acendidas oito velas. É apenas simbólico.

Então começaram a nos chamar, depois de uma recapitulação do que é o Dia do Perdão, onde Blane, de sobrenome Dobrev, foi o primeiro a ser chamado por causa de seu Distrito e nome.

Depois Cato, Mason. Então Calvin Carter, e Gale Hawthorne. Finalmente eu, Peeta Mellark.

O caso de todos veio bem simples, no caso. Sentenças que foram diminuídas, como o normal, sendo aprovadas pelo rei.

Senti meu corpo gelar, com um péssimo pressentimento de que algo ruim estava acontecendo nesse exato momento, e minha mãe veio na minha mente na hora. Me levantei depois de cinco segundos, com uma dor de cabeça que eu nunca tinha sentido antes.

— Você está bem? — Gale perguntou, franzindo o cenho, preocupado. — Peeta, acho melhor você dizer que não está bem.

— Nada, é sério. Apenas um sentimento ruim quanto minha mãe. Mas está tudo bem — garanti, forçando um meio sorriso, indo então para o palanque.

O acusado é George Smith, por roubo — um homem disse, no alto-falante, de forma polida e exata. — Está sendo condenado à dez anos de prisão.

Entrou, então, um homem, mais ou menos da idade do meu pai, usando muletas, e logo vi que é por não ter a perna direita. Seu rosto não lhe entregava exatamente a idade, mas mais velho que o meu pai e o rei ele não é. Porém aparenta muito cansaço, a pele manchada de sol, e é um homem de muitas dores.

Posso falar isso ao vê-lo de longe. Ele deve ser no máximo um cinco.

Largaram-o, com grosseria, e ele caiu no chão, assim ficando, com a cabeça baixa, não permitindo que eu veja seus olhos.

— Então, apresente-se — pedi, mas meu coração já estava desesperado. Sem querer olhei para a rainha, e ela tinha um sorriso de lado vitorioso. Agora, entendi exatamente o que ela quer fazer, ou pelo menos acho. Quer que eu condene este homem.

— Eu me chamou George, senhor. Tenho quarenta e quatro anos, e tenho cinco filhos. Sou do Distrito Sete. Sou da cidade de San Diego.

Minha respiração acelerou, e meu estômago ficou totalmente gelado de nervosismo.

— E qual foi o seu crime? — continuei, por tanto.

— Eu roubei carne e legumes, pois meus filhos estavam famintos, senhor — as lágrimas imediatamente quiseram vir aos meus olhos, mas eu não podia chorar, não hoje, não agora. Céus. Céus. — Eu estava desesperado. Minha filha mais nova tinha sete anos, e precisava de remédio mas eu não podia comprar, porque estava doente, tanto eu como ela, e minha esposa é falecida. Então eu também roubei remédios para dor. Me pegaram com uma faca que me deram, mas eu não reagi. Eu estava com medo. Então me trouxeram pra cá, senhor. Foi isso o que eu fiz.

Sua voz carregava seu arrependimento, e suas lágrimas, assim também com certo orgulho, de ao menos ter tentado fazer algo para salvar sua família. Eu me compadeci dele.

Então, senhor Peeta Mellark, qual é o seu julgamento para George Smith? — Ele com sorte ficaria cinco anos na prisão, com sorte, enquanto seus filhos ficariam em casa durante todo esse tempo, mendigando o pão que o diabo amassou, sei disso porque meu pai já pensou em roubar várias vezes, apenas nunca o fez, mas eu sim. E várias, incontáveis vezes, faminto, porque nunca tinha trabalho, e o governo não ofereceu aos meus pais métodos de se prevenir de terem mais filhos.

Olhei para meus amigos, que estavam boquiabertos, como eu estou, sem saber o que fazer, afinal, é uma situação de maldade essa a qual o senhor está sendo submetido. Gale apenas é quem estava um pouco diferente. Ele olhou para mim, e pôs uma mão na testa. Deve estar sentindo o mesmo que eu.

Senhor Peeta Mellark, qual o seu julgamento? —  a voz insistiu. Cada um tem apenas três minutos, como se fosse uma entrevista, e cada acusado um mero ator. Mas aqui é a vida real.

Virei-me para Katniss, mas ela não olhou para mim, e nem Prim, e nem seu pai, porque todos estavam olhando para a rainha, e o rei parecia furioso com a situação, discutindo com ela. Mas então Katniss me olhou. Era um olhar meio-a-meio, decepcionado, como eu estou. Uma lágrima caiu dos meus olhos, quando novamente olhei para aquele senhor, arrependido do que fez, claramente, e sem poder estar com sua família, que aparentemente ele tanto ama. No lugar onde estou, em um tablet, apareceu seu perfil, e ele está preso há oito meses já, como se não fosse o suficiente, ainda enfrentaria, no mínimo outros cinco anos. E eu não poderia deixar isso acontecer.

— Quanto custa sua fiança, senhor Smith? — perguntei, então. Minha voz pareceu falhar no começo, mas então se estabilizou. Eu estou, com todas as minhas forças, me segurando para não chorar e xingar a rainha em rede nacional. Um aperto muito forte se fez no meu peito. Eu preciso ajudar esse homem de alguma forma.

— Muito mais do que custou o sepultamento da minha filha mais nova e da minha esposa em uma vala, senhor. Nada que nem em meses eu poderia pagar. Talvez nem em anos.

Um silêncio mortal foi escutado na sala de julgamento. Foi demais para mim. Antes que eu mesmo pudesse pensar, tirei meu bracelete, e o meu medalhão, assim como meu broche de Tordo, e desci, depois de colocar na palma da minha mão, e fui até o homem, pondo nas mãos dele.

— Acredito que isso baste — falei, ajudando ele a ficar de pé. Ele me olhou bem nos olhos, e percebi então que ele também é cego de um olho. Mordi o interior da minha boca para não chorar ali. Continuei, sem que isso refletisse na minha voz.  - Você tem algum trabalho no seu Distrito?

— Como mestre de obras, mas um mês antes do que aconteceu eu perdi minha perna e a visão — assenti. — Mas na época eu trabalhava com a reciclagem. Apenas não era capaz de cobrir a comida para as crianças, e nem os remédios. Eu estava desesperado, e eu me arrependo tanto!

