How I Met Your Father escrita por ericatron


Capítulo 9
Capítulo 9 - A Noite das Três Festas: Festa 2


Notas iniciais do capítulo

DESONRA! Desonra pra toda a minha família. Desonra pra mim, desonra pra minha vaca...

Estou há praticamente dois meses sem postar e isso é uma VERGONHA! Eu mereço ser castigada em praça pública, eu mereço ser amarrada em um Hipogrifo raivoso, eu mereço não apenas beijar um Dementador como também noivar e casar com ele. Me perdoem!

Bom, eu mais ou menos tenho uma desculpa. Primeiro, eu perdi o que tinha escrito e não estava conseguindo fazer uma segunda versão tão boa quanto a primeira. Segundo, eu peguei nove matérias na universidade, o que significa que eu estava estudando à tarde e à noite. Terceiro, minha vida social estava me mantendo longe do computador (mas isso não é desculpa, shame on me). Quarto, festas de fim de ano. Quinto, depressão que me impedia de executar coisas simples tipo levantar da cama ou cozinhar miojo.

Enfim, espero que não tenham desistido dessa fanfic ♥ e espero que gostem desse capítulo gigante que preparei pra vocês.



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Harry, como é sabido por todo mundo, as festas do Slughorn não são lá tão legais. Mas então, por que a gente queria ir tanto?

1º. Era Open bar.

2º. Os alunos convidados e seus acompanhantes tinham o direito de voltar para seus dormitórios a hora que quisessem.

3º. Uma semana antes, o seguinte bilhete havia sido colocado na minha mochila:

Compareça à festa do Slughorn. Nós vamos cometer um crime.

Queime este bilhete assim que ler.

– Foi você? – perguntei ao Tiago, mostrando a ele o bilhete. Ele olhou o pedaço de pergaminho com um olhar estranho.

– Não... – disse. – Inclusive, eu recebi um desses também. Já ia te mostrar.

Ele retirou da mochila um pedaço de pergaminho que parecia ter saído do mesmo rolo que o meu.

– Tem cheiro de cereja – falei.

Encostamos o papel um no outro e eles se completaram, como se alguém tivesse escrito as duas mensagens e rasgado o pergaminho ao meio.

– Almofadinhas, você acha que pode ser uma armadilha? – perguntou Pontas, olhando para as letras escritas em verde esmeralda.

– Tá com cara de coisa do Ranhoso, não tá? – concordei, revirando o bilhete para ver se não tinha nada escrito do outro lado e depois colocando-o contra o sol. Parecia verídico.

– Definitivamente é uma armadilha – disse Pontas, por fim.

– Nossa, com certeza que sim.

Ele sorriu.

– Você também vai?

Eu lancei meu melhor sorriso maroto.

– Mas é claro que eu vou! – e queimei os pergaminhos.

...

A gente tentou convencer Remo a ir de lobo mau, mas não deu certo. Então o jeito, é claro, foi queimar a fantasia de professor que ele improvisou (quem no mundo se fantasia de professor?) e substituir por uma de lobo mau.

– Não acredito que vocês fizeram isso – falou, erguendo a fantasia diante dos olhos.

– Mas é claro que fizemos! – exclamei. – A gente quer que você se dê bem essa noite.

– Mas não com a Lia – salientou o Pontas.

Ele jogou a fantasia em cima da cama.

– Como eu posso me dar bem usando isso?

– As garotas acham muito sexy – disse Tiago, pousando a mão no ombro do Aluado e indicando a fantasia com a mão como quem mostra um tesouro. – Quando elas perguntarem pra quê essa boca enorme você pode dizer: “é pra te co...”

– Não. – Ele falou com firmeza. – Sério, não me façam usar isso. É ofensivo.

Pontas suspirou.

– Tudo bem. Mas a gente já colocou fogo na sua outra fantasia.

Aluado bufou, se jogando na cama e colocando as pernas para o alto, escoradas na parede.

– Eu sabia que ia acabar não indo a essa festa.

– Ow, calmaí, cara, quem disse que você não vai? – perguntou Pontas. – Eu ia sugerir que você trocasse de fantasia comigo.

Remo se levantou.

– Você tá falando sério?

– Claro que eu to – disse Pontas. – A não ser que você tenha algo contra ir fantasiado de Zorro.

Aluado deu uma risada que dizia ao mesmo tempo “uau” e “não acredito”.

– Com espada e tudo?

Tiago riu.

– Com espada e tudo.

A fantasia que a gente comprou para o Aluado era bem charmosa. Na verdade, era uma roupa preta simples com um chapéu em formato de cabeça de lobo, com a pele do lobo cobrindo os ombros. Parecia mais uma fantasia de caçador de lobos do que de lobo mau.

