Dom do destino escrita por AmyWrite


Capítulo 4
Morte falsa


Notas iniciais do capítulo

Vooolteeiiii ❤
Enjoy ;*



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Eu não sei por que confio neles, na verdade eu sequer tenho a mínima idéia. Não sei por que me permito acompanhar aqueles dois, vai ver eu perdi mesmo o juízo quando o homem gigante tentou me matar, ou sei lá o que!
Quem sabe eu nunca tive juízo?
Reparo no lugar que eles me levaram, é nada mais nada menos que o maior e melhor hotel da cidade de New York, com exatas cinco estrelas.
"O que estamos fazendo aqui?" Sinto meus olhos se arregalarem tamanha a riqueza do local.
"Quanto mais caro o lugar maior a segurança, a CSI gosta dos seus talentos seguros" Anthony responde bastante contra gosto.
Eu torno encarar a entrada, esse lustre é de ouro? A maçaneta da porta vale mais que todo meu patrimônio reunido em todos os meus vinte anos de vida. O Hall de entrada é composto por um enorme espaço com poltronas, um bar e um balcão com acabamento em mármore com um leão estampado em cor de ouro, a iluminação é fraca, dando um ar mais aconchegante e um tanto luxuoso.
Fico tanto tempo embasbacada com o local que só vejo que os gêmeos não só entraram como já pegaram as chaves de seja lá qual quarto vamos ficar quando Anabeth acena me chamando.
Eu ando apressadamente com a sensação de que estão todos me olhando, ao contrário de Anabeth e Anthony eu estou longe de estar vestida apropriadamente, eles me fazem me sentir patética de jeans e all star.
Sigo-os parando em frente a um elevador, um senhor parece ser pago apenas para aperta os botões por nós, um serviço bem desnecessário em minha opinião. Por acaso tem alguém nesse hotel sem mãos?
O elevador é do tamanho do meu quarto! E o espelho? Sem duvidas ele fica mais bonito quando não estou refletida nele...
Quando a porta do elevador se abre percebo que não chegamos a nenhuma espécie de corredor, estamos diretamente na maior e mais bonita sala que já vi em minha vida, ela coloca tantos e tantos filmes no chinelo; tem uma aparência antiga, com mobílias rústicas e brilhantes, esbanja luxuria com seu lustre, tapetes e quadros com molduras em um dourado brilhante. Uma verdadeira suíte presidencial.
"Uau" É a única coisa que consigo dizer.
"Achei melhor pedir apenas um quarto para ficarmos juntos, então Anthony fica com o sofá, Jemime e eu vamos ficar com a cama" A voz de Anabeth tem uma autoridade que eu jamais questionaria, além do mais o Anthony merece um sofá bem apertado pra aprender a ser mais gentil, se bem que esse sofá é grande e daqui posso ver o quanto é confortável, muito melhor que a cama do meu quartinho.
"Espera! E a minha gatinha? Quem está cuidando dela?" Me penalizo mentalmente por no meio de tanta confusão ter esquecido da minha parceira de noites mal dormidas.
"Sua amiga" Anthony caminha para o sofá e se joga nele tirando os sapatos logo em seguida.
"Podemos pega-la se você quiser" Anabeth também desce do salto o segurando em suas mãos.
"Não faz mal, eu a pego quando voltar pra casa" Me sinto idiota por não ter um sapato descente pra tirar também, como não quero chamar muita atenção pro meu all star os mantenho no mesmo lugar.
"Então...precisamos conversar sobre isso" A loira começa a caminha pela enorme sala como se a conhecesse a muito tempo, ela para em frente a uma porta com o dobro do meu tamanho em altura e largura e a empurra dando visão para um quarto nada modesto, com uma cama de estrutura dossel utilizando-se de um tecido branco pouco transparente, o restante das mobílias seguem o mesmo padrão rústico antigo.
Anabeth senta na cama e bate a mão na mesma me chamando para sentar também.
"Você não vai poder voltar pra casa, é perigoso demais, a informação sobre você vazou de alguma forma... você está muito procurada, nos dias que você ficou no hospital tivemos várias tentativas de 'contato' com você" Ela faz aspas com os dedos expressando a ironia da palavra.
"Anabeth, eu tenho uma vida, o que quer que eu faça? Me mude pra Sibéria? Uma hora eles vão ter que sair do meu pé" Apesar de minhas palavras parecerem confiantes eu não estou realmente nada confiante. Se outras pessoas como aquele homem tentarem me matar certamente não terão muita dificuldade.