Ele começou a chorar intensamente, cobrindo o rosto com as mãos e eu estava um palmo de desabar também, por estar compadecido da dor dele. Como a rainha é capaz de tanta maldade? Como consegue dormir sabendo que há pessoas dessa maneira em seu país? Não tem como dormir em paz mediante uma situação dessas.

— Me prometa que isso será tudo o que você vai fazer, a partir daqui. Prometa pela sua vida.

Pedi, mas sabia que isso não era necessário, é nítido que ele apenas quer voltar para casa e dar uma vida melhor para sua família.

Nenhum crime é justificável, é claro, mas o País precisa sempre garantir que todos tenham o mínimo, mesmo que cobre mais impostos, é preciso fazer que as coisas funcionem.

Não sustentar, mas garantir que pessoas não passem fome, que sejam humilhadas, como esse homem foi. É inaceitável. Mil vezes um absurdo.

— Eu só quero ir para casa, senhor. Eu só quero ver minhas filhas. Não tenho nem a menor ideia do que pode estar acontecendo com elas nesse momento, e isso me deixa completamente angustiado.

— Eu entendo, já passei por isso, senhor Smith — falei, baixo. Espero que não tenham ouvido. Uma coisa que eu odeio é ser taxado como coitado, como já fui em más revistas. Isso é algo que eu, e nem o senhor na minha frente é. — Leve isto ao rei, e pague sua fiança. Espero que isso seja o suficiente, e que tenha como ajudar sua família com sua volta.

Uma conversa por toda a sala era possível de escutar, mas por causa do microfone que foi posto nele, é claro, já que está sendo televisionado, e também em mim, ainda éramos as vozes mais altas. Meu coração está batendo à mil por hora, completamente irregular, porque eu de tudo eu não poderia esperar por uma coisa dessas.

— Obrigado, senhor — ele agradeceu, pegando em meu braço, e me olhando com seu bom olho castanho esverdeado. — Obrigado.

— Não me agradeça, eu não fiz nada. É apenas humanidade. Apenas não faça de novo. Pense nas suas filhas, você vai conseguir.

Ele pegou o que eu estava estendendo, sem a menor intenção de pegar de volta, e me olhou bem nos olhos. Eu apenas voltei para o meu lugar, e o rei disse, apenas que ele estava absolvido de sua pena.

Cara, ninguém mais merece o trono além de você — Cato sussurrou, bem baixo mesmo. Eu o olhei bem nos olhos, e balancei a cabeça.

— Por favor, não fale uma coisa dessas — pedi, inquieto. A coroa pesou sobre a minha cabeça. Cato deu um sorriso, como o de Stefan mais cedo, como se soubesse de algo que eu não sabia e nem estava entendendo ainda.

— Eu não acredito que eu te odiei um dia, Peeta. Nossa, eu vou falar para todo mundo que eu tenho um amigo que é rei do segundo maior país do mundo. Nossa, mas eu vou falar mesmo.

Calado — falei, mas não dava para segurar o riso pelo tom que ele usou, arrumando seu terno. Riu silenciosamente, balançando a cabeça, enquanto o rei fazia um outro discurso, que eu não prestei atenção, por estar orando na minha mente, em silêncio, pedindo a Deus que cuide do homem, do George Smith. Não sei se o rei poderia aceitar alguma coisa, porém não disse nada sobre fiança.

Desejei que ele pudesse ficar com o meu bracelete e medalhão e pudesse vender, conseguindo algum dinheiro, o suficiente para cuidar das filhas por algumas semanas, e de si mesmo. Ele vestia limpas roupas laranjas, de um presidiário, porém sei que não é exatamente assim, disso posso tirar por Finnick e Annie, que no dia da punição estavam imundos, feito porcos, e eu os tinha visto suficientemente bem na noite anterior para saber que não era daquela forma que eles estavam.

E, julgando pela forma da qual jogaram ele no chão, assim como trataram extremamente mal os outros também acusados, deu para ver nitidamente que não é sempre assim. Eles somente precisam estar apresentáveis para a televisão.

Fiquei engasgado até o final, com um grito, e um choro, do qual eu não iria fazer nenhum e nem outro depois porque este lugar não tem espaço para isso, mas foi difícil, de qualquer modo, e eu quase gritei um “graças a Deus” quando tudo terminou.

Uma conversa indistinta foi ouvida por todo o ambiente, como o previsto, é claro, e antes que eu pudesse sair, eu fui cercado por jornalistas, que me fizeram inúmeras perguntas, ao mesmo tempo, e eu fiquei sufocado, olhando para meus amigos em busca de ajuda, e Gale com Cato vieram ao meu socorro quase que imediatamente, ficando ao meu lado, e isso tirou o foco de mim, me fazendo pensar um outro “graças a Deus”.

O que vocês acharam desse julgamento? — Pudemos escutar um perguntar, e nós três dissemos ao mesmo tempo a mesma palavra, sem termos combinado nada, já que cada um respondia perguntas diferentes sobre a Seleção e sobre o dia de hoje.

Surpreendente — foi o que dissemos.

Algo a mais para acrescentar, além de surpreendente?Ótimo, pensei. Não é hoje que nós iremos sair daqui. Não é hoje mesmo, mil vezes nunca.

— Deu para ver falhas das quais precisam ser mudadas. A justiça de Panem tem apresentado erros que não deveriam mais existir, com quase duzentos anos de existência — sinceramente, eu poderia esperar tudo, menos que Cato fosse dar uma resposta dessa.

— É verdade, o que vimos hoje com o senhor George Smith, Peeta fez o que já deveria ser feito há muito tempo — Gale ainda completou, em um tom sério. Jesus, eles estão mesmo me ajudando e salvando minh'alma da rainha. Céus, obrigado pelos meus amigosNós cinco somos grandes amigos, mas acho que é certo de que Gale, eu e Cato nos tornamos um trio improvável de amigos.

