Não Sou Nenhum Herói. escrita por Ally Rocket, Am0rim


Capítulo 29
Despiste & É mentira?


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais, não me matem! Eu passei a semana toda a escrever o capítulo. Inspiração não me faltava, mas sempre que tentava escrever não corria bem ou como eu queria e apagava tudo, começando de novo. E com a escola também é difícil e não ajuda muito :)
Mas hey, voltei! Kkk.

Muito obrigada:
—Melissa Freitas,
—Pamela e
—divademi22
pelos vossos comentários. Amei e amo todos eles. Vocês são incríveis e eu vos amo muito.

Bom, não vos vou chatear mais porque sei que esperam pelo capítulo há muito tempo kkk.
Espero que gostem.
Beijos doces,
#AR.



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POV Austin

Sentia todo o meu corpo doer, nem uma única parte sem dor. Mas conseguia respirar. Tudo em minha volta estava escuro, os meus olhos pesavam, não os conseguia abrir. Ouvia vozes em minha volta, mas pareciam apenas sussurros, não percebia o que diziam.

A dor que sentia era insuportável, só queria gritar e dizer o que sentia para pararem esta dor. Infelizmente a minha boca não movia, nem um único som proferia. E então, de repente a dor começou a desaparecer, mas essa parte boa não veio só pois a minha respiração piorou, mal conseguia conter o ar.

Tudo em minha volta começou a desaparecer, as vozes deixaram de se ouvir definitivamente e a escuridão se apoderou totalmente de mim.

—Austin!? - Ouvi e abri os olhos assustado. Olhei para a minha frente vendo o Ash. - Está tudo bem?

—Não sei.

—Estava sonhando com o quê?

—Não sei, já um tempo que não sonhava com isto.

—Faz um tempo? O que aconteceu no sonho?

—Estava tudo escuro, não sei dizer onde estava, só ouvia pessoas em minha volta sussurrarem. Todo o meu corpo doía e mal conseguia respirar, então de repente as dores começaram a desaparecer, mas a minha respiração começou a faltar e então deixo de sentir e ouvir tudo.

—Não ouvias o que diziam?

—Não, falavam muito baixo, não dava para perceber.

—Quando foi a última vez que você teve este sonho?

—Não sei, talvez alguns meses. Sei que sonhava mais, pelo menos, nos primeiros dois meses depois do acidente. Só nunca consegui perceber o que era ou o porquê de sonhar com isto.

—Talvez tenha a ver com o acidente?

—Não sei, eu lembro sobre o acidente muito bem e isto não aconteceu, pelo menos que eu saiba. E porque iria sonhar com isto agora? Não percebo.

—Eu gostaria de ajudar, mas se você não percebe como vou perceber?

—Obrigada pela ajuda!

—Não tens de agradecer maninho. Agora vem, vamos almoçar, tenho algumas coisas que você vai querer ver! - E então lembrei que tinha de me encontrar com o Jason.

—Que horas são? - Perguntei me levantando da cama.

—Duas da tarde porquê?

—Porque...n-nada!

—Ah não, agora fala!

—Porque eu vou sair com o Dez às quatro. E-Ele diz que eu tenho de sair.

—E tem toda a razão! - Diz e eu suspirei. Ainda bem que acreditou. - Agora vamos almoçar.

Ele se levantou e fomos para a cozinha. Não é que eu estivesse com fome, mas não podia dizer que não ou ele não se calava nem me iria deixar. Nos sentamos e começámos a comer. Comi nem metade do que estava no prato, mas a comida era a última coisa que me passava pela cabeça.

—Então e a Mia? - Pergunto quebrando o silêncio que já me estava a incomodar.

—O que tem a Mia?

—Não sei, me diga você? Hoje não a trouxe!

—Ela tinha um trabalho para fazer! - Responde ríspido e eu ri. De certeza que o trabalho é com um garoto.

—E você está com ciúmes?

—Ciúmes do quê? E quem disse que o trabalho era com um garoto?

—Também não foi preciso dizer que era, eu percebi pela sua reação e está com ciúmes por eles estarem juntos neste momento.

—Eles só estão a fazer um trabalho!

—Pelo jeito que você está não parece!

—Não estou de jeito nenhum. Acabou esta conversa!

—O que tem de tão mal a Mia estar a fazer um trabalho com um garoto?

—Nenhum! Eu só...eu acho que ela está interessada nele.

—Com você sabe?

—Ela passou a semana toda falando nele e em como tinham de se encontrar para fazer o trabalho e blá, blá, blá!

—E o que tem de mal ela estar interessada no garoto?

—Nada!

—Você gosta dela não é?

—Não, claro que não! - Larguei o garfo no prato e olhei sério para ele. - Está bem, talvez eu goste da Mia, mas o que adianta se para ela somos apenas amigos?

—Eu acho que estás errado. Pelo que vejo vocês estão interessados um no outro, mas nenhum tem a coragem de dar o primeiro passo!

—Esta semana ela só veio comigo para saber de você e da Ally, nada mais...O pior é que esta semana eu ia lhe contar como me sinto, queria falar com ela para saber se sentia o mesmo por mim, mas ainda bem que não o fiz. Pois ficaria a fazer figura de idiota.

—Você ouviu o que eu disse? Lá porque não estiveram bem esta semana não quer dizer que ela não goste de você. Se calhar ela se afastou para tentar perceber o que sentia corretamente. Vocês são melhores amigos, devem saber ao certo o que sentem porque se corre mal podem mudar toda a vossa relação.

—É, você pode estar certo...

—Eu estou certo!

—Sim, sim. Não seja convencido! - Apenas ri me lembrando que quem me diz sempre isso é a Ally. - Não se ria. Quero que me ajude!

—Eu? Porquê eu?

—Porque você é meu irmão e a Mia é sua melhor amiga, ela pode lhe contar alguma coisa!

—Você quer que eu aproveite a minha amizade com ela para lhe tirar informações?

—Sim. Vá lá, me ajude!

—Está bem! Peça para ela vir aqui amanhã!

—Amanhã é Sábado.

—E então?

—Então não a vou ver. Para lhe dizer tenho que lhe ligar ou mandar mensagem.

—Então faz isso!

—Não! Eu disse que mal falámos e você quer que eu lhe ligue a pedir para vir aqui? Está louco?

—Não, ainda não estou louco, mas acho que vou ficar com todo este problema de vocês dois. Ainda diziam que eu era complicado com a Ally.

—Não mude de assunto, não estamos a acusar ninguém aqui!

—A carapuça serviu? Olha que bom. Mas está bem, eu ligo para a Mia e peço para ela vir aqui.

—Ótimo. Obrigada!

—Sim, sim. Agradece depois! Agora, o que tinhas para me mostrar?

—Ah, certo. Isto! - Ele me entrega alguns papeis e fotografias.

—E isto é o quê ao certo?

—Não tenho a certeza, mas acho que é a conta do alguém e da empresa. Aí mostra como estão a desviar dinheiro da empresa.

—E estas fotografias? - Pergunto as olhando. Eram apenas pessoas a entregar coisas a outras e a receber dinheiro.

—Não sei ao certo. Perece que estão a vender coisas, só não consegui perceber o quê.

—Onde encontrou isto?

—No escritório. Aproveitei que o tio não estava. Achei interessante porque tanto os documentos como as fotografias são da empresa. E como as fotografias estavam dentro de um envelope que dizia que era para os pais assumi que alguém os estava a informar do que acontecia.

—Quem poderá ser? Será que ainda está vivo?

—Não sei. Mas devia ser alguém de confiança, eu acho.

—Temos de descobrir quem mandava estas informações e se estiver vivo tem de nos contar tudo o que sabe!

—Ambos sabemos que isso será complicado!

—Sim, mas assim podemos, finalmente, nos livrar de todos os problemas e viver sem medo de nos fazerem alguma coisa.

—Certo, mas também temos de ter cuidado porque apesar de terem a Ally não quer dizer que pararam ou vão desistir do que querem!

—Eu sei, por isso é que também quero saber o que querem e porque fazem isto! ...Vamos contar ao tio?

—Não sei, acho melhor contarmos, pode ajudar com algumas coisas.

—Sim. - Respondo e terminamos de almoçar, aliás o Ash terminou, eu não comi muito mais do que já tinha comido, a ansiedade era muito, só queria que o tempo passasse. Felizmente só faltava uma hora. Arrumámos a cozinha e peguei as minhas coisas, pronto para sair.

—Onde você vai? Ainda falta uma hora!

—Eu sei, mas ambos sabemos como é o Dez. Até mais logo! - Digo saindo antes que ele tivesse tempo de dizer mais alguma coisa.

Coloquei o capacete, liguei a mota e segui o meu caminho até o parque. Sei que ainda falta uma hora, mas assim dá tempo para pensar e mentalizar para o que vai acontecer. Tenho de manter a calma. A quem estou a enganar, sei que assim que o vir não vou aguentar!

Irei pensar na Ally, sei que apesar de só estar presente no meu pensamento me consegue acalmar na mesma. Só a quero ter comigo, nos meus braços, bem juntinha a mim. Ter a certeza que está segura, que nada a vai magoar. Infelizmente, neste momento isso não é possível!

Será que o Jason tem o pai no mesmo local onde ela está? Não quero nem pensar em como estará o estado do Sr. Dawson. Se eu fiquei como fiquei em dois dias, não quero nem pensar em como ele estará em quase dois meses. Pobre Ally. Tenho a certeza que o Jason fará jogo psicológico com ambos para conseguir o que quer.

O bom é que agora também sei sobre a vida dele. Sobre os pais e posso virar o jogo a meu favor! Pelo menos algo bom para o meu lado contra ele e nunca falando dos pais, será um assunto delicado com toda a certeza.

Meia hora depois estava no parque, tentei demorar o máximo tempo possível e mesmo assim ainda falta meia hora. Nunca o tempo passou tão devagar como agora. As horas parecem dias a passar, os minutos longas horas e os segundos muitos minutos.

Estacionei a mota e andei pelo parque. Estavam duas a três pessoas a passear por aqui. Muitas devem estar a trabalhar e outra não vêm por causa do tempo não estar muito bom. O céu está cheio de nuvens e parece que vai chover em breve.

Me sentei um dos banco e fechei os olhos pensando na Ally tentando me acalmar. Quanto mais tempo passa, mais ansioso fico. Senti alguém se sentar do meu lado mas não liguei. Apesar de haverem muitos bancos por aí não me importei po se sentarem aqui.

—Veio mais cedo? - Ouvi e abri os olhos rapidamente, reconhecendo a voz. Olhei para o lado e me levantei. O Jason fez o mesmo. - Como...? - Não o deixei terminar de falar, o socando. Ele levou a mão ao rosto e o seu lábio sangrava.

—Isto não é nem 1% daquilo que merece.

—Mas o resto não vai ficar para hoje! - Ele se sentou e eu apenas o observei. - É melhor você se sentar.

—Porque quer falar comigo?

—Não falou a ninguém onde vinha nem com quem se iria encontrar pois não?

—Não. Não se preocupe, eu não contei.

—Ótimo. Eu só queria saber como estava.

—Como posso estar a perder o meu tempo com você?

—Você se preocupa demasiado com a sua namorada, por isso é que está aqui! Mas eu também me preocuparia com uma garota como ela.

—Se me vai provocar eu vou embora para não acabar com você. Sei que não dizer onde a Ally está!

—Claro que não vou. Ainda necessito muito dela. Infelizmente com o pai não ajuda em nada.

—O que fez com ele?

—Nada demais! Apenas o que fiz com você! Até pior! Não sei se ele irá sobreviver por muito mais tempo! - Falou rindo respirei fundo para não partir para cima dele e o acabar de vez. - Nem assistindo ela abre a boca. Começo a pensar que ela não sabe mesmo de nada e isso será melhor ainda!

—Como é capaz de fazer isso? Claro, você não teve os seus pais, daí não os valorizar como valorizamos!

—Não fale dos meus pais, não sabe nada sobre eles! - Falou se levantando, ficando frente a frente comigo.

—Sei mais do que pensa. Agora me responda, o que a Ally não sabe e a está a obrigar a contar?

—E porque eu deveria lhe contar?

—Porque eu quero saber e a não ser que queira que coloque o meu tio a investigar os seus tios, pais do Sam, acho melhor me contar!

—E porque faria isso? Só iria piorar as coisas!

—Mas assim estaríamos mais perto de descobrir tudo e onde a Ally está!

—Não vou contar tudo. Apenas que alguém do passado, que pensam ter morrido está vivo. Infelizmente essa pessoa sabe demais.

—E porque acha que a Ally sabe?

—Começo a duvidar que ela saiba, mas não lhe vou responder mais! ...Agora sou eu quem tem uma pergunta. Quem lhe falou dos meus pais?

—Eu até contava, mas não o vou fazer!

—Só podem ter sido duas pessoas, ou o Jake ou o Sam.

—Talvez sim, talvez não!

—Eu adorei falar com você. Tenho de ir embora, tenho uma garoto muito bonita que precisa de mim ...Tenho saudades dos lábios dela. Não sei como consegue aguentar estar todo este tempo sem eles! Eu não conseguiria! - Apenas o soquei novamente. Ele estava a merecer.

—Se você volta a falar da Ally será pior!

—Eu não tenho medo de você Austin. Não se esqueça que quem vai estar com ela em alguns minutos sou eu. Quem lhe vai poder ver sou eu. Quem lhe vai poder tocar sou eu! Eu! Eu! Eu! - O soquei novamente, mas desta vez ele me socou de volta.

