O cão do Central Park escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 13
Capítulo 13 – Um novo caminho


Notas iniciais do capítulo

Enfim chegamos ao final da fic. Agradeço aos que acompanharam e espero que tenho se divertido com a história. =3 A cada fic que finalizo sinto saudade. xD Quero aproveitar pra dar um puxão de orelha nos autores de "Casados? Não, Espera", "Encontro", "Sou melhor com você", "I am the target", "A noiva", "Please, don't say you love me" e "Bad Intentions", que são fics maravilhosas que eu, e aposto que vários outros leitores também, estamos desesperados pra saber as continuações! Vamos lá, autores, mais capítulos já!! xD Aproveito pra também parabenizar Alexandra Monte pelo final fofo de "Senhor e senhora Holmes". ♥ Mais uma vez agradeço a todos que acompanharam e espero que possamos nos encontrar de novo em futuras fics. ♥ =D



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Capítulo 13 – Um novo caminho

— Eu nem sei como agradecer por salvarem minha vida – Henry disse pela milésima vez naquela manhã.

— Nós temos que lhe pedir desculpas por colocá-lo em perigo antes – Joan respondeu.

— Isso não importa. Tudo finalmente acabou. Acho que vou tirar férias, ainda que eu tenha chegado há tão pouco tempo.

— Eu concordo – Mortiner entrou na conversa – Você precisa tirar a cabeça disso tudo. Não sabe o quanto me assustei quando atravessei a cidade às pressas de madrugada pra encontrar você desmaiado aqui e depois chocado de pavor com uma filhote de pastor alemão. Sem falar da febre e dos outros sintomas de choque que sofreu por toda a noite.

— Vou incluir terapia nas minhas férias. Eu gosto de cães. Penso seriamente em ter alguns aqui quando isso passar. Em qual hospital está a moça? Eu quero visitá-la. E lhe garantir que vou cuidar de Hana até ela estar bem e concluir sua mudança.

— Foi levada ao Princeton, bem machucada e desidratada, mas vai ficar bem em alguns dias. Uma visita lhe faria muito bem – Joan lhe disse – Acho que os dois precisam fazer novos amigos.

— Estive me perguntando... – o herdeiro começou – Se todas as mortes na minha família foram causadas por Stapleton e um único cão.

— Por Stapleton sim – Sherlock respondeu – Mas houve pelos menos quatro cães ao longo dos anos. Todos mestiços e que deveriam viver muito mais se fossem criados com a dedicação e cuidados que mereciam, mas tiverem sua pobre vida reduzida em mais de uma década por causa dos maus tratos e estresse aos quais Stapleton os submetia, além de se transformarem em monstros assassinos em poucas semanas.

— Ela... Sabia de tudo isso?

— Sim, mas nada do que aconteceu foi de sua vontade. Ela sofreu ameaças e maus tratos todos esses anos, assim com os cães. Se ousasse fazer qualquer coisa poderia não acordar no dia seguinte. Ela até tentou libertar os cachorros pra que fugissem e em todas essas vezes Stapleton quase a matou e ainda a privou de cuidados médicos, embora lhe desse tudo que precisa pra se curar em casa. Quando finalmente se cansou e escapou por algum tempo pra enviar uma mensagem, ele desconfiou e a prendeu.

A expressão de Henry foi tomada pela tristeza. Nem conhecia a pobre vítima, mas com certeza ela sofrera mais do que ele e tentara salvar sua vida ao invés de culpá-lo. Precisava encontrá-la o mais rápido possível. De repente se focou nos dois cães brincando ao lado, Hana e o cachorro de Mortiner, sentiu a alegria dos dois animais contagiar seu coração, e sentiu-se um pouco melhor.

— Vou visitá-la hoje mesmo.

— Faça isso – Sherlock tornou a falar – Acho que deve saber das últimas informações. Stapleton foi abatido de cima de uma árvore. Espera para ver se o cão cumpriria o serviço, para escondê-lo outra vez depois ou até matar em seu lugar. Ele estava armado e com a luva que você perdeu. Agora tem as duas de volta, se ainda as quiser. Stapleton escondia o cão em um espaço cruelmente escuro e pequeno em outra sala escondida depois do porão, bem ventilada até, mas à prova de som.

