O aniversário de Harry escrita por magalud


Capítulo 3
Capítulo 3 – Sorvete e dúvidas




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– Gostou da roupa?

– Legal! Melhor do que aquela de marinheiro! Aonde nós vamos agora?

– Eu preciso passar no ervanário e comprar ingredientes para poções. Mas não vai demorar.

– Podemos passar na loja onde tem artigos de Quidditch?

– Só se for uma passadinha. Você não queria tomar sorvete?

– Quero, sim!

– Então vamos terminar o que viemos fazer antes de sentar e tomar o sorvete. Já sabe qual sabor vai querer?

– Chocolate com pedaços de chocolate!

– Você realmente é filho de seu pai Remus – comentou Severus.

Harry logo estava na vitrine de "Artigos de Qualidade de Quidditch", olhando a vassoura modelo Nimbus 1700, uma das mais modernas da nova companhia Nimbus.

– Charlie disse que essa vassoura deve ser a mais rápida do mundo!

– Eu aprendi a voar numa Shooting Star – informou Severus.

– Puxa, essa vassoura é velha!

– Bom, na época era nova.

– Pai, quando eu entrar em Hogwarts, eu vou poder andar de vassoura?

– Claro que sim. Você sabe que isso é só para crianças maiores, não?

– É. No meu aniversário, você me leva para andar de vassoura? No seu colo, como a gente costuma fazer?

Severus pegou-o pela mão e disse:

– No seu aniversário, você vai poder fazer o que quiser, Harry. É o seu dia. Vamos fazer uma bela festa, você vai ganhar presentes...

– Mas vai ser um só, né? Só um presente?

– Não, Harry. Você deve ganhar vários presentes.

Aquilo pareceu preocupar o menino. Severus observou-o fechar a cara e tornar-se retraído. Então ele mudou de assunto:

– Quer ver mais alguma coisa? Precisa de lápis de cor para desenhar?

– Papai? Posso comprar um presente de aniversário?

– Um presente?

– Pro meu amigo Neville Longbottom. Ele faz aniversário um dia antes que eu. Podemos comprar um presente para ele?

– É um gesto muito atencioso, Harry. Claro que sim. O que você acha que Neville iria querer de aniversário?

– Podemos dar um brinquedo para ele! Ele gostou do ioiô berrante do Timmy Scanlon!

– Harry, você sabe que Neville mora com a avó dele, não?

– Sei.

– Você acha que a avó de Neville vai aprovar o ioiô berrante dentro de casa?

Harry arregalou os olhos, lembrando de como Neville vivia dizendo que a avó dele era muito rígida. Ele não tinha pensado naquilo. Olhou para o pai e respondeu:

– Acho que não. Podemos comprar um livro, então?

– Uma decisão sábia, Harry.

Flourish e Blotts sempre era uma alegria para Harry, que adorava histórias e livros. O dono da loja até separava os livros com piratas e muitas aventuras, os preferidos do garoto. Tanto Severus como Remus tinham um dos pais Muggle, portanto, conheciam os clássicos da literatura infanto-juvenil e ensinavam seu filho. Eles compraram livros infantis, lápis de cor, pergaminho e uma revista técnica de Poções. Em seguida, foram para Slug & Jiggers, onde Severus conduziu seus negócios no menor tempo possível. É que, na botica, Harry sempre tinha duas reações: ou ele ficava aborrecido, ansioso para ir embora, ou ficava animado com tudo, louco para mexer em tudo que via. De qualquer forma, sempre era prudente sair da loja rapidamente.

Na sorveteria de Florean Fortescue, Harry estava sentado diante de uma imensa taça de chocolate cremoso com chips de chocolate, e Severus pediu um sorbet de limão, imaginando se estava passando tempo demais com o Prof. Dumbledore.

– Está bom?

– Muito bom! – Harry já estava sujo de chocolate ao redor dos lábios. – Aqui tem o melhor sorvete do mundo.

– Encomendamos um pouco para o aniversário também, Harry.

– Que legal!

