Almost Lover - Parte 1 escrita por Lady Rogers Stark


Capítulo 31
T R I N T A E U M


Notas iniciais do capítulo

Minha gente! Como vão?

Preciso explicar uma coisinha aqui. Hoje não tem banner, não consigo abrir o Photoshop, então, quando eu conseguir fazer, eu posto, ok?

E esse capítulo, como o de algumas semanas atrás, duas eu acho, será mais do que duas mil palavras, será de quase quatro mil. Então se não tiver com muito tempo, leia depois, não tem problema.

Outra, a segunda temporada. Faltam onze semanas para acabar a fic, uns três meses mais ou menos, mas ainda mal comecei a segunda parte, então provavelmente levará algumas semaninhas entre a primeira parte e a segunda parte.Algumas partes estão prontas, mas o começo e o desenrolar.... Vish!

Falando em desenrolar.... Vou parar de enrolar e bora ao capítulo! Boa leitura, beijos e... Fui!



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P.O.V Emily

O passeio iria durar toda a tarde, por isso, levaríamos almoços, onde comeríamos na floresta. Não que eu fosse muito a favor desse passeio, já que a maioria dos filmes que eu vi que são justamente sobre isso, ou os personagens morrem, ou eles são capturados por uma força maligna, por isso o meu receio, e mais o meu medo de cavalos então...

O campo onde estávamos era ao leste do castelo, e tivemos que andar meio quilômetro para chegarmos aqui, e empregados nos esperavam com os cavalos, e foram embora quando chegamos. Eram os mesmos cavalos do dia da ponte, mas com uma pequena diferença, Loki havia dado a égua branca a Brianna como presente.

Toda a minha coragem sumiu ao ver Brianna correr ainda mais rápido com a égua e pular sobre uma grande pedra. Meu coração subiu a garganta quando o animal quase voou por cima, e para aterrissar com maestria no chão. Mas mesmo a égua sendo tão experiente e valente, não consegui evitar o meu medo de que Brianna se soltasse e fosse pisoteada pelo animal.

Tampei o meu rosto com as mãos cobertas por um suor frio, típico de medo, e do que eu poderia fazer? Eu sou mãe, poxa! Qualquer coisa que apresentasse perigo real a Brianna, seria o meu maior medo, e agora, esse cavalo, é um perigo extremo a segurança dela. Ah, se Steve estivesse aqui...

—Emily – Loki me chamou ao ver a minha situação depois do salto – Fique calma, sua filha é muito boa com os animais, nada irá deixa-la cair – me garantiu Loki, e mesmo eu acreditando e confiando no moreno, não me deixava segura de que ela não iria se machucar. Algo dentro de mim gritava que algo daria errado. Tomara que esse pressentimento esteja errado.

Apenas concordo com a cabeça, entendendo suas palavras, mas não conseguindo acreditar direito. Mas respiro fundo. Aponto para o grande corcel preto ao lado de Loki, que entendeu que eu já estava pronta para irmos. Ele monta no cavalo e me puxa para cima, cerco seu tronco com meus braços e tento ficar o mais relaxada possível.

Loki assovia muito alto, e Brianna conduz a sua égua a trote para mais perto. Ela tinha uma respiração rápida e forte, com suor na testa e nas mãos que seguravam as rédeas. Seu vestido bege estava cobrindo até a barriga do animal, mas a bons centímetros do chão, mas mesmo assim, o final da saia estava sujo de lama e grama.

O vestido era justamente destinado a montar em cavalos, e mesmo não parecendo, podendo pensar que era um vestido totalmente comum, é perfeitamente adaptado a sentar na cela normalmente ao em vez de sentar de lado, o que segundo Rachel, é muito desconfortável e com uma sensação que irá cair a qualquer momento.

Nossos vestidos são parecidos, enquanto o dela com a saia totalmente lisa até os seios, mangas compridas e largas com detalhes parecidos com renda em prata; o meu era bege também, porém com a saia lisa com uma fenda da perna direita desde a metade da coxa, e com a parte de cima do vestido feita com pedras em tom de coral. Ambos iam até o chão.