— Ele também era um Baskerville, como você – Joan falou – Filho de Rodger Baskerville, que desapareceu com uma reputação terrível, e antes de morrer deixou um filho tão ruim quanto ele mesmo, também chamado Rodger. Quando cresceu, ele se casou com Beryl Garcia e os dois fugiram para a Inglaterra, onde trabalharam em uma escola e mudaram seus nomes para Vandeleur. O professor que conduzia a escola faleceu e tudo que o lugar tinha de bom foi embora com ele. Então os Vandeleur foram embora com todo o dinheiro que tinham. Mudaram seu nome para Stapleton assim que Rodger, que passou a se chamar Jack, descobriu sobre a mansão e a história da família. Então ele apresentou a esposa como irmã. Ela não queria prosseguir já que dessa vez pessoas morreriam, mas ele a fez escolher entre a própria vida e a dessas pessoas. Não podia assumir a mansão na primeira morte, tinha que fixar a veracidade da lenda primeiro, então esperou por todos esses anos até chegar no último, que é você, Henry.

— Ele comprou o cachorro em Los Angeles. Já era enorme e agressivo quando o adquiriu. Trouxe o animal por conta própria para Nova Iorque, dopado e escondido em uma mala enorme. Então o escondeu em casa. Stapleton esperou você junto com o cão por várias noites nas quais não teve sucesso, e foi assim que foi visto e a lenda se espalhou. Queria força Beryl a seduzir você, mas ela não quis, mesmo depois de ser espancada. Teve os mesmos problemas com Charles Baskerville, então encontrou a oportunidade perfeita quando descobriu que ambos estavam ajudando Laura Lyons, e a usou em plena gravidez pra tirar a vida dele. Ela mesma não tinha ideia de nada disso até pouco tempo atrás e nos ajudou a resolver o caso. Teve sorte de não ter problemas com o bebê quando viu os noticiários daquele dia meses atrás.

— Mas como ele morreu afinal? – Mortiner perguntou aflito.

— Exatamente como desconfiávamos – Joan disse – Laura devia se encontrar com ele naquela noite, por isso estava esperando no portão, mas Stapleton a impediu de ir. Depois atiçou o cão, que pulou o portão e perseguiu Charles pela trilha de grama. O coração não aguentou e parou com o susto. Vendo-o morto, o cão perdeu o interesse e se aproximou pra farejá-lo, deixando a pegada que o Dr. Mortiner viu. Em seguida foi chamado e escondido de novo.

O silêncio se abateu sobre o quarto por quase um minuto. Finalmente saber como aquela tragédia ocorrera causava dor e estranhamente também causava alívio.

— Stapleton subornou um empregado daquele hotel pra roubar suas luvas. Ele já foi identificado, mas como sua intenção era apenas receber um suborno e de nada mais sabia, sua pena será branda. Acreditamos que o criminoso também conhecia meu trabalho, ainda que não meu rosto, nem Joan. Mas desconfiava que éramos nós no hotel naquele dia, então ainda que não soubesse deixou uma pista falsa tentando nos confundir usando o meu nome em um pedido de café que eu jamais faria. Queria matar você no hotel mesmo, mas ao sentir a ameaça decidiu seguir para o plano B, e num momento de sua ausência, Beryl tentou lhe alertar.

— Foi tudo tão rápido, vocês pareciam já saber que era ele.

— Só confirmamos depois. Não lhes dissemos, mas depois de examinar aquele bilhete com mais cuidado pude sentir com clareza o aroma de Flores do campo. Se ler minhas monografias verá que posso identificar mais de cem aromas de flores diferentes. Era o mesmo que eu e Joan sentimos quando o visitamos naquele dia. Então voltamos a investigação com força total para os Stapletons.

— Quando o visitamos, ele deixou escapar muitas evidências de que a irmã que dizia ter não era sua irmã coisa nenhuma. Infelizmente não tivemos tempo de localizá-la dentro da casa naquele mesmo dia.

— Se eu estivesse morto agora... Como ele comandaria toda a herança sem levantar suspeitas? Especialmente morando aqui perto e sendo amigo da família por tantos anos?

