Anormais escrita por Anna Lanna


Capítulo 3
Capítulo 3 - A Melhor Noite da Minha Vida.


Notas iniciais do capítulo

Tem personagens novos!
Nesse capítulo os novos personagens apareceram bem mais que os antigos, mas prometo que no próximo eles vão aparecer bastante.
eu gostei desse capítulo e espero que vocês gostem também! Beijos.



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Meu despertador toca e eu acordo, estava imunda por causa de ontem, então decidi tomar um banho. Depois do banho vou até a cozinha comer algo, aproveito e passo pela sala para ver se meu pai está dormindo no sofá, para minha surpresa, ele não está, minha mãe que está. Os olhos dela estão inchados de tanto chorar, não me aguento e dou um beijo em sua cabeça, levemente, para não acordá-la. Termino de me arrumar e vou para a escola.

Chego atrasada na aula, devo ter demorado demais no banho. Quando entro na sala algumas pessoas me olham e comentam entre sim, olho para ver se tem algo na minha roupa, no meu rosto ou cabelo, mas não encontro nada. Pergunto então a Clary se ela sabe o que está acontecendo, ela diz:

– Quando cheguei me perguntaram se era verdade que você tinha ficado com o Luke Young.

– E o que você disse? – Perguntei,

– Eu disse que vocês ficaram trancados dentro do banheiro e eu não vi nada.

Fiquei mais calma depois disso, não era nada demais, eu fiquei com o Luke e as pessoas estavam comentando sobre isso. Ele é bem mais popular que eu, e talvez isso tenha assustado todo mundo, porque pessoas populares costumam ficar com pessoas populares, não com meninas desconhecidas e invisíveis socialmente. Mas, toda a minha calma acabou quando, assim que tocou o sinal do intervalo, três meninas vieram até a minha mesa, elas nunca haviam falado comigo e eu desejava que continuassem sem falar.

– Ei, garota, é verdade o que me disseram? – Disse Mariah, uma menina alta, meio gorda, com a pele bem branca e cabelos castanhos, mas o que mais chamava atenção nela era o seu nariz, ele era gigante e fazia uma curva para baixo.

– Depende do que te disseram. – Respondi ainda sentada.

– Você transou com Luke, o meu namorado! – Disse Mariah, com uma expressão de ódio, parecia que a qualquer segundo ela iria me estrangular.

– Ex namorado... Para com isso, vocês terminaram a 1 mês – Disse Louise, uma menina loira de olhos castanhos. O nariz dela era exatamente o oposto do nariz de Mariah, era pequeno e arrebitado, igual ao meu, porém nela ele fazia uma harmonia perfeita com o resto do rosto.

– Cala boca Lou. – Disse Mariah, enquanto a terceira menina, Bea, dava um tapa na cabeça de Louise.

– Olha aqui. – Eu levantei da cadeira. – Eu não transei com ninguém, ok?

– Não, não está “ok”. Você quis se aproveitar do meu namorado, agora eu vou transformar sua vida em um inferno. – Disse Mariah.

– Ex namorado. – Disse Louise.

– Cala a boca! – Gritou Mariah.

Eu estava com muita raiva daquela menina, em primeiro lugar por causa do jeito que ela me tratava e em segundo lugar por causa do jeito que ela tratava a própria amiga Louise. Então, num momento de emoção ao qual eu iria me arrepender minutos mais tarde, eu disse:

– Eu não transei com o Luke, e nem pretendia transar. Mas fica tranqüila, quando isso acontecer eu te conto, vejo como você se interessa tanto. – Empurrei levemente Bea para o lado e saí da sala.

No corredor encontrei Julie, Lauren, Michael, Liv e Carol. Sem nem pensar muito já cheguei perguntando:

– Alguém sabe qual foi o idiota que contou para Mariah que eu e Luke transamos?

– Vocês transaram? – Perguntou Julie em um tom de espanto.

– Claro, que não! – Respondi.

– E por que não? – Ela perguntou.

Ignorei a pergunta de Julie e continuei conversando com o resto das pessoas, tentando descobrir quem tinha espalhado a mentira, porém não tinha sido nenhum deles. Me despedi e continuei andando, encontrei Clary e perguntei se ela sabia de algo.

– Provavelmente ela deduziu isso, você e Luke estavam dentro de um banheiro sozinhos, até eu pensei que havia rolado algo a mais. - Ela disse.

Era isso, ninguém tinha espalhado nada, eu não tinha ninguém a quem culpar, simplesmente havia acontecido. Passei o resto das aulas tentando prestar o máximo de atenção, mas continuava a pensar sobre o assunto, eu não queria, mas sou uma pessoa que se preocupa demais com coisas simples. Quando tocou o sinal saí direto da sala, enquanto passava no corredor vi Luke, ele parecia querer falar comigo, mas não prestei atenção, apenas ignorei e continuei andando, não queria falar com ele.

Estava no caminho de casa quando senti uma mão no meu ombro, para minha surpresa era Louise. Ela estava sozinha, e parecia despreocupada, mas ao mesmo tempo triste. Ela disse sem olhar para mim:

– Oi... Posso andar com você? Não gosto de andar sozinha.

