Não Sou Nenhum Herói. escrita por Ally Rocket, Am0rim


Capítulo 9
Aranhas & Gritinhos de Menina.




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POV Austin

—Tenho a certeza que já vi este nome em algum lugar. - Digo olhando para o nome da mãe do Sam.

—Onde?

—Não sei, mas o nome Olivia Becker não me é estranho.

—Essa é a minha mãe! - Diz alguém entrando no meu quarto. Olhei para trás e vi que era a Ally.

—Você tem a certeza? - Pergunta o Sam.

—Sim, esse é o nome da minha mãe!

—Não pode ser.

—Então é por isso que sei o nome! - Digo.

—Como é que sabes que é o nome da minha mãe? - Pergunta a Ally parando na minha frente e eu lembrei de como sei o nome da mãe dela.
 

Flashback On

Estava no cemitério a colocar rosas brancas, as preferidas da minha mãe, na sua campa e quando me estava a ir embora ouvi alguém falar.

—Feliz Aniversário mãe. Sinto tanto a tua falta! - Percebi que era a Ally e o pai. Ela vestia um vestido preto pelos joelhos e usava umas sapatinhas pretas. O pai usava um terno preto e branco e um laço preto. Ele estava a abraçá-la de lado enquanto olhavam para a campa em frente deles.

—Vamos querida. Vamos para casa.

—Te amo mãe. - Diz e saiu do cemitério ainda abraçada ao pai.

Caminhe lentamente até a lápide e li o que continha: Aqui jaz Olivia Becker Dawson. Ela era uma grande pessoa, mulher, mãe e autora. "Tente e quando falhar, levante-se e tente de novo"

Tirei uma das rosas que sempre guardo no bolso e coloquei sobre as que aqui estavam, calculo que tenha sido a Ally. Levantei-me e observei a Ally e o pai partirem naquele carro velho. Depois de saírem da minha vista olhei novamente para a lápide.

—Sinto muito! - Digo sorrindo triste e saí do cemitério indo para casa.

Flashback Off
 

—Austin! - Ouvi o Sam chamar-me.

—O quê? Uhm...sim?

—Está tudo bem? - Simplesmente olhei para ele.

—Nem por isso!

—O que foi? O que há de errado? Já não me vais ajudar?

—Vou claro que vou. É só que... - Olhei para a Ally. - Olivia Becker é mesmo a mãe da Ally. - Digo e ele olhou para a Ally.

—Porque estão a falar da minha mãe?

—Eu...e-ela também é minha mãe! - Responde o Sam.

—Impossível!

—Acredita que é possível! - Digo e seguro os papeis da filiação do Sam. - Posso lhe mostrar? - Ele assentiu e eu entreguei os papeis para a Ally.

—Os meus pais nunca me falaram nisto!

—Se calhar o teu pai não sabia e a tua mãe não te quis dizer.

—Ela nunca me esconderia uma coisa destas!

—Ela deve ter tido uma razão para não te contar.

—Porque é que ela me abandonou? - Pergunta o Sam e nós olhámos para ele.

—Eu não sei se ela era capaz disso! Ela deve ter tido uma razão para fazer isso.

—Qual é a razão para se abandonar um filho?

—Eu não sei! Nunca tive nenhum.

—E sobre o meu pai? Porque ele também me abandonou?

—Isso eu já não sei. Se o meu pai sabe de alguma coisa ele sabe esconder porque nunca o ouvi falar sobre isto.

Ouvi a porta lá em baixo fechar e depois gritarem.

—AUSTIN PODES DESCER POR FAVOR! - Ouvi o Ashton gritar.

—JÁ VAI! - Grito de volta. - Já volto! - Digo e desci as escadas e não podia acreditar no que estava a ver.

—MIA! - Gritei, mas alguém gritou assim como eu. Olhei para trás e vi a Ally com o maior sorriso no rosto.

—Não posso acreditar. Como? Pensei que estavas em Sidney! - Diz a Ally correndo para a Mia e a abraçando.

—Eu estava, mas os meus professores decidiram mandar-me para cá para acabar este ano.

—Isso é tão bom. - Eles olharam para mim.

—Então Austin, não recebo um abraço? - Pergunta a Mia.

—Primeiro desde onde e quando é que vocês se conhecem?

—Eu e a Ally conhecemos-nos em Sidney uns meses atrás, a mãe dela havia morrido à menos de um mês. Eu ajudei-a a ultrapassar o que aconteceu e ficámos muito amigas. Agora já posso receber o meu abraço.

—Ainda não. Tenho a certeza que você não voltou para ficar cá o resto da vida. Quanto tempo ficas?

—Pelo menos três meses. - Assenti e corria até ela a abraçando. - Também tinha saudades! - Diz e eu ri.

—Eu precisei tanto de você, do seu apoio, a sua ajuda, os seus conselhos!

