Stuck in Love escrita por Paper Girl


Capítulo 1
Borboletas


Notas iniciais do capítulo

Espero que goste.



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R.

Eu observava as borboletas coloridas que voavam dançantes dentro do carro. Elas não estavam realmente lá, haviam aparecido da fumaça roxa que surgiu da ponta dos meus dedos e se moviam de acordo com a minha vontade. É, podia fazer isso, podia fazer muito mais se quisesse. Poderia juntar toda aquela magia que existia dentro de mim e criar um monstro enorme e roxo para destruir a cidade, mas eu me contentava em criar borboletas coloridas e fazê-las voar dentro do Sedan branco do meu padrasto. Vi pelo retrovisor os olhos castanho-esverdeados de minha mãe mudarem para um amarelo-ouro típico de irritação.

– Pare com isso, filha, sabe que não gosto de borboletas. – Ela reclamou.

Ajeito meus óculos no rosto e passo mais uma página do livro em meu colo - livro qual eu não estava realmente lendo - .

As borboletas se desfazem em fumaça roxa.

Quais respostas querem primeiro? Por que eu faço magia? Por que os olhos da minha mãe mudam de cor? Por que estou criando borboletas coloridas e mágicas para irritá-la? Para onde estou indo? E porque estou indo?

A história pode ser longa, mas não falta surpresa, e a primeira é: Eu sou uma semideusa.

Surpreso? Espere um pouco, vamos começar lá do começo.

Meu avô, Chris Amant vivia na França em 1968, quando conheceu minha avó, e seria apenas mais uma tórrida história de amor vivida nas ruas de Paris se minha querida avó não fosse Hécate, a deusa da magia. Ele até teria tido alguma reação totalmente mortal e mundana se ele não fosse um legado, filho de dois semideuses, a mãe filha de Atena e o pai filho de Ares. A verdade é que poucos semideuses chegam à fase adulta, e quando chegam procuram se relacionar com outros semideuses para facilitar em qualquer emergência.

Pois bem, do envolvimento de meu avô com Hécate nasceu minha mãe, Helena Amant, que ganhou esse nome por ser tão bela quanto Helena de Tróia. Minha mãe foi treinada desde pequena a controlar seus poderes. Por serem raros os filhos de Hécate (minha mãe era poderosa demais), ela aprendeu a lutar e se defender; facas, adagas, espadas, arco e flecha e lanças, ela sabia manejar todas essas armas. Meu avô sempre foi bom nisso, era filho de um filho de Ares, luta estava no sangue. Mas então no auge dos vinte e três anos de minha mãe, ela conheceu um jovem. Ele estava ali para cumprir uma missão. Não poderia se apaixonar, mas aconteceu; ele também não poderia ter filhos. Ele havia feito uma promessa, jurou manter sua aparência de criança inocente, já que era assim que ele retratado na maioria das vezes, mas não resistiu aos olhos multicoloridos da garota sentada no parque.

Ele se aproximou, e ela caiu aos seus encantos, e quando o mais tenebroso inverno se aproximava de Paris eu nasci, fruto de uma promessa quebrada, bem no meio do inverno, sendo abençoada por Despina, filha de Poseidon e Deméter, deusa das sombras e dos fenômenos invernais.

Veja bem, ser abençoada por Despina não fazia de mim nenhuma rainha Elsa. Eu não posso criar nenhum daqueles fenômenos ou controla-los, a única certeza que eu tenho relacionada a essa benção é que eu nunca terei hipotermia, o que vamos combinar não é muita coisa, mas não estou reclamando.

Minha mãe costumava dizer que eu tinha nascido como a princesa Aurora, ou “A bela adormecida”, mas no meu caso, não tinham sido três fadas a me abençoar assim que nasci. Meu universo era outro, e fui abençoada por três deusas. No meu nascimento estavam presentes, Hécate, minha querida “vovó”, Despina, que havia sido trazida por ter algum tipo de favor para pagar à Hécate, e Afrodite.

Porque Afrodite? Talvez porque ela seja mãe do garoto do parque, aquele pelo qual minha mãe caiu de amores, e não, ele não é semideus.

Eu sou filha de Cupido.