– Ah, claro. – Eu disse, dei uma pausa e continuei. – Cadê suas amigas?

– Esquece elas, elas são umas idiotas. Devem estar me zoando nesse momento – Ela disse rindo, não parecia se importar.

– Desculpe, mas que merda, hein? – Ela continuou rindo e eu ri de volta.

– É, eu sei, é uma droga. – Ela olhou para baixo e depois olhou para mim. – Você mora onde?

– Ali. – Disse apontando para minha casa, estávamos na minha rua.

– Ah, moro no final dessa rua.

Nos despedimos, e Louise continuou o seu caminho, antes de fechar a porta fiquei observando ela andar pela rua, ela definitivamente é uma das meninas mais bonitas que já vi. Enquanto eu a olhava, Louise virou para trás e me viu, fechei a porta num susto e tranquei. Minha mãe não estava em casa e meu pai, como sempre, também não. Subi para o meu quarto e fiz o dever de casa. Enquanto fazia o dever de matemática dormi em cima dos livros e acordei com um barulho. Eram sete da noite e tinha alguém batendo em minha janela, era Louise. Eu não entendi o que ela estava fazendo ali, mas não perguntei.

– Pode sair? – Ela indagou.

– Não sei, meus pais não estão em casa. Mas, pra onde? – Perguntei confusa.

– Não sei, eu estou entediada e não tenho ninguém para sair, sabe Mariah e Bea estão com raiva de mim então todos os meus outros amigos não estão mais falando comigo.

– Amigos? – Perguntei.

– É, tipo isso. – Ela deu uma pausa e depois continuou apressada. – Mas, sai daí logo, vem!

Coloquei um casaco e sai pela janela, nem lembrei que estava sozinha em casa e tinha a chave da porta. Ela me levou andando até um galpão, pelo menos parecia um galpão. Quando entramos percebi que era uma festa, mas uma festa diferente, tocava uma música alternativa e as pessoas eram estranhas, mas de um jeito bom. Eram pessoas que eu nunca tinha visto, nem na escola e nem em nenhum outro lugar que eu já tivesse frequentado. Assim que chegamos um menino baixo de aparência indiana beijou Louise no rosto e quando me viu me beijou também, ele parecia drogado, estava muito animado.

– Lou, que bom que você veio amiga! Quem é essa ai?

– Ah, Dav essa é a Anne, uma amiga nova. – Ela respondeu

Amiga? Era a segunda vez na vida que eu estava falando com Louise e ela já me chamou de amiga. Bom, talvez fosse só um jeito de ela me apresentar, mas como sempre, eu me preocupo com coisas inúteis.

Dav nos levou até o bar e nos ofereceu umas bebidas, começamos a conversar e até perdi as contas da quantidade de garrafas que tomei. Comecei a ficar tonta, mas muito, muito feliz. Até que chegou um momento que Louise se levantou e disse que queria dançar, fomos para o meio da pista e ficamos dançando entre várias pessoas. Dav tirou a camisa e começou a girar, não conseguíamos parar de rir, não sei dizer se estávamos felizes ou bêbados, acho que os dois. De repente Dav agarrou um garoto alto e loiro que estava dançando perto de nós, eu e Louise nos olhamos e começamos a rir.

Estava tudo tão bom, tudo tão perfeito, a minha cabeça doía, mas eu não me importava. Estávamos dançando quando Dav agarrou o meu braço e o de Louise e nos levou para fora da festa.

– Hora de ir embora garotinhas, tio Dav vai levar vocês pra casa.

Ele subiu em um carro conversível e me entregou uma garrafa de vodka, olhei no celular e eram duas da manhã, nenhuma ligação perdida dos meus pais, eles nunca entravam no meu quarto, deviam achar que eu estava dormindo, aliás, porque esperariam uma coisa desse tipo de mim? Eu era a filha quietinha e comportada deles.

Enquanto o carro andava eu sentia o vento no meu rosto, era uma sensação maravilhosa, eu só queria que aquele momento durasse para sempre. Sem pensar muito, dei um gole na garrafa de vodka levantei enquando o carro ainda anda e gritei o mais alto que pude:

– Foda-se!

Não era um foda-se para uma coisa específica, mas ao mesmo tempo não era em vão, era um foda-se que servia para tudo, um foda-se para todas as coisas que me irritaram durante a vida e eu nunca tive coragem de dizer.

Dav olhou para mim e riu, Louise fez o mesmo, depois pegou a garrafa da minha mão, deu um gole, se levantou e gritou:

– Foda-se!

Dav começou a rir ainda mais e gritou também. Até que todos nós começamos a gritar juntos. Nada mais importava, não importava se Dav estava bêbado e poderia bater o carro a qualquer momento, não importava se eu não conhecia direito as duas pessoas que fizeram a minha noite ser a melhor de todas, tudo que importava era que eu estava muito feliz e não queria que aquilo acabasse nunca.

Dav e Louise me deixaram em casa, assim que saí do carro eu vomitei na rua, minha cabeça doía, mas eu estava bem. Entrei em casa e subi para o meu quarto em silêncio deitei na cama e meus olhos fecharam rapidamente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, beijos!



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