—Eu sei Austin, agora sei e estou me sentindo muito mal por não ter estado aqui quando você mais precisou, principalmente depois de o Ash me contar tudo. - Olhei mortalmente para ele, sabendo que ele contou muito mais que os nossos pais...não vou dizer.

—O tio já chegou? - Pergunta o Ashton desviando o olhar do meu.

—Não, mas não deve faltar muito...O Sam! Eu já volto! - Digo e corro para o meu quarto. Quando entro vejo que o Sam estava a pesquisar qualquer coisa no computador.

—Hey, está tudo bem?

—Sim, e por aqui?

—Sim, estava só a pesquisar o nome da minha mãe para ver como ela era.

—Eu tenho uma coisa para te mostrar.

—O que é?

—Está lá em baixo. Tenho a certeza que te vai fazer sentir melhor.

—Neste momento não há nada que me faça sentir melhor.

—Eu tenho a certeza que vai e quando voltarmos para aqui, vamos procurar pelo teu pai.

—Está bem. - Ele se levanta e descemos até a sala.

—Mia? - Pergunta arregalando os olhos e depois de voltar à realidade, correu até ela e a abraçou.

—Oi Sammy.

—Por favor esse apelido não, já basta a Lucy. - Resmunga se afastando da Mia.

—Tudo bem. - Diz e olha para nós os três, assim como a Ashton. - O que se passa?

—Nada.

—Eu sei que isso é mentira. Vocês demonstração muitas emoções e devo desde já admitir que nenhuma delas transmite felicidade. - Diz o Ashton.

—Sentem-se. Eu quero saber o que se está a passar. - Diz a Mia e nós nos sentámos no sofá.

Não abrimos a boca nem proferimos uma única palavra, a única coisa que fizemos foi olhar uns para os outros. Este silêncio era um pouco desconfortável, mas eu não seria o primeiro a quebrá-lo até porque o assunto não é comigo e eu não tenho o direito de andar por aí a contar, mesmo que sejam a Mia e o meu irmão.

Tanto a Ally como o Sam olhavam para as mãos e algumas vezes trocavam olhares e olhavam à volta, antes de retomarem o olhar para as mãos.

Do nada senti uma coisa leve passar pelo meu braço e quando olhei para ele estava lá um pequena aranha.

—Ahhh! - Gritei me levantando e sacudindo o braço, tentando tirar de lá a aranha.

Quando vi que ela já não estava lá parei e tive a sensação de estar a ser observado. Olhei para a frente e vi que os quatro que antes estavam em silêncio olhavam agora para mim, se esforçando para não rir, mas não conseguiram não fazê-lo pois começaram a rir como gazelas loucas.

—O que foi isso? - Pergunta o Ash ainda a rir.

—Uma aranha! - Digo e eles riram mais. Me sentei no sofá e cruzei os braços enquanto eles riam que se fartava. - Não sei onde está a graça!

—Desculpa...mas...isto...foi mesmo...engraçado. - Diz a Ally enquanto segurava a barriga a rir.

—Não não foi!

—Ahhh! - Grita o Sam se levantando do sofá e me imitando. Revirei os olhos mais uma vez. - Você ainda tem esses gritinhos de menina?

—Eu não tenho gritinhos de menina! - Exclamo me levantando.

—Não? Então você não se ouviu foi?!

—Vocês são tão engraçados, pena foi que eu esqueci de rir!

—Para a próxima irei gravar! - Diz a Ally e eu olhei para ela chocado.

—Você está contra mim?

—Desculpa Austin, mas desta vez sim! - Responde rindo e eu cruzei os braços me voltando a sentar no sofá como uma criança de 5 anos amuada.

—Aww, o menino vai fazer beicinho? Num fica assim não.

—Eu queria ver se fossem vocês. Queria era que a estúpida aranha vos subisse para a cara.

—Chega, não consigo rir mais, minha barriga está doendo. - Resmunga a Ally continuando a rir.

—Podem parar de rir?

—Acho que não consigo.

—Já não tem graça. - Digo sério para ver se eles pararam, mas acho que isso fez pior porque depois de olharem para mim começaram a rir mais.

Me levantei e fui até a cozinha. Peguei um copo do armário e enchi com água. Bebi um pouco e olhei para fora da janela. Vi o meu tio estacionar o carro e vir até a entrada de casa. Pousei o copo na mesa e dirigi-me até a sala, no tempo em que meu tio entrou. Aquelas gazelas estúpidas ainda se estavam a rir e a única coisa que fiz foi ignorar.

—O que está a acontecer aqui? Porque estão a rir?

—Esses loucos aí só sabem rir das desgraças dos outros!

—Porque estão a rir de você? - Pergunta a olhar para mim.

—Como sabe que é de mim que estão a rir?

—Primeiro você não está a rir e segundo a reação que teve quando eu perguntei porque o faziam disse praticamente tudo. Agora...porque estão a rir de você?

—O Austin...Ele... - O Ash tentou explicar, mas se sentou no sofá rindo mais.

