Code Red escrita por Ellie Caroline


Capítulo 2
Cidade Vermelha


Notas iniciais do capítulo

Olá! Dessa vez o ponto de vista é da linda e RAINHA April Moore.
Aproveitem!



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April Moore

Acordei com a infernal musica da Taylor Swift soando por todo meu apartamento. O quão ruim é dividir um apartamento? É ter que ajustar todo seu horário para o horário de sua companheira. Levantei e me dirigi ao banheiro do quarto tentando bloquear ao máximo a música, e colocando um fone de ouvido na lista de presentes de aniversário de Schafer.

Olhei-me no espelho e vi meus olhos verdes me encarando. Há olheiras bem profundas abaixo dos meus olhos e linhas de expressão que com certeza não estavam ali uma semana atrás.

Desde o início no incidente na cidade Vermelha, estamos todo em um trajeto infinito. Sem saída e perdemos a porta de entrada.

Passei uma escova em meu cabelo loiros e o prendi em um rabo de cavalo alto. Vesti roupas normais, já que hoje não era trabalho normal, e pegando meu celular. Peguei minha única mala de mão e a deixei na sala seguindo para a cozinha.

Vi Georgina rodopiando pela cozinha com uma colher de pau na mão, sem ter noção que estou parada na porta. Não pude evitar de sorrir. É sempre bom ter algo para sorrir no meio de tudo o que acontece em minha volta. Georgina é meu escape da vida real. Apesar de termos uma diferença entre artistas para se ouvir quando a outra está em casa, ela é minha melhor amiga, e não trocaria esses dias e discussões por nada.

– "Stay, all you had to do was staaaaaaaaay" - Deu uma girada e finalmente me viu escorada no portal.

– Oi Ge. - Gargalhei me sentando na mesa e pegando um pedaço de pão e comendo em pedaços, enquanto ela desligava o som.

– Quanto tempo você está aí? - Sentou na minha frente ofegante e sem um pingo de constrangimento.

– O suficiente para me questionar qual versão dessa música é pior: Ao vivo ou estúdio.

– Engraçadinha - Pôs língua para mim e de repente ficou triste.

– O que foi? - Perguntei sem saber o que aconteceu.

– É que... Você vai para lá. - Sussurrou olhando para o próprio prato e entendi o que quis dizer.

– É, eu irei. - Concordei suspirando e mantendo a calma. Uma de nós deveria ser o suporte da outra.

– E talvez não volte. - Falou mais alto e vi seus olhos brilhando. Gemi.

– Georgina, não fica assim. Eu voltarei. - Peguei sua mão.

– Promete?

Desviei o olhar sem poder controlar.

– Prometo.

***

Não me demorei em meu café da manhã e logo estava no departamento. Depois de receber longas ordens e planos e fichas sobre meus novos companheiros, eles me liberaram para a Cidade.

Já é quase meio-dia e o sol brilha mais forte do que nunca no céu, fazendo as montanhas parecerem mais brilhantes. Tentei manter um nível de velocidade no limite, a pista esvaziou gradativamente até o trecho único para Asmeric. Apesar de manterem ainda a notícia para as cidades vizinhas apenas, muitas pessoas de fora evitam passar e contornar a cidade.

Queria poder ainda hoje começar a investigação do caso, mas quero passar em meu novo apartamento provisório, tomar um banho e almoçar. Com isso, chegarei no departamento da cidade apenas para conhecer ao vivo meus parceiros e algumas rotas.

Passei por uma placa que dizia que eu estava a duas horas de distância para Asmeric. Cidadezinha pequena, mas bem longe.

***

Cheguei ao apartamento, que mais parecia um prédio abandonado, e a recepcionista me disse que era a última a chegar e que meu quarto está pronto.

Ótimo, até na missão suicida eu sou a última.

– Seu quarto é o 636, segundo andar, última porta. - Disse me entregando uma chave.

636? Sério? Achei que 636 e 666 eram proibidos de serem utilizados.

– Muito obrigada. Já estou saindo. - Agradeci e me lembre de algo. - Aqui tem algum lugar para almoço ou já é muito tarde?

Já são 2:20 PM.