O Aluado também ficou aceitável vestido de Zorro. A sorte é que ele e Pontas tinham o mesmo tamanho. Se eles tivessem trocado comigo, que sou mais gostoso, não teria dado certo.

A propósito, eu fui de Drácula.

Eu desci para o salão comunal para esperar Lílian Evans, enquanto Pontas e Aluado haviam combinado de encontrar seus pares no saguão principal.

Ela estava fantasiada de Batman.

– Uau! – falei. – Uau! – falei de novo. – UAU! – falei mais uma vez, agora mais alto. – Essa é a fantasia mais legal do mundo e eu não acredito que não fui eu que pensei nela.

Ela sorriu.

– O que me espanta é você conhecer o Batman – disse. – Acho que só os nascidos trouxas vão entender minha fantasia.

– A mãe do Remo é nascida trouxa – eu falei. – Ele praticamente nos dava aulas de cultura não-bruxa.

Era verdade. Algumas coisas eram um pouco chatas, como leis e ressaca, mas outras coisas, como filmes, motos e vídeo-games, são muito maneiras.

– Bruxos deveriam fazer filmes, não acha? – perguntei, oferecendo meu braço para ela segurar, e atravessamos o buraco da mulher gorda em direção à festa.

A festa estava até um pouquinho mais animada do que eu esperava. Não era apenas os alunos de Hogwarts que compareceram: havia gente de toda parte. Ex alunos, alguns bruxos famosos e jogadores de quadribol. Tinha até um vampiro.

A comida era bem exótica: petiscos de coração de dragão, canapés de lula e de sobremesa um doce trouxa chamado brigadeiro.

Tiago chegou dez minutos depois de mim. Ele e Régulo atravessaram a porta juntos muito sérios e sem se tocar e então se separaram com um pequeno diálogo dito entre dentes:

– Finja que não me conhece.

– Nem precisava pedir.

Ele se aproximou de mim e Lílian, que se empanturrava de brigadeiro àquela hora.

– Nossa, Evans – disse Pontas. – Você malha né?

– Como? – ela perguntou, com o décimo quinto brigadeiro à caminho da boca.

– Pra comer tanto assim e continuar com esse corpinho...

– Toma vergonha, Potter – ela disse. – Você não tem namorada?

Tiago fez um aceno de descaso.

– Nosso lance é meio aberto – falou. – Aberto pra você, gata.

Ela revirou os olhos e se afastou da gente, pegando uma taça de champanhe e indo em direção ao Snape, que estivera o tempo todo olhando para a gente com uma cara feia.

– Essa foi a pior cantada que eu já vi na minha vida.

Pontas não prestou atenção. Ele estava observando o Snape.

– Então, será que o ranhoso vai querer cair na porrada – disse – ou o plano dele é mais sofisticado?

– Não sei – comentei. – Ele não está muito com cara de quem quer a gente por aqui. Você tem certeza que foi ele...?

– Claro que sim – respondeu. – Quer dizer, quem mais seria?

Remo e Lia chegaram alguns minutos depois. Ela estava bastante animada, com uma fantasia de esqueleto.

O professor Slughorn veio cumprimentá-la.

– Srta. Goldman, que bom que veio – disse, sem dar muita atenção para a gente.

Ela deu um sorriso bastante largo.

– Muito obrigada pelo convite, professor – disse, enquanto apertava a mão dele. – É uma honra.

Ele fez um meneio de displicência.

– Não podia deixar de convidá-la, podia? Escute, tem alguém que quero te apresentar.

Lia se virou para a gente:

– Eu já volto – disse, dando um selinho no Pontas.

– Uiuiui – dissemos eu e Remo, quando ela não podia mais ouvir. – Já estão agindo como casalzinho, que coisa fofa.

– Calem a boca – disse Pontas.

A gente ficou zoando por mais algum tempo, até que Remo paralisou. Do nada.

– Ela sabe – sussurrou, com os olhos arregalados e o corpo imóvel. A gente ficou sem entender até ver Hortência (acho que já mencionei ela, Harry. Remo uma vez tirou a azaração que jogamos na garota e ela desde então desenvolveu uma obsessão por ele).

Acontece que ela estava lá vestida de... chapeuzinho vermelho.

– Não tem como ela saber, cara – falei, tentando tranquilizá-lo. – Provavelmente é uma fantasia aleatória.

Mas ela tinha nos visto. Acenou, feliz, e veio em nossa direção.