"Não Jemime, eles nunca iram deixá-la em paz até conseguirem o que querem, isso não é conto de fadas, eles te mataram se puderem a ter para eles" Annie pega em minhas e as segura "Eu e meu irmão estamos designados a guardiões, meu irmão prefere mil vezes o trabalho de campo mas a vida não é como se quer, nos temos que cuidar e proteger você com a nossa vida se for preciso" Os olhos verdes de Annie mostram uma sinceridade pura, desta vez eu ganho uma certeza em relação a Anabeth, ela ama seu trabalho e se seu trabalho ao menos no momento a manda me proteger é isso que ela fará.
"Sim, então me protejam da porta da minha casa pra fora" Sugiro.
“Me diz uma coisa, o que te prende? Eu vi sua casa, você não tem nada a não ser aquela gata e até ela estamos dispostos a te entregar” Anabeth solta minha mão, ela parece um tanto irritada, não consigo identificar cem por centro. “Seus amigos? Pois saiba que eles estão correndo risco de vida enquanto você circular por ai, temos quatro agentes cuidando deles, até agora tiveram sucesso, mas até quanto você acha que vão conseguir protegê-los? Eu estou lhe oferecendo um emprego que pode lhe dar tudo isso” Ela se levanta apontando para o quarto “Você está tendo a chance da sua vida, acorda, muitos sonham com isso e você está aqui se negando?” Vejo nos seus olhos toda a sua indignação.
“Sinto muito Anabeth, mas eu não confio neles, eu não confio no seu irmão, também não sei se confio em você” Mal termino a minha frase quando vejo os olhos da garota se encherem de lágrimas.
“Seus amigos vão morrer, um por um se você não tomar um atitude, eles vão te matar também se você não decidir de uma vez por todas, você tem duas opções, voltar pra aquela vida e ter a morte certa ou uma morte falsa que livra seus amigos do perigo, depois disso te arrumaremos outra identidade, um corte de cabelo e roupas novas, partimos pra Miame e você começa o seu treinamento como a gente, é pegar ou largar” A loira passa a mão na cabeça frustrada, posso ver a lágrima em seus olhos, porém quando ia me aproximar ela se afastou. “Só pense bem, não é legal se perder quem se ama por tolice” Em seguida ela sai do quarto em passos apressados. Eu a sigo correndo pela sala mas quando chego ela já bateu a porta.
Suspiro pesadamente sem saber muito bem o que fazer.
Eu sou um grande fracassada, agora só me resta torcer para que Anabeth não tenha realmente ficado magoada, não falei por mal.
“Não se preocupe, ela é meio emotiva demais”. Noto Anthony, prendo a respiração com a cena, ele está com nada mais que a bermuda e um copo de bebida nas mãos. “Agora me diga, o que você disse pra ela ficar tão puta?”
“Que eu não confiava neles, em você e nem nela” Sinto minha bochecha arder.
”É, pegou pesado, ela realmente gosta de você, felizmente você não é tão burra assim” Ele caminha na minha direção ficando a apenas dois passos de distancia de mim.
“Não?” Tento fixar meus olhos no dele e ele sorri.
“Não deve realmente confiar neles, nem em mim, eu não sou nada confiável, já Annie, é meio burra quando quer, gosta demais das pessoas, uma péssima qualidade pra uma agente da CSI” Ele vira o liquido amarelo de seu copo.”O que você decidiu?”
“Não faço idéia” Admito agora me acostumado a situação, me sento no sofá continuando de frente para ele.
“Sabe, Annie gostava muito de um tal de Jefferson antes de virar uma agente, ela se negava a admitir outra identidade e abandoná-lo, então ele foi morto por uma gangue criminosa que ela havia pego o chefão e dando uma boa surra, então se eu fosse você pensava bem, seus amigos parecem bem...” Pela primeira vez olho em seus olhos e ele parece não nutrir tanto ódio “Inocentes..”
“Não quero que nada ruim aconteça com eles, eu não me perdoaria nunca, já basta o meu pai” Um nó se forma em minha garganta, noto um sorriso nos lábios de Anthony. “O que tem de engraçado?”
“Você me lembrou alguém...” Novamente vejo sua face endurecer “Então tomou sua decisão?” Questiona com sua habitual voz de soldado de chumbo.
“Sim...” Assinto mesmo que insegura.
“Então, como imagina seu funeral?” Ao encarar Anthony já sei que isso não vai prestar de forma nenhuma.
(...)
Ataque cardíaco
Afogamento
Assalto
Assassinato
Atropelamento
Incêndio
Envenenada
Altura
Gás
Enforcamento