– Nós temos uma ala de refeição, mas podemos levar em seu quarto agora mesmo.

– Isso seria ótimo. - Sorri.

Fiz meu pedido e subi para meu quarto.

É apenas um quarto pequeno, com uma vista para uma pequena floresta ao lado do prédio. No meio do quarto está uma cama de solteiro, com lençóis novos, ao lado um criado com um pequeno abajur. No canto ao lado das duas janelas está uma cômoda com uma gaveta quebrada e solta de um lado.

Ao lado esquerdo da porta é o banheiro, que felizmente, parecia bem limpo. Todas as peças numa cor marrom claro, assim como o piso e as paredes. Uma cortina branca separa o box do restante do banheiro.

O almoço chegou logo após de um banho e uma troca de roupa. Desci e logo a recepcionista me chamou.

– Senhora Moore?

– Senhorita. - A corrigi com pegando meu celular conferindo as horas. Se eu fui a última a chegar no hotel, provavelmente pegarei as instruções depois de todos, sem direito a intervenção. Suspirei.

– Desculpe, senhorita. É que... Sabe... Nesses tempos sombrios, temos hora de recolher. - Continuou. Não mudei meu olhar esperando. - Fechamos o hotel mais cedo. Nada entra e nada sai.

– Entendi. - Falei. - Mas você sabe que como detetive especial eu devo ficar fora até tarde, e sair a hora que precisar. Eu e meus colegas, Black e Luke.

Franziu o cenho olhando novamente as fichas mas desistiu.

– Então temo que temos um problema aqui.

– Temos. - Concordei. - Então por que você não nos dá uma chave da porta? - Sugeri e vi seu olhar nervoso. - Sério, não iremos roubar seu hotel.

– Tudo bem então.

Virou e pegou três chaves separadas.

– Para vocês três. - Disse à contra gosto

– Obrigada!

Revirei os olhos ao virar e ir para meu carro. Deixei na portaria mesmo já que logo desceria. Enfiei as duas chaves no bolso traseiro direito e a minha no bolso esquerdo.

Através de um mapa que recebi da cidade pude chegar com um atalho no departamento.

Estacionei atrás de um carro prato e fui para dentro. Parecia um caos. Gente passando pra lá e pra cá e ninguém me notou.

– Rua Magnolia, Policial Chandler. Acidente entre dois carros.

– Rossum, traga os papéis.

Rossum, moreno e alto, correu com seus papéis e tropeçou em seus próprios pés. Mecanicamente o ajudei.

– Obrigado, sério. - Parecia nervoso e estava com suas mãos trêmulas. Num impulso peguei sua mão a forçando a parar. É inevitável, odeio quando as pessoas tremem demais algo do corpo. - S... sério... eu...

– Está tudo bem. Ei.

– Ok. Desculpe. Minha primeira semana.

Concordei com a cabeça.

– Sou April, você precisa de ajuda? - Apontei para os papéis.

– N... não... sério...

– Está tudo bem, senhor sério. - Sorri abaixando a voz - Mas agora preciso algo em troca. - Arregalou os olhos - Não é isso.

Suspirou aliviado mas logo balançou a cabeça.

– Não que eu não queira... Quero dizer... Sério...

O interrompi.

– Preciso me encontrar com o pessoal da força especial.

Levantou as sobrancelhas

– Veio trazer algum recado?

– Sim, preciso dizer algo sobre a última pessoa para a reunião. - Disse em tom de segredo.

– Ah sim. Se quiser, posso te levar. - Espera só um pouco.

E saiu tropeçando novamente até chegar na mesa de um senhor barbudo que o olhou irritado. Rossum fez uma pequena reverência e correu para meu lado novamente.

– Pronta?

Me levou através da sala principal até o segundo andar. Todas as salas estavam com as janelas abertas, menos uma, a última que mantinha a porta e janelas fechadas.

– É aqui. - Parou e me olhou e tentou estufar o peito, que mais pareceu num galo prestes a carcarejar. Prendi o riso. - Espere um pouco, direi que está aqui.

Bateu duas vezes na porta e abriu uma fresta para se identificar.