— Concordo totalmente. Existem lacunas no nosso governo que precisam ser preenchidas urgentemente. O que Peeta fez é o que toda a sociedade, em contrapartida ,deveria fazer. Sei que o que temos é pouco, mas sempre que pudermos ajudar alguém, não podemos também perder essa oportunidade.

— Sim, o dia de hoje serviu para todos nós vermos que temos muito o que melhorar, muito o que fazer, muito o que evoluir, do mais pobre e simples cidadão de Panem, até o mais alto cargo no país. Não podemos mais tolerar que o tipo de situação, como essa de hoje, continue acontecendo, é intolerável, inadmissível — completei, com uma palavra firme, pois eu ainda estou arrasado pelo senhor. — Como deve estar a família desse senhor nesses últimos meses que ele esteve preso? Precisamos urgentemente de uma mudança.

Mas, uma pergunta para os três — uma jornalista começou, e aparentemente era a última pergunta. — Quem vai realizar essa mudança?

Nós três nos entreolhamos. A resposta era nítida. Eu olhei para Gale, ao mesmo tempo que Cato. Ele nos olhou, assentindo, em um acordo sem palavras.

— Isso todos vocês já sabem. A própria população, exigindo por respostas do próximo que herdará o trono. E a princesa Katniss Everdeen, que já tem planos para auxiliar nisso.

— E ótimos planos — Cato acrescentou, com seriedade. — Mas isso tudo vai depender do povo, que não pode se calar. Precisam revogar seus direitos.

Mas quando? — Outro perguntou. Eu, com meu coração acelerado, pensando em todos os problemas que isso possivelmente ocasionaria mais tarde, respondi, sem mais nada a perder, depois do que aconteceu.

Agora.

Então foi dado por encerrado, e precisaram liberar nossa passagem para nossos quartos, e quando saímos da muvuca, descobrimos que Calvin e Blane foram mandados para seus quartos, e nós estamos proibidos de sair até uma segunda ordem.

Aproveitando que nós três sempre fomos da mesma ala, fomos juntos, conversando.

— Galera, mas o que foi isso o que aconteceu? Será que a gente vai morrer? — Gale perguntou, em tom de fofoca, baixo. Foi bem engraçado. Acho que nós três rimos por causa do nervoso, muito nervoso. E também porque Gale é ridículo, e o jeito que ele falou foi engraçado.

— Bem, em defesa de mim mesmo, Peeta quem merece ser fuzilado em praça pública por seu feito histórico em acabar com a graça de qualquer coisa que a Realeza organize.

— Olhando por este lado, é verdade, Peeta… você quem merece o fuzilamento. Eu gostaria de morrer envenenado ou algo do tipo, bem rapidão, porque a gente só estava seguindo o baile. Nos agradeça.

— Eu vou é levar vocês pra morrerem comigo, estão loucos? Vocês tem que estar comigo na saúde e na doença, na vida e na morte! Vocês também deram o maior fogo pra fogueira! — me defendi, sabendo que é tudo mentira, e que nenhum de nós vai morrer. Se eu não morri depois do evento com o Finn e Annie, nada mais poderia me sentenciar. Eu já estou completamente afogado em escândalos, e é bem animador saber que meus amigos estão nessa furada comigo. O inferno pareceu menos quente.

— Claro que a gente se envolveu! Acha que eu, Cato Mason Stanford, deixaria passar a chance de estar estampando a revista mais lida ao redor do mundo? Mas é claro que nem morto! Eu estaria até se eu estivesse de blusa de praia! Pelo menos garanti meu lugar ao sol, mesmo que ao lado de vocês, que são bem — arrumou o cabelo, com seu olhar que eu sonho um dia aprender para soar menos infantil, de acordo com fotos de mim mesmo, — feios, eu sou tudo, mas fazer o quê, né?

Eu e Gale rimos, sabendo que ele está apenas fazendo piada. A Seleção transformou nós três em pessoas completamente diferentes, pessoas melhores, melhores versões de nós. Eu nunca poderia imaginar que isso poderia ser possível um dia.

— Mas pessoal, de verdade, eu gostaria muito de agradecer vocês por terem se arriscado e me ajudado — eu agradeci, com sinceridade, quando chegamos em nossas portas. — Eu ia ter desmaiado, estava me tremendo completamente.

— A gente viu, por isso foi lá — Cato piscou, com um sorriso. — Estamos brincando. Peeta, você fez a coisa certa, e o que nenhum de nós teríamos coragem, pelo menos não agora, posso dizer mais seguro. Pelo menos não agora, depois de tanto, como Selecionados, faríamos o que você fez. O mínimo que eu e Gale poderíamos fazer era ir te ajudar e falar as verdades que sempre estiveram engasgadas em nós. Bem, em mim depois que eu conheci todos vocês pude ver que a vida em Panem é muito mais que ensaios fotográficos e comerciais de televisão.

Cinco minutos com Cato mostram o quão ele foi o que mais amadureceu, de trinta e seis pessoas. Eu realmente às vezes não acredito que seja a mesma pessoa.

— Tudo o que o Cato falou é a mais pura verdade, Peeta, e nós somos os seus amigos. Você faria isso e muito mais, tudo o que estivesse ao seu alcance. Não existe nada que possa mudar isso. Agora, acho melhor nós realmente obedecermos a ordem, ou algo que nenhum de nós gostaria pode acontecer.

Nós nos despedimos, e cada um foi para seu quarto. Não me surpreendi, infelizmente, por meus amigos não estarem aqui. Isso já aconteceu antes, querem fazer desse momento um momento de reflexão pelo meu erro.

Lembrei-me, então, da minha mãe, por isso peguei meu Smarter, depois de tomar um banho demorado, mesmo que eu não precisasse tomar, lavei meu cabelo outra vez, escovei meus dentes outra vez, e sumi com a caixa e a coroa dentro, a última coisa que eu quero me lembrar é da realeza. Desejei estar em qualquer lugar menos no palácio.

Vesti uma calça de moletom, assim como uma blusa sem estampa na cor verde, por ter parecido combinar com o preto, e um casaco de moletom cinza, me jogando na cama, escondido debaixo das cobertas.

