Raça Brasileira- Brasil Colônia escrita por Rockie


Capítulo 3
A união


Notas iniciais do capítulo

Este é o fim, a lição é : somos todos um só é dê valerão que você tem. Acompanhe as próximas histórias. Um abraço, Rockie



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Nos encontraram. Estarei sendo vendida em alguns minutos e meu choro é incontrolável. Eu não posso mais acreditar que a felicidade existe. Minha vontade é ficar sozinha, sem preocupações ou alegrias para me ocupar. Eu só podia gritar enquanto era açoitada por um Português. Ele sorria ao ver meu sangue escorrer pela terra. Quando chegarmos a vila, se sobrevivermos, voltaremos a uma vida cruel, que poderá até piorar. Passei meses no esconderijo e 1 ano mais ou menos neste lugar. Estávamos chegando no vilarejo, quando avistei minha mãe, abraçada a um Português com um bebê no colo. Só existia uma explicação que eu me recuso a escrever aqui. Por um momento, os três olharam para mim e minha mãe começou a cochichar com ele. Logo, ele veio conversar com um dos homens que estavam chicoteado os brancos. Em fração de segundos, ele me empurrou para cima do Português que, junto a minha mãe, me conduziram até uma casa, onde pude ver livros e mais livros, todos, com a palavra Portugal no nome. Minha mãe me abraçou e logo começou a falar:
–Filha, agora, temos uma nova família, no lugar do papai Zaci, o senhor Danilo, no lugar de Kuat, Susana. - Não, eu nunca iria ver Danilo como meu pai ou Susana como irmã e fiz questão de mostrar isso com uma expressão de decepcionada no meu rosto. Provavelmente, eles nem ligaram. Quem ligaria? Você, que está lendo isso após centenas de anos de ser escrito, se importaria? Eu tenho certeza que não. Mais vale duas pessoas amadas recentemente do que uma amada à aproximadamente um ano atrás. Pelo menos, agora eu tenho mais livros para estudar Portugueses. Eu descubro cada vez mais características deste povo curioso. Eu sinto que Danilo não ama minha mãe. Eu senti tanta coisa naquele momento que nada consigo descrever agora. Vejo que Danilo escraviza minha mãe sem que perceba. Pede para ela fazer tarefas domésticas, só que de um modo carinhoso e delicado, o que faz minha mãe se derreter por ele. Susana, só o fato de ter nascido faz com que eu à odeie. Com certeza, daqui a alguns anos, ela me verá apenas como uma escrava inútil, mas nem ser branca ela é. Ela é morena, com um cabelo meio loiro meio castanho, é bem estranho, com olhos verdes escuro. Nunca me descrevi aqui no diário, então, eis a hora : sou mulata, mas não tão escura como mamãe, sou "negra clara", como olhos castanhos, cabelo cacheado e baixa para a minha idade, magra em excesso, lábios grossos e um nariz que a ponta lembra uma batata. Essa sou eu. Não me considero bonita, até meus pais dizem que sou meia esquisita, mas sou melhor que Susana sem dúvida alguma. Atualmente, cheia de marca de chicote nas costas e ouvindo a conversa de Danilo, surrando porque JÁ FUI PROMETIDA EM CASAMENTO PARA UM GAROTO PORTUGUÊS QUATRO ANOS MAIS VELHO QUE EU! O problema não é nem a idade, e sim o fato que vou casar em alguns dias, casar com míseros quatorze anos de vida. O garoto se chama Mauro, loiro, pele clara, olhos azuis e beeeeeem alto, até um pouco demais para mim. Tenho medo de ser como Danilo e mamãe. O pior: estou casando com alguém que nem sei se amo. Mamãe diz que você sente amor com o tempo, de tanto ficar com a pessoa, mas não acredito nesse teoria boba. Só me resta esperar para ver, porque quando tudo melhora, começa a piorar em dobro. Está tudo sendo assim desde que cheguei aqui. Eu espero que um dia eu consiga me adaptar à uma nova vida. À está nova vida, que se altera a cada minuto. Sendo que eu não paro de pensar na festa de casamento à exatos três dias, que me deixa nervosa, irritada, triste, ansiosa e curiosa ao mesmo tempo. Só vou escrever aqui no diário duas horas antes do casamento.
DAQUI A DUAS HORAS Estou CASANDO! Estou usando um lindo vestido branco, longo e rendado. Eu nem sei o que estou sentindo, mas seja o que for, é culpa do Danilo, ele que me meteu nessa história de casamento, só me resta ver o resultado para saber se ele é um completo imbecil ou não. Que realmente está me deixando nervosa é o fato de eu não estar madura o suficiente para casar. Provas? O fato dede e estar escrevendo num diário já é a prova, um sinal de imaturidade, o que eu tenho de sobra, enquanto Mauro é maduro e responsável. Não, ele apenas parece responsável, eu nem o conheço para citar suas características, boas ou ruins, harmoniosas ou defeituosas. Vou casar e já volto.
Voltei, mas por pouco tempo, apenas gostaria de dizer que alguém me preparou este destino e não posso mudar nada. Casei, sim, mas é agora que vou descobrir o que o destino espera e ir vivendo, como se cada dia fosse único.


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