Eu de Letras, ela de Irônicas escrita por Sr Devaneio


Capítulo 18
Capítulo 18 - Feliz Terceiro Lugar!


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Sumi de novo né...?
"Lá vem ele com o papo de 'aconteceram tantas coisas nos últimos meses'" vocês devem estar pensando, mas eu lhes devo uma satisfação (ou todas) e é isso que terão, afinal é justo. Mas serei breve.
Bem, caso aquelas palavras tenham passado pela sua cabeça, elas são verdade. Desculpem, mas esse último semestre foi tanto incrível e surpreendentemente maravilhoso quanto terrível e doloroso em algumas questões.
Pra vocês terem uma noção do que pegou também: eu me apaixonei. E não foi legal. Pois é.
Fora isso, houveram uns dias mais difíceis que outros, a preguiça e um certo desânimo também imperavam, e chegou num ponto em que eu me sentia tão em dívida com vocês que, com a escassez na frequência dos acompanhamentos, eu desanimei mutíssimo. Embora pensasse nessa história com mais frequência do que gostaria de admitir, fosse sempre bom e o capítulo já estivesse na metade.
Etão, anteontem dois anjos surgiram no grupo oficial do site no Facebook. E elas procuravam por mim.
Ali, naquele momento, eu vi que a esperança ainda não tinha se dado por vencida. Ainda haviam pessoas que queriam saber do que acontece por aqui e de como continua e eu me dei conta: enquanto douverem duas ou até mesmo uma pessoa interessada no que eu faço, eu não vou parar. Foi uma decisão.
Isadora Machado e Kity, obrigado por me resgatarem da lama de culpa, desânimo, preguiça e mais culpa. Obrigado por terem sido o meu Hinode antecipado e me darem o gás necessário pra finalizar o que tinha sido começado há meses.
Esse é pra vocês, queridíssimas. ♥



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O som era familiar e tocava já a um tempo — Estava ouvindo antes mesmo de acordar de fato. E ele continuava, insistente, o tempo todo. Havia parado uma duas vezes e retornava insistente.

Então, me dei conta da minha situação: alguns livros e cadernos abertos ao meu lado na cama, o som vindo de debaixo daquele pequeno monte de conhecimento. Eu havia adormecido enquanto colocava os estudos em dia.

Resgatei meu celular a tempo de atender a chamada, sem ver quem ligava, antes que caísse na caixa postal.

— Alô…

— Ainda bem! Se dessa vez não conseguisse, teria que deixar um recado e eu detesto recados. Nada é mais emocionante que o significado das palavras “ao vivo”.

— Ah... Anna?!

— Oi Andrew! Ah… você está bem?

— Estou… Aconteceu alguma coisa? —  perguntei esfregando os olhos.

— Ah, sim! Andrew, você não vai acreditar… —  ela estava animada. Eita. — Estava dando uma olhada no quadro geral de pontuações e, ai meu Deus!, estamos em terceiro lugar!!

Ela estava MUITO animada, na verdade. Já eu… Não soube reagir muito bem à notícia nos primeiros instantes.

— Sério? Mas como isso é possível se só estamos fazendo o básico?

— Sei lá, mas é o máximo! Você está muito ocupado por agora? Precisamos comemorar.

— Comemorar um terceiro lugar?!

— Não, comemorar O terceiro lugar. Quando se disputa alguma coisa, o mais empolgante é poder desafiar o espírito da vitória com o nosso próprio espírito competitivo!

— Uau… Pena que não é isso o que eles pregam por aí.

— Eles são uns idiotas. Nem se dão conta de que, por causa disso, na maior parte das vezes o ranking é o que menos importa. Mesmo se estivéssemos em último lugar ainda haveria a chance de virar o jogo. Essa é a graça! Ou você realmente pensou que a competição era só pra ceder a casa que sobrou sem ter nada para ensinar?!

Não sabia o que responder, então não respondi nada. Até que fazia sentido, visto que estávamos numa instituição de ensino.

— Enfim, você está com voz de quem estava dormindo… Eu te acordei? — agora ela soava ligeiramente preocupada.

— Ah, eu devo ter cochilado enquanto estudava… Foi até bom você ter me ligado, obrigado!  

— Caramba, desculpe mesmo! — Ela fez uma pausa bem rápida e continuou — Então, bem... agora que está acordado você deve continuar estudando, né?! — havia algo ali. Um pouco de desapontamento, talvez?!

Olhei para meus cadernos e livros sobre a cama. Coincidentemente eu tinha conseguido terminar de ler os textos que precisava para as provas finais.

— Na verdade, você está com sorte hoje. Terminei o que eu tinha que terminar antes de descansar um pouco.

— Podemos dar uma saída, então?! — Anna animou-se visivelmente — Maneiro! O que quer fazer?

— Hum… Que tal pedirmos uma pizza?

— Legal! Estou mesmo sentindo falta de algo gorduroso ultimamente… Pizzaroo?

Sorri com a sugestão.

— Anna, quantos anos você tem mesmo? — brinquei.

— Ah, eu adoro ser servida por cangurus adultos fantasiados de seres humanos. E eles têm um bom repertório musical.

— São músicas infantis, Anna! Não acredito… — eu estava me segurando para não rir.

— Sem julgamentos. Muitos casais vão lá também. A comida é boa, sabia?!

— Claro que é… — Fiz uma pequena pausa, me dando conta da brechinha que tinha surgido — Então quer fazer um par comigo? Era só ter falado. Não precisava mesmo dessa desculpa batida da pizzaria… — brinquei. Eu quase podia vê-la fechando a cara.

— Ah, eu não... quis dizer isso! — ela se defendeu — Quer dizer, a comida realmente é boa…

— Não precisa ficar com vergonha, nós já temos idade pra isso. E eu pensei que gostasse de flertar…

— Eu… te pego às oito em ponto, pode ser?! — ela tentou mudar de assunto.

— Nossa, que específica e direta. Devo me preparar para alguns amassos?

Anna enfim – e surpreendentemente – percebeu o duplo sentido na própria frase sendo jogado contra si. Fez-se um instante breve de silêncio antes de Anna se pronunciar, claramente chocada:

— ANDREW! Você é um rapaz recatado! Ai meu Deus, os papéis estão definitivamente trocados nessa história. Eu quem faz as brincadeiras maliciosas e você quem fica sem graça, lembra? E outra: o que você tem? Segunda vez que se mostra todo saidinho assim…

Certo, definitivamente eu estava um pouco mais energizado aquela noite. Devia ter sido o efeito do sono. Sabe quando você acorda no meio de uma hora qualquer totalmente desorientado? Dessa vez tinha algo somado à desorientação...

— Talvez seja a convivência com você.

— Jamais. Eu não influencio as pessoas para o mal, eu só sou assim. Mas sou mais eu. Talvez esse seja você de verdade e só agora está finalmente mostrando as garras. Meu Deus, quem é você?! — apesar do tom surpreso fingido, eu sabia que ela estava se divertindo do outro lado da linha.

— Talvez. E você ainda não me respondeu.

Ouvi-a suspirar. Seu sorriso era ainda mais perceptível através de sua voz:

— Eu sempre estou preparada pra qualquer coisa. Preciso desligar, oito em ponto heim.

— Pode deixar.

Eram 19h02 e eu já não ia à academia de qualquer forma, então só precisava tomar um banho e me arrumar.

Vi a mensagem de texto dela logo que saí do banho.

*

— Boa noite, gatinho! — Anna cumprimentou, abaixando o volume do som, assim que entrei no carro.

— Boa noite! — respondi sorrindo antes de colocar o cinto de segurança.

— Uau! Está sorrindo pela primeira vez logo após uma gracinha minha. Você está realmente impossível hoje, heim.

O clique indicou que eu estava devidamente preso ao banco no instante em que me voltei para Anna:

— Devem ser os efeitos colaterais de um cochilo vespertino. Também não sei ao certo o que está acontecendo, mas pra ser sincero até que é legal.

— Vamos aproveitar muito esse seu lado desinibido, então! — Ela respondeu mantendo os olhos na direção, mas sorrindo também — Garçons gangurus, músicas infantis e amassos ligeiramente escondidos aqui vamos nós.

O.k., eu não estava tão desinibido a ponto de não deixar de me surpreender com aquele assunto sendo tratado ao vivo. Ainda assim, era legal. Percebi a malícia em meu próprio sorriso.

Anna estava linda num vestido verde-claro de alças finas e com detalhes brilhantes na barra da saia, brincos em forma de losango médios e sapatos de salto combinando. Seu cabelo estava metade solto com uma parte presa em uma grande trança que atravessava toda a lateral de sua cabeça, circundando-a pela metade até descer por seu ombro esquerdo. Não parecia vestida pra um jantar em uma rede de fast-food.

Tirando minha camisa branca por baixo da jaqueta jeans, eu estava todo de preto vestindo calças também jeans e All Star.

— Você está linda! — externei meus pensamentos.

Ela olhou para mim por um breve instante ao agradecer e sorrir com educação. Obviamente, ela sabia disso.

— Obrigada. Você me lembra ligeiramente algum astro do rock com essas roupas. Está chamando a atenção também — ela respondeu sem evitar o sorriso.

Se ela sorriu, queria dizer que era bom. Astro do rock também...

— Obrigado! Então, vamos nessa. — respondi, animando-me mais de repente, com uma estranha expectativa que acabara de me acometer.

Então Anna aumentou um pouco o volume do som, que tocava Nicki Minaj:

Eu nunca me preocupo, a vida é uma jornada
Eu só quero aproveitar o passeio
Qual é a pressa? Ainda é muito cedo
Está tudo bem, vamos aproveitar nosso tempo

A noite ainda é uma criança
A noite ainda é uma criança
A noite ainda é uma criança
Então nós também somos
A noite ainda é uma criança
(Como se atreve a ficar sentado ai ?)
A noite ainda é uma criança
(E assistir o mundo passar na nossa frente?)
A noite ainda é uma criança
(Como se atreve a ficar sentado ai ?)
Então nós também somos”

Chegamos ao Pizarroo e segui Anna até uma mesa redonda cercada por assentos macios. Era aquele estilo onde se podia ficar um ao lado do outro, mas ficamos em pontas opostas, de frente. Vários casais com crianças também tinham escolhido o restaurante para jantar. Olhei discretamente ao redor procurando outros “casais” como eu e Anna e de fato havia uns três espalhados pelo ambiente colorido e enfeitado com temas infantis.

Não demorou muito para que um garçom vestido de canguru viesse nos atender pulando com uma ficha na mão.

— Boa noite, senhora e senhor! O que vão querer hoje? — perguntou de forma animada.

Céus! A rede devia pagar muito bem, pois aquela fantasia devia esquentar pra caramba – ainda mais considerando que o usuário tinha que pular o tempo inteiro.

— Pode ser uma pizza média? — Anna perguntou-me.

— Claro! Você tem alguma preferência por sabor?

— Não, se você tiver…

— Por mim tanto faz. — Dei de ombros sorrindo.

— Beleza… — Ela virou-se para o garçom — Olá! Queremos uma Sydney Opera House média por favor.

— Algo para beber, senhorita?

Anna olhou pra mim.

— O que você quiser eu quero. — Respondi.

— Suco de toranja. Dois, por favor. – Ela respondeu o jovem, que terminou de anotar e saiu.

— Então estamos comemorando o terceiro lugar.

Seu olhar castanho encontrou o meu, azul.

— É. O terceiro lugar! – sorriu.

— Bem… mas por quê estamos vestidos como se fôssemos à festas, mesmo? Quer dizer… me sinto arrumado demais para esse lugar. – Me referi à solicitação de que eu fosse vestido de uma forma legal, que ela havia enviado logo que fui tomar banho.

— Você vai saber assim que estivermos saindo. Só digo que a noite está só começando.

— Hum… então teremos surpresas. Em véspera de provas, moça?

— É cientificamente comprovado que relaxar um dia antes das provas gera melhores resultados. E a noite é uma criança, não ouviu a música? – ela piscou pra mim.

O.k. Eu iria jogar esse jogo.

Me aproximei, reduzindo a distância entre nós ao me sentar bem ao seu lado. Ela tentou não demonstrar nada, mas sabia que sua linguagem corporal havia denunciado. Anna se remexeu graciosamente no assento de pufe. Agora eu sentia melhor o cheiro de seu perfume.

— Bem, então irei esperar uma boa surpresa. Confio em você.

Ela me olhava atentamente. Daquele jeito inocente e malicioso ao mesmo tempo.

— Tem certeza? Eu posso surpreender de formas bem variadas.

— Tenho. E mais: hoje não tenho hora para dormir.

Um brilho faiscante passou por seus olhos num único instante.

Ela se aproximou do meu rosto e parou em frente ao meu ouvido. Seu pescoço estava bem em frente ao meu nariz e eu me permiti apreciar seu cheiro

— Você sabe que essa frase é carregada de significados. Está jogando um jogo perigoso, moço. – Ela sussurrou.

— Imagino… mas receio ter aprendido com uma especialista. Vou arriscar. – sussurrei de volta.

Ela se afastou, voltando a ficar de frente para mim e me olhando nos olhos.

— Você tem certeza de que quer isso? Já discutimos uma vez sobre essa questão. Tudo bem que fui eu quem começou, mas brincadeiras, brincadeiras, sentimentos à parte. Se você quiser, posso parar também.

Encarei-a enquanto pensava no que ela disse.

— Por que está tão receosa?

— Você nunca reagiu assim. Nunca reagiu, na verdade. Sempre ficou na defensiva e evitando se envolver – pelo menos, era o que parecia. Estou preocupada com isso.

— Com o fato de eu ter resolvido brincar também?

— Com o fato de você estar tão envolvido. Talvez seja hora de parar, afinal de contas… Está ficando sério demais.

Eu tinha entendido sobre o que ela estava falando. Não respondi a princípio, eu gostava, no fundo, das brincadeiras e indiretas dela. Era… divertido. Mas…

— Anna, do que está falando?

Não sei por que disse aquilo. Não sei por que não pensei em uma resposta. Não sei por que fui cínico… eu não era assim. O que estava acontecendo?

Ela se surpreendeu com minha pergunta. Desviou o olhar, ponderando, e o garçom chegou com nossos pedidos.

— Nada. Vamos mudar de assunto? – ela respondeu, sorrindo como se não tivéssemos acabado de pisar em ovos nessa relação – Afinal de contas, estamos comemorando.

Não sei o que estávamos fazendo, mas ela tinha decidido deixar de lado então eu faria o mesmo.

— Tenham uma ótima refeição! – o garçom falou de forma animada e saiu.

— Bem… bon apetit! Vai ter prova de que amanhã? – ela perguntou.

Começamos uma nova conversa.

— Hum… Andrew?

Olhei para ela.

— Posso fazer uma pergunta pessoal?

Suspirei. Não.

— Manda.

— Por que você não tem uma namorada?

Bem direta, como sempre.

— Quero dizer… Você definitivamente não é o tipo que fica solteiro. Eu… não consigo entender isso - ela riu de forma meio forçada.

Eu sabia o rumo que essa conversa iria tomar e não era nada legal.

— Anna, eu… não gosto de falar sobre isso. Desculpe.

Ela abaixou o olhar, envergonhada. Tinha percebido que o assunto me incomodava.

— Certo. Desculpe…

— Não foi culpa sua.

Seu imediatamente olhar se voltou para o meu. Opa, eu tinha aberto uma brecha.

Mas ela permaneceu calada e não insistiu no assunto. Outra música começou a tocar nas caixas de som do estabelecimento.

— Gosto dessa música. Toca em todas as festas de aniversário infantis das quais participo - ela mudou de assunto.

Obrigado por respeitar.

*

— Então, pode me contar pra onde vamos agora?  – perguntei assim que pagamos a conta e andávamos em direção ao carro.

— Vai ter um movimento na casa de alguém conhecido. MCU em peso estará lá.

— Uma festa? Anna…

Chegamos ao carro, ela o destravou.

— É perto da universidade, não se preocupe. E você curtiu à última em que fomos.

— É, mas não sei se estou no clima pra festas agora.

Entrei e coloquei o cinto.

— Hum… podemos só dar uma olhada, então? Você tem 21 anos e aparentemente não se diverte muito, mas poxa Andrew! Vamos curtir  pouco nossa juventude. Você merece isso, é um rapaz muito dedicado!

Encarei-a inexpressivo.

— É a nossa noite! Eu realmente gostaria de ir com você...

Analisei sua expressão. Estava sendo sincera.

— Ah, certo. Mas se eu não gostar, vou embora.

— Se você quiser ir embora, eu te acompanho – ela sorriu –. Obrigada!

Revirei os olhos com aquela animação infantil que recaiu sobre ela enquanto colocava o próprio cinto de segurança.

 

A galera da universidade realmente estava em peso naquela casa. Tinha gente aparecendo em todos os lugares - janela, jardim, aos fundos… - e ainda mais alguns chegando, como nós.

A residência era bonita, classe média, paredes exteriores claras e grandes janelas tanto no térreo quanto no andar superior.

Assim que entramos, fomos recebidos por um cara alto e loiro vestido em conformidade com a moda atual.

— Anna, que surpresa! Olá!

Ele se aproximou e a abraçou, beijando-a no rosto em seguida. Tudo um tanto quanto íntimo demais apenas para colegas.

— Oi Austin! Esse aqui é meu amigo Andrew. - ela se desvencilhou dele e logo me pôs na roda.

Austin olhou para mim como se tivesse acabado de me notar.

— Ah, e aí cara! Como vai? - estendeu a mão.

Acenei com a cabeça enquanto respondia:

— Tranquilo.

Cunprimentei-o de volta para não ser mal educado.

— Vocês… estão juntos? - Austin perguntou como quem não queria nada.

— Ah…

— O quê? Não, não. - Anna veio na frente, nos salvando - Andrew é só um grande amigo.

— Perfeito! Vou te roubar um pouco então - ele a pegou pela mão -. Com licença, camarada!

Anna olhou para mim enquanto era puxada e deu de ombros, pedindo desculpas. Balancei a cabeça dizendo que ela poderia ficar tranquila quanto aquilo.

— Fiquem à vontade… - respondi mais para mim mesmo, já que ambos já tinham sumido entre as muitas pessoas ali dentro.

Sozinho. Ótimo. Vamos procurar algum conhecido então.

Dei uma caminhada curta pela casa lotada até ser vítima de um esbarrão.

— Opa, descul-Ei! Oi, Andrew!