— Nunca saberemos ao certo – Joan voltou a falar – Beryl disse que ele pensou nisso várias vezes. A primeira alternativa seria se mudar pra bem longe daqui e reivindicar a herança de onde estivessem. Também poderia viver disfarçado por tanto tempo quanto fosse necessário ou ainda apresentar um cúmplice como herdeiro e receber ao menos parte de tudo.

Mais silêncio tomou o lugar enquanto Henry e Mortiner absorviam as últimas informações. Horas mais tarde estavam no hospital. Decidiram visitar Beryl junto com Henry e Mortiner. A mulher descansava em um quarto no hospital. Apesar dos machucados ainda estarem longe de desaparecer da pele morena, sua aparência estava bem melhor. Os cabelos negros, sedosos e ondulados caíam pelos ombros, mostrando como aquela mulher, antes tão maltratada, escondia uma enorme beleza. Beryl estava sentada olhando pela janela. Quando os quatro visitantes entraram, ela imediatamente virou na direção da porta, assustada. Ainda levaria tempo para assimilar que Rodger estava morto e não lhe faria mais mal.

— Senhorita Beryl... – Sherlock falou suavemente – Estes são Henry Baskerville e o Dr. Mortiner, mas você já deve saber disso.

Ela olhou em silêncio para cada um e alguma alegria finalmente pode ser vista em seus olhos.

— Que bom que estão todos vivos. Nunca achei que você e eu fossemos nos encontrar em vida – disse para Henry, que a olhou com tristeza e compreensão.

— Você não tem culpa de nada. Não tenho nenhuma raiva de você, e sinto muito pelo que passou.

— Eu também sinto, Henry. Posso te chamar assim? Passei tanto tempo tentando livrá-lo da morte que parece que já o conheço há décadas.

— A vontade – o herdeiro sorriu, fazendo a jovem mulher sorrir também.

******

Joan suspirou protegida dentro do abraço quente e acolhedor de Sherlock quando os dois estavam sentados no telhado naquela noite, bem aquecidos devido ao frio. O britânico se apoiava na parede e Joan estava sentada entre suas pernas enquanto ele a abraçava com força, fazendo-a se deitar em seu ombro.

— Por que está tão calado. Resolvemos o caso, devia estar mais falante que o rádio.

Ele emitiu um pequeno riso, mas silenciou em seguida.

— Tive medo. Muito medo. Eu sabia que corríamos perigo, mas não tinha ideia que tanto. Eu cheguei a ver vultos rondando a mansão por várias vezes enquanto eu te olhava de longe. Agora tenho certeza que era Stapleton e tenho certeza que olhava sua janela por tempo discutível às vezes. Ele queria você morta – o consultor falou, baixando drasticamente o tom de voz na última frase – Sabia que se algo te acontecesse eu podia aparecer. Coloquei você em um risco muito maior do que devia.

— Eu fui porque eu queria ir. Você não me obrigou a nada. Henry podia estar morto se eu não fosse. Você disse que se sentiria feliz quando eu estivesse aqui segura de novo. Eu estou.

A resposta foi um abraço ainda mais apertado e um suspiro de alívio e paixão quando Sherlock escondeu o rosto em seu pescoço e Joan afagou seu cabelo. Assim se foram cinco minutos e no segundo seguinte, Sherlock a estava beijando profundamente. Não havia sequer um indício de desejo, naquele momento só havia amor e o alívio de tê-la de volta e viva e dessa vez sem nenhuma necessidade de esconder o que sentia por ela. O contato evoluiu até se separarem para respirar e unirem suas testas enquanto descansavam.

— Acho que merecemos o calor aconchegante do interior da nossa casa depois de um caso tão difícil.

Joan sorriu e acariciou seu rosto.

— Senhora Hudson deixou o jantar pronto antes de ir embora. Vamos comer, então eu cuidar do seu ferimento e vamos pro nosso quarto. Vamos entrar agora, querido.

— Eu te amo, Euglassia Watsonia.

— Também te amo, Sherlock – ela disse.

******

Sherlock adentrou o telhado do sobrado, sentindo o vento frio do fim da tarde bater em seu rosto e caminhou até a chinesa, de costas para ele, pondo um casaco sobre seus ombros e a abraçando pelas costas. Joan usava um vestido mais solto, ela estava um pouco diferente já tinha algum tempo. A asiática sorriu quando as mãos fortes do inglês deslizaram por sua barriga e ambos sentiram mãozinhas e pezinhos chutando ali. Os dois riram, provocando a criança com afagos e palavras para sentirem mais movimentos.

— Você está linda, querida. Ainda mais do que sempre foi.

Ela sorriu e recostou-se melhor a ele. Estava com seis meses. Ficaram apreciando o momento por mais meia hora antes de voltarem para dentro. Em cada aperto leve que Joan fazia em sua barriga, sentia uma mãozinha empurrando a sua ou um pequeno pé chutando em outro lugar, às vezes até uma pequena cabeça empurrava sob sua mão. Ela olhava para Sherlock às vezes, vendo-o com o maior sorriso que ele já tivera em seu rosto enquanto sentia o movimento.

******

— Então Laura está bem? – Joan perguntou a Bell.

O detetive os estava visitando.

— Sim. Vocês pediram pra acompanhar todas as linhas do caso até o fim, então como não podiam sair de casa agora eu queria visitá-los, o capitão me pediu pra trazer as notícias. Laura Lyons finalmente concluiu o divórcio e está vivendo feliz e em paz com sua filha. O marido foi localizado e preso por ameaça e outros crimes que cometeu por aí. Não tem o direito de ver a filha nem de chegar perto delas. Henry Baskerville se comprometeu a ajudá-la enquanto for necessário para que seu negócio se equilibre. É mesmo verdade que ele está namorando com a ex-esposa do criminoso do cachorro?

— Sim. Estão morando juntos. Quando voltou de viagem, ficaram ainda mais unidos e Henry não quis que ela voltasse a morar naquela casa. Hana cresceu muito nos últimos meses também, está linda. E Henry adotou três cachorros.

— Encontraram um cliente duro na queda – o detetive sorriu – Acho que eu não ia querer um cachorro perto de mim tão cedo se fosse comigo. Tem certeza que não querem ajuda?

— Não precisa, estão prontos – Sherlock respondeu sorrindo quando ele e Joan colocaram cada um bebê sobre o colchão, ao lado do primeiro que já estava arrumado depois dos três tomarem banho.

Marcus sorriu ao ver as três crianças agitando os bracinhos, sorrindo e murmurando para seus pais, como se quisessem falar com eles.

— Eles são lindos. E todos parecidos demais com vocês dois, apesar de serem tão diferentes.

— Obrigada, Marcus.

— Eu vou deixar vocês agora, preciso voltar ao trabalho. Não deixem de chamar se precisarem, a qualquer hora.

Sherlock acompanhou o amigo até a saída e voltou rapidamente ao quarto, ajudando Joan a levar os três bebês para baixo, onde seguiram para a cozinha e depois se sentaram na sala, onde finalmente puderam tomar café após acomodar os pequenos no grande berço deixado ali.

— Obrigado, Joan. Não podia me sentir mais orgulhoso de nós dois.

Ela riu. O sorriso em seu rosto agora era constante. Seus trigêmeos estavam com três meses. E pouco a pouco o casal aprendia a conciliar o trabalho com os filhos. Eles tinham duas meninas e um menino. A primeira garota puxara quase que completamente à família de Sherlock. Kitty tinha cabelos ruivos e olhos cinza, mas ainda assim se parecia com Joan. Alistair fora o segundo a nascer, e apesar de ter o mesmo olhar de Joan e vários traços dela, também se parecia muito com Sherlock. Cabelo castanho, olhos puxados e azuis, e sardas. Violet,a última a nascer, era quase uma xérox da mãe. Cabelos negros, olhos puxados e castanho claros, e sardas. E apesar de serem tão diferentes, qualquer um ainda diria que os três irmãos eram gêmeos se os olhasse.

Senhora Hudson havia ficado completamente louca de felicidade e visitava os pequenos toda semana. Clyde reagira bem à chegada dos bebês e parecia querer brincar com eles quando Joan e Sherlock se sentavam no chão com os filhos no colo. A família de Joan e até mesmo Morland Holmes haviam manifestado imensa alegria com os três novos membros de suas famílias.

— Obrigada, Sherlock.

Os dois trocaram um beijo antes de deixar os pratos de lado e brincar com os três bebês que murmuravam alegremente para os dois.


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