O cavalo começou a andar devagar seguindo os comandos de Loki, que segurava as rédeas bem perto do corpo e as mantendo firmes e curtas, assim, impondo controle sobre o animal. Até senti um pouco de pena do cavalo, pois queria mexer mais a cabeça e não poderia por causa das rédeas.

Atravessamos todo o campo em passo lento, apenas trotando, provavelmente mais por minha causa. E assim que a floresta ficou a dez metros, Loki parou e Brianna parou logo ao seu lado. Eu sabia que ele daria recomendações a Brianna, e fico agradecida por Brianna aceitar as ordens do moreno sem reclamar como faz com as minhas.

—Fique perto, eu já sei – ela o interrompeu assim que o moreno abriu a boca, reviro os olhos com a atitude da minha filha, e peço para que Loki continue. Conheço Brianna o suficiente para saber que ela não irá seguir tudo completamente, e acha que sabe de tudo, típico de adolescentes.

—Não somente isso – Loki afirma, e concordo com ele – Fique de olhos atentos. Apesar dessa floresta ser segura, mandei uma dúzia de soldados para checar toda essa floresta, e mesmo não terem encontrado nada, pode sempre haver algo escondido – ele a orienta enquanto seguro a reação da surpresa pelo o que ele fez. Seria mesmo necessário?

—Perigos do tipo...? – pergunta a morena, e pelo seu tom de voz, ficou amedrontada, ou até mesmo intimidada com os perigos essa floresta espreita. Loki volta a trotar com o animal e Brianna nos acompanha.

—Do tipo cobras. Os cavalos tem medo delas, e por isso, viu uma antes da sua égua? Leve-a para outra direção – respondeu o moreno e me perguntei se não poderíamos encontrar cobras pelo caminho, mas acho que é só o medo falando, nada vai dar de errado, tenho que pensar positivo e aproveitar o passeio.

—Achei que cavalos asgardianos fossem corajosos como você sempre fala... – Brianna provoca olhando para frente. Alguns galhos de arvores bem tortas nos recepcionam. Não parece nenhum tipo de floresta mágica ou amaldiçoada do tipo de contos de fadas. Não, parece apenas uma floresta comum, do tipo que deve haver em todo lugar.

O campo não havia trilhas, somente a grama, mas na floresta havia, largo o suficiente para caber dois cavalos lado a lado com conforto. As arvores faziam a margem, para onde você olhasse, havia uma arvore ou arbusto, e o melhor, com tanta variedade que um botânico levaria anos para catalogar cada espécie.

—Mas não são burros. Correm das cobras, você estando em cima da cela ou não – explica o moreno, com certeza colocando medo na Brianna, mas tenho certeza que ela já sabia disso, e Loki estava apenas frisando algo que ela pensasse ser somente de filmes.

—Porém, olha pelo lado do bom – tento manter a animação de Brianna, que pela sua expressão, abaixou bastante – Sente esse cheirinho de natureza, você não consegue sentir da janela do nosso quarto – ela me olha, do jeito que sabe que o objetivo da minha tentativa, mas que não deu certo.

—Tem uma lagoa – Loki conta olhando para frente, e pelo o que posso ver, um leve sorriso nos lábios – Aonde planejei leva-las. E não se preocupem, não irei força-las a entrar na água, e nem empurrar você, Brianna – ele brinca fazendo minha filha sorrir e a mim também. Acho que ele pensa que não sei nadar, mas é claro que eu sei, aprendi quando eu ainda era criança.

—Vamos almoçar na beira da lagoa? – pergunto curiosa e o moreno assente com a cabeça. Isso me lembra filmes, novamente. Daqueles que acontece no campo, filmes sobre conflitos de família, onde tudo acaba bem e numa lagoa com todo mundo reunido. Pergunto para mim mesma se não terá sanduíches de atum como almoço igual aos filmes.

Adentramos na floresta por quase quinze minutos, sem nenhum tipo de desvio ou atalho, sempre seguindo a trilha, que se estende até onde consigo ver. Acho que essa floresta é bem maior do que pensei que fosse. Devemos ter andado quase um quilômetro em quinze minutos, e mesmo assim, parece que nada mudou, parece que ainda estamos perto da entrada.

