The Next Queen - Interativa escrita por Lu au Andromedus


Capítulo 18
Capítulo 16 - No cair das folhas


Notas iniciais do capítulo

Hello, hello!! Demorei uma semana e um dia dessa vez, metade do que eu demorei semana passada (duas semanas e dois dias). Estranho né? Mas juro que não foi proposital.

Esse capítulo está bem tranquilo e sem grandes emoções. Nele vocês vão poder conhecer um lado menos bruxa da Katrina. E obrigada a Lady L por me cobrar pela atualização da fic. Se não fosse por você, provavelmente não estaria postando hoje hahaha.

Boa leitura e espero que gostem! Ah, e leiam as notas finais.



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Capítulo 16

No cair das folhas

 

Tudo que transcorreu da visão do corpo de Anastácia até aquele momento era um borrão para Nicholas. Ele se lembrava vagamente de ter ido correndo até seu quarto e de ter ficado embaixo do chuveiro por quase uma hora, mas os detalhes se encontravam perdidos na sua mente enevoada, e quanto mais tentava juntar os pedaços mais eles pareciam se misturar. E agora estava sentado no meio de uma clareira na floresta que cercava o palácio, mesmo não se lembrando de como havia chegado até ali. Belas árvores com raízes tão grandes que eram visíveis por sobre o chão de terra cresciam por toda parte. Folhas caíam a sua volta, os tons de verde sendo lentamente substituídos por amarelo e laranja devido ao outono. Ao longe, Nicholas podia ouvir o bater de asas de um dos faisões que seu pai adorava caçar, e naquele momento desejou com todas as suas forças que também pudesse voar, para que assim pudesse se afastar de tudo e de todos e simplesmente desaparecer.  

Cerrou suas mãos de dedos finos e compridos em punhos, apertando tão fortemente que suas juntas ficaram brancas. Se sentia culpado como se fosse ele próprio o responsável por apertar o gatilho da arma que matara Anastácia, a doce Anastácia com seus belos cabelos curtos, e não aqueles malditos rebeldes. Mas estranhamente, não estava triste. Se sentia quase anestesiado, como se estivesse mergulhado em um sonho e tudo fosse se dissolver a qualquer momento, como a névoa noturna do lago com a chegada da manhã.

Nicholas pegou um monte de folhas e as esmagou, vendo os pedaços voarem com a brisa. A essa altura, as outras selecionadas já deviam ter sido informadas sobre o ocorrido, e ele não pode deixar de imaginar como elas reagiram. Mal, com certeza. Algumas deviam conhecer Anastácia e ser amigas dela, mas mesmo aquelas que não fossem provavelmente estavam abaladas. Afinal, a morte de alguém em igual condição a delas, que também era selecionada e que também estava sob proteção dos Guardas Reais, significa que aquela segurança prometida quando se inscreveram para a seleção não era real. Se Anastácia já havia morrido, o que garantia que elas não seriam as próximas? E ainda havia a mídia. Certamente a mídia devoraria o ocorrido. Nicholas quase podia ver a morte de Anastácia estampada na primeira página de todos os jornais, e o sentimento de desespero que se alastraria como fogo pela população seria inevitável.

O príncipe enterrou a cabeça entre as mãos, a respiração entrecortada deixando clara sua angústia. Só levantou os olhos quando ouviu os galhos a sua volta se quebrarem, anunciando a aproximação de alguém. Katrina emergiu de entre as árvores, trajando um majestoso vestido vermelho sangue e uma tiara de diamantes, o luxo de suas roupas ainda mais evidente quando comparado com a camisa azul escura de manga curta e a calça jeans que o príncipe usava.

— Nicholas... – Katrina disse baixinho, olhando para o filho com um misto de pena e ternura. Nicholas não respondeu, se limitando apenas a fixar os olhos nos dela. Considerou pedir para que ela fosse embora, por pura e simplesmente teimosia, mas sabia que isso não o faria se sentir nada melhor. E a verdade era que se sentia feliz por ela estar ali, por ela ter tido a preocupação de checar se ele estava bem. Podia-se dizer o que fosse de Katrina, mas ela era uma boa mãe. Então quando ela se abaixou e o puxou para um abraço, ele retribuiu com fervor.

— Os pais da Anastácia já estão sabendo? Como eles aceitaram a notícia? – perguntou o príncipe, com um pouco de receio da resposta.

Katrina se separou dele e segurou ambas as suas mãos entre as dela.

— Eu e o Robert ligamos para a casa da garota. O pai atendeu, e certamente ele não parecia muito feliz. Mas quando o informamos que pagaríamos um bom dinheiro para compensar a morte da filha, seu tom de voz ficou bem mais alegre.

Nicholas franziu a boca com repulsa.

— Isso é horrível.

Katrina deu um sorrisinho, achando graça na ingenuidade do filho.

— Anastácia era da casta 6, Nicholas. Provavelmente faltava dinheiro para a família dela tanto quanto falta uma calça que sirva no Robert sem que sejam necessários mais dois metros de tecido em volta da cintura. E pelo pouco tempo de conversa que tive com o pai dela, me pareceu que ele pensava nela como uma bela fonte de renda, ainda mais com ela estando na seleção – Katrina passou carinhosamente as mãos pelo cabelo escuro do filho, que refulgia em tons de chocolate devido ao contato com o sol - Nem todas as pessoas tem tanta afinidade com seus filhos quanto eu tenho.

— Eu sei disso.

— Ótimo – ela passou os olhos pelas árvores e pelo chão de terra da floresta antes de volta-los de volta para Nicholas – O que você está fazendo aqui, afinal?

Ele deu de ombros.

— Não sei exatamente. Acho que queria ficar sozinho.

— Você sempre foi assim – disse Katrina, com o tom de voz nostálgico – Nunca gostou que as pessoas te vissem quando você estava se sentindo mal. Em público, tinha que parecer sempre inabalável, indestrutível, inquebrável.  

Nicholas deu um sorriso fraco e fez um gesto de mão em direção a mãe.

— Assim como você.

Ela concordou com a cabeça.

— Assim como eu. Você é mais parecido comigo do que imagina, Nicholas.

— E isso é bom? – Perguntou o príncipe, e assim que essas palavras saíram de sua boca, ele se arrependeu de tê-las dito, ainda mais quando viu uma centelha de raiva brilhar nos olhos da rainha.

— Não sei. Você acha isso bom? – indagou ela.

Nicholas pensou por um momento no que responder. Por fim decidiu dizer a verdade.

— Às vezes.

— Quer dizer então que você preferiria ter algumas características de Robert invés de algumas características minhas? Tipo quais?

Nicholas levantou uma das sobrancelhas.

— Você quer mesmo que eu responda a essas perguntas?

 Katrina soltou uma risada que pareceu a Nicholas carregada de tudo, menos de humor.

— Suponho que não. Mas de qualquer forma você não precisa mais ficar aqui. Seu quarto, assim como a maioria dos outros, está novamente arrumado.

Nicholas arregalou os olhos, mal conseguindo conter sua surpresa.

— Mas já? – Nos ataques rebeldes anteriores, só no final do dia os quartos da família real voltavam ao normal, e os outros menos importantes chegavam a demorar dias. E isso sem contar o fato de que, pelo que ele tinha visto, essa invasão tinha sido particularmente violenta.  

— Sim – Katrina sorriu, se sentindo orgulhosa de si mesma, o que para Nicholas era meio cômico. Afinal, não era como se houvesse sido ela a responsável por limpar todos aqueles cômodos – Contratei uma multidão de criados para organizar o palácio o mais rápido possível. Amanhã, pelo seu estado ninguém poderá dizer que aconteceu um ataque rebelde, muito menos que uma garota foi morta. Queremos que as pessoas se esqueçam rapidamente do ocorrido, e isso deve ajudar.

Nicholas olhou para a mãe com incredulidade, o que, pela sua expressão, pareceu surpreendê-la. 

— Esquecer? Você está brincando? Eu nunca poderei esquecer o que aconteceu! Uma garota morreu! Uma garota cuja proteção era minha responsabilidade! Uma garota que tinha toda uma vida pela frente, e que se não tivesse se inscrito para a droga da minha seleção, ainda estaria viva!

Nicholas, chocado com sua própria fúria, desviou o olhar em direção a uma imponente magnólia. Ficou calado por vários segundos, procurando se acalmar, e somente quando se sentiu mais controlado é que voltou a falar.

— Lembro que o vovô Klaus costumava dizer que, quando uma monarquia é amada por seu povo, seus membros são vistos como o símbolo máximo de beleza, poder e graça. Já quando é odiada, a família real é intitulada de tirana, cruel e corrupta. Não posso deixar de pensar em como nós somos intitulados, considerando o quão ínfima deve ser a afeição que nossos súditos sentem por nós. E sabe o que é pior? Eu realmente cheguei a pensar que, quando subisse ao trono, poderia consertar tudo. Poderia fazer a monarquia ser querida novamente e poderia acalmar os rebeldes de uma vez por todas - Nicholas balançou a cabeça, surpreso com sua própria burrice – Mas não dá. Eu vi as rachaduras na nossa sociedade. E tudo que os rebeldes estão fazendo é explora-las, porque eles, mais do que ninguém, sabem que uma leve pressão é capaz de fazer tudo desmoronar.

— Você não pode pensar. Sempre há algo que se possa fazer. Sempre – Katrina olhou para o filho, sua expressão carregada de súplica – Por favor, não pense assim.

Nicholas deu um sorriso irônico.

— Como não pensar assim se é assim que as coisas são? – Ele não costumava ser tão pessimista, mas a morte de Anastácia realmente o tinha abalado e, àquela altura, estava simplesmente cansado de carregar falsas esperanças.

— O que você precisa é de uma distração. Algo com que ocupar a mente – Katrina se levantou de um pulo, e Nicholas quase podia ver as engrenagens girando na mente dela enquanto ela pensava – Já sei. Organizaremos um baile.

— Um baile? – Do jeito que estava se sentindo, Nicholas trocaria mil bailes por uma longa noite de sono.

— O que mais? É a solução perfeita, pois além de te distrair, distrai também as selecionadas e de quebra ainda tira a atenção da mídia da morte de Anastácia.

Nicholas duvidava que a mídia ia deixar de focar em um assassinato para focar em um baile. Na perturbada mente humana, as notícias ruins sempre ganhavam mais destaque e despertavam mais atenção. Mas ao mesmo tempo, o que ele tinha a perder?

— Tudo bem então. Vamos ter esse baile.   


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Notas finais do capítulo

Então, como vocês podem perceber, vai ter um baile (avá). Não acho que será já no próximo capítulo, deve ser no 18, mas preferi avisar já com antecedência porque queria pedir para vocês mandarem fotos dos vestidos de suas selecionadas. Mas não precisa ser só do vestido não. Pode ser do sapato, do penteado, dos acessórios, da maquiagem, tudo que vocês quiserem, mas no mínimo do vestido. E lembrando que é uma ocasião bem formal, então nada de vestidos curtos, ok?

Beijos, beijos e até a próxima. Fui!!!



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