– Ela sabe, ela sabe, ela sabe – ficou repetindo, nervoso, o Aluado. – Eu não posso ficar aqui, por favor me escondam.

Ele disse tudo isso sem sequer se mexer.

– Cara, ela já te viu, já era.

– Sem falar que é o Pontas que está vestido de lobo mau e não você.

Tiago olhou para baixo, mirando o próprio corpo com uma cara de quem estava fo... encrencado.

– Caraca – disse. – To dando o fora daqui.

E saiu, desaparecendo tão rápido que eu e o Aluado não tivemos como fugir.

Hortência Smith finalmente nos alcançou.

– Que bela noite, Remo – disse, dando um sorriso enorme e se aproximando do Aluado mais do que o que seria considerado normal. – Gostou da minha fantasia?

Ela deu uma voltinha, mostrando seu vestidinho vermelho e rodado com capuz e cestinha. Então, de dentro da cesta ela tirou uma plaquinha com as palavras: “EU NÃO TENHO MEDO DO LOBO MAU” e ergueu bem na frente do Remo.

Ele olhou para mim com os olhos tão arregalados que poderiam ser confundidos com duas luas e ele se transformar em lobisomem ali mesmo. Seu olhar dizia: “ela sabe!”. Tentei lançar um que dissesse “não sabe, não”, mas não sei se ele captou a mensagem.

– Que... criativo, Hortência – disse ele, com um sorriso amarelo. – Então, quem é seu par?

Aluado ficou olhando para os lados, desesperado para achar alguém a quem entregar a garota.

– Aquele garoto ali da corvinal – disse, com uma voz enjoada. – Mas eu só vim mesmo porque soube que você estaria aqui.

– Yay, que alegria – disse ele, no tom mais desanimado possível.

Ela terminou de virar a taça de champanhe que trazia na mão e colocou-a na bandeja de um garçom que ia passando.

– Vamos dançar, Remo! – disse, puxando Aluado pela mão. Ele me olhou com um olhar de súplica tão grande que eu tive que deixar acontecer e ficar no meu canto rindo de me acabar por algum tempo.

Ele parecia muito desconfortável. A música que estava tocando era um clássico de Chopin, mas ela dançava como se estivesse em uma discoteca, movimentando os braços de um jeito espalhafatoso e se esfregando nele vez ou outra. Remo, por sua vez, ficava imóvel com a mão no bolso, olhando para todos os lados menos para ela, como se dissesse: seja quem for essa garota se esfregando em mim, eu não conheço.

Depois de uns três minutos naquela situação constrangedora, achei melhor livrá-lo dessa encrenca.

– Ei, Remo – falei, me aproximando. – Você pode vir aqui me dar uma ajudinha?

– Claro! – exclamou, parecendo mais prestativo do que uma pessoa normal seria. Ele pediu licença para ela e se afastou comigo para o canto da sala.

Ficamos observando a festa e as pessoas.

– Ela sabe – disse ele pela milésima vez. – Não pode ser coincidência.

Eu coloquei a mão sobre o ombro dele.

– Conheço um jeito de te tirar dessa – falei. – Mas não pode ser executado em público.

Àquela altura, Remo aceitaria qualquer coisa para se livrar dela, sem questionar. E a lição de hoje é, Harry, que você sempre deve questionar.

– O plano é o seguinte – falei. – Você vai levá-la ao canto mais discreto da festa. Ninguém pode ver vocês.

– O quê? – exclamou ele, assustado. – Mas é aí que ela vai achar que eu quero...

Coloquei a mão no ombro dele, com um olhar que faria até minha mãe confiar em mim (um olhar que eu geralmente usava exclusivamente para garotas).

– Confie em mim.

Ele baixou a guarda.

– Tudo bem. Vou chamá-la.

A parte mais difícil foi achar um canto vazio. Sala havia sido enfeitiçada para ficar maior por dentro e algumas áreas ao canto não ficavam iluminadas com os archotes (acho que propositalmente) de modo a ser perfeito para casais desavergonhados. Depois de quase desistir, Remo finalmente achou um cantinho que ninguém estivesse usando. Segui-os à distância, furtivo como um cão. Quer dizer, como um vampiro.

Ou melhor: como um cãopiro.

É claro que Hortência achou que a insistência do Aluado para achar um lugar era porque ele queria dar uns pegas nela, então eu tive que agir rápido. Passei pelo professor Slughorn, que conversava com o Filch.

– Por que esses archotes estão apagados, professor? – perguntou o zelador, com aquele ar de quem queria dar bronca, mas não podia, que ele sempre assumia quando falava com um professor.