Tudo ao nosso redor permanece quieto, não consigo ver animais, apenas pássaros, que nos vigiam dos galhos acima das nossas cabeças. Nenhum tipo de animal, seja ele perigoso ou não apareceu. E tudo o que consigo ouvir é a respiração de Loki, os cavalos pisando na terra seca, e de vez em quando, o canto solitário de algum pássaro distante.

—É sempre assim? – pergunto curiosa quebrando o breve silêncio que ficou desde que a conversa entre Loki e eu murchou – Sempre tudo tão quieto?

—Nem sempre – ele responde olhando ao nosso redor – Sempre imaginei que os animais se escondem, e os pássaros ficam nos galhos mais altos para se proteger. Foram poucas as vezes em que vi algum tipo de cervo ou coelho – Loki explica e assinto com a cabeça.

—Arg, não gosto de coelhos... – Brianna comenta baixo para ela mesma, e Loki pergunta o porquê risonho – São tão porcos, fazem cocô aonde vão, passam doenças muito mais rápido do que os cães. Prefiro mil vezes cachorros a coelhos – ela explica e até concordo com ela.

—Mas são tão fofos! – insisto risonha – Como você consegue não gostar de uma coisinha tão fofa quanto um coelho? – pergunto brincalhona.

—Coalas também são fofos, mas fazem cocô na boca dos filhotes deles! Isso é nojento! – Brianna dá um exemplo e até concordo,

—Isso se chama natureza. O que para eles é normal, para nós é uma coisa inaceitável – Loki responde – Pássaros jogam filhotes dos ninhos para que aprendam a voar quando atingem uma certa idade. Quero ver sua mãe jogar você do berço quando tinha um ano para que aprendesse a andar – ele brinca e rio dele, enquanto Brianna força uma risada irônica.

—E para sua informação, comecei a andar com um ano e um mês! – ela esnoba dando a língua para ele. Nego com a cabeça ajeitando o cabelo para poder ver a sua reação mais claramente depois do que irei dizer.

—Na verdade você começou a engatinhar com um ano, andar só com quase dois – respondo e dessa vez Loki ri ainda mais da cara que Brianna fez, me chamando de traidora por ter a corrigido na frente do “inimigo”. Apenas ri ainda mais me esquecendo por completo do “terrível” animal que estou sentada em cima.

Meia hora depois e finalmente chegamos a lagoa, que deveria ter o tamanho de uma piscina grande, mas com uma água tão cristalina e transparente que assim que coloquei os olhos, vi somente o fundo, e só com o reflexo do sol que pude ver a água. Loki explicou que a água vinha do subsolo, e por isso, estaria morna.

Desci do cavalo sentindo minhas pernas doerem, fiquei muito tempo sentada no cavalo, e agora meus músculos doem, e Brianna também sentiu, e Loki apenas segurou a risada com as nossas reações. Me sentei confortavelmente numa pedra de frente para a lagoa enquanto Loki amarrava os cavalos nas árvores.

—Sabe o que cairia muito bem agora? – pergunta Brianna se sentando ao meu lado observando a paisagem, pequena e simples, porém bonita. A lagoa, e mais ao fundo, a extensão de árvores, além da pequena margem de grama do outro lado da lagoa, e só depois as árvores.

—O quê? – pergunto imaginando que seria um iPod, ou uma revista, ou até mesmo uma cama de praia, com direito a tecido em cima para protege-la do sol e tudo.

—Biquínis – ela conta e estranho seu pedido – Tá, eu sei, nunca gostei de ir à praia ou a piscina em Malibu com o vovô – o que é verdade, ela nunca entrou de boa vontade – Mas essa lagoa está me chamando, sabe? “Venha... Venha...” – imitou numa voz assustadora e arrastada. Rio dela.

—Eu não sei se asgardianas vão à praia com biquínis, Brianna – respondo e ela balança a cabeça – Na verdade, nem sei se vão à praia – acrescento e ela ri baixinho.

—Na verdade, vamos. Porém, não costumamos a entrar na água usando apenas peças de intimas para banho, como vocês midgardianos – Loki explica vindo de trás com a mochila em mãos, e se sentando na pedra também, que tinha espaço para mais uma pessoa.

—Então usam o quê? – pergunto curiosa, e sei que Brianna está tanto quanto eu.

