How I Met Your Father escrita por ericatron


Capítulo 10
Capítulo 10 - A Noite das Três Festas: A Festança Final


Notas iniciais do capítulo

Eu demorei de novo uma era pra postar D:
gente, a universidade é um monstro que devora a gente pedaço por pedaço de maneira bem lenta e dolorosa. é como se meu corpo estivesse em decomposição

Olha, eu gostei bastante desse capítulo, foi um dos que eu mais gostei de escrever. Ele muda um pouco de tom porque passei muito tempo trabalhando nele - e eu odeio passar tempo demais trabalhando em algo, pra mim tem escrever tudo jorrando igual bosta saindo da bunda da vaca.

Mas enfim, eu consegui fazer algo postável! hahaha Eu não ia ficar tanto tempo sem postar pra depois aparecer aqui com uma melequinha, né?

E pra compensar o tempo perdido, se tudo der certo amanhã posto um capítulo extra com mini relatos marotos :D



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Enfim chegamos à terceira festa da Noite das Três festas.

Eu sei que é estranho contar a história do namoro de seu pai com outra garota ao invés de com a sua mãe, mas eu to amando essa onda de roteirista e se eu contar agora por que eu falo tanto da Lia posso estragar o final.

Bem, Harry, a quantidade de Felix Felicis que ficou para cada um não foi muito grande, apenas o suficiente para dois dias de sorte. Quer dizer, isso é bastante, você não pode passar a vida inteira sob o efeito dessa poção.

Como Rabicho não estava lá, guardamos um pouquinho pra ele. Quem sabe assim ele não volta a ser bem vindo na Lufa-Lufa?

Nós concordamos que pessoas prudentes, com certeza guardariam a Felix Felicis para outra ocasião, algum momento de suma importância, como por exemplo quando a gente precisasse fazer uma cirurgia de remoção de pomo-de-ouro na garganta do Tiago (sim, isso aconteceu).

Mas é claro que não somos pessoas prudentes, então pedimos a Remo para guardar os frascos e não entregar a nenhum de nós, não importa o quanto implorássemos.

­– AI REMO SÓ UM POUQUINHOOOOO – pediu Lia, juntando as mãos.

— É, REMO, SÓ UM POUQUINHO!!! – pediu Pontas, fazendo biquinho.

— É, REMO, POR FAVOOOOR! – eu pedi, fazendo um olhar sedutor (todos os meus olhares são sedutores, mas esse era o sedutor-coitadinho, um tipo especial de sedutor).

— Não. Fui encarregado de guardar os frascos e não entregar a não ser que sejam necessários e é isso que vou fazer.

— Com que autoridade você faz isso??? – eu perguntei.

— É, os frascos são nossos – disse Pontas?

— COM QUE AUTORIDADE? – Lia repetiu, apontando o dedo dramaticamente entre os olhos do Aluado, tão perto que ele ficou vesgo.

— Com a autoridade de vocês mesmos, que me pediram isso.

— MAS REMO – disse Pontas, mas depois ele ficou sem palavras. Todo mundo parou por uns minutos até ele reencontrar a fala. – MAS REMO!

— É COM A AUTORIDADE DE NÓS MESMOS QUE NÓS MESMOS PEDIMOS OS FRASCOS DE VOLTA! – gritei.

Remo deu uma risadinha bem irritante.

— Permitam-me reformular a frase: com a autoridade de vocês mesmos, quando estavam sóbrios.

Ah, é, eu esqueci de mencionar: a gente tava bebaço.

— Eu to muito sóbria – disse Lia, escorando no meu ombro. Já era quase uma hora da manhã e estávamos no jardim com o pessoal da Lufa-Lufa. Eles tinham colocado umas luzes trouxas que ficavam piscando e umas músicas que faziam tuntz tuntz.

Eu não sabia se era minha cabeça que tava fazendo esse tuntz tuntz ou se era a música.

Eu não sabia se era minha cabeça que piscava ou se era a luz.

Mas cara, eu queria demais aquela poção.

Fui até Remo e passei o braço ao redor do seu ombro. Lia, que estava escorada em mim, quase caiu.

— Cara – falei. – Eu vou te mostrar um bagulho mágico.

E comecei a rir. Pontas me acompanhou e a gente começou a gargalhar loucamente.

Quando voltamos a nós, Lia enfrentava o Aluado com uma fúria fenomenal.

— Você não pode nos vencer – dizia ela com ferocidade. – Nós somos muitos e você é só um. Você acha que pode me oprimir com essa sua... essa sua... cara! Pois eu sou muito macho, eu sou muito esperta e eu sei o que você é.

Nessa hora Remo gelou. Eu gelei. O Pontas gelou.

— O quê? – disse ele, que até o momento parecia não ter se abalado com nada do que havíamos dito. Na verdade, ele parecia até estar achando graça.

— Isso mesmo, senhor Lupin. EU – SEI – O – QUE – VOCÊ – É!

A gente se entreolhou. Não era possível. Quer dizer, era possível, ela passava muito tempo com o Aluado.

Puta que pariu, realmente era possível.

Meu deus, falei um palavrão! Desculpa, Harry.

Harry: gu gu gu

— Você é... – ela disse. – Você é...

Engolimos em seco.

— UM CAPITALISTA!

Ok, por essa ninguém esperava. Acho que seria menos ofensivo ser chamado de lobisomem.

— Mas... eu sou pobre!

Ela assumiu uma postura discursiva.

— Pobre? Pobre de quê? Porque o que eu vejo é você monopolizando algo que não é seu! É isso aí, você detém o monopólio dos frascos, você passa por cima dos fracos e oprimidos... dos frascos HAHAHHAHAHAHA você passa por cima dos fracos com os frascos HAHAHAHHAHAHAHA entendeu? Frascos HAHAHAHAHAHAHA

“ENFIM! – disse, se recuperando das gargalhadas. – Eu sou a senhora da minha própria alma! Eu é quem comando o meu destino! Eu tomarei posse do que é meu, ó, poderoso opressor! Não vai sobrar pedra sobre pedra porque eu... eu...”

Nesse momento ela parou de falar. Pontas aproveitara a distração e saltara sobre o Aluado, enfiando com tudo a mão no bolso dele e tirando de lá quatro frascos, um clipe de papel, dois nuques de bronze, uma tampa de tinteiro e uma cenoura.

— Cara – disse Pontas, avaliando o conteúdo em sua mão. – Pra que essa cenoura?

Remo corou.

— Não é o que você está pensando.

Segurei o riso e as piadinhas. Afinal, já tinha feito meu amigo passar por muita vergonha naquela noite e eu sabia que a cenoura não era de fato o que a gente estava pensando.

A verdade é que Remo criava secretamente um coelho.

Lia não parecia nem um pouco interessada na finalidade da cenoura.

— VAMOS BEBER! – gritou.

— Espera – disse Aluado. – Se vamos fazer isso, então que seja organizadamente.

Ele sacou a varinha e conjurou quatro colheres de chá.

— Bebam essa quantidade apenas – disse, entregando uma colher pra cada um. Torcemos o nariz, parecia tão pouco... mas aceitamos. Ele deixou que nós nos servíssemos e guardou os frascos. Seguramos as colheres, sentados no chão em uma roda. – No três. Um, dois, três.

Coisas incríveis aconteceram. A lula gigante deu um triplo mortal carpado de lado enquanto sereianos emergiam do lago. Minha música preferida começou a tocar (mas acho que isso foi na minha cabeça). Uma garota de quem eu estava a fim tropeçou em mim e, como eu ainda estava fantasiado de Drácula e ela estava um tanto bêbada, ela caiu no meu colo e achou realmente que eu era um vampiro.

A sensação era maravilhosa. Eu me sentia capaz de montar em Voldemort e sair cavalgando. Eu poderia usar a barba do Dumbledore pra guardar minhas penas. Eu poderia passar doze anos em Azkaban mesmo sendo inocente e ainda fugir de lá. (N/A: ok, essa foi pesada, desculpem)

Eu poderia qualquer coisa, Harry, mas tem uma coisa que eu não posso até agora: me lembrar do que aconteceu em seguida. Nunca, em hipótese alguma, misture álcool com poções mágicas.

O que eu vou te contar agora é o que aconteceu com o seu pai naquela noite. Quer dizer, a partir do momento em que ele começou a se lembrar das coisas.

Eram umas quatro da manhã, Lia o havia convidado para seu dormitório e, cara, por que ela tinha que ser da Sonserina?

Eu poderia citar dezenas de razões pelas quais você não deve nunca ir para a aquela casa. Tem o fato de eles serem em sua maioria uns racistas metidos e criminosos. Tem o fato de eles morrerem de inveja de qualquer pessoa que se dê bem na vida. Tem o fato de ela formar uma grande quantidade de seguidores de Voldemort.

Mas nenhuma razão é mais forte, mais vital e mais urgente que a questão do dormitório feminino.

A questão do dormitório feminino é algo que você vai descobrir um dia sem sequer precisar ler Hogwarts, uma História.

E a questão é: A GENTE NÃO PODE ENTRAR NO DORMITÓRIO FEMININO!

 

Harry: da da da da

Eu sei, também acho um absurdo! Quer dizer, hoje em dia eu entendo a importância de um espaço seguro pras mulheres dentro dessa sociedade patriarcal (muita convivência com sua mamãe), mas naquela época aquilo era unicamente um empecilho que nos separava do paraíso. Era uma injustiça. Era um escândalo! E isso acontece em todos os dormitórios de todas as casas. Na grifinória, por exemplo, as escadas que levam ao dormitório feminino viram uma rampa quando algum garoto tenta subir por elas, fazendo-o escorregar de volta para o salão comunal e ainda soando uma sirene para alertar as garotas.

Na torre da Corvinal a barreira é mais discreta: você tem que decifrar uma charada para ter acesso ao dormitório feminino, algo que só uma garota saberia responder.

No porão da Lufa-Lufa você até podia entrar, mas somente com o consentimento de todas as garotas presentes no dormitório. Se uma, apenas uma, dessas garotas não quisesse você ali, ao atravessar a porta você se encontraria de novo no salão comunal, ao invés de dentro do quarto.

Todos esses obstáculos já haviam sido transpostos por nós, marotos.

Mas ainda faltava um.

Era uma área até então inexplorada, hostil, selvagem. Um lugar em que apenas havíamos sonhado por os pés, mas nunca imaginado ser possível.

O dormitório das meninas da sonserina.

Que obstáculos esperavam pelo seu nobre pai, pequeno Harry, dentro daquele ambiente tão lúgubre?

Era a primeira vez que um de nós era convidado a visitar o quarto de uma menina da sonserina. Até então nossas relações com elas eram apenas estritamente preconceituosas.

Mas lá estava ele, o corajoso Pontas, em sua capa da invisibilidade, cercado pelo inimigo, em busca do paraíso.

— Espere aqui - disse Lia - vou me certificar de que não tem ninguém.

Ela o deixou no salão comunal (que aquela hora estava vazio) macabro e desconfortável da sonserina por alguns segundos e depois voltou, sorrindo.

— Não tem ninguém - disse, na porta do quarto. - Pode vir.

Talvez fosse o último resquício da Félix Felicis que ainda o protegia ou talvez fosse o instinto de cervo, sempre a fugir de armadilhas. Só sei que algo em Tiago o avisou para dar uma longa cuspida no corredor que levava ao dormitório feminino da sonserina.

Isso mesmo, ele cuspiu, cuspiu longe, e um homem que cospe adiante é um homem sábio, porque quando o DNA de Tiago passou por aquelas paredes úmidas, vários feitiços começaram a sair de todos os cantos em direção à sua saliva. Nunca saberemos o que esses feitiços fazem, mas Pontas podia jurar que viu sua bolha de cuspe sair andando igual a uma ameba.

Não parou por aí. Um machado caiu do teto, espinhos saíram das paredes e voaram em direção ao cuspe, uma pequena explosão abriu um buraco no chão formando uma cova, que ficou cinco segundos aberta e depois se fechou.

Lia parecia tão chocada quanto ele, porque tinha a mão no peito e a boca tão aberta quanto seus olhos arregalados. Ela atravessou o corredor em direção a Tiago, lentamente, como se a cada passo pudesse vir a ser metralhada como o cuspe foi, até alcançá-lo.

— O que aconteceu com o cuspe - disse, com a voz fraca - ia acontecer com você.

— Meu cuspe foi esquartejado e enterrado - disse ele, ainda encarando o local em que a cova se abrira. - Como pode ter uma coisa dessas em uma escola?

Alguns alunos começaram a aparecer na porta de seus dormitórios, enrolados em roupões, atraídos pelo barulho. Tiago teve que ficar em silêncio e seguir Lia para fora do salão comunal.

— Pelos cuecões coloridos de Merlin - disse Pontas, depois de entrarem em uma sala de aula vazia. - Aquilo ia acontecer comigo!

E, subitamente, Lia o abraçou. Abraçou muito, abraçou forte. Pontas disse que ela tremia como se tivesse sido ela a correr esse perigo.

Então ele a levou para outro lugar onde eles pudessem se "abraçar" a vontade até o amanhecer.

Moral da história: Sonserina é ruim. Não vá pra Sonserina. Espero que isso fique gravado no seu subconsciente, Harry: Sonserina não.

 


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