—Eu mostro... - Diz o Sam se sentando no sofá tentando não rir e depois disso me imitou mais uma vez. - Tudo isto por causa de uma aranha minúscula.

—Não era minúscula! - Me defendo. - Só era um pouco pequena. - Dito isto eles riram mais e o meu tio também começou a rir. - Traidor! - Digo lhe semicerrando os olhos.

—Eu queria tanto ter visto isto.

—Tio!

—Desculpa Austin, mas foi muito engraçado.

—Sabem, vocês não são nada engraçados!

—Nós não mas você sim.

—Parem. - Resmungo.

—Eu vou parar porque já não consigo mais rir. Um pouco mais e a minha barriga vai explodir! - Diz a Ally.

—A minha também. - Diz o Sam.

—Já não era sem tempo! - Resmungo.

Aos poucos, eles foram parando e rir e voltaram às expressões tristes, confusas e deprimentes de antes, assim como o silêncio. De um momento para o outro, a sala ficou completamente silenciosa e quase que só se ouviam as nossas respirações de tanto silêncio que havia.

—Eu não queria estragar o momento de felicidade que tivemos à pouco, mas eu consigo ver que algo não está bem e quero saber o que é. Estou a ficar preocupada. - Diz a Mia olhando para todos nós.

—Desculpa, mas eu não quero falar sobre isto. Tenho de ir. - Diz pegando o casaco, que por alguma razão estava aqui no sofá e saiu.

Eu até ia atrás dele, mas calculo que ele queira ficar sozinho e pensar sobre as coisas, sei bem o que é. Não é bom deixá-lo andar por aí sozinho, mas ele precisa disso.

—O que foi? - Pergunto ao ver todos olharem para mim.

—Eu sei que você sabe o que se passa.

—Sim eu sei Mia, mas não sou eu que tenho de contar.

—Mas eu só quero ajudar e dá para perceber muito bem que a Ally também sabe o que se passa.

—Sim, ela sabe, mas desculpem, não vamos dizer nada.

—Tudo bem, eu compreendo. Amanhã tentarei falar com ele. 

—Isso, assim será melhor. - Digo e levanto-me.

—Onde vais?

—Para o meu quarto...

—Nem penses, agora somos nós dois que temos assuntos para conversar.

—Não, não temos.

—Temos sim Austin.

—Não não temos Mia, aliás eu tenho coisas para fazer!

—Não mintas. Já te conheço desde pequeno e sei quando mentes ou quando não queres falar.

—Ótimo, então não preciso mentir. Não quero falar sobre isso, então vou para o meu quarto!

—E só quero falar Aus.

—Mas eu não quero Mia, muito menos sobre essa assunto.

—Sabes que, eventualmente, iremos falar não sabes?

—Sim senhora psicóloga, mas quanto mais tempo demorar até falarmos melhor. - O meu tio levantou-se e olhou para a Mia.

—Você janta aqui hoje?

—Se não incomodar.

—Não incomoda nada! - Dito isto ele foi para a cozinha fazer o jantar.

—Só não posso ficar muito tempo pois eu vou dormir no Campus e não queria estar a chegar muito tarde.

—Claro, não tem problema, o Ash depois leva você!

—Porquê eu?

—Porque primeiro você a trouxe e segundo porque sim. Mas há algum problema em ser você a levá-la?

—Não claro que não.

—Ótimo, agora vou para o meu quarto. - Digo e me viro para as escadas, as subindo e indo para o meu quarto.

Fecho a porta atrás de mim e sento-me no cadeira que antes era ocupada pelo Sam e passo a mão pelo cabelo olhando para os papeis em minha frente. Ouvi a porta do quarto ser aberta e ao olhar para ela, vejo a Ally entrar. Ela fecha a porta e vem se sentar do meu lado.

—Peço desculpa. - Digo.

—Você não tem de pedir desculpa, não tem culpa de nada, só que isto ainda é tudo muito confuso para mim.

—Eu acredito...eu também estou um pouco confuso com isto tudo.

—Se estamos assim, nem quero pensar como está o Sam.

—Ele deve estar devastado, saber que afinal os pais não são os seus pais, que a mãe está morta e que tem uma irmã...deve estar pior que devastado!

—Eu quero ajudar!

—O quê?

—Eu quero ajudar a descobrir o pai dele, quero saber o que aconteceu. Porque a minha mãe o deu para adoção e porque nunca soube sobre isto.

—Ok, mas você não pode contar a ninguém!

—Eu não conto a não ser que o Sam queira.

—Ok. Procuramos? - Ela assentiu e começámos a procurar sobre o pai do Sam.








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Notas finais do capítulo

https://www.youtube.com/watch?v=VTTuDCINhqY (Só porque é engraçado e imaginem que o grito dele no capítulo é o de 0:33 do video)
Espero que tenham gostado do capítulo e espero que tenha comentários :)



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