Não foi fácil refazer meu curativo, mas melhorou muito de ontem para hoje por causa de uma pomada que Katniss conseguiu para mim, justamente para cicatrizes, então foi menos difícil, eu somente troquei as gase, que estavam nojentas, com manchas de sangue, bastante manchas, por causa do meu nervosismo, deixando meu corpo estressado, e circular mais sangue, ocasionando no sangramento do meu machucado. Depois de limpar, foi mais tranquilo, eu apenas me enfaixei, de uma forma diferente de Stefan, que envolveu meu ombro também, eu apenas fiz uma cerca ao redor da minha barriga, tendo dado incrivelmente certo

“Ames, tudo bem? Aconteceu alguma coisa com a mamãe? Pensei nela, e me veio um aperto no peito, como se algo estranho estivesse para acontecer. Está tudo bem aí?”

Enviei, escondendo, depois, o aparelho debaixo do meu travesseiro.

Quando eu estava quase dormindo, em uma tentativa de aliviar todo o turbilhão de feelings no meu coração, alguém bateu na minha porta, e eu fui atender, piscando três vezes até entender que é Madge, uma das criadas de Katniss.

— Olha, antes que pense mil e uma coisas, apenas me acompanhe. Está tudo bem — ela disse, sorrindo.

Em silêncio seguimos, para que eu finalmente entende-se que estou sendo levado para o andar onde está os quartos da família real.

— Mas precisa de autorização, e depois do evento de hoje, não acho que a princesa queira me ver e — Madge me cortou com uma risada engraçada.

— Céus, foi justamente ela quem o chamou, e por pedido do próprio rei. Não que ela não fosse te chamar, independente do que o tio Snow dissesse.

Tio…? — Outra vez ela achou graça, indicando o elevador.

— Eu, Annie e Johanna acompanhamos Katniss desde que nós tínhamos doze anos, nós crescemos sendo educadas para cuidar dela. É claro que o rei nos considera como mais do que criadas. Somos parte da família, mas sem os títulos. Somos praticamente primas.

— Mas ainda é muito estranho saber que o rei é chamado de tio.

— Não o chamamos assim na frente de outras pessoas que reconhecem seus títulos, é claro — disse rindo. — Às vezes acontece, mas ele nem se importa mais, principalmente porque não tem sobrinhos legítimos, apenas os de sua esposa, que é a rainha, para todos os efeitos, entende?

Assenti, entendendo tudo. O elevador chegou, e ela somente levantou seu relógio, o mesmo que eu tenho, mas um pouco maior.

— Agora é com você — ela disse, me deixando bem na porta do quarto de Katniss, que tem uma belíssima rosa vermelha, destacada, feita à mão por alguém que realmente entende de realismo. Até toquei. Madge sorriu. — Eu sempre passo a mão, nem acredito que é apenas uma espécie de relevo.

Sorri também, mas todo corado. Eu nem sei mais o que deveria fazer.

Ela saiu, e me deixou mesmo sozinho em frente aquela porta. Resolvi bater, então, e logo ouvi um grito.

Pode entrar!

E aí eu entrei, sendo nocauteado por um som perfeito vindo de um piano, no fundo do quarto em tons pastéis de rosa e roxo, mas ao mesmo tempo completamente medieval, com uma cama enorme, com um dossel branco por cima, tornando o ar no mínimo angelical.

Como Katniss é.

Há uma estante cheia de livros em um canto, meio bagunçada, e alguns no chão. Na penteadeira, com as luzes ligadas, há uma quantidade excessiva de remédios de um lado, e do outro, batons e outras maquiagens, deixando bem engraçado, pelo fato de que Katniss não poderia ter um quarto com tanto dela.

— Conhece essa música? — perguntou, continuando a tocar no piano. Sorri, me aproximando devagar. Ela agora está com uma roupa parecida com a minha, mas usa um vestido de moletom, com mangas longas, e que a bainha de sua roupa bate uns dois dedos acima de seu joelho, e o cabelo longo está completamente solto, bem bagunçado, diferentemente de mais cedo, onde estava em um belo coque.

Está com maquiagem, mas nada forte o bastante.

— Eu não ouvi muitas músicas quando era um Sete, madame. Eu só sigo o baile — sorriu, sem olhar para mim ainda, continuando a tocar. Então, começou a cantar, me fazendo perceber o quão adorável é sua voz até cantando, mesmo que eu já tenha tido essa oportunidade única quando saímos juntos, depois que perdi a aposta. 

Homens sábios dizem que só os tolos se entregam

Mas eu não consigo evitar de me apaixonar por você

Devo ficar? Seria um pecado

Se eu não consigo evitar de me apaixonar por você

Lançou um olhar esperto para mim, me fazendo sorrir, um pouco sem jeito, mas completamente encantado, até meu último suspiro por sua voz.

Como um rio que corre certamente para o mar

Querida, assim algumas coisas estão destinadas a acontecer

Pegue minha mão, pegue minha vida inteira também

Pois eu não consigo evitar de me apaixonar por você

Katniss canta a letra como se já a conhecesse de cor desde que nasceu. Eu fiquei completamente envolvido, observando seus dedos tocarem cada tecla, tranquilamente.

Realmente, eu nunca tinha ouvido essa música, mas ainda que eu tivesse escutado alguma vez na minha vida, não seria tão perfeito quanto esse momento. Me senti envergonhado por não saber como retribuir algo assim para uma pessoa como ela. Queria ao menos saber a letra, e cantar de volta para ela, porque é exatamente como eu me sinto com ela.

No final, é a isso o que se resume a minha vida. Eu não consegui evitar me apaixonar por ela.

Como um rio que corre certamente para o mar

Querida, assim algumas coisas estão destinadas a acontecer

Pegue minha mão, pegue minha vida inteira também

Pois eu não consigo evitar de me apaixonar por você

Pois eu não consigo evitar de me apaixonar por você

— Nossa, eu nem sei o que dizer, apenas que você seria uma Cinco digníssima, e eu adoraria juntar toda uma semana de trabalho para pagar para ver você — falei, completamente encantado. 

— Obrigada, obrigada — disse, em um tom com um sorriso torto. — E eu adoraria saber que se fosse de outro Distrito você iria me assistir.