Poucas semanas antes do meu aniversário de dezessete anos e três meses após a morte do meu avô minha mãe resolveu que era hora de me levar para o Acampamento Meio-Sangue. Ela queria viajar pela Europa com o marido e eu não ia impedi-la, estava feliz se ela estivesse também.

Passei quase toda minha vida treinando, e estudava em casa. Ao contrário de minha mãe e dos outros semideuses eu não tinha dislexia, e meu TDAH era quase inexistente, então eu me dava bem com os livros, mas nunca fui à escola, consequentemente não tinha amigos, nem um namorado, nem família, então não tinha nada pra deixar pra trás, certo? Talvez o acampamento não fosse uma ideia tão ruim assim.

Quase meia hora depois eu estava de frente para a entrada do Acampamento. Desci do carro e arrumei minha mochila nas costas, que graças a um feitiço cabe muita coisa sem pesar quase nada. Ando lado a lado com minha mãe e atravessamos a barreira. Eu já havia estado aqui antes, então pra mim não era muita novidade. Atravessamos o campo de atividades, onde vi vários adolescentes treinando, passamos pela arena e nos dirigimos a Casa Grande - Aliás, estava bem melhor do que a ultima vez que eu vi - . Minha mãe bateu na porta da sala que foi aberta por Quíron, o centauro. A última vez que eu o vi, eu deveria ter acabado de completar treze anos, e minha mãe me trouxe para informar da minha existência para o acampamento.

– Lena! Querida, quanto tempo. – saudou minha mãe lhe envolvendo com os braços – Sinto muito por Chris, era um bom homem.

– Ah Quíron, estava mesmo com saudades – minha mãe se soltou dele – Todos nós sentimos.

– Essa é a pequena Rose? – dirigiu o olhar a mim – Deuses, Helena, que mulher formosa sua filha se tornou.

Sorri sem saber o que responder. Eu não era uma mulher afinal, só completaria dezessete anos daqui uns dias. Ele indicou que nos sentássemos nas poltronas em frente à mesa grande de madeira que havia ali, para então voltar a conversar com minha mãe sobre assuntos que eu não me interessava. Coloquei a mochila no chão e prendi meu cabelo num coque frouxo. Tirei minha jaqueta jeans e enfiei-a na mochila, ficando apenas de regata branca. Podia estar frio lá fora, mas no acampamento o clima era diferente, isso eu já podia perceber.

Corri meus olhos por toda a sala distraída com tudo e com nada. A conversa entre minha mãe e Quíron entrou no tópico: meus poderes. Mas não me preocupei em explicar nada já que minha mãe nunca me deixava falar (talvez essa fosse uma das coisas que me faria feliz em viver longe dela: poder falar por mim mesma). Continuei analisando aquele escritório na falta de ter algo de melhor para fazer, até meus olhos pararem em outro par de olhos. Nem tinha percebido que a porta tinha sido aberta até ver os olhos dourados e divertidos me encarando. O dono dos olhos dourados era um garoto, aparentemente mais velho que eu, lindo, simplesmente lindo, alto, pele clara, cabelos castanhos, os lábios finos e o nariz arrebitado.

– Crianças, não sabem bater? – Quíron perguntou. Só ai percebi que duas garotas estavam paradas atrás do garoto de olhos cor de mel.

– Desculpe, Quíron – disse uma das garotas – Viemos ajudar a novata a se instalar.

Virei-me para minha mãe que assentiu com a cabeça, sorriu e abriu os braços para mim, abracei-a apertando meus braços a sua volta, ela afagou meus cabelos fazendo com que meu coque se desfizesse e meus cabelos caíssem nas minhas costas. Murmurei um “Eu te amo. Divirta-se” e ela respondeu “Eu te amo mais. Cuide-se.”, com a voz embargada, parecia a ponto de chorar, então antes que ela o fizesse me soltei dela, acenei para Quíron – que disse que guardaria minha mochila em um dos quartos da Casa Grande – e acompanhei os três ainda parados na porta.

– Qual seu nome? Idade? Pai olimpiano? E porque seus olhos mudam de cor? Sua mãe também é semideusa? – a garota baixinha de longos cabelos castanhos disparou em minha direção um segundo depois que o garoto fechou a porta.

– Respire. – disse com a voz calma e de olhos arregalados.

– Desculpe, – ela sorriu – meu nome é Margo e eu nasci de uma flor.