– Está animado com sua festa?

– Aham.

– E tem alguma coisa que você queira na sua festa? Você sabe que pode pedir. Na medida do possível, seu pai e eu faremos o que quiser.

– É mesmo?

– Isso mesmo. Sei que com seus tios era diferente, mas esse é o seu primeiro aniversário desde que nossa família começou, então queremos que seja o melhor possível.

O menino ouvia com atenção. Severus sentiu que ele queria uma resposta, mas talvez nem soubesse formular a pergunta.

– Você tem alguma dúvida?

– Eu... nunca fui a uma festa de aniversário antes de vir morar em Hogwarts.

– Isso foi... lamentável. – Severus se segurou. Ainda odiava os Dursleys com todas as suas forças pelo que fizeram a Harry. – Mas você sabe como é uma festa: as pessoas vêm comer, beber, se divertir, conversar. E sua festa vai ser um sucesso. Todos vão se divertir muito, incluindo você.

– E... – Harry começou a dizer, parecendo envergonhado: – Bom... Tem presentes, né?

– Sim. Presentes são uma maneira de comemorar a passagem de seus anos. Quem vai à sua festa tem carinho por você, quer comemorar com você esse dia e deixar uma lembrança desse tempo. É isso que os presentes são: uma maneira de você lembrar dessa idade e dessa pessoa, que gosta de você.

– Mas é errado pedir um presente, não é?

– Harry, é normal esperar presentes no aniversário. É um costume entre as pessoas. Você ficou longe desse costume, por isso pode estar com dúvidas a esse respeito.

Harry abaixou a cabeça e contou:

– Meu primo Dudley pedia muitos presentes. Cada ano ele queria mais presentes do que o anterior. Chorava e batia o pé até tia Petúnia comprar para ele uma montanha de presentes. Eu achava aquilo muito errado.

– E tinha razão. É errado.

– Mas se eu pedir presentes e ganhar um monte de presentes, estarei fazendo igual a Dudley. Eu não quero ser igual a ele.

– Harry, preste atenção. Seria errado se você só quisesse presentes e não o carinho das pessoas que você ama. Você pode pedir presentes a mim ou a seu pai, caso contrário, a gente pode comprar algo que você não vai gostar. Mas, das outras pessoas, você nem deve esperar presentes mesmo. Por exemplo, seu amigo Neville. Você vai ficar contente em tê-lo na sua festa, mesmo sem presente, não é?

– Aham.

– Isso é que é importante. Aliás, Harry, acho que posso dizer sem medo de errar que você nunca será igual a seu primo. Em nada. Portanto, pode ficar tranquilo.

– Legal.

– Além disso, essa é sua primeira festa. Você vai acostumando nas próximas.

– Próximas? Posso fazer uma festa de aniversário todos os anos?

– Claro que sim. Mas se quiser variar, a gente pode trocar a festa por uma viagem, por exemplo.

– Que nem a gente vai fazer depois do meu aniversário?

– Não, digo uma para bem longe. Fora da Inglaterra. Você gostaria de viajar para algum lugar bem longe?

– Puxa! Eu ia gostar, sim!

– Podemos pensar nisso para mais tarde. Esse verão já está tudo pronto para irmos à Cornualha conhecer Tintagel.

– Vamos conhecer onde o rei Arthur vivia! E ir à praia!

– Está ansioso por conhecer o mar, Harry?

– Aham! Ele é maior do que o lago, né, papai?

– Sim, e muito mais perigoso. Em Tintagel, você não vai poder nadar como está acostumado no lago, está bem? Isso é muito sério, Harry. O mar é muito traiçoeiro.

– Tá bom, Papai. – Ele lambeu a colher. – Já acabei.

– Você e seu pai são imbatíveis com chocolate... Vamos, vamos para casa. Eu tenho muito a preparar para sua festa ficar pronta a tempo. Mas primeiro vamos lavar o seu rosto. Eu me recuso a andar com alguém que tem mais chocolate no rosto do que no guardanapo.


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