— Ainda que fosse uma Nove, nem mais Oito — falei, imediatamente, mas sem querer. Só que tem algo me incomodando, sobre hoje mais cedo. — Katniss, está tudo bem com sua mãe? No caso, entre vocês duas, e o seu pai, e Prim… olha, eu não podia deixar que — ela me interrompeu, parando de tocar simples notas, e me deu um beijo que eu não estava esperando, mesmo que tenha sido na bochecha.

— Está tudo bem — ela me garantiu, com um sorriso torto, me olhando nos olhos, porém eu conheço ela o bastante para duvidar da autenticidade de suas palavras quando sua mãe está envolvida. —  Está realmente tudo bem. Pelo menos agora... meu pai discutiu com a minha mãe por mais cinco minutos, e ela chorou, ele chorou, até que ele decidiu, por fim, tirar ela de todas as atividades por três meses, até algumas coisas serem resolvidas. Mas não se sinta culpado ou algo do tipo, eles já estavam em pé de guerra a um tempo, isso foi apenas mais uma fumaça onde está pegando fogo há alguns meses. Depois do casamento ela vai para a Inglaterra, e ficar por lá. Descobri pelo tio Frank, ele veio me contar, sem acreditar. Tia Ana veio atrás, e todos estamos felizes com essa notícia.

Quase não acreditei nela, a notícia é fascinante.

Nossa!

Foi tudo o que eu consegui dizer, piscando várias vezes, erguendo as mãos em rendimento. Ela riu, achando minha reação engraçada. Mas o que mais eu poderia fazer?

Peeta… você quer mesmo entrar nesse barco comigo? — perguntou, depois de dez segundos, pondo uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Mediante o que aconteceu hoje, me faz lembrar da sentença de Finnick e Annie, e do que vimos na visita aos rebeldes. Vamos pegar um país aos pedaços, completamente estraçalhado, mesmo com o apoio do pessoal do Norte. Não vai ser nada fácil, principalmente porque vamos ter que mostrar serviço o mais rápido possível, e eu não me incomodo em trabalhar para isso, mas não quero que você se case comigo sem saber que não vai ser fácil. A última coisa que vai ser é normal, tranquilo e estável.

Pensei muito bem no que iria dizer, porque Katniss deve estar passando nessas últimas semanas, eu tenho lido as revistas, jornais, justamente por causa de Cato, que sempre lê, e fica criticando o “enorme mal gosto para a escolha de pessoas para as marcas depois que ele deixou de ser modelo”, mas ele também é mais inteligente do que nós julgamos que ele fosse, também tem muita coisa importante nessas coisas.

Algo que li foi de coisas que nem mesmo eu, aqui, tão perto dela sabia, como o fato de estar tomando conta das terras de Panem na antiga Inglaterra, onde muitos levantes estão acontecendo, e ela está tendo que tomar decisões importantíssimas, ao mesmo tempo que precisa escolher um futuro marido, e prepará-lo para dividir a coroa com ela.

Eu já teria morrido de estresse, francamente, e isso pesou para a minha resposta, onde eu fui sincero.

Katniss… — fiz carinho na base de suas costas, sem a menor segunda intenção, pensando em tudo o que a coroa traria. — Essa nunca foi a vida que eu quis, honestamente. Eu nunca quis, sempre detestei você e a coroa quando eu estava em casa, mas agora eu vejo com outros olhos todo esse mundo de diplomacia e reticências. Francamente, se você não fosse a sucessora, a que precisa assumir o trono, eu, talvez, em um mundo hipotético, fosse pedir para sairmos daqui, e irmos para algum outro lugar, ser qualquer outra coisa, nem que fosse, sei lá, domesticando cavalos. Eu não me sinto bem com essa vida, como um todo. Você não sabe o quão péssimo eu me senti quando vi que não havia mais nada que eu poderia fazer por aquele homem miserável, no sentido de que ele realmente já alcançou sua cota de sofrimentos por toda uma vida. Mas tem algo que faz tudo mudar, além do fato de que eu poderia ajudar a evitar que as coisas cheguem nessas proporções outras vezes.

— E qual seria? — perguntou, parecendo abalada, por alguma razão. Acredito que hoje tenha sido um dia de muitas emoções para todos nós, principalmente para ela.

Você. Katniss, se a coroa me trouxer você, se você estiver no barco, é mais do que suficiente para eu poder aguentar qualquer coisa. Sério. Não vai ser fácil, e para mim ainda não caiu a ficha, porque simplesmente é inacreditável que justamente eu possivelmente vá... — ela me cortou, então, me corrigindo.

— Possivelmente não, Peeta. Você vai — ela disse, com um sorriso, inclinando-se para mim uma outra vez, me beijando na boca, dessa vez. Sorri, porque não tem mais o que se fazer quando ela está em um lugar. Sua presença é envolvente. — Me diga aquelas três palavras — pediu, em um sussurro, enquanto meus beijos escorregaram para seu pescoço, carinhosamente.

— Não posso, não agora, e você sabe o que eu sinto — respondi, parando, para olhar em seus olhos cinzas. O sorriso dela foi maior.

Mas dessa vez eu quem me inclinei para beijá-la, fazendo com que ela fechasse o piano, sentando-se em cima, facilitando nossos beijos.

— Céus, Katniss — falei, rindo, aceitando todos seus beijos, deixando meu casaco cair, e ela ria também, mas o que fazemos é bem sério.

As risadas foram dando lugar a suspiros, e seu vestido subiu até sua cintura, na medida que minhas mãos estavam se encarregando de levantá-la e levá-la até sua cama, onde minha camisa caiu em algum lugar, mas o curativo não foi grandes coisas.

Peeta… — murmurou, e minha respiração estava ofegante, como a dela, ansiosos. — Às vezes penso em adiantar a data do casamento.

— Pode adiantar, pode mesmo — brinquei, mas minhas mãos não brincavam tanto, muito menos as dela, que estavam nas minhas costas.

Aí tudo foi parado (só pode ter sido por algo que Deus quis, pois nenhum de nós parecia que ia parar), por batidas insistentes na porta. Ela suspirou, em frustração, mas eu também, então começamos a rir da nossa situação.

