Nossa Amável Justiça Vingativa escrita por Fada Dos Tomates


Capítulo 5
Segredos e Problemas


Notas iniciais do capítulo

Consegui!!!
Vou avisar que nem toda sexta eu vou postar, porque eu tenho aula de inglês e não dá tempo. Hoje deu!
Aproveitem!



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Hikari

Acordo com uma mão acariciando meu rosto, tomo um susto tão grande que me faz pular da cama em que estou.

–Acalme-se, você está segura aqui – diz Hakochi calmamente – Eu não fiz nada com você se é o que está pensando.

–Hakochi, você e Chiyo...

–Ele é o humano pelo qual me apaixonei séculos atrás – confirma ele respirando fundo melancólico.

–Por que continua aqui? Você não recuperou suas asas? – noto as asas inteiras em suas costas.

–Preciso encontrar uma pessoa – ele remexe uma corrente em seu pescoço – E você? Por que está aqui?

–Kami, a verdadeira, precisamos pará-la – respondo.

–Vocês procuram a Chave dos Mundos – supõe ele – Tudo de novo...

–Sim – afirmo – Mas perdemos Kori e Aika no meio da neve, precisamos achá-los.

–O Inferno é infinito – avisa – É como procurar um grão de areia na neve.

–Mas... – penso, isso é verdade, mas preciso deles – Pode me ajudar Hakochi?

–Não – nega ele ainda melancólico.

–O que houve? Nunca vi você assim – quero saber.

–Preocupe-se com sua missão – cospe ele friamente.

–Okay – me levanto e caminho até a porta.

–Espere – Hakochi segura meu braço – Desculpe.

Por um instante penso que ele vai me beijar, mas ele me abraça.

–Obrigado pelas asas – agradece – Foi um presente incrível. Você é mesmo luz, não volte a ser Nightmare, tá?

–Jamais – concordo retribuindo o abraço.

–Boa sorte com Kami, adeus.

Ele me solta e me coloca para fora.

A forma como ele disse “adeus” foi tão profunda e melancólica que tenho uma ponta de preocupação. Fora que nem sei pra onde ir, estou perdida e sozinha e ele me deixou aqui.

A coisa deve ser séria (ou ele é um insensível idiota deprimido).

Decido bater na porta.

–Ei Hakochi, não sei o caminho! – grito – Poderia me mostrar ou sei lá?

Nenhuma resposta.

–Hakochi, por favor!

Como não ouço um pio sequer do outro, abro a porta. Hakochi não está lá, a janela está aberta. Pra onde diabos ele foi?

Subo no parapeito da janela e olho pra baixo, estou a uns oito metros do chão, se eu pular provavelmente me machucarei seriamente ou morrerei. Mas não dá pra contornar a mansão, pois há um mar de lava em volta. O que eu farei?

Talvez se eu chegar até aquela árvore poderei subir nela e descer, é arriscado, mas não tenho escolha. Sinto que Hakochi quer fazer algo perigoso e preciso impedi-lo.

Assim, começo a me arrastar pela lateral da mansão com o perigo de cair e me dar muito mal.

Ouço berros horríveis das pessoas sendo torturadas, mas me concentro em não cair. Um raio cai no chão extremamente perto e quase caio com o susto, perco o fôlego com o coração disparado. Tenho medo de altura desde que meu irmão morreu... Caindo de um prédio fatalmente alto. Nunca descobriram o que houve realmente e foi registrado como suicídio, não creio nisso, meu irmão era muito feliz, nunca faria tal coisa.

Ouço o som de tiros e as janelas ao lado de meu ouvido estouram, vacilo e escorrego com o susto.

Pronto. Tchau mundo.

Só consigo pensar em Yuuto enquanto grito para o nada, meus berros se misturando com os dos mortos torturados. É o fim.

Colido em algo que dói um pouco minhas costas, mas não morri. E o que é isso? São braços.

Recuperando a mente do desespero, olho para a “pessoa” que me segura nos braços. Isso é realmente uma pessoa? Às vezes parece, mas outras vezes juro enxergar um cadáver, um demônio, um fantasma...

–Q-que... – é só o que consigo dizer arquejando.

–Viva? – ele ergue uma sobrancelha.

–Ei, ainda não terminei! – grita alguém, um Oni comum com uma expressão psicótica no rosto.

–Kiri-kiri – o estranho me larga no chão como se eu fosse um objeto e flutua velozmente até o outro.

Os dois travam uma batalha e não me notam. Apesar de ainda estar chocada e trêmula, levanto e aproveito pra fugir, mesmo que eu não saiba aonde Hakochi foi, de qualquer maneira tenho que ir embora.

Estou saindo quando o esquisito que não é um Oni, nem um cadáver, nem fantasma, nem sei lá me chama.

–Eu sei quem você é! – ele tenta fugir do outro que, pelo visto se chama “Kiri-kiri” – Nightmare.

Estremeço.

Como ele me conhece? Quem é ele? E o que ele é?

O outro Oni o ataca, mas o estranho segura seu braço e o joga longe, por algum motivo Kiri-kiri desaparece nas sombras.

Não me movo, não faço nada, só fico paralisada, esperando o que ele vai fazer. Minha curiosidade está aguçada e de alguma forma, não sinto medo. Por que não sinto medo?

–Nightmare – ele começa.

–Meu nome é Hikari! – o corto – E quem diabos é você?

–Não sei, quem diabos sou eu? – diz ele calmamente.

–Me responda direito, preciso salvar uma pessoa! – resmungo.

–Todos os que estão aqui já não podem ser salvos – fala – Por que está aqui? Não me diga que...

–Estou aqui pra derrotar Kami –completo.

–De novo? Por quê? Ela está fazendo um ótimo trabalho na Terra e você disse “meu nome é Hikari” – essa última parte ele diz com voz de deboche.

–É para o bem da humanidade – corrijo irritada – Kami está destruindo o mundo numa catástrofe de desejos.

–Sei – ele pensa um pouco – Estava com saudades!

–Eu te conheço?

–Ah, é verdade, você não lembra – percebe ele – Então finja que nunca nos vimos, não fui ninguém importante pra você mesmo. Meu nome é Ally.

–Tá – não sei o que fazer. Aqui é o Inferno, por que ele sorri como se estivéssemos no colégio?!

–Você deve estar procurando Hakochi, não é? – supõe Ally – Você não sabe mesmo, certo?

–O quê? O que tem ele? – me preocupo com sua expressão de pena.

–Hakochi já decidiu, você não pode fazer nada. Deixe-o, é sua decisão – fala ele sem responder minhas perguntas.

–Me diga! – ordeno sacudindo-o pelos ombros – O que ele vai fazer?!

–Ele quer entregar sua alma – responde Ally com um sorriso pesaroso.

–Como assim? – fico confusa – O que significa?

–Que ele vai deixar de existir, pra sempre – explica.

–Quê?! – arregalo os olhos – Por que ele vai fazer isso?!

–É o que ele quer, talvez tenha se desesperado com a eternidade, isso é enlouquecedor.

–Preciso fazer alguma coisa – não sei bem porque, mas me preocupo com Hakochi, e muito – Onde ele foi?

–Hikari, você não pode impedi-lo, é desejo dele, vida dele – Ally me segura.

–Não me interessa –me solto e fico andando de um lado para o outro pensando.

–Você o ama mesmo, não é? – pensa Ally.

–Não! – nego – Não é isso!

–Hikari.

Não respondo.

–Hikari!

–O que seu idiota?! – me irrito.

Ele está me olhando de um jeito estranho, como se quisesse ver minha alma, como se quisesse descobrir todos os meus segredos e sugá-los pra si. Desta vez, posso vê-lo como ele é de verdade: um garoto de cabelos cinza e olhos com heterocromia, um verde azulado e outro amarelo... Meu Deus! É meu nii-chan!

–O que está fazendo? – pergunto sem desviar o olhar, chocada – Nii-chan...

–Por que você não iria querer desaparecer? – indaga ele.

Fico zonza, tudo parece girar como se fosse num sonho, perco o equilíbrio tentando entender o que está havendo. Então tudo se torna uma tela negra.


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Notas finais do capítulo

O que será que o nii-chan estava fazendo lá? O que ele é? Será que é mesmo o nii-chan da Hikari que morreu? E o que ele fará com ela?



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