—São tipos de roupas que não marcam o corpo e nem flutuam como aconteceria com as capas e as saias dos vestidos – explica e não entendo muito bem, e ele promete mostrar depois – Mas agora, vamos almoçar pois estou com fome – admite e rio baixinho aceitando o que tiver para comer, pois estou com muita fome.

Na mochila, que tinha quase o tamanho do meu antebraço, deveria ter algum tipo de magia, pois coube tanta coisa que seria o suficiente para o dobro do que iria comer. Haviam pães, algumas garrafas de sucos, frutas em potes, alguns frios, e ainda alguns docinhos como Petit Gateau.

E enquanto eu passava um pouco de geleia de morango no pão estilo italiano, Brianna perguntou como Loki ganhou o cavalo dele, que segundo o próprio moreno, tinha nome, porém, não usava por ser somente um cavalo. Para mim, Loki deveria usar, assim como um cachorro tem nome, um cavalo também deve ter.

—Ah, eu era jovem, para midgardianos, uns quinze anos – respondeu casual, dando de ombros, sem ter muita certeza do que estava falando, claro, foi a tanto tempo atrás – Uma égua deu cria e Odin ordenou que desse o filhote mais forte a mim, porque Thor já tinha seu cavalo desde muito mais novo.

—Ainda nem acredito que ela é minha! – Brianna comentou com a animação a flor da pele, com direito a balançar os braços animada e o sorriso enorme no rosto.

—Qual nome você vai dar a ela? – pergunto sorrindo e acariciando seu cabelo castanho e tão macio e brilhante.

—Eu não sei... Nunca fui boa de dar nomes e apelidos – a morena justificou com a mão sobre o queixo. Sorri de lado lembrando de como foi escolher o nome do Apolo, o cachorro que era parte da nossa família, mas que morreu anos atrás. Lembro que foi difícil, e quem por fim escolheu foi Hannah ainda pequena, que somente apontou na lista de nomes da internet.

—O que ela se parece para você? – pergunto olhando para a égua, bem atrás, que comia a grama tranquilamente ao lado do cavalo de Loki, Osman.

—Também não sei, mas tem que ser algo que combine com ela – minha filha explicou e afirmo concordando completamente. Eu também não fazia ideia de qual nome dar a ela.

—Que tal Cristal? – sugeriu Loki brincalhão, seguido por uma fraca risada, e nós duas olhamos para o moreno, que partia o pão com os dedos tranquilamente, mas ao ver o nosso olhar, soltou o ar pelo nariz – Não acho um bom nome – respondeu comendo do pão.

—Não! É um ótimo nome! – Brianna exclamou contente, se levantando de supetão e ficando a nossa frente, ainda com os pedaços de pão com queijo na mão – É perfeito! Ela é tão branca quanto um cristal – explicou revezando o olhar entre nós e a égua, que nem se preocupou em olhar para a nova dona.

—Porque não pergunta a ela? – perguntou novamente brincalhão Loki, e ainda mais irônico, revirei os olhos enquanto ele ria.

Brianna sorriu, ignorando a ironia do moreno e andando até a égua, que levantou o pescoço ao vê-la se aproximando. Notei que Brianna estava ainda mais feliz, ela nunca foi muito próxima a animais, e espero que isso possa cativar um amor por bichinhos, e assim, querer ter um quando voltarmos.

—Não foi um nome ruim – comentei assim que Brianna saiu. Loki deu de ombros tomando goles do suco direto da garrafa.

—Claro que não, fui eu que dei a sugestão – respondeu exibido e o empurrei de leve no ombro, ele riu e passou a mão ao redor dos meus ombros enquanto admirava a lagoa, coloquei a minha cabeça em seu ombro conseguindo me sentir muito melhor do que em cima da cela de Osman.

—Você veio aqui muitas vezes? – pergunto curiosa, e ele nega com a cabeça.

—Só quando era criança, Frigga me levava de vez em quando – respondeu e assenti com a cabeça – Lembro que esse lugar não mudou nada. Continua a mesma coisa, praticamente cada árvore no mesmo lugar de sempre – conta e sorrio com a sua história. Loki quase não revela nada do seu passado, apesar dele saber toda a história da minha vida.