Rir mesmo.

Encontrei minha blusa, e meu casaco, ela arrumou seu vestido, para então abrir a porta para Troy, que entrou com Johanna e Layla.

Nós dois franzimos o cenho, sem entender. Minha amiga parecia muito triste, e eu não podia adivinhar o que aconteceu.

Continuei sentado na beira da cama de Katniss, enquanto eles três contaram algo aos sussurros, e ela pareceu ficar sem ter o que dizer. Katniss trocou palavras que eu não pude escutar, e os três assentiram, arrasados. Pude escutar um “mas dessa forma…?”, e Layla assentiu, mas eu realmente não entendi, apenas senti ainda mais forte o pressentimento negativo sobre a minha mãe.

— Peeta, vem cá — obedeci, quando Layla me chamou.

— O que aconteceu? Eu não entendi — respondi, perdido. Katniss pegou, então, na minha mão, e me olhou com os olhos com lágrimas. Johanna estava como Layla, que estavam como ela. — Ah, não.

Foi o que eu consegui murmurar, enfim entendendo.

— Minha mãe? — perguntei, já deixando minhas lágrimas subirem meus olhos.

E mais uma vez no dia de hoje, meu coração acelerou desenfreadamente, mas da maneira mais intensa que jamais bateu, e o ar simplesmente escapou dos meus pulmões. — Ela…?...

Não precisei falar, para entenderem ao que eu me referia. Foi como se um buraco se fizesse debaixo dos meus pés, e eu caí sem volta. Simplesmente não parecia volta.

— Eu vou pra casa — falei, mas perguntando, sem conseguir assimilar as coisas corretamente na minha cabeça.

— Sua família precisa de você — Katniss disse, pedindo para os três irem na frente, e eu comecei a chorar, mordendo meus lábios. Ela ia dizer mais alguma coisa, mas não sei se eu quero ouvir. Entendendo, apenas me abraçou apertado. Não pude corresponder. — Peeta, eu sinto muito.

— Eu preciso ir — falei, passando as mãos nos olhos, me afastando, e saí correndo de seu quarto, deixando ela sozinha. Não é algo que eu gostaria que acontecesse, não era como eu queria sair de seu quarto, mas minha cabeça dói muito para eu poder dizer algo. É como se estivessem socando minha cabeça, como se tudo o que já aconteceu comigo viesse ao mesmo tempo, lutando por um espaço na minha cabeça, e eu fiquei desesperado, sem conseguir respirar.

Não tenho ideia de como desci as tantas escadas sem cair, eu apenas chorava, sem parar, mesmo que sem soluçar. As lágrimas fluiam como jamais tinham fluído dos meus olhos, enquanto meu coração latia selvagem, berrando para mim que isso só pode ser alucinação, minha mãe não pode estar morta. Como isso é possível? Não, não pode ser.

Então, me lembrei de que na hora do julgamento, me veio na mente minha mãe. Só pode ter sido no momento que algo aconteceu ou semelhante. Meu Deus. Quase caí no corredor, mas continuei correndo, a caminho do meu quarto.

Quando entrei no meu quarto, os trigêmeos já estavam, junto com Delly. Eu apenas parei, com uma mão na boca, sem acreditar.

— Quando vai ser? — perguntei, desviando o olhar deles, sentindo que em qualquer momento eu poderia simplesmente cair.

— Vai ser tudo amanhã pela manhã — Stefan disse, em um tom como se ele e eu estivéssemos sentindo a mesma dor nesse momento. — Então iremos pela manhã, bem cedo, e vamos chegar antes.

Apenas assenti, sem dizer nada, e fui para o banheiro, deixando a porta encostada, e somente entrei dentro da banheira, sem meus sapatos.

Comecei a chorar, sem parar, me deixando soluçar, pensando na minha mãe, a última vez que eu a vi foi quando esteve aqui na festa, depois de longe na punição de Finnick.

Delly entrou no banheiro, sem pedir permissão, deixando a porta bem aberta, onde Layla estava com Stefan na porta, e me abraçou, pondo minha cabeça em seu ombro.

Eu chorei ainda mais, abraçando ela, que é o único pedaço de casa aqui. Julguei tanto sua vinda para o palácio, mas o que seria de mim em tantos momentos aqui, principalmente esse se ela não estivesse aqui comigo? Com certeza eu no mínimo estaria preso, ou sei lá.

— Delly, você sabe o que aconteceu? — perguntei, ainda chorando, depois de quinze minutos. — Você sabe, não sabe? Você sabe como ela morreu, e o por quê.

Senti que ela assentiu, chorando também.

— A tia Ali… Peeta, Amélia quem me contou. Eu não tenho direito de te contar. E talvez você não queira realmente saber.

Eu cobri meu rosto, me deitando em seu colo, dentro da banheira, deixando ela me envolver com seus braços, que já me consolaram tantas e tantas vezes. É como Amélia me abraçaria, e como eu a abraçaria, nesse momento.

— Peeta, eu perdi meus pais — Julia disse, entrando no banheiro, sentando-se na beira da banheira, olhando para mim com os olhos cheios d’água. — E essa dor é insuportável, e não tem quaisquer consolo para isso. Sei que quer saber o que foi que aconteceu, mas é bom que também saiba que suas irmãs e irmãos precisam de você, estão sentindo exatamente a dor que está sentindo. Amanhã, Peeta, você vai precisar ser a peça que ficou faltando.

Delly assentiu, triste.

— Mas como é que eu vou fazer isso, Julia?! — perguntei, com a voz estranha por causa do choro. Chorei ainda mais, e alto, no colo de Delly, que chorou mais também. — A minha mãe… a minha mãe!

Não consegui dizer a palavra, é muito difícil.

— Peeta… — Julia disse, também chorando. Ela se abaixou ao lado da banheira, pegando na minha mão. Trocou um olhar com Delly que eu não entendi. — Peeta, sua irmã, Stacey, está internada. Ela chegou a convulsionar quando recebeu a notícia e foi internada. Vai ser difícil, para o resto da sua vida, essa dor nunca some, e você tem direito ao luto, a todo o choro do mundo, mas agora, você ao mesmo tempo que lida com o seu luto, precisa se lembrar que os seus irmãos estão com o luto deles. É difícil entender agora, mas coloque isso na sua cabeça, que lá você vai saber como lidar com as coisas.