– Até rimou – disse o garoto rindo feito idiota, o sorriso dele era lindo.

– Deuses – reclamou a outra garota, tinha pele morena, cabelos lisos e olhos sem cor definida, azul, verde, marrom-amarelado. – Eu sou Piper McLean, filha de Afrodite. – ela sorriu.

– Opa, eu sou Dave Hale, filho de Dionísio. – Ele não para de sorrir nunca? – Aquela coisinha pequena ali é a minha prima Margô, Margô Hale, filha única e perdida de Perséfone.

– Sim, sim – confirmou Margo – agora pode responder minhas perguntas, indeterminada?

– Primeiro, me chamo Rose. Segundo, não sou indeterminada, e terceiro, o que você perguntou mesmo?

Eles riram. Sorri.

– Bem, qual seu nome? – perguntou Margô.

– Mas eu já disse. – respondi com impaciência.

– Nome completo – especificou Piper.

– Oh. É Rose Amant.

– Amant? – Dave ergueu uma sobrancelha.

Estávamos do lado de fora da Casa Grande agora. Piper indicou que sentássemos numa mesa de jardim que havia ali, com quatro cadeiras em volta na sombra de uma árvore. Olhei para o céu. Que horas deviam ser agora? Um par de dedos estalou na minha frente. Margô.

– É francês – retomei a conversa – quer dizer “Amante”. Bem parecido com a escrita, mas a pronuncia é “Amôn”.

– E qual sua idade? – Dave parecia bem interessado. Não que eu estivesse reclamando, ele parecia todo cheio de boas intenções, mas romance não fazia parte dos meus planos, eu não podia negar que ele era lindo, talvez fosse uma boa distração.

– Faço dezessete daqui a quarenta e dois dias. – respondi sorrindo.

– Wow – riu Margô.

Um som ao longe me assustou e dei um pequeno pulo na cadeira.

– O que é isso? – perguntei com a mão no peito.

– A hora do almoço – Deve se levantou e piscou para mim – Te vejo mais tarde, loira.

Ele arrastou Margô pelo braço, e ela saiu acenando e sorrindo pra mim. Acenei de volta e me voltei para Piper, podia sentir a onda de insegurança que vinha dela. O que era mais um dos meus dons: ler os sentimentos das pessoas, e se praticasse um pouco podia manipulá-los também, fazer com que sentissem o que eu quisesse. E foi isso que fiz, me concentrei com toda calma que tinha dentro de mim e mandei-a em direção a Piper. Ela fechou os olhos e respirou fundo.

– Como fez isso? – perguntou ainda de olhos fechados.

– Isso o quê? – perguntei quase que inocente demais.

– Sei que foi você. – sorriu abrindo os olhos – Como fez isso?

– Posso ler as emoções das pessoas – Confessei – e muitas vezes manipulá-las também. – sorri culpada – você parecia estar precisando. Desculpe.

– Por favor, não se desculpe – ela desviou o olhar para o chão – Você tinha razão, obrigada.

Fui pega de surpresa pelo seu abraço, ela era um pouco mais alta que eu, de modo que eu apenas encostei minha bochecha em eu ombro e a abracei de volta.

– Só não quero ter que vê-lo – murmurou com a boca contra meus cabelos.

– Ele quem? – perguntei me afastando.

Então ela me contou tudo. Não sei por que estava confiando em mim para saber de tudo aquilo, talvez por eu tê-la ajudado agora pouco, ou por não ter uma amiga para quem pudesse desabafar. Ela me contou que meses atrás o namorado (agora ex-namorado) Jason, tinha dito que iria morar definitivamente no Acampamento Júpiter, lugar onde viviam semideuses romanos, e que só foi descoberto pelos gregos porque seus “lideres” haviam sido trocados, mas essa já é outra história. Ele disse que queria retomar o lugar de pretor e que namoros à distância não davam certo, então simplesmente terminou com ela. Também me contou, que seu amor por ele havia se exacerbado, mas tinha certeza que estava tudo bem. Eu sabia que o término tinha abalado-a. Seu único consolo era Leo Valdez, filho de Hefesto, melhor amigo dela. Agora Jason estava no acampamento, visitando os amigos, e ela não queria ter que sentar na mesma mesa que ele.

– Pensei que a gente só podia sentar-se à mesa do parente olimpiano – franzi o cenho.

– Isso mudou depois da guerra contra Gaia – acenou com a mão como se mandasse deixar o assunto pra lá – Meus amigos sentam-se na mesa de Poseidon, porque geralmente o Percy fica sozinho, já que não tem irmãos. Pode sentar-se conosco hoje, vão gostar de você.

Sorri agradecida. O dom de fazer amigos eu não tinha, então se tinha alguém disposta a ajudar, eu estaria disposta a ser educada e simpática (coisa que eu não era normalmente, afinal eu só tinha que lidar com os amigos da minha mãe e do meu padrasto).

– Vamos então? – ela perguntou completamente recuperada, seus olhos mudando de azul para verde-esmeralda.

– Claro.

Descemos até o pavilhão refeitório, e deuses, aquilo era lotado de adolescentes famintos e barulhentos. Ao longe uma mão acenou para Piper, que me arrastou pelo braço enquanto falava:

– Não se preocupe com o Leo – virou-se para mim sorrindo, estávamos a poucos metros da mesa – ele provavelmente vai te lançar alguma cantada em espanhol para te deixar envergonhada e corada na frente de todos, é só o jeito dele.

– Eu não coro – simplesmente respondi.

Ela deu de ombros e se virou.

– Hey pessoal – cumprimentou bem mais confiante do que achei que estaria. Talvez Jason não estivesse ali.

Um bando de vozes respondeu ao mesmo tempo. “Hey Pips” “Iaê Piper” “Oi amiga” e mais coisas desse tipo. Um garoto levantou e parou a nossa frente, o restou ficou em silêncio e observou.

– Hola, señorita, mi nombre es Leo Valdez, y cómo sería el nombre de una hermosa chica? – então esse era Leo Valdez. Os presentes na mesa contiveram o riso enquanto observavam o enorme sorriso no rosto de Leo e minha cara de tédio. Se ele queria brincar, eu brincaria também.

– Il est un grand plaisir de vous rencontrer Leo Valdez, je I’appelle Rose Amant – fiz uma reverencia antiquada, dobrando uma perna atrás da outra, abrindo os braços e baixando a cabeça, depois me ergui sorrindo – A vontre disposition.

– Opa – o sorriso de Leo vacilou, ele se virou para os outros, que explodiram em gargalhadas – alguém aí sabe o que ela disse?

– “É um enorme prazer conhecer-te Leo Valdez, eu me chamo Rose Amant” – Piper respondeu por mim, então imitou minha reverência para em seguida completar – “Ao seu dispor”.

E todos começaram a rir novamente da cara de bobo que Leo mantinha no rosto.

– Cara – comentou Dave do outro lado da mesa – eu vivi pra ver duas garotas deixarem Leo Valdez sem palavras. – e piscou para mim novamente.

– Piper? – chamou um garoto loiro de olhos azuis que sentava na ponta da mesa. O corpo de Piper ficou tenso, e ela olhou para mim quase suplicante, então eu entendi, aquele era Jason – Não vai apresentar sua nova amiga?

– Eu sou Rose – respondi segurando a mão de Piper e mandando toda calma e segurança que podia para ela que sorriu, agradecida e aliviada.

– Jason Grace – disse ajeitando os óculos – filho de Júpiter.

– Eu sou Percy – apresentou-se um moreno de olhos verdes, que tinha a boca manchada de glacê azul. Aliás, eu amava cupcake com cobertura azul. – Jackson – completou engolindo o bolinho e sorrindo amigável – filho de Poseidon.

– Eu sou Annabeth Chase – disse a loira de olhos cinzentos, Percy murmurou um “minha namorada”, ainda com a boca cheia de bolinho, mas alto o suficiente para todos ouvirem e fazer Annabeth sorrir – filha de Atena.

– E eu Reyna – disse a morena ao lado de Jason – filha de Belona.

– Romana – acho que pensei alto demais. Mas ela apenas acenou com a cabeça em concordância – falar o parente divino é algum tipo de apresentação obrigatória? – perguntei para ninguém em especial.

– Bem, acho que já somos acostumados a isso – respondeu Annabeth.

– Menos a Margô, ela simplesmente diz que nasceu de uma flor – disse Leo, fazendo Margô cruzar os braços e fazer bico.

– Mas é verdade – disse Margo emburrada, fazendo Dave sorrir para a birra da menina.

– Falando nisso – Piper se virou para mim – quem é seu pai?

E eu responderia na hora se não tivesse começado a brilhar em luz branca, fazendo o meu cabelo (que já era loiro) ficar um loiro quase branco, para em seguida a cor da luz que me envolvia mudar para um roxo cintilante, fazendo meus olhos arderem e lacrimejarem. Os fechei com força e esperei até que passasse, mas não passou. Minhas costas começaram a esquentar, senti minha carne se rasgar, e tão rápido como aconteceu parou, me senti livre e cansada, mas sem dor. Arrisquei abrir os olhos e encarei vários pares de olhos espantados em minha direção. Eu agora usava um vestido branco e curto, estilo grego, e sandálias douradas. Em cima da minha cabeça brilhava um coração atravessado por uma flecha, e em minhas costas estavam um par de asas, brancas e reluzentes, junto com uma aljava cheia de flechas brancas com penugens vermelhas, e em minha mão esquerda estava um arco feito de algo parecido com ouro branco. Eu só conseguia pensar “Deuses o que está acontecendo?”.

– Você... – Leo estava pálido – Você é um anjo?

– Acho que ela é filha de Eros – disse Reyna.

– Cupido – corrigiu Quíron chegando atrás de mim. Eu ainda não tinha conseguido falar nada. – Chamem os conselheiros, precisamos de uma reunião. – ele virou-se para mim e puxou meu pulso delicadamente. – Querida, venha comigo, sim? Precisa se acalmar.

~.~

Encarei todos aqueles rostos em volta da mesa de ping-pong. Os conselheiros dos chalés estavam todos em volta da mesa, direcionando seus olhares para mim. O silencio estava ficando sufocante quando alguém que eu não reconheci o rosto começou a falar.

– Sabe o que ela é, Quíron? – A voz era de uma garota. Os cabelos longos e escuros estavam jogados para o lado, seus olhos brilhavam em um tom violeta/azulado/rosado.

– Ela é uma semideusa Srtª Fairchild – respondeu Quíron como se não tivesse mais nada a dizer sobre mim.

A garota se levantou e andou em minha direção, parecia uma modelo da Victoria Secret, não por ser magra, mas pela elegância no andar, também pelo jeito que seu cabelo balançava discretamente quando ela se movia. Ela parou bem ao meu lado, devia ter 1,68 de altura, era cheia de curvas, colocou as mãos na cintura e estreitou os olhos violetas para mim.

– Qual seu nome?

– Rose – respondi num sussurro.

– Eu sou Isabelle Fairchild, filha de Apolo.

Ela não esperou resposta e deu uma volta ao redor de mim. Ninguém falava nada. Ela colocou a mão em minhas costas, bem no meio das omoplatas, bem acima de onde saiam minhas asas que ainda estavam expostas. Eu não tinha a mínima ideia do que ela estava fazendo, mas as emoções dela me mostravam que ela não me faria mal, parecia estar tentando ajudar.

– Feche os olhos – aconselhou-me – respire fundo – ela colocou a mão em meu peito, mantendo a outra nas minhas costas – está tudo bem – continuou – apenas deseje que elas se fechem.

Obedeci fazendo exatamente o que ela me mandou, então eu já não tinha mais asas, era apenas eu de novo. Sorri com os olhos arregalados, ela sorriu de volta.

– Obrigada – agradeci com a voz mais alta agora – como fez isso?

– Eu não fiz isso – ela sorriu e piscou pra mim – você fez.

Então saiu andando de volta para seu lugar. Suas botas de salto estalando contra o chão. Voltei-me para Quíron.

– Rose, sabe o que aconteceu lá no refeitório?

– Sim – respondi séria – eu fui reclamada – suspirei – e fui abençoada também.

– Sabe o quanto isso é perigoso?

– Perigoso por quê? – era a primeira vez que eu via Percy sério, e seu rosto já não estava mais manchado de glacê azul.

– Ter a benção de um deus nem sempre é uma coisa fácil de lidar – começou Quíron – e você tem três Rose.


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Notas finais do capítulo

Quero saber o que acharam, comentem. Beijos.



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