O Ritual escrita por Elliot White


Capítulo 5
Primeiro teste


Notas iniciais do capítulo

A minha protagonista iniciará agora uma série de testes de iniciação para o "ritual"...
Boa leitura!



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– Tire suas roupas. – disse Shalia, na minha frente segurando a pá apoiada no chão.

– O quê?

– Você me ouviu.

– Está louca, a temperatura está baixíssima!

– Então pretende desistir? Isso está fora da sua capacidade? – ela me fitou, e já sabia qual seria a resposta. Eu não iria dar esse gostinho a ela.

Removi meu blusão de lã, bagunçando um pouco meus cabelos, depois a blusa e então a calça jeans e os calçados, ficando apenas de peças íntimas. Abracei-me tentando afastar o frio.

– Pronto, agora entre no buraco – a bruxa apontou para a cova ovular que ela mesma abriu no gramado do pátio do colégio, não muito funda, mas o bastante pra que coubesse o meu corpo.

Hesitei por um instante, tentando encontrar a razão que me levava a passar por este teste, se era realmente a preocupação de deixar de ser a excluída socialmente por ser a aluna nova, eu não sei, ou curiosidade pra ver aonde iria levar-me.

A questão é que eu entrei naquela cratera e fazia frio lá dentro, a terra tocando meu corpo seminu, depois Shalia começou a jogar mais terra e mais terra e de um jeito nada delicado, até cobrir-me e só minha cabeça ficar exposta, e eu podia respirar o ar frígido da noite, o que não ajudava nada.

– Este é seu primeiro teste de iniciação. Estará aprovada se ficar a noite inteira aqui. – a mesma se virou e foi embora, levando a pá e as minhas roubas. Queria poder fazer um gesto obsceno pra ela pelas costas, no entanto minhas mãos estavam enterradas.

Ouvi alguns passos, porém não pude ver nada, meu campo de visão era limitado com a cabeça imobilizada. O campo era amplo e parecia estar vazio.

– Becky? – uma voz familiar pronunciou, ele estava correndo e parou na minha frente.

– Wendy, o quê está fazendo aqui? – perguntei, mas era óbvio que estava se exercitando, estava com roupas esportivas, uma regata que deixava seus braços à mostra, e nossa, ele tinha bíceps! Os shorts exibiam mais do que deviam, e ele estava levemente suado. Como só percebi agora que ele era tão...

– Eu posso te perguntar o mesmo. Costuma se enterrar na grama sempre?

– Ah, isso? É só... Uma nova maneira de rejuvenescer a pele. – sorri, mentindo e tentando afastar aqueles pensamentos nojentos da mente e meus olhos do seu corpo.

– Vocês garotas são malucas.

– Ai!

– O que foi?

– Tem uma minhoca aqui em baixo, algum bicho repugnante! – tentei me remexer, mas tinha tanta terra lá em baixo que eu não consegui.

– Minha nossa, o que eu posso fazer? – Wendy se aproximou e ficou de joelhos na minha frente.

– Nada. Eu já sei o que fazer. – fechei os olhos e me centrei pra canalizar a energia que aquecia o meu corpo, aumentando a temperatura e afastando o frio, que insistia em me desconcentrar no processo, mas enfim consegui, meu corpo estava cada vez mais quente, mas eu não me queimava ao contrário da terra e dos animais asquerosos em volta. – estou conseguindo.

Só que o lance saiu um pouco de controle, era pra queimar apenas os insetos, mas meu lingerie não sobreviveu a tanto calor e a terra estava sendo consumida pela inflamação; quando abri meus olhos, a cova estava novamente aberta e meu corpo agora nu já visível. O detalhe: Wendy estava bem na minha frente e olhando.

Bem, o grito escandaloso que eu dei depois disso não tem como descrever, nem em um parágrafo, nem em um livro, nem em mil tweets.


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Notas finais do capítulo

Este capítulo foi inspirado em um dos episódios da série "Scream Queens"