Eu estou como se não tivesse chão. É como se toda a gravidade tivesse me abandonado, e eu flutuasse, na mesma medida que eu estivesse preso e grampeado na parede.

Um soluço escapou dos meus lábios, mas eu não estava chorando mais tanto quanto antes, porque é como se minhas lágrimas fossem em menor intensidade. É como se eu estivesse me desidratando. Talvez eu já esteja desidratado.

Eu não tenho sequer palavras para descrever. É como o fim do mundo. Um buraco enorme na minha vida, nas próximas fases da minha vida. Um buraco no meu casamento, no dos meus irmãos, um buraco nas fotos de família quando meus sobrinhos nascerem, quando os meus filhos nascerem, tudo, simplesmente perdeu o sentido. É como se eu estivesse em um carro que capota em direção a um oceano profundo. Como se não fossem haver sobreviventes.

— Delly, a princesa está chamando eu, Layla e você, é urgente — Stefan disse, baixo, chamando a loira. Ela pareceu confusa, mas então uma luz pareceu ter se acendido nela.

— Tudo bem, eu já vou — avisou. — Peeta, precisa sair dessa banheira.

— Não estou afim — respondi, indo para o outro lado, voltando a posição que eu estava antes.

— Olha, Peeta, vem, a gente te ajuda a você ir para sua cama. Chora, mas chora no lugar certo, aqui você vai ficar com mais dor. Sério.

Stefan falou, se abaixando também, e eu fiquei verdadeiramente surpreso ao ver que ele está aqui nesse momento comigo também, com os olhos cheios d’água. Suas irmãs e Delly estão da mesma forma.

Me levantei, por causa deles, e fui para a cama, me cobrindo até os ombros, dizendo que eles poderiam ir para seus quartos, pois eu ficaria bem, e conseguiria dormir, em algum momento.

— Meu pai quando faleceu… Stefan foi o mais forte de nós três, mas para dormir, não conseguia. Toma um comprimido agora, que não vai te fazer mal — Layla disse, delicadamente, afagando meus cabelos. Eu ainda não acredito que ela tenha dezenove anos, pois é baixa, e com um cabelo bem cacheado, parece que tem no máximo dezesseis. — Amanhã vai ser o dia mais verdadeiramente difícil da sua vida. Você vai precisar pelo menos ter descansado seu corpo, mesmo que sua mente vá ficar acordada por pelo menos uma semana.

Assenti, e tomei o remédio.

— Você sabe o que aconteceu, não sabe? — perguntei, em um sussurro, chorando outra vez. Ela assentiu, com os olhos cheios d’água. — Ela ao menos não sentiu dor?

— Não sentiu nada.

Layla me respondeu em um sussurro doce, fazendo carinho no meu cabelo. Foi o suficiente para eu me acalmar um pouco.

— A gente está com você, ok? Não se esquece que nós estamos com você. Nós somos seus amigos, e não vamos te abandonar.

Eu nem consegui agradecer, porque logo Cato, Gale, Blane e Calvin entraram no quarto, e vieram imediatamente para onde eu estava.

— O quê? Como vocês ficaram sabendo?! — Escutei Delly perguntar, de uma forma até agressiva, para me defender.

— A rainha pediu para comunicar todo o palácio, está até em noticiário da televisão. A gente veio correndo, porque não sabíamos o que estava acontecendo — Gale explicou. — Peeta, cara, a gente nem sabe o que te dizer.

E eu não sabia o que falar, solucei várias vezes, por eles terem também driblado uma lei para virem me visitar, o que me fez chorar ainda mais, debaixo do meu edredom, igual uma criança faria nesse momento. Não entendi o que Delly disse, apenas sei que ela saiu, com Stefan, Julia e Layla, e os Selecionados ficaram, apenas ficaram, comigo no quarto, pondo um filme que eu não prestei  tanta atenção, mas foi o suficiente para que eu fosse dormir melhor do que seria se eu estivesse passando por isso sozinho.

Mas acho que essa é a questão toda. Eu não estou sozinho.

E durante toda a madrugada, mesmo quando eu simplesmente apaguei, sabia que Cato, Gale, Blane e Calvin estavam deitados ali naquela cama, arriscando tudo, apenas para que eu me lembrasse disso.

Foi suficiente para meu coração, que já era agradecido a eles, entrar em um modo infinito. Não tenho como agradecer. Mas eu nem me preocupei em agradecer agora, apenas fiquei sentindo a dor de que eu estaria voltando para casa, sabendo de que não veria minha mãe, porém, eu sabia que meus amigos estariam aqui para me apoiar independentemente do quão ruim tudo isso seja, e foi a única razão para eu ter conseguido dormir, enfim.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, é isso. Eu fiquei meio pá, pra postar, porque ainda dói demais a morte do meu pai, de vez em quando é como se fosse dia cinco de junho de novo, e eu tivesse a notícia, por acaso, no grupo da igreja que a gente congrega... (sim, eu realmente fiquei sabendo dessa forma, e é algo que até hoje eu não consegui superar), mas pessoas fizeram toda a diferença, e continuam fazendo.
No próximo, que eu acabei de escrever, está pronto, e eu realmente chorei escrevendo, porque eu tive que voltar para toda aquela atmosfera, que é no mínimo traumatizante. Acho que foi melhor porque a minha irmã mais nova não quis ir comigo e a minha mãe... Bem, eu vou deixar aqui o trecho do próximo, e a música vai ser Tears in Heaven, Eric Clapton (eu sempre fico terrivelmente arrasada quando escuto, e nossa, mesmo sem saber que eu um dia iria no enterro do meu pai assim, quase um ano depois que eu comecei a escrever o capítulo, da morte da mãe do Peeta, que já estava programada na minha cabeça desde o prólogo, eu já ficava me sentindo mal todas as vezes que escrevia, porque eu não sabia o que era um luto, o que era perder um pai, perder alguém realmente amada por mim, e pelas pessoas ao meu lado. mesmo que a música que incrivelmente tenha marcado o dia tenha sido fix you do Coldplay, que o Chris escreveu para a ex-esposa quando ela perdeu o pai *eu ouvi por acaso antes da hora do falecimento do meu pai*, não vi como colocar outra coisa para abrir o capítulo)