– Hum... problemas técnicos – disse Slughorn, desconsertado. – Não precisa se preocupar com isso.

– Mas é meu trabalho, senhor – ia retrucando o outro, enquanto eu os deixava para trás e me aproximava do canto escuro onde Aluado e Hortência haviam acabado de se embrenhar.

Eu não entendia por que ele simplesmente não pegava ela. Hortência era bonitinha, a gente só azarou ela porque achou que ela estava confabulada com o Ranhoso e uma outra galera da Sonserina para trazer instrumentos de magia negra para Hogwarts. Um engano, mas enfim, o ser humano é falho.

Peguei um canapé que estava sobre uma mesa e o transfigurei para se transformar em um frasquinho de poção.

– Aquamenti – murmurei, fazendo o frasquinho se encher de água. Depois colori a água para assumir um tom esverdeado meio doentio. Estava perfeito.

– Ora, Remo, seu atrevido – ia dizendo Hortência, com um risinho. – Por que me trouxe aqui, ein?

Quando cheguei perto o suficiente para enxergá-los no escuro, Hortência já havia passado a perna ao redor da cintura do Aluado e o puxava pela gola da camisa.

– Cara! – exclamei, chamando a atenção dos dois. Remo parecia aliviado, mas a garota demonstrou confusão. – Ainda bem que cheguei a tempo!

– Quê? Como assim? – perguntou ela, tirando a perna da cintura do Aluado mas sem sair de perto dele.

– Vocês iam dar uns pegas, não iam? – perguntei. – É por isso que eu vim trazer isso! Remo não pode ficar com ninguém sem ter usado isso.

Mostrei a eles o frasco com o líquido verde.

– Ah, isso! – disse Remo, entrando na minha. – Como pude esquecer?

– O que é isso? – perguntou Hortência.

– O remédio dele – falei. – Ele não te contou?

Ela olhou para ele, zangada.

– O que você não me contou?

Remo olhou para mim, buscando ajuda. Antes que ele pudesse pensar em algo, eu mesmo respondi.

– Remo sofre de Furúnculos Genitais.

(Espero que sua primeira palavra não seja “genitais”, Harry.)

Ela se voltou para mim, sobressaltada. Remo fez uma expressão que dizia sem palavras “eu vou te matar, Black maldito”, mas quando ela olhou para ele, ele confirmou.

– Isso... é contagioso? – perguntou ela, sem saber se continuava grudada ao Aluado ou se afastava.

– Altamente – falei. Ela se afastou um passo. – Por isso trouxe isso, alivia os sintomas.

– Ah... – começou ela, sem saber o que dizer. A garota parecia estar prestes a sair de fininho, mas eu não ia deixar acabar assim tão rápido.

– Você não encostou nele, encostou? – perguntei.

Ela já tinha escorregado para um pouquinho mais longe do Aluado.

– Bem, eu...

Me segurei para não rir. Encostar era pouco pra quem tava se esfregando. Ao invés disso fiz uma cara de preocupação, dessa que as pessoas geralmente usam quando estão ao leito de alguém moribundo.

– Bom, eu posso ter encostado... na mão.

– Pelo que eu vi aqui foi mais que a mão, ein?

Remo não sabia se ria ou se morria de constrangimento. Estava escuro, mas eu apostaria um rim (do Rabicho) que ele tinha ficado vermelho.

Hortência se encolheu inteira. Ela olhou ao redor, para fora do círculo de escuridão. A gente podia ver as pessoas mas as pessoas não podiam ver a gente. Filch estava causando uma pequena aglomeração de pessoas indignadas, como sempre, mas não prestamos muita atenção.

– Tem cura? – perguntou.

Eu neguei, com cara de luto.

– Apenas essa poção raríssima pode aliviar os sintomas. Veja.

Então eu peguei a parte da frente da calça do aluado e puxei.

– Ei, o que você está fazendo?

– Aplicando seu remédio, ué!

Ele recuou como se eu fosse esfaqueá-lo.

– Eu sei que arde. É só uma gota em cada e você vai ficar bom. – virei-me para Hortência, que encarava a cena, petrificada. – Ele faz isso toda vez.

Eu lancei um feitiço de impedimento nele que o forçou a ficar parado enquanto eu puxava a calça (sem olhar, é claro) e destampava o frasco com a boca para despejar algumas gotas lá dentro.

De repente, um clarão iluminou o local que a gente estava. Fich havia acabado de acender o archote apagado que nos mantinha em sigilo. O aglomerado de pessoas indignadas ao redor dele pareciam estar protestando contra o acendimento dos archotes, mas todos silenciaram imediatamente ao ver a cena:

Eