Everything But The Rain escrita por TaniNoru


Capítulo 4
Tudo Menos Um Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Depois de quase um ano, finalmente decido postar um capítulo novo para essa história. Confesso que tinha praticamente desistido dela mas voltei atrás, porém os capítulos novos não terão um dia fixo para serem postados. Espero que gostem e dêem sua crítica e opinião



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Tomo distância de Mizuhara por um instante para poder atender a ligação. Era minha irmã Monoe que estava ligando com uma voz aflita
— Irmão! Você precisa vir pra casa logo. Temos visitas! - Ela demonstra hesitação em dizer quem era e conclui- Venha depressa! Até - Eu nem tive chance de falar... Guardo o celular e miro o olhar para Mizuhara, que aparentava estar pensativa. Eu me aproximo e me despeço
— Tenho que ir agora - Ele acena com a cabeça concordando e sorri
— Tudo bem, mas não se esqueça do que eu lhe falei, okay?
— Pode deixar - Ela segue seu caminho até a ponte que fica próximo ao lago, enquanto eu vou pela direção contrária. Chegando em casa, sinto um forte cheiro de café que parecia exalar da cozinha até a sala. Me dirigo até a outra parte da sala de estar, onde costumávamos ficar quando vinha visitas, mas ela se encontra vazia como de costume. Penso então em chamar por Monoe para saber onde ela se encontra em casa. Ela ouve meu chamado e responde
— Estamos na outra sala!!
— Okay! Estou indo aí! - Quando chego na segunda sala, que era praticamente o canto do lazer, com uma poltrona reclinável, uma mesa de totó e a televisão de quarenta e duas polegadas fixa à parede que ficava ao lado de um compartimento de vidro que era como uma porta, que dava para a varanda da casa, onde tinha várias plantas e pés de legumes. Monoe estava sentada em uma cadeira de plástico bem acabadinha, enquanto nossa visita se reclinava na poltrona. Ela parecia um tanto tímida e assustada e quase derrubou a xícara ao me ver. Eu teria a mesma reação se estivesse sentado na poltrona e a visse chegando em casa. Ela põe a xícara na mesinha de centro e apoia suas mãos nos joelhos e dirige o olhar para minha direção com um sorriso assustado
— Quanto tempo, meu querido Hyuu! - Ela não parava de tremer um segundo sequer. Parecia estar nervosa para ver minha reação ao nos reencontrarmos depois de tantos anos. É uma pena eu não poder suprir suas expectativas, pois estou sem reação.
— Mãe! Você voltou? - Seus olhos se encheram de lágrimas ao ouvir minha voz e corre até mim como uma criança e me agarra
— Graças aos céus! Pensei que você me odiava, Hyu! Me perdoa, por favor! - Impulsivamente, acabo enpurrando ela dos meus braços
— Antes de mais nada, você é uma advogada!! Porquê permitiu que ficássemos com nosso pai? Você sabia muito bem que aquela vadia louca não tinha sanidade para conviver em sociedade, quanto mais cuidar de duas crianças!! - Eu esbravejo tanto que minha garganta começa a doer e peço um pouco de água para minha irmã. Insatisfeito, contínuo cuspindo tudo que estava engasgado em minha garganta - Pare de ser uma coitada que só fez se acomodar diante da situação, ao invés de lutar por aquilo que ama! - Monoe agarra meu pulso com firmeza, pedindo para eu parar de falar. Minha mãe cruza as mãos e tenta me convencer
— Espere! Eu nunca soube dos maus tratos que você e sua irmã vivenciaram, e também eu não podia tomar a guarda de vocês para mim, pois eu não possuia morada fixa - Ela apoia suas mãos em meus ombros e continua - Eu não poderia levar duas crianças de país a país dessa forma. Você é inteligente, deve saber disso! - Ela estava vencendo em argumentos. Naquela época ela só fazia viajar à emprego sem parar. Seria péssimo para nós vivermos assim. Eu agacho minha cabeça e apoio em seu peito.
— Me desculpa, mamãe. Você tem razão
— Eu que devo me desculpar. Ainda por cima, não estive lá para consolar-los quando seu pai se foi...
— É mentira. O tio Kizuki me contou que você foi no velório do meu pai escondida.
— Oh, então você já sabia - Ela me puxa para seu corpo e me abraça forte - Vamos recomeçar a família Kuroshi agora mesmo. Esqueceremos o passado, pois não iremos caminhar por ele novamente para alçar nossos objetivos. Vamos em frente, meus amados filhos! - Ela esbanja um lindo sorriso que fez lágrimas escorrerem por meu rosto. Monoe se aproxima e nós três nos abraçamos. Passamos a noite pondo a conversa em dia. Mostrei minhas notas para minha mãe e ela parecia muito feliz. Eram quase três da manhã, quando decidimos dormir um pouco, até porque Monoe e eu temos aula, e minha mãe irá trabalhar. Minha irmã arruma um cantinho no seu quarto para nossa mãe dormir. No dia seguinte, já no colégio tento esclarecer com Kyou uma duvida que permanecia em minha mente.
— Porque contou para Mizuhara?
— Achei que seria bom para vocês dois. Você gosta dele e está brincando de casal com a Hiyori - Kyou tenta esconder a irritação em sua voz e conclui - Você me disse que gostava da Hiyori, e você ganhou ela de mim e agora que a Mizuhara surge do nada, você muda de idéia e volta a gostar dessa garota? - Ele agarra a gravata do meu uniforme e me puxa - Quem você pensa que é, Hyuuga? - Eu ponho minha mão sobre a sua e respondo com um sorriso sarcástico no rosto
— Pensei que você ja sabia, Kyou. Eu descobri durante esse anos que não existe ninguém que se ame de verdade nesse mundo. Amor é apenas uma ilusão, um loop infinito onde voce brinca de amar e depois sofre. Isso vai se repetindo varias vezes até seu coração se tornar uma pedra - Eu suspiro, quando ele decide me soltar - Eu passei por situações suficientes para poder me tornar a pessoa fria que eu sou - Kyou demonstra desprezo em seu olhar e dispara
— Você é pior que lixo, Hyuuga - Essas foram as palavras mais dolorosas que já ouvi. Eu decide tirar minha máscara e mostrar que realmente sou, para assim poder mudar meu jeito de ser. Arrumo a gola da camisa e proclamo
— Eu quero mudar, Kyou. Vou terminar com Takada hoje e tentar mudar minha forma de ser. Quero corrigir os meus erros, e até lá quero que vo---- Surge um garoto do primeiro ano berrando na sala de aula.
— O namorado da Takada está aqui? - Ergo minha mão e respondo
— Sim. O que houve?
— Ela está internada no hospital
— Como é? - Kyou se demonstra abatido ao ouvir aquilo e pergunta qual era o hospital. O garoto responde e fomos para lá no mesmo instante. No caminho, Kyou me ameaça
— Se ela morrer por sua causa, eu juro que te mato! - Chegamos no hospital e o médico pediu para esperarmos na recepção.


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