"É sobre alguém que enfim alcançou a redenção, para alguém que passou a vida em escuridão, mas depois de vislumbrar o amor de Deus, enfim descansou. Minha mãe já era cristã antes que eu nascesse, antes mesmo que ela se casasse, então ela já havia sido alcançada por esse amor, mas agora ela desfruta plenamente de todos os seus esforços em vida, agora ela usufrui da parte da música que diz:
A graça de Jesus me trouxe seguro, tão distante,
E a graça me levará para casa.
Sim, ela agora está em casa. Para mim, meus irmãos, meu pai, infelizmente, não é a nossa casa, mas é uma outra casa, em um lugar mil vezes melhor do que esse, e isso me trouxe uma paz que eu não sei de onde mais poderia ter vindo a não ser de Deus.
Tossi, de tanto chorar, e me sentei no chão da sala, cobrindo meu rosto com minhas mãos, porque sei também que os meus irmão vão precisar de mim depois daqui. Já passei tempo demais longe, agora eu preciso ajudar eles no que eu puder.
E o coral cantou, para finalizar, mais uma vez, o refrão, e a parte favorita da minha mãe:
Maravilhosa Graça, oh quão doce é o som
Que salvou um miserável como eu
Eu estava perdido, mas agora eu me encontrei
Eu estava cego, mas agora eu vejo.
Ah, Graça. Graça… Graça…"

"Era meu maior desejo desde o começo, que eu nunca quis ir para o palácio, que agora é como se fosse a minha casa, e vai se tornar, em pouco tempo, mas aqui ainda é um lugar especial. É o meu lar.
Abri, devagar, sentindo outra vez meus olhos se encherem d’água, tirei minha toca, segurando em uma mão.
Então, vi todos os meus irmãos na sala, Ben no colo do meu pai, Amélia sentada no chão, todos com roupas de frio, mas não mais as da igreja. Estavam esperando por mim.
— Me perdoem por todo o tempo que eu passei fora — falei. — Me perdoem.
Stacey foi a primeira a correr na minha direção, depois todo mundo fez a mesma coisa, nos envolvendo em um abraço coletivo em família, com lágrimas."

Não tenho mais muito o que falar, porque eu realmente estou triste, por ter revivido, mesmo que sem querer, uma péssima memória desse ano assustador que foi 2017, não só pelo falecimento do meu pai, mas porque foi um ano que só aconteceu coisas ruins.
Mas pessoal, espero que tenham gostado, de verdade, e independente, é uma das minhas partes favoritas, e eu vou explorar bem essa parte do Peeta finalmente em casa com a família, para fechar esses três capítulos dele, com um bônus, que eu pensei que fosse ser da Katniss, mas quando vi tudo o que estava envolvido, no caso, não ia bater com os acontecimentos, então acabou que a Delly me lembrou que ela quer contar um pouco de como ela está, e uma pessoa que eu acho que vocês gostam, porque a Katniss deixou algo no ar... algo sobre quase ter acontecido com uma pessoa, e essa pessoa não era o Peeta.... hm... quem poderia ser? *pensativa
Bem, mas ainda tem coisas para acontecer, e eu garanto que nada disso é para encher linguiça. Gente, minha mente está rendendo demais, eu pensei que iria colocar tudo em um capítulo, mas pelo visto não, os personagens são mais fortes e querem falar mais do que eu estava imaginando!!!!
Me desculpem, mas pelo o que parece vamos ter mais uns capítulos mesmo, e eu não sei mais exatamente como vai ficar a relação da quantidade até o final *balançando a cabeça em negativa, decepcionada
Às vezes eu fico um pouco preocupada de estar enrolando vocês, mas eu ainda sigo os acontecimentos, mesmo que patinando, dos livros de A Seleção, e essas coisas precisam acontecer.
AH!!! UMA BOA NOTÍCIA! Eu, em 2015, quando postei essa fic, disse que teríamos quatro fases, certo? Bem, estamos na terceira, e a quarta vai se chamar "Os Herdeiros", contando mais do pós tudo isso. Não deve passar de seis capítulos de quatro mil palavras, ou até menos, mas vai ter sim, pessoal, só pincelando tudo.
O próximo capítulo vai vir na semana que vem, não sei bem o dia, mas vai ser na semana que vem mesmo, possivelmente antes de sexta-feira que vem, porque eu preciso terminar um outro para cá mesmo, para poder postar, e não correr o risco de cometer a mancada que eu cometi antes, ficando meses sem postar, mas como eu fico só em casa, não vai passar de uma semana mesmo não!!!!
Bem, preciso ir nessa, já enrolei demais kkkkkkkkkkkk fiquem com Deus, galeris, bjs, bjs, bjs, e MUITO OBRIGADA MESMO por todo o carinho de vocês, eu não sei como agradecer por todo o carinho de vocês nos comentários, recomendações, mensagens!!!! Que isso volte para vocês no que vocês estiverem precisando!!!! ♥

OBS: Peeta, Cato e Gale (imagem ilustrativa kkkkkkkkk) >>>> https://data.whicdn.com/images/51738236/original.gif

Peeta e Cato: https://78.media.tumblr.com/6794db588842bce55973a1f5ee0f0602/tumblr_mriewwqzuJ1s3b47zo1_500.gif
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Prim vestido: http://cdn03.cdn.justjared.com/wp-content/uploads/2013/11/claflin-catchlon2/sam-claflin-willow-shields-catching-fire-london-premiere-10.jpg

Katniss vestido: https://static.gofugyourself.com/uploads/2017/10/72d2a8fab04-1507827678.jpg

Os meninos da Seleção: https://vignette.wikia.nocookie.net/onedirection/images/5/54/One-Direction-image-one-direction-36568469-500-250.gif/revision/latest?cb=20140405165949

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