O Ritual escrita por Elliot White


Capítulo 20
Samael


Notas iniciais do capítulo

Aqui estou eu de voltaaa. Boa noite e boa leitura.



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Me apoiei na lateral da banheira para erguer meu corpo molhado, destilando a água morna que estava cobrindo-me. De pé, puxei a toalha para perto e me envolvi nela. Estava aconchegante e limpa, assim espero. O cabelo ainda estava molhado, e eu precisaria de um roupão para conseguir dormir neste inverno.

Dei um passo em direção a porta e minha visão periférica detectou mais alguém no cômodo: eu não estava sozinha. Me virei e dei de cara com o refém da seita, aquele homem loiro e alto de meia idade que foi usado no ritual. Sua aparência estava bem melhor do que eu já vira, não era mais o sujeito sujo e maltratado que eu conhecera, seus cabelos estavam perfeitamente penteados e não bagunçados, suas roupas passadas e bem combinadas. Não era a mesma pessoa, parecia que nem tinha passado pelo tratamento dos bruxos.

— O que está fazendo aqui? Por onde entrou? – Iniciei o diálogo.

— Olá, Becky. – Respondeu, em uma voz masculina, porém não parecia querer falar. O que ele queria?

Foi quando lembrei que ele foi escolhido para ser o recipiente do demônio.

— É Baphomet quem está falando? – Perguntei.

— Por quê quer saber do meu irmão, bruxinha? – Ele sorriu, ironicamente.

— Seu irmão?

— Sabe, Baphomet se encontra agora no inferno, preso. Como em uma solitária, fraco, quase sem poderes e lá ele ficará por um bom tempo. – O homem andou pelo pequeno banheiro, enquanto explicava.

— Eu não entendo, então como Shalia queria evoca-lo? – Questionei.

— A seita foi estúpida o bastante para achar que podiam trazê-lo de volta, depois de ter sido exorcizado. – O loiro me fitou com seus olhos azuis. – Aquela sua amiga é bem amadora.

— Ela não é minha amiga.

— Como eu disse, eu não sou Baphomet, aquele demônio é o meu irmão. – O mesmo continuou, em tom de sarcasmo.

— Quem é você?

— Samael. – Seu nome não significou muita coisa para mim, mas ele prosseguiu – meu irmão não tem poder algum agora, no entanto quando vocês fizeram o pacto, a energia que receberam tinha que vir de algum lugar.

A marca em meu pulso esquerdo queimou, então ergui meu braço, enquanto com o outro segurava a toalha em meu corpo, e o desenho do pentagrama estava bem nítido.

— Como eu tenho o mesmo sangue de Baphomet, fui eu que gerei a energia da marca. Fui eu que ampliei seus poderes. – O demônio continuou, ao mesmo tempo em que minha marca vibrava.

O desenho tatuado em meu pulso se distorceu, o que antes era um pentagrama dentro de um círculo agora formava uma cruz, igualmente presa em um círculo, mas invertida.

— Só que acontece que agora eu não tenho mais poderes. – Falei, o encarando nos olhos.

— Não por muito tempo. Enquanto o pacto estiver ativo, você nunca estará desprotegida. Logo seus poderes voltarão, mais fortes e diferentes.

— Por quê está me dizendo isso?

— Porque me afeiçoei a você, Becky. Eu quero que seja minha aprendiz. Além disso, eu preciso avisá-la de outra coisa. – Samael se aproximou de mim desta vez, o que me intimidou – Isso é um sonho. Você acordará em breve. Entretanto, isto é real. Saiba que eu não sou Baphomet, sou coisa muito pior. E que tudo vai mudar a partir de agora. A Academia não é mais segura, nem esta cidade. Sua casa, menos ainda. Se quiser sobreviver, saia. Este lugar vai se tornar sombrio. – Concluiu, enigmático.

— Por quê está me avisando? – Gritei, mas já era tarde, ele desapareceu, e como havia dito, foi apenas um sonho. Eu ainda estava na banheira, nua e envolta em água, chequei minha marca e estava o novo desenho tatuado, agora de forma mais sutil e sem queimar. O que isso significa?

Wendy ainda está lá fora, pensei. Preciso verifica-lo. Saí do banho e me enrolei novamente na toalha, e em seguida em um roupão. Apanhei outra toalha menor para o cabelo.


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Notas finais do capítulo

Então, o capítulo anterior teve mais visualizações do que eu pensei que teria, então eu queria saber quem são esses fantasminhas, apareçam! Até a próxima.



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