– Sou o policial Rossum e estou aqui com uma pessoa que diz ter recado da última pessoa para a reunião.

– Recado? Quem é? - Perguntou uma voz grossa mas não pude ver seu rosto até Rossum abrir mais a porta e me deixar visível.

Havia apenas três pessoas ali, todas com um copo de café na frente. O primeiro que vi foi um rapaz, de aproximadamente 25 anos. Seu cabelo parecia ter saído de um vento infernal, suas feições eram sérias, mas é um rapaz bastante bonito, o bastante para me atrair numa sexta a noite. Ao seu lado, um cara mantinha preso um riso. O cabelo castanho claro mantém um corte reto.

O da ponta da mesa, tem um cabelo loiro desbotado, com um uniforme típico e como se levantou, provavelmente é o falou inicialmente se levantou, e se foi, é o Alfonse Davis.

– April Moore. É um prazer te ter aqui conosco. Já estava achando que não vinha mais.

Deduzi que os outros dois seriam meus parceiros. Mas não sei quem é quem, em suas fichas não havia fotos.

– O prazer é meu, senhor. - Apertei sua mão.

– Moore? Você é... um... uma agente...

– É... Sobre isso. - Sorri de lado. - Obrigada Rossum.

– É, agora você pode ir. - Falou o cara do cabelo castanho claro. - Daqui a pouco todos nós estaremos nadando em sua baba.

– Ewe, credo. - Comentou o homem ao seu lado.

– Com sua licença senhor.

Olhou mais uma vez em minha direção e fechou a porta. Todos me olhavam.

– Ele caiu na minha frente. - Expliquei e todos concordaram.

– Sente-se April. - Me sentei na cadeira ao seu lado esquerdo.

– Prazer Moore. - Sorriu o moreno mas logo desviando o olhar para Davis.

– Não começamos a reunião de fato. Mas já adiantamos muitas coisas.

– Imaginei que o tempo de viagem seria menor. - Me desculpei.

– É claro que não. Mas não colocamos um horário específico, não é mesmo? - O moreno se inclinou em direção à Davis.

– Obrigada Black! - Agradeci sorrindo e de repente todos estavam rindo, fechei a cara. - Perdi alguma piada?

– Desculpe April, mas ele é o Brown.

Balancei os ombros.

– Quase.

– Imagino que saiba o do nosso incrível amigo. - Disse Brown. Os resquícios de expressão séria sumiu drasticamente.

– Bins? - Tentei mas os risos voltaram. - Luke? Eu desisto. Sou péssima com nomes.

– Percebemos - Concordou Brown e apontou para o amigo - É Barry Lins e eu sou Dominic Brown.

– Desculpe.

– Então comecemos a reunião. Num resumo calmo e claro do que já foi dito: Vocês só irão patrulhar das 7AM às 9PM, e não se arrisquem demais, vocês são necessários e temos policiais que estão treinando todos os dias.

– Ficamos esse tempo todo, para ter esse resumo? Queria eu ter chegado atrasado como April. - Resmungou Barry afundando na cadeira.

Davis o ignorou.

– Agora. - Se levantou e pegou algumas pastas e jogou na nossa frente. - Essas são as fichas de todas as pessoas mortas. Estudem e achem um padrão.

– Okay, tentar achar um padrão. - Repetiu Barry pegando uma das fichas e abrindo. - Wow, tem fotos.

– Vocês não vão tentar. - Davis se levantou pegando seus pertences e indo para a porta. - Vocês vão achar. Preciso cuidar de algumas coisas. Tem a cantina, se ficarem com fome, podem ir pegar algo. Lembrem-se, não fiquem até tarde.

E se retirou.

– Bem chato, né? - Perguntou Barry.

– Chato não, responsável. Se liga nessas mortes Lins, não são brincadeiras. - Repreendeu Brown.

– Eu sei... - Suspirou Barry se ajeitando na cadeira. - Quando fico nervoso, tento não demonstrar.

– É, mas você me deixa nervosa fazendo isso. - Comentei pegando um bolinho de um prato. - Vamos nos concentrar.


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Notas finais do capítulo

Pretendo postar um capítulo por semana, enquanto isso... Reviews?