Meus olhos saltam da lista para os gêmeos da lista para os gêmeos.
"Isso não é sério é?" Indago.
"É sério sim, vamos ter que simular sua morte, seus amigos e todos precisam acreditar nisso, vamos arrumar seu funeral da forma mais real possível" Anabeth tem papel e caneta em mãos aonde ela anota tudo. "Enterro ou cremação?" Fico paralisada só de me imaginar em um caixão ou um vaso de porcelana.
"Empalhamento conta?" Sorrio de forma angelical e a loira revira os olhos.
"Não, é brega!" Ela coloca a língua pra fora em sinal de nojo. "Então qual morte vocês preferem?"
"Não quero que pareça que eu me matei" Digo-lhes.
"Sendo assim sobra, assassinato, assalto, atropelamento, ataque cardiaco, incêndio e gás" Anabeth agora parece esperar uma decisão.
"Hã...também não quero que pareça que alguém me matou propositalmente" Noto que Anthony também tem papel e caneta, mas ele parece desenhar algo completamente fora do contexto do meu funeral.
"Ótimo, atropelamento, ataque cardíaco e incêndio, qual então?" Anabeth questiona.
Anthony continua desenhar, o que será que ele está desenhando? Não sei por que mais fico extremamente curiosa.
"Ei, está no mundo da lua ou o que?!" Volto para a realidade e dou de cara com uma garota nada calma.
"Faz logo o incêndio, assim acabamos com dois inimigos numa bala só, não precisa de um corpo parecido e elimina pistas" Anthony sugere sem ao menos tirar a caneta do papel. É pelo visto ele consegue manter atenção em duas coisas ao mesmo tempo. O que mais ele faz? Malabarismo?
"Ótimo maninho, agora é contigo Jemime, está com seu celular?" Eu apenas concordo tirando o aparelho do bolso. "Deixa eu ver..." Ela vê as horas no relógio de parede, ele marca dez pras cinco. "Liga pros seus amigos os convidando pra comer na sua casa hoje oito da noite, vou falar com os agentes para que eles façam com que pareça apenas um problema no fogão que causou o incêndio...não se preocupe que eles vão se certificar de que não tenha ninguém".
Mesmo contra gosto eu faço o que me foi dito, eu ligo para Henry e o convido, em seguida peço que ele chame Mica, eu queria dizer que os amava, queria arrumar alguma forma de amenizar o sofrimento que viria, por que apesar de realmente os amar eu nunca demostrei isso de verdade...espero que ele tenha entendido o recado.
Henry...não se atrase, estou cozinhando algo especial para vocês...vocês merecem, por tudo que já fizeram por mim
Agora são oito em ponto, e eu estou no banheiro, dentro da banheiro de espuma sem nem ao menos curtir sua sensação. Sinto apenas as lágrimas escorrerem juntamente com um forte aperto no peito.
Qualquer um pode achar a minha reação exagerada. Mas pelo visto a dor evoluiu de alguma forma a minha visão, por que nesse momento eu vejo Henry e Mica chorando de frente para a minha casa, eles se jogam no chão e gritam, xingam a Deus e eu me xingo por ser uma amiga tão bosta.
Saio da banheira e visto o roupão, corro para fora do banheiro, vou diretamente a sacada do quarto sem me importar com Anabeth e Anthony me olhando de longe eu grito da sacada o mais alto que consigo.
"Eu amo vocês droga!" Depois disso o choro fica tão forte e soluçante que eu caio no chão junto com a imagem de um policial arrastando meus amigos de perto da minha casa.


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Notas finais do capítulo

Gente, tenho até o capitulo sete guardado :3 se forem bonzinhos comigo posso ser boazinha também uhaiajaijaia'
Ps:Não foi chantagem, gosto de acordos u.u