Nove passos de um contrato... Nove passos pro amor escrita por Dri


Capítulo 20
Os sorrisos de Prim


Notas iniciais do capítulo

oiee... como prometido eu vim com um capítulo antes que esse mês acabe.
Era para ter postado ontem que foi meu aniversário mas cheguei muito tarde e não deu tempo.
esse capítulo é o ponto inicial de uma nova fase. todos os segredos começaram a serem revelados.
eu chorei demais escrevendo isso. não está como eu queria ainda. mas eu não podia adiar mais esse capítulo...
vejo vcs nos comentários



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Dias depois.....

— Prim. Vamos ou chegaremos atrasadas.

Katniss ouve os passinhos da irmã correndo e logo a vê chegando a sala. Prim usava um vestido rosa com babados e o cabelo, uma peruca loira, em uma trança. Katniss usava uma calça jeans com uma camisa preta. Estava nervosa. Elas iam todas as semanas no médico. Porém aquele dia seria muito mais importante.  

Os resultados do tratamento sairiam hoje. O futuro de sua patinha sairia hoje.

As duas desceram juntas, de mãos dadas. Katniss não estava se sentindo confiante e tentava não transparecer isso. Entraram no carro e seguiram conversando. Prim ligou o rádio. Tocava a musica Boom Clap, Prim começou a cantar alto e a mais velha a  imitou.

No refrão cantavam mais alto ainda, as duas se divertiam,Prim dançava no banco de trás. Katniss olhou pelo retrovisor e observou a loirinha. Ela era linda, a criança mais forte de todas. Ela tinha tanto orgulho, tanto orgulho da pequena.

Ela via a irmã balançar a cabeça enquanto cantava. Katniss riu. Ela queria tomar o lugar de Prim para si. Queria poder ver o sorriso no rosto da irmã todos os dias. E nunca vê-la chorar. Só Deus sabe como ela queria tomar todas as dores, todas as lagrimas. Prim continuava balançando a cabecinha. A musica estava quase no fim. Ela queria poder sonhar em um futuro com Prim sem que todas as duvidas a consumissem. Não percebeu quando uma lagrima desceu pelo seu rosto.Prim olhou para ela e sorriu. Nos olhos de Prim ela pode ver que a pequena soube tudo o que ela tava pensando.

Prim sorriu. Não um sorriso triste, mas um sorriso que desfaz todos os seus medos, um sorriso que encantaria a qualquer ser nesse miserável mundo, um sorriso de um anjo, um sorriso de um anjo na terra mas que não sabia até quando ficaria por aqui. Talvez o mundo não merecesse alguém tão puro quanto Prim.

Katniss retribuiu o sorriso, não tão feliz e puro quanto o de Prim. Mas aquele sorriso tinha tudo o que Katniss disse ou não em voz alta. Tinha todo o orgulho, todo o amor, toda a felicidade, tinha todos os sorrisos que Prim tinha dado desde o dia em que acordou e a primeira coisa que viu foi o sorriso da irmã. Tinha sentimentos que nem o maior poeta do mundo saberia descrever no mais belo poema. Primrose jamais poderia ser descrita em palavras. Nem seus sorrisos, nem sua alma, nem seu amor, nem a cor e seus olhos.

Katniss só tinha uma certeza. Não existia ninguém mais especial no mundo ou no universo. Aqui ou em outra galáxia. Jamais ela encontraria alguém tão especial quanto Prim. Ela não entendia o motivo de tudo isso passar por sua cabeça em tão poucos segundos. Mas ela continuava fitando a irmã pelo retrovisor. Prim continuava sorrindo. então o sinal abriu e buzinas foram ouvidas. Ela balançou a cabeça e continuou seu caminho sempre alterando o olhar entre a rua e sua irmãzinha.

Era um dia de sol. Prim agora olhava pela janela. Observava cada pessoa, as vezes ria de algumas cenas que passavam despercebidos pelos outros. Ela então começou a observar o céu, seu sorriso agora era de admiração e como se tivesse encontrado a resposta para todas as perguntas do mundo. Era um sorriso simples.

Katniss parou o carro em frente ao prédio branco de dois andares. Prim pareceu acordar, mas ainda sorria. Desceu do carro correndo e entrou antes de Katniss no consultório. Quando Katniss entrou Prim estava no colo de Tigris. As duas riam de algo. Tigris quando a viu sorriu e caminhou até ela.

 – O Dr. Já vai atende-las. Hoje quando ele chegou e viu que atenderia Prim ficou super feliz.

Katniss riu. Cato realmente amava Prim. Quem não amava?

