Your Hunger Games III - Fanfic Interativa escrita por Soo Na Rae


Capítulo 13
Ambrósia


Notas iniciais do capítulo

Depois que eu li os reviws me deu vontade de escrever e fiz mais um pra vocês! Boa leitura.



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Ambrósia

“Tenho duas caras. Uma quase feia, outra quase bonita. O que eu sou? Um quase tudo.” – Clarice Lispector

Fall Out Boys – Centuries

Crystal ergueu sua cabeça, sentindo o vento levar os cabelos louros para trás dos ombros. A loja de conveniência estava fechada, fortemente, embora o tempo tivesse desgastado as tábuas, correntes e a própria fechadura da porta. Deu de ombros, voltando para junto de sua Aliança. Yerik estava reunido todos os pedaços de metal que conseguiram encontrar, juntos numa pilha, havia aqueles que eram inúteis e os que poderiam ser usados em combate. Ele então tratou de também separar deste modo. Alexander e Linx olhavam ao redor, atentos a qualquer movimento estranho, enquanto Ewlleen permanecia sentada com sua própria maçaneta quebrada. Ela segurava a bola de metal com destreza, movendo-a pelas mãos e jogando-a para cima e para baixo. Seu companheiro de tributo fora morto pela garota que encontrou a primeira barra no meio da grama. Crystal sentia inveja por não ter feito isso primeiro. Caso o fizesse, poderia ter matado mais tributos que ela, poderia ter matado alguém. Abriu um pequeno sorriso, enquanto segurava o braço de Yerik.

– Já tem algo para mim? – perguntou, esfregando-se em seu ombro. O garoto ergueu duas pequenas peças quebradas de algo, eram chapas de metal finas, cujas pontas eram extremamente afiadas.

– Podem ser facas. – ele disse, e continuou procurando pela pilha de escombros. Crystal levantou-se, caminhando em direção ao casal do Distrito Nove.

É claro que não estavam com ele por causa de suas habilidades. O Distrito Quatro era horrível este ano e Alexander tinha um rosto muito bonitinho, algo que foi comprovado no Desfile, quando parte dos aplausos também foi para ele. Crystal não gostou de dividir, porém conseguiu um aliado. Além disso, a Capital adoraria os dois tributos mais bonitos juntos, em um caso amoroso. Bastava ele cair naquele jogo, e ele era tão burro e medroso que ela conseguiria lidar facilmente com ele. Alcançou-os enquanto Linx dizia algo e revirava os olhos, visivelmente irritada. A menina era um fardo que veio junto de Alex. Tinham de aceitá-la se o queriam na aliança, essa foi a proposta dele, algo ridículo. Por que ele iria querer uma menina tão inútil na aliança? Talvez por gostar dela. Se esse fosse o caso, tinha de separá-los agora mesmo, antes que se aprofundassem nos laços de amizade e fossem para o nível dois. Crystal não admitiria perder.

Seu colar rolou por dentro da camisa e se acomodou sobre seu coração. A letra A estava gélida. Pensou nos ossos debaixo da terra, se contorcendo. E segurou a gargalhada gutural que subiu junto com seu sorriso mais avassalador.

– Que tal tentarmos abrir a loja? Talvez encontremos algumas coisas úteis. – propôs. Alexander retribuiu o sorriso com outro ainda mais caloroso. Eles seriam o casal perfeito para acabar com todos. A aliança não importava. Importava a popularidade deles fora da Arena, tudo dependia da popularidade. Os Idealizadores ajudavam os queridinhos do público.

– Eu consigo abrir facilmente. – ele concordou.

– Eu sei que consegue – respondeu, mordendo o canto do lábio inferior. Alexander ergueu uma sobrancelha, enquanto flertavam com os olhos. A garota revirou novamente seus olhos e estalou os dedos diante do rosto deles.

– Não vamos nos arriscar tanto assim, certo? Quem sabe não seja uma armadilha da Capital? Pode explodir quando nós entrarmos lá. – ela disse, e Crystal detestou o tom de voz que ela usou. Ele se achava inteligente, se achava a dona da verdade. Crystal odiava pessoas assim. Ela matava pessoas assim. Sorriu, amigavelmente.

– Tem razão, pode ser uma armadilha. Por isso vamos abrir mão de saber o que há lá dentro, o que pode ser apenas caixas de salgadinhos e refrigerantes abandonados, ou quem sabe armas decentes. – e ergueu as placas de metal que ela usaria como facas. Alexander segurou uma risada e balançou a cabeça afirmativamente. – Eu vou abrir, se explodir, quem morre sou eu.