Os olhos de Liu fechavam quando ela sorria. A moça segurava um copo plástico vermelho e vestia o casaco vermelho escuro e branco da MCU por cima de toda a roupa. Apenas a barra da saia aparecia por debaixo do agasalho claramente um ou dois números maiores que o dela habitual.

— Olá, Liu! Que surpresa agradável. - sorri de volta.

— Tudo bem? O que está fazendo aqui sozinho?

— Ah eu não estou sozinho… pelo menos, não estava quando cheguei. - dei de ombros inocentemente.

— Então agora você está comigo. Vem, vou te apresentar a umas amigas minhas que ficaram curiosas em saber o seu nome.

Opa! Olhei para ela surpreso.

— Uau! Como assim? - ri.

— Só vem comigo - ela piscou e pegou minha mão -. Acabou de chegar?

Enquanto eu respondia que sim e era conduzido pela moça de descendência oriental, fui tentando absorver os ambientes da casa para me localizar caso desse vontade de me mandar.

— Andrew, essas são Christina, Marcelle e Johana. Meninas, o famoso Andrew.

A moça alta, negra, com uma bela silhueta e longos cabelos lisos que fora me apresentada como Johana se aproximou e estendeu a mão:

— É um prazer finalmente poder conhecê-lo!

Marcelle, uma garota magra e mais branca que eu, com cabelo escuro e curto sorriu de forma charmosa. Christina, a loira cacheada de olhos claros acenou com a cabeça demonstrando interesse.

Apertei gentilmente a mão de Johana.

— O prazer é meu, senhoritas! - Olhei rapidamente para cada uma até que parei meu olhar novamente em Liu - Mas como assim famoso? - perguntei em tom de brincadeira.

— Ah, ainda por cima é modesto. Seu nome está rolando na boca de pelo menos oitenta por cento da mocidade solteira da MCU. - respondeu Liu, como se eu devesse estar ciente disso.

— E algumas comprometidas também. - acrescentou Johana antes de me lançar uma piscadela nada discreta.

Uau! Essas garotas não eram do tipo que brincavam em serviço.

— Caramba… Por essa eu não esperava. - ri. Senti que estava sem graça.

Christina pareceu surpresa:

— Por que não? Garoto, você tem ideia de quanto sex appeal tem? Você praticamente vira todas as cabeças por onde passa. Agora mesmo existem pelo menos trinta pares de olhos em você.

Ela não tinha usado nenhum tom jocoso.

— Eu mesma já estou com vontade de me aproximar mais um pouco… - brincou (?) Johana.

— Ah, eu sou meio desligado com essas coisas - sorri -. Vamos dizer que estou focando em outras áreas da minha vida no momento. - respondi.

Johana deu um leve sobressalto:

— Você é comprometido? - perguntou, com os olhos um pouco arregalados.

— O que? Não, não. Eu só quero focar nos estudos e tudo o mais, sabem como é…

A moça relaxou visivelmente.

— Meu Deus, que susto! - disse Johana.

— Hum, sei perfeitamente como é. Faculdade não é brincadeira - falou Christina.

— Ele é um nerd diferente meninas. - disse Liu em tom divertido.

— Diferente como? - perguntei curioso.

— Gato. Gostoso. Sensual. - mandou Johana, na lata -. Se algum dia quiser dar uma volta, estou disponível.

Defitivamente elas não brincavam em serviço. E como eram diretas!

— Ou se curtir loiras e cacheadas, pode me ligar também - piscou Christina antes de tomar um gole de sua bebida no copo plástico vermelho que também segurava.

— Ah, seria um prazer! Mas então, vocês são novas por aqui? - perguntei, mudando de assunto.

As quatro - inclusive Marcelle, que até então apenas observava - riram.

— Não. Você quem deve ser, já que nunca nos viu por aí. - falou Christina.

— Digamos que somos bem conhecidas na MCU. - acrescentou Johana.

Em todos aqueles dois anos na universidade eu nunca tinha me sentido excluído ou alheio às coisas. Até aquele momento.

— Opa, perdoem-me a ignorância então. Eu realmente não tenho me envolvido muito com a galera… - tentei não soar um antissocial completo -.

— Relaxa. Mas e você? Não é a primeira vez que o vejo por aqui… - perguntou Christina.

— Eu disse que tem um rosto memorável - disse Liu com um sorrisinho.

— É meu segundo ano na universidade, na verdade…

— E você só começou a se enturmar agora? Meu Deus! - disse Marcelle, se pronunciando pela primeira vez. - Onde esteve esse tempo todo?

— Basicamente? Estudando, cuidando da saúde, mantendo contato com a família… - respondi, dando de ombros e sem graça.

É. Eu parecia um antissocial completo, não as culpava pela surpresa.

— Durante dois anos? Nossa! - falou Johana, antes de acrescentar - Bem, dá pra notar os resultados com a saúde e suas notas devem ser muitíssimo boas, pelo menos.

— Elas são… Tive que fazer valer a pena todo o tempo sem muito contato com grupos e galeras. - respondi - Mas eu também queria focar no primeiro ano para criar o hábito de me esforçar bastante nos estudos. Como falei, faculdade não é brincadeira e eu dei duro pra conseguir minha vaga.

— Não duvido… E meus parabéns! Conseguir se focar um ano inteiro nos estudos não é pra qualquer um. Geralmente a galera relaxa um pouco depois que consegue entrar - falou Marcelle, pela segunda vez.

— Agora te admiro por mais isso. Gato, inteligente, estudioso… Pelo jeito você vai subir ainda mais no ranking dos desejados da MCU - disse Liu antes de gargalhar divertidamente.

— Então agora que está com o ritmo certo, decidiu dar uma curtida? - perguntou Johana com interesse.

— É… Parece que sim - ri. Pela primeira vez me dava conta disso… Já saía e socializava muito mais agora que no primeiro ano graças a… - Bem, mas confesso que precisei de ajuda pra sair da toca - brinquei.

— Hum, e quem foi que conseguiu realizar tal façanha? Essa pessoa precisa de um abraço! - respondeu Christina, brincando também.

— Não responde, Andrew! - disse Liu, e se voltou para a amiga - Adivinha.

Cristina olhou de Liu para mim. E ficou pensativa por um instante:

— Hum… Não sei. Muito provavelmente foi alguém conhecido. Estou certa?

— Goldson. - respondeu Liu, ainda olhando para a amiga.

As sobrancelhas de Christina (de Johana e Marcelle também) se ergueram:

— Opa, como é colega?

— Pois é fofa - respondeu Liu, bebendo de seu copo.

— Quer dizer que a espertinha da Goldson chegou primeiro… Ah, não me surpreende. Ela sempre quer o melhor. - concluiu Christina.

— Ela sabe escolher, vamos combinar - acrescentou Johana.

— Por que essa surpresa toda, meninas? - perguntei intrigado.

— Nada, é só… A Anna já é uma conhecida nossa, só isso. - falou Marcelle, tomando a bebida em seu copo.

— Hum… - respondi, ainda curioso.

— Mas e você e ela? Tá rolando alguma coisa, né? - perguntou Liu, com uma curiosidade nova até então.

— Nós? Não. Nós não… rolamos. - respondi sendo sincero.

— O quê? Só se for entre vocês, porque na boa, todo mundo acha que vocês se pegam em off. Eu ainda acho que devem assumir. - rebateu Christina.

— Bem, é que não tem nada rolando mesmo. Se tivesse e conhecendo a Anna, todos já saberiam - brinquei.

— Porra, vocês combinam demais como um casal. Sério. E não é a primeira vez que eu falo isso. - disse Liu.

— De qualquer forma, é muito bom saber que está desimpedido então. Ah, mas é mesmo - disse Johana, se aproximando devagar. Então ela virou a cabeça para o lado, quando a nova música começou a tocar. - Opa, eu adoro essa música! Podemos dançar?

— Eu não sei dançar… desculpe. - respondi com um sorriso amarelo.

— Não tem problema, eu danço por nós dois. - ela respondeu. Já estava bem diante de mim.

— Ei, Johana, calma. - Liu segurou o braço da amiga. - Ele ainda está se reacostumando com a sociedade, vamos devagar para não assustar o moço.

Lembrei de Anna na hora. “Moço”...

Onde ela estaria agora? Eu tinha me esquecido dela por um momento…

— Ah, me desculpem senhoritas, preciso ir procurar minha acompanhante.

— Opa, veio acompanhado? -  Johana se afastou.

— Adivinhem por quem? - disse Liu, novamente.

— Goldson?! Cara, tem certeza de que não tem nada rolando entre vocês? - perguntou Christina desconfiada . Não quero ser um tormento na vida da Anna, que dirá dar em cima do namorado alheio.

— Não tem nada entre a gente, não. Mas eu preciso mesmo ir. É falta de educação deixar quem me convidou por aí.

— Mas se você veio necessariamente com ela, por que está só? - perguntou Marcelle.

— Um cara apareceu e a puxou por aí. Vou ver se encontro um dos dois, de repente já se separaram. - respondi, começando a me afastar.

— Deve ter sido o Austin. É o único que sairia puxando a Goldson por aí… - comentou Christina casualmente.

— Ih, se tiver sido… - começou Johana, mas foi interrompida por Liu, que a olhou feio.

Não era da minha conta, mas…

— Como assim? - perguntei.

— Você não sabe? Ela e o Austin são amicíssimos desde muito tempo. Ou pelo menos eram, até que ele tentou beijá-la e ela não quis. - respondeu Johana -. Mas embora tenham se afastado, os dois ainda se falam muito e ele decidiu que tentaria conquistá-la naturalmente. Ela inclusive sabe disso…

Ah, claro. Apaixonado pela melhor amiga, bem clichê na verdade. Então ela já tinha sim alguém na cola…

De repente me senti meio mal por ter começado a dar bola para as brincadeirinhas dela. Mais ainda por ter acreditado naquele papo de estar sozinha. Ela era popular, claro que teria gente interessado na moça…

— Entendi. Obrigado por explicar. Bem, foi um prazer conhecê-las garotas, mas eu vou nessa mesmo - acenei com a cabeça e sorri tentando não demonstrar meu incômodo repentino até me virar e me afastar.

— Andrew...

Me virei. Liu estava atrás de mim e parecia ponderar algo. Já tínhamos nos afastado o suficiente das outras, tanto que estávamos em outra sala.

— Se você quiser, posso ajudá-lo a procurar a Anna. Sabe, pra você não ficar só por aí e tudo o mais. É… ruim se sentir sozinho.

Ora, que gentil.

— Obrigado, Liu. É muita gentileza sua.

Ela se pôs aos meu lado e recomeçamos a andar.

— Ela nunca demonstrou interesse por ele além da amizade, de verdade.

— Oi? - perguntei.

Liu olhou para mim.

— Desculpe, não tem nada a ver comigo. Mas dá pra ver que você ficou desapontado, na melhor das hipóteses.

Parei de caminhar e olhei para ela.

— Dá pra ver?

Liu colocou gentilmente uma das mãos em meu rosto.

— Dá. Antes seus olhos estavam mais animados. Agora… Parecem um azul meio opaco. O nome disso só pode ser desapontamento.

Sorri para ela sem muita animação, de fato.

— Obrigado, Liu, mas estou bem. Eu juro que não tem nada entre eu e ela…

— Andrew, está mais que na cara. Tá, pode até ser que não tenha nada rolando entre vocês ainda, mas você gosta dela.

Como era?

Franzi o cenho.

— A Anna não quer nada com o Austin e isso está bem claro pra todo mundo. E você pode estar me perguntando qual é a minha de vir até você e falar tudo isso... É que você é diferente. Não é como os outros caras, idiotas ou metidos a comedores. Você trata bem a gente e faz questão disso, além de ser charmoso e educado e gentil. Não gosto de ver caras como você abatidos por causa dessas coisas.

Parei para refletir sobre o que ela dizia. Eu ainda estava processando a frase anterior.

Eu gostava dela. Estava mais que na cara. De todo mundo, pelo visto.

Por que não estava tão claro pra mim? Ou para a própria Anna?

— Eu não sei… Isso não parece muito claro pra mim. - desabafei, por fim.

Liu sorriu com um dos cantos da boca de maneira solidária.

— Posso te dar um abraço? - ela perguntou. - Meu povo de origem não tem muito esse costume, mas eu acho tão precioso. Sabe, pode não parecer mas um abraço tem um poder enorme. Especialmente em pessoas tristes ou desanimadas.

Não sabia o que dizer, então não disse nada. Só assenti com a cabeça, embora não me sentisse necessariamente triste. Estava mais pra negativamente surpreso…

Senti os braços curtos de Liu passarem ao redor da minha cintura. Ela tinha praticamente a mesma altura que Anna e seus abraços eram bem parecidos, mas estranhamente senti um “não é ela” soar em meu cérebro.

Liu se afastou e sorriu. Eu me sentia melhor, até.

— Obrigado, me sinto melhor… Que louco. - brinquei.

— Eu te disse. Agora, vamos procurar por...

— Andrew?

Virei o rosto quase que imediatamente ao ouvir meu nome ser pronunciado por aquela voz.

— Ela. Olha só não precisamos mais procurar! - disse Liu, finalizando sua frase interrompida. - Oi Anna! Estávamos indo atrás de você agora mesmo.

— Liu… Olá. - Anna se aproximou. O mesmo rosto, o mesmo cabelo, as mesmas roupas. Era ela. Enfim, estava de volta. Anna parou a alguns passos de mim e de Liu - Bem, estou aqui. Aconteceu alguma coisa? - ela franziu o cenho.

— O Andrew estava sentindo a sua falta, digo, querendo te encontrar. - brincou Liu.

Anna olhou dela para mim. Não consegui decifrar seu olhar.

Eu só observava aquele rosto diante de mim.

Sentindo sua falta. Seria isso mesmo?

Não. Não iria acontecer de novo e isso tinha sido uma promessa minha a mim mesmo.

“Achei que seria falta de educação deixar quem me convidou “sozinha”.” Era o que eu ia dizer, mas minha cabeça, do nada, começou a pesar. Eu precisava sair dali, precisava de ar fresco e precisava pensar urgentemente. O que eu disse foi:

— Só queria avisar que estou indo embora. Lembrei que preciso colocar umas coisas em ordem no apartamento antes de ir dormir.

Anna me observou por um instante antes de dizer:

— Ah, claro. Desculpe por ter sumido e estragado nossa noite, desculpe mesmo. Ai, que idiota…

— As garotas devem estar sentindo minha falta. Vou nessa, tchau gente. - disse Liu, antes de se retirar devagarinho.

— Não, não tem nada a ver com você. É que não quero ir dormir sem organizar tudo e tal, mas não precisa se preocupar.

Na verdade, tinha tudo a ver com ela e eu simplesmente não poderia ir dormir sem botar as coisas no lugar. Não conseguiria.

— Bem, vamos nessa ent..

— Ah, não precisa vir comigo, tudo bem. Sério, eu estou a fim de caminhar um pouco e sabe, tomar um pouco de ar fresco.

Anna me olhou desconfiada.

— Mas eu prometi a você.

— Anna, não tem problema. De verdade. Obrigado pela noite e por me trazer até aqui, realmente foi uma boa comemoração.

— Você está nessa comigo, estamos nisso juntos. Fico feliz que tenha gostado. Tem certeza de que não quer uma carona?

— Absoluta. Obrigado.

— Bem… posso me despedir então? - ela perguntou, ligeiramente arisca.

— Ah… Achei que estávamos nos despedindo…

Ela acabou com a distância que havia entre nós.

— Não seja idiota - passou os braços ao redor do meu corpo. Levei um sobressalto e fiquei sem reação - sabe que gosto de te abraçar. Não sou qualquer uma que você despede com tchauzinhos, lembre-se disso moço.

Tentei retribuir, mas a cada instante minha cabeça piorava, meu coração acelerava mais e o contato dela definitivamente não estava ajudando.

Ela pareceu notar meu desconforto e se afastou.

— Desculpe, está tudo bem?

Balancei a cabeça.

— Claro. Nos vemos amanhã então, ok? Feliz terceiro lugar! - comecei a me afastar.

Ela sorriu. Caralho! Meu coração praticamente socou dentro do meu peito.

— Feliz terceiro lugar! Obrigada pela noite, moço!

Me virei antes que meu disfarce fosse por água abaixo. Estava no meu limite. Segui rapidamente pelo caminho que eu lembrava de ter tomado quando entrei e felizmente encontrei a porta de saída.

Esbarrei em alguém, pra variar.

— Opa, desculpe!

— Ora se não é o amigo da Anna! - Ele franziu o cenho, demonstrando preocupação - Está tudo bem, meu chapa?

Austin.

Austin me lembrava diretamente Anna. Merda, é ruim!

— Está sim cara. Só preciso ir tomar um pouco de ar - falei, já me livrando daquela péssima companhia e também o causador de tudo.

— Tudo bem então… - o ouvi dizer, mas eu já tinha me virado e estava indo em direção à porta.

Toquei a maçaneta, girei-a. O vento gelado noturno soprou em meu rosto. Maravilha… Agora eu só tinha que me afastar dali o mais rápido possível e entrar debaixo de um chuveiro. Com água bem gelada, de preferência.


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Notas finais do capítulo

Não sei se vocês perceberam, mas não teve uma só reviravolta aqui.
Enquanto escrevia, pensava: "isso vai dar pano pra manga...". E foi muito bom.
Em 2017 teremos não só um novo ano, mas também novas possibilidades e caminhos pra Eu de Letras, ela de Irônicas.
Eu desejo um ano-novo tão feliz e abençoado a cada um de vocês... Espero que tenham tido um Natal incrível e desejo força, foco, disciplina, resiliência e atenção para que vocês consigam alcançar as metas e objetivos de vocês e que seus sonhos se realizem. Muita alegria, vontade de viver, momentos maravilhosos e risadas em família e com os amigos a todos!
Obrigado pela companhia, pelo carinho, pela paciência e atenção. Meu 2016 foi muito mais suportável e feliz porque vocês estiveram aqui.
E aos interessados, o link do novo canal (e definitivo, sério) no YouTube estará logo abaixo.
FELIZ 2017 AMIG@S!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! FELIZ ANO NOVO VÉI!
O ANO ACABOU E EU CONSEGUI ATUALIZAR BARAIO! VOU GRITAR DE ALEGRIA PQ EU NÃO ACHEI QUE CONSEGUIRIA, MAS CONSEGUI!!! E tenho dito: VOCÊS
SÃO
INCRÍVEISSSSS!!! ♥ o/

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