Quando ele me ia socar mais uma vez, me baixei, o que fez ele falhar e lhe acertei. Ele caiu e rapidamente o prendi no chão, segurando pelo colarinho da sua blusa.

—Me dê uma boa razão para não acabar com você agora mesmo.

—Se eu não voltar, a Ally também não vai! - Apertei mais as minhas mais sobre o colarinho e o soltei. Ele se levantou e limpou o rosto com a blusa. - A nossa conversa acabou! - Dito isto ele foi embora.

Só me apetecia acabar com aquela criatura de uma vez por todas, mas não posso deixar que magoem a Ally. Não mais que aquilo que ela já deve estar a sofrer. O pior é ter de ver fazerem mal ao próprio pai.

Comecei a sentir pingas e percebi que estava a chover e eu suspirei. Caminhei até a mota e a liguei, começando a dirigir até casa. Estava tão irritado com o Jason que já ultrapassava a velocidade permitida. De repente, com a chuva e a estrada toda molhada, me despistei...




POV Ally

Depois da ligação com o Austin o Jason saiu e só voltou para dizer que ia ter com o Austin. Até tenho medo do que poderá acontecer entre eles. Eu percebi que o Austin ficou bem irritado quando o Jason me beijou. Felizmente estava a mentir quando referia que já me tinha beijado antes. Aquela foi a primeira vez e espero que seja a última.

Eu até aguento comer apenas uma sopa por dia, aguento só falar com o Austin também uma vez por dia se é que consigo falar com ele, aguento tudo o que o Jason me fez até agora, mas não aguento ver o meu pai sofrer tanto.

O Jason me usa contra ele. se o meu pai não responde ao que o Jason quer, ele se vinga em mim. Se eu não respondo o que ele quer e como quer se é o meu pai que sofre e eu não consigo suportar ter de o ver sofrer tanto. Ele está péssimo. Sei que se continuarmos assim não vai resistir por muito mais tempo.

De repente alguém entra no quarto e vejo o Jason. Ele estava péssimo, tanto o seu nariz com o seu lábio sangravam, ele estava encharcado e parecia bem chateado.

—O que aconteceu? - Pergunto tentando não rir.

—Nada!

—Não parece ser nada. O que foi? O Austin é mais forte que você?

—Esteja calada!

—Foi você quem veio para aqui. Eu tenho todo o direito a comentar e falar o que quiser!

—Eu disse para estar calada! - Fala me dando um tapa. - Vem! - Fala segurando o meu braço com força e me puxando para fora do quarto.

Fomos por um corredor e então entramos num outro quarto. Este estava vazio. Apenas duas cadeiras no centro e uma mesa perto da porta. Ele me puxou até a cadeira e prendeu os meus braços assim que me sentei.

—Eu já disse que não sei da minha mãe. Ela está morta. Não entendo porque insiste no mesmo!

—Sabem o que eu percebi. Que você não sabe mesmo onde ela está. Você não sabe de nada! Mas eu vou lhe contar tudo!

—Não se atreva!

—Você esteja calado. Teve muito tempo lhe contar tudo. Como não o fez eu vou fazer.

—Do que estão a falar?

—Querida Ally, a sua mãe não morreu!

—O quê? Isso é mentira!

—Não, não é!

—Pai? - Ele não respondeu, apenas olhou para baixo. - Eu não acredito. Eu a vi no hospital! - Digo sentindo as lágrimas nos meus olhos.

—Isso é porque ela esteve no hospital e também esteve mesmo no acidente, mas sobreviveu e fingiu que não!

—E-eu não a-acredito. Você está a mentir! O que ganha com isto?

—Absolutamente nada minha querida! Por isso é que tem de perceber que não é mentira!

—Eu não acredito em você!

—Não acredite. Eu pouco me importo. A informação está dada e você não sabendo de nada não será mais precisa! - Dito isto ele saiu com os dois homens que estavam com ele. Espero que o ele não precisar mais de mim queira dizer que posso voltar para o Austin e não outra coisa.

—Pai? - Ele me olhou. - O que ele falou é mentira não é? - Ele não respondeu. - Por favor, me diz que é mentira!

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

O que acharam do encontro do Austin com o Jason? E o despiste? O que acham que vai acontecer? E sobre mãe da Ally, será que ela está mesmo viva?

Gostaram? Não gostaram? Amaram? Odiaram? Comentem! (peço desculpa qualquer erro)
Beijos doces :)