E então ele partiu caminhando em direção a loja. Que idiota. Ele era tão, tão burro. Linx bufou, visivelmente irritada. Ela era uma garota divertida de se observar, ela gostava de se irritar com as pessoas de quem gostava. Ela era um incrível paradoxo. E os paradoxos são complexos demais. Isso lhe dá dor de cabeça. Crystal detesta ter de perder tempo com coisas tão supérfluas. Alexander parou em frente a porta da loja de conveniência e chutou-a com força. A porta cedeu sem qualquer resistência, porém não foi a fechadura que quebrou, foi a madeira. Partiu ao meio, podre. Ele, cheio de si, olhou por cima do ombro e sorriu para elas. Crystal bateu palmas, entusiasmada com toda a força que ele havia demonstrado. Estava dando o primeiro passo para se aproximar de lá, quando sentiu dedos agarrarem seu braço com força. Unhas puxaram o tecido de sua jaqueta.

– Eu sei qual é o seu joguinho. – Linx murmurou entre dentes. – Se acha que vou deixar vocês enganar a todos, você é quem está enganada.

Crystal se virou, com seu rosto mais infernal. Com seu rosto mais... Amber.

– As pedras no caminho a gente chuta.

E se desvencilhou, saltitando até Alexander, que já estava vasculhando o local com Yerik e Ewlleen. Com o canto do olho, viu Linx parada no mesmo lugar. Era melhor ela não se borrar nas calças, eles não tinham roupas suficientes para todas as vezes que ela se amedrontasse. Crystal colocou a cabeça porta adentro da loja e viu o balcão onde doces e salgados estavam alojados. Por algum motivo, o lugar não estava sujo, nem cheirava a poeira. Ewlleen conseguiu encontrar o interruptor das luzes e as acendeu. Havia eletricidade. E as grandes geladeiras ostentavam latas de refrigerante intactas. Abriu uma das portas e tocou uma das latas. Estava gelada. Pegou-a e abriu-a. Bebeu um gole. O gosto gasoso era adorável.

– Essa é a nossa Cornucópia. Sinceramente eu adorei ela. – sorriu, entregando um refrigerante a Alexander. – Obrigada, Alex.

– Sem problemas – ele abriu a lata e também bebeu.

Crystal distribuiu os refrigerantes, enquanto Yerik encontrava salgadinhos atrás do balcão. Quando Linx entrou, lhe deu também um refrigerante e sorriu, simpática. Ela demorou para abrir e beber, apenas depois de ver que todos tinham bebido é que tomou coragem.. Crystal a havia subestimado. Ela não era tão inútil assim. Era inteligente e entendia muito bem o ambiente ao seu redor. Parecia ela quando criança. Sempre atenta a tudo ao seu redor, sempre olhando para tudo ao seu redor. Sugando informação.

Havia alguns dias que desistiu de bancar a máscara que estava carregando há anos. Ela não tinha toda aquela inocência que fingia ter. Ela não era nem a metade da simpatia que fingia ser. Ela nem mesmo era Crystal. Sorriu consigo mesma. É, é verdade. Ela é uma mentira. Uma inteira mentira. Crystal está morta, junto com Amber. Isso era tão engraçado.

Cada um se sentou em um canto, Ewlleen continuava sozinha, sem puxar assunto com ninguém, Yerik era curioso demais, por isso não desistiu de encontrar mais suprimentos ou possíveis armas. Linx estava sobre o balcão, lambendo o sorvete que Alexander havia encontrado próximo a máquina de café. Aquele lugar era o paraíso. Nem mesmo notaram enquanto o tempo passava. Ela conversou sobre banalidades com Alex e lançou olhares amigáveis para Linx, que devolveu com ódio e frieza. Quando o hino da Capital começou a ser tocado, eles saíram, olhando para o céu. Estava escuro e era noite, a Lua estava cheia e muito frio fazia, enquanto vento passava por eles, cortando-lhes os agasalhos. Os rostos que surgiram no céu eram os do garoto do Dois e do Cinco, ambos com aparência ameaçadora, mas agora mortos. Crystal não conhecia muito bem o colega de Ewlleen, ele era introvertido como ela, embora bem forte. Morreu de forma banal, completamente ridícula, pois era descuidado demais. E burro demais.

Pessoas assim, a gente chuta.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Eu adorei. Por favor, me digam se querem que seu personagem vá para determinada área da Arena, ou se quer que ele brigue/se alie com alguém. Aqui vai a lista de tributos sem aliança até o momento:
Ruby Evans – D6
Alain Walker – D6
Lex Blood - 10
Lunara Gwen – D3
Beijos da Meell!



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