Dois minutos depois as duas entravam e Cato brincava com Prim. Katniss estava sentada enquanto Cato perguntava como Prim se sentia. Prim sorria e dizia que estava bem e contava que não sentia muita dor. Cato sorria mas olhava para Katniss como se quisesse dizer que nem tudo estava tão bem como Prim dizia. Ele sorriu para a pequena e disse que Tigris ia levar ela para falar com as amiguinhas que estavam no parquinho.

Prim sorriu, um sorriso contido. Por mais pequena que ela fosse sabia que agora eles iam falar sobre a saúde dela de verdade. E ela sabia que Katniss ia sair triste dali. Ela só sabia.

Quando ela saiu Cato suspirou.

 – Então...

 – Katniss – outro suspiro – as noticias não são nada animadoras. O quadro em que Prim chegou aqui era muito grave. As chances dela melhorara eram de 7%. Era impossível fazer o transplante na época. O copo dela rejeitaria e os riscos de uma cirurgia naquela época eram enormes.

 – Dr. Vá logo ao estado dela. Eu já sei de tudo isso.

Cato respirou  soltando o ar logo em seguida. Procurava palavras.

 – Prim com as quimioterapias conseguiu regredir um pouco a doença, ao contrario de muitos os efeitos colaterais não foram tão grandes. Mas não foi o suficiente. Só que não podemos esperar mais para fazer o transplante. E nem podemos continuar com a quimioterapia. Prim não aguentaria mais. Pedi para o banco de dados fazer um levantamento de todos os pacientes compatíveis com Prim. Mas precisamos checar na família que é bem mais provável acharmos. Você que é irmã é a que tem mais chances. Seus pais também. Mas os irmão, são os mais compatíveis. O maior problema é também o tipo de sangue de Prim. Ela é B+, um sangue muito raro. Não é o mais raro. Apena 9% das pessoas tem esse tipo.

 – Eu não sou B+

Katniss disse. Ela já chorava, tentava conter os soluços mas estava sendo impossível.

— Sou  AB. Posso fazer o teste ainda?

 – Sim, pessoas do tipo AB podem doar tanto pra A, B e AB.  Não é apenas o tipo sanguíneo que faz uma pessoas ser compatível. O tipo sanguíneo colabora muito. Seu pai e sua mãe devem vir fazer o teste.

 – Meu pai faleceu a pouco tempo. Ele também era AB. Eu doei sangue pra ele antes dele falecer.

— Então sua mãe é compatível com Prim, peça que ela venha o mais breve possível. Depois de amanha começaremos a testar a compatibilidade. Comunique todos seus familiares.

Katniss assentiu.

 – Dr. Qual a probabilidade de Prim conseguir?

Cato sorri triste.

 – Não vamos trabalhar com números Katniss. tenha fé. Prim é a criança mais forte que conheço.

Katniss assentiu. Continuou tentando conter os soluços mas estava difícil. Cato explicou mas algumas coisas e disse para ela ir ao banheiro antes de chamarem Prim. E assim ela fez. Se acalmou e só depois pediu para Tigris chamar a irmã. Prim logo apareceu sorrindo. Assim que viu a loirinha Katniss sorriu. Ela repetia na cabeça: Seja forte. Por ela.

Prim abraçou a irmã que a pegou no colo e se despediram de Tigris. Saíram do consultório. Prim pediu para ir até a pracinha que tinha do outro lado da rua. Katniss continuava com ela no colo. Foram até a praça. Katniss achou que Prim iria correr até as crianças que estavam ali perto, mas não. A menina caminhou até as florzinhas amarelas. Eram Primrose. Ela colheu duas. Voltou pulando até Katniss que estava sentada no banco de concreto. Prim deu uma flor para Katniss e ficou com a outra. Ela sorriu. O sorriso simples. Katniss cheirou a flor e sorriu.

Prim olhou pro céu. Estendendo o braço com a flor para cima fechou um olho. Sorriu mais ainda.

 – Céu é lindo não é mesmo kat?

Katniss desviou o olhar da flor de suas mãos para Prim. Viu como Prim olhava a flor e o céu. Estendeu o braço imitando a irmã. Fechou um olho. Então ela entendeu. Prim mostrava uma Primrose no céu. Ela sentiu seus olhos marejarem. Prim sorria. Um sorriso de contentamento que quando olhou para a irmã se tornou reconfortante e dizia: vai ficar tudo bem. Mas o que ela disse em seguida fez Katniss derramar todas as lagrimas que segurava.

 – E o melhor é que fica bem pertinho.

Katniss olhou para o braço estendido de Prim e para a flor. Então sorriu, um sorriso de saudade. A saudade que ela não queria sentir.

 – Fica. Fica bem pertinho.

 

 

 

 


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