—Que memória... – comento brincando e ele sorri – Deve ser um lugar especial para você – tento adivinhar e ele assente com a cabeça – Obrigada por nos trazer aqui – agradeço e deposito um beijo na sua bochecha, e seu sorriso aumenta.

—É muito boa a sua companhia – ele retribui depositando um beijo no topo da minha cabeça, sorrio fechando os olhos e quase relaxando por completo, mas desperto assustada quando ouço um grito, alto, fino, e muito familiar. Brianna estava em qualquer lugar, esse grito foi dela. E mal percebi quando me levantei pronta para ajudá-la.

Loki se movimentou rapidamente, correndo com agilidade seguindo a origem do grito, que não era muito distante, e meu coração palpitava dentro do peito aterrorizado. Aonde Brianna estava?! Ela momento antes estava logo ali, acariciando sua égua, mas só o animal estava ali, não a minha filha.

Corri, o máximo que eu podia, o máximo que eu conseguia, porque graças ao vestido, os pequenos saltos e a terra com várias raízes de árvores pelo caminho, não pude correr tanto quanto Loki, apesar que nem se estivéssemos num terreno plano com tênis e roupas para corrida, eu nem conseguiria alcança-lo.

—Brianna! – gritei de volta, desesperada para encontra-la. Gritei várias vezes, até perder o fôlego, mas mesmo assim, não parei de correr, e só alguns metros depois, encontrei Loki, em pé, observando uma árvore, simplesmente parado. Caminhei com passos rápidos, mas sem correr, enquanto eu tentava recuperar o fôlego.

—Isso não tem graça! – ouço sua voz, irritada e zangada, e um alivio percorre meu corpo ao perceber que ela estava bem, apenas sendo... Ela mesma.

Assim que vejo a situação, compreendo a irritabilidade dela e o riso contido de Loki. Brianna estava, literalmente, de cabeça para baixo pendurada por uma armadilha feita de corda na árvore. Ela deveria estar a uns cinco metros do chão. E de braços cruzados, o rosto vermelho, e o vestido, só não para baixo tampando seu rosto graças ao seus poderes que o segurava.

—Quer me tirar logo daqui? Por favor? – pergunta ela irônica, e como Loki apenas ri ainda mais, com direito a gargalhadas, e eu segurando as minhas, Brianna bufa irritada até a ponta do cabelo – Mãe! Faz alguma coisa! – ela praticamente me ordena, mas não posso perder a oportunidade.

—Qual a palavrinha mágica? – pergunto cruzando os braços e caçoando com ela, que revirou os olhos ainda mais irritada – Vamos, eu não tenho o dia todo – finjo bater o pé ansiosa.

—Por favor – ela diz, mas muito baixo, e peço para que seja mais alto – Por favor! – agora ela grita, e seguro a risada – Agora me tira daqui, por favor – pede mais uma vez, com o rosto cada vez mais vermelho, e o cabelo de cabeça para baixo.

—Muito bem, parabéns – finjo parabeniza-la, mas ela grunhe irritada – Loki, você poderia...? – pergunto educada e apontando para onde a corda estava amarrada, a raiz da árvore.

—Claro – ele estala os dedos e a corda se rompe, meu coração dá um pulo, e quando faltava centímetros para que ela caísse no chão gritando, Brianna para e flutua a trinta centímetros do chão, com a respiração rápida e assustada, olhando para os lados sem entender muita coisa – De nada – ele sorri e se apoia na árvore pelo ombro.

—Você não poderia ter simplesmente ter feito isso da forma mais cuidadosa?! – pergunta a morena irritada, olhando para o moreno com os olhos brilhando feito lava. Rio daquela comparação. Brianna coloca os pés no chão, ajeita o vestido e o cabelo já em pé.

—Ah não, não é tão divertida quanto essa – ele responde dando de ombros, e seguro a risada, não quero irritá-la ainda mais. Brianna revira os olhos voltando para aonde estávamos antes. Acompanhamos ela logo atrás.

—E o que você fazia aqui? Posso saber? – pergunto autoritária, ou tentando ser, nunca fui muito boa – Porque me lembro claramente que Loki disse para você não sair da trilha – pergunto irônica e ouço suas bufadas.

—Segui uma raposa – respondeu e não entendi logo de imediato, aqui haviam raposas? E porque ela seguiria uma? – Era tão bonitinha e pequena, deveria ser filhote, e quando me viu, saiu correndo, corri atrás, só isso – respondeu simplesmente percorrendo todo o caminho corretamente.

—E aí você tropeçou naquela armadilha e ficou de cabeça para baixo? – pergunto e ela afirma.

—Não contem para ninguém! – ela para de andar e quase esbarro nela, mas Loki parou certinho, e a observando divertido – Nem ouse fazer isso, Deus da Trapaça, nem ouse! – ela ameaça voltando a andar mais rápido.

—Ela é tão parecida com você – Loki comenta com Brianna a alguns metros à frente, pisando forte e fundo, demonstrando o quanto irritada ela estava – Parece que estou vendo você com dezesseis anos novamente...

—Pior que é verdade... – concordo dissipando qualquer irritação que eu tivesse de Brianna – Parece que ela é um atrativo para confusões do tipo – comento risonha e o moreno concorda.

—Ah, como se você tivesse sido diferente – Loki ironiza e o empurro de lado com o ombro – Se for contar nos dedos as vezes em que uma confusão entrou na sua vida, vou precisar de muitos outros dedos – ele afirma.

—Ei! Se eu me lembro bem, uma dessas confusões foi sua culpa – tento dizer em forma de brincadeira, mas algo me diz que há muita culpa na frase, como se eu tivesse o culpando pelo o que aconteceu. Loki se vira para mim parando de andar, suspira passando a mão pelo cabelo, ele sabia do que eu estava me referindo.

—Acho que até hoje não te pedi desculpas pelo o que aconteceu... – ele diz andando em passos calmos até mim e pegando nas minhas mãos sem olhar nos meus olhos – Aquelas coisas foram mais do que absurdas, além de trazer só tristeza a você e as pessoas ao seu redor, foi algo do feitio de um canalha, algo que eu não sou – ele ainda olha para o chão. Eu apenas respiro fundo apertando suas mãos – Me desculpe.

—Loki, você acha mesmo que depois de todos esses anos, eu já não teria te perdoado por causa de um beijo? – pergunto e ele olha para mim, quase que assustado, talvez porque eu coloquei em voz alta, não sei – Sem querer ofender, mas aquilo não foi nada, e eu sei que você gostava de mim, não é? Mas agora somos apenas amigos, bons amigos – tento ser o mais doce possível, o mais compreensiva que eu posso, mas acho que não foi o suficiente.

Quando Loki aperta mais as minhas mãos, fazendo murchar o restante de sorriso do seu rosto, Brianna me chama com pressa, peço licença para ele e volto até aonde estávamos perto do lago, mas ele não me acompanha, na verdade, eu nem havia notado que ele não voltou comigo. Mas algo ficou na minha cabeça, porque ele ficou tão abatido pelo o que eu falei?

 -

Assim que chegamos ao castelo, com um caminho quase silencioso, com somente conversas entre mim e Brianna, já que Loki ficou quase que calado quase todo o caminho. Assim que Loki voltou a margem do lago, Brianna já estava arrumando as coisas para voltarmos, e eu contrariei a vontade dela, e nem Loki.

Os sois estavam quase se pondo, faltavam talvez duas horas, ou três, e Loki foi cercado por várias pessoas, me assustando de verdade, ele parecia uma celebridade no meio de fãs e fotógrafos. Alguns pediam decisões imediatas, outros avisavam de alguma alteração de alguma coisa que eu nada entendia.

Loki pediu para um dos empregados ao seu redor que nos levássemos para o nosso quarto, nem havia como eu me despedir e agradecer pelo passeio. Brianna insistiu, mas de nada adiantou. Voltamos ao nosso quarto sem nada para fazer além de esperar pelo jantar e pensar do que aconteceu. Loki não era desse jeito. Foi algo do que eu falei?


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Notas finais do capítulo

Gostaram do capítulo? Espero que sim! A cena da armadilha e a Brianna de cabeça para baixo me matou de rir! KKKKKKKKKKKK

Mas o que vocês acharam? Comentem para eu saber!

Beijos e até semana que vem!



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