So Far Away escrita por Taty Delicate


Capítulo 8
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Eei Jude (8)

Não, eu não estou muito animada hoje. Afinal, é a última postagem que faço no Nyah por um longo tempo. Não sei quando vou voltar e nem se vou voltar, mas tenho esperanças. Tenho fics prontas, fics a caminho, fics com alguns capítulos escritos... Mas e o tempo pra postar? E o tempo para responder os comentários (Faço questão, por que amo interagir com meus leitores)? E o tempo para dar continuidade as fics?

Pois é, esse é o último cap. Peço desculpas pela demora e enjoy it!



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POV Edward

Estava dormindo um sono leve quando senti movimentos em minha cama. Abri meus olhos lentamente e vi meus netos, sorrindo para mim com expectativa. Quando viram que eu estava acordado, os três gritaram:

— Vovô!

Sorri alegremente e tratei de abraçá-los da melhor maneira possível, embora as parafernálias que diziam usar em mim para que eu vivesse atrapalhasse um pouco.

— Brian, Gabriel e Melissa, quantas vezes terei que dizer para não subir em cima de seu avô? Pelo amor de Deus, tenham modos!

Sorri mais abertamente ainda ao ouvir a melodiosa, porém irritada e frustrada voz de Renesmee, minha querida filha. Eu nem acreditava que o tempo tivesse passado tão rápido. Minha menina, aquela que eu vi dentro de uma incubadora há 35 anos atrás, estava tão linda e tão madura com as três crianças mais lindas do mundo a chamando de mãe.

Logo atrás dela vinha seu marido e médico responsável pela minha saúde, Jacob Black. Era um homem alto e forte, pele castanho-avermelhada e olhos tão negros quanto seu curto, porém liso cabelo. Tinha um jeito brincalhão e sorridente, era um ótimo profissional e tinha um cérebro impressionante, eu tinha que admitir.

De inicio, eu não havia ido muito com a cara do sujeito e minha filha teve vários problemas para namorar o garoto. Entretanto, depois que vi que ele amava minha filha de verdade e não desistiria dela, fora o fato de fazê-la imensamente feliz, dei meu braço a torcer e permiti que os dois ficassem juntos. Hoje, ele era geriatra especializado em Alzheimer, coisa que graças a Deus eu não tinha. Não saberia o que fazer se esquecesse de minha Bella, a única mulher que amei minha vida inteira.

Depois de sua morte, tratei de me entregar aos cuidados com Nessie, minha única filha. Ela cresceu em meio a todo o amor que uma família poderia dar. Teve meus cuidados e de toda minha família, embora tenha perdido o avô com apenas 11 anos e a avó com 16. Esme e Carlisle se amaram até o fim de suas vidas e eu os invejava por isso, já que eles tiveram a vida, a família e o fim feliz que Bella tanto almejava.

Não fui feliz como era antes, mas amei minha filha como sempre quis amar uma parte de mim e Bella e como ela havia me pedido também. Cuidei dela e nunca omiti nada sobre sua mãe, tanto que Renesmee e tornou uma renomada psicóloga e usava o escritório que foi de sua mãe, já que não tive coragem de me desfazer dele e nem alugá-lo. Claro que só contei o que de fato havia acontecido com Bella quando Nessie tinha idade o suficiente para entender. Foi traumático e acabamos chorando juntos.

Nossa vida foi simples, mas regada de alegria, embora eu saiba que Renesmee sentia falta de uma mãe. Eu fiquei agradecido que minha mãe havia ensinado a Renesmee tudo que precisava ser ensinado para uma mulher antes de partir. Eu sempre seria grato a ela por isso. Eu me desesperava só de pensar que teria que ajudá-la quando menstruasse pela primeira vez e pior ainda, ter a conversar sobre sexo quando chegasse a idade.

Enfim, hoje minha filha era uma mulher casada, bem sucedida, feliz, responsável e mãe dos meus netos. Ah, meus netos... Que criaturas mais lindas e sapecas. O mais velho era Brian, com 13 anos de idade. Ele era inteligente como o pai e perspicaz como a mãe. Era a cara de Jacob, com pele parda, olhos negros que ostentavam óculos de nerd, e cabelos negros extremamente lisos, como um indiozinho. O filho do meio era Gabriel, que ao contrário do irmão era mais parecido com a mãe. Tinha cabelos mais ondulados, cor de mogno e olhos castanhos expressivos, como chocolate derretido. Sua pele era um pouco mais clara e ele me lembrava muito de Renesmee, que por sua vez me lembrava de Bella. Era mais tímido e corava por nada.

Por último minha princesinha, Melissa. Mel era a mistura perfeita de Renesmee e Jacob. Era linda, com pele pálida, cabelos longos, ondulados e negros e ostentava meus olhos. Sim, Melissa tinha lindos olhos verdes, que sempre delatavam tudo que ela sentia em seus poucos 5 anos. Ela era a mais sapeca de todos os três, falava o que pensava e dava muita dor de cabeça aos pais. Também era a mais sensível e a mais carinhosa de todos eles e confesso que infelizmente, eu tinha uma grande queda por ela. Favoritismo? Talvez. Só Deus sabia como eu tentava esconder que ela era minha neta preferida.

— Está tudo bem, Nessie. Eu...

Uma intensa tosse me tomou e de repente, senti falta de ar. Meu peito começava a arder e eu sabia que havia chegado minha hora. Renesmee tirou Melissa de cima de mim enquanto os outros se apressavam em descer da cama em que eu estava. Ao longe eu podia ouvir o barulho irritante de uma máquina apitando e bastante movimentação no quarto, mas nada conseguia me tirar do torpor que aquela queimação em meu peito me causava. A dor piorava conforme o tempo e eu já sentia a inconsciência tomar conta de mim. Eu não queria ir embora sem dizer que amava minha filha, amava meus netos e até gostava de meu genro, mas eu mal conseguia respirar.

Uma luz cegante apareceu a minha frente e ela era tão convidativa, que não resisti a ela. Saindo da luz, vi minha Bella com 18 anos novamente, porém linda como sempre deveria ter sido. Não magra, pálida, sem vida e triste como ela foi um dia. Senti-me como que saindo de meu corpo e me dirigi à luz, mas não me contendo de curiosidade, acabei me virando para trás. Vi meu corpo deitado na cama do quarto do hospital enquanto Jacob e uma equipe médica tentavam arduamente me ressuscitar, dando choques em meu peito. Nessie havia sido expulsa do quarto, mas eu podia vê-la através do vidro da janela que havia na parede.

Brian olhava pela janela enquanto chorava, consciente do que estava acontecendo. Gabriel abraçava a mãe sem entender a situação enquanto minha filha chorava desesperadamente. O mais estranho era Melissa, que me olhava sorrindo e acenava para mim. Não para meu corpo, mas para mim que estava flutuando no quarto indo de encontro à luz brilhante que ali havia. Será que ela conseguia me ver?

A última coisa que ouvi antes de segurar a mão de Bella e atravessar a luz foi a máquina que estava conectada a meu coração. Ela começou a apitar continuamente como que avisando que eu estava permanentemente morto e sorri. Finalmente eu iria viver feliz e para sempre com minha Bella.

POV Renesmee

Eu chorava desesperadamente. Estava perdendo meu pai, aquele que cuidou de mim a vida toda, me deu amor, carinho e atenção e sempre esteve presente em todos os momentos de minha vida. O mais entranho de tudo era que minha filha Melissa estava sorrindo e acenando para um ponto dentro do quarto que não havia absolutamente nada. Sequei um pouco minhas lágrimas e a chamei:

— Mel, venha aqui.

Depois de um tempo, Melissa se virou e veio até mim. Me abaixei e a abracei apertado, logo soltando-a e perguntando:

— Mel, para quem você estava acenando?

— Para meu vovô, mamãe. Ele estava indo embora, entrando em uma luz muito grandona, assim ó - Disse minha filha, esticando os bracinhos na intenção de exemplificar o quão grande era essa luz – E a vovó estava lá também.

Percebi que, no momento em que Mel veio até mim depois de terminar sua despedida, o aparelho cardíaco que estava ligado a meu pai apitou, dizendo que não tinha mais jeito, ele realmente se fora.

Com a fala de minha menina, meu coração se apertou mais ainda e minhas lágrimas voltaram a cair com mais força. Sentei no banco que havia atrás de mim sem conseguir mais ficar de pé. Melissa veio até mim e me abraçou. Chorei por um momento, logo sentindo os braços de meus filhos ao meu redor.

— Mamãe, não fica assim não – Disse Melissa agarrada a mim – Vovó falou que o vovô ia embora hoje e se encontraria com ela, disse que ele ficaria muito feliz e que não era pra gente ficar triste não.

— Para de besteira, Mel. Já dissemos pra você que vovó não está mais aqui!

Exclamou Brian, que nunca acreditara nas coisas que sua irmã falava. Desde que começou a falar, Melissa insistia na história de que uma mulher jovem de cabelos castanhos e olhos da cor dos de Gabriel falava com ela e lhe desejava boa noite todos os dias. Imaginei que minha filha estava passando pala fase onde a criança criava um amigo imaginário e deixei para lá. Um dia, Mel veio correndo em minha direção com um álbum de fotos na mão.

Era a primeira vez que ela via Bella, minha mãe e sua avó, e ela afirmava que era essa a mulher que lhe visitava todas as noites e conversava com ela. Eu, como psicóloga, tinha dificuldades em acreditar nisso, mas acabei deixando para lá novamente, pensando veemente que quando minha filha crescesse mais, entenderia que sua avó estava morta.

Porém, com o passar do tempo, Melissa continuava insistindo nessa história. Ela dizia que Bella parecia um anjo e que sempre estava perto do vovô quando ela e os irmãos iam visitá-lo. De inicio, fiquei com medo. Conversei com minha filha como mãe, depois como psicóloga, mas desisti de tentar entendê-la. Esperava que isso passasse com a idade.

— Para, Brian. Seu bobo! Você só tá triste por que vovô foi pra luz branca e por que vovó só fala comigo!

— Brian e Melissa, agora não é hora para isso.

Disse eu, exasperada por meus filhos não escolherem uma hora melhor para discutir sobre esse assunto.

Dias depois, durante o enterro do papai, Melissa jurou de pé junto que tinha visto os dois juntos, sorrindo para ela. Ela afirmava que Bella estava abraçada a Edward e que os dois estavam muito felizes juntos. Jacob, sabendo que eu não conseguiria lidar com aquilo naquele momento, pegou nossa filha no colo e disse que conversariam quando chegassem em casa. Antes que Jacob levasse nossos filhos para o carro, Melissa disse algo que eu jamais esqueceria em toda minha vida.

— Não se preocupe, mamãe. Vovô e vovó disseram que vão cuidar da gente pra sempre. Vovó pediu para te dizer que ama muito a senhora, que sempre amou e sempre esteve do seu lado, mesmo a senhora não acreditando nisso.

Com isso, Jacob levou nossos filhos embora e me deixou sozinha, como ele sabia que eu precisava estar naquele momento. As palavras de minha filha rondaram minha cabeça e enquanto eu chorava em seus túmulos, que era um ao lado do outro, ajoelhada no chão quase pude sentir o toque suave de duas mãos em meus ombros. Naquele momento, tive a certeza que Melissa estava certa e que meus pais sempre cuidariam de mim, mesmo estando tão distantes.

FIM


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? E aqueles que já esqueceram toda a história? ahaushau Bem, aqui está o epílogo! Até quem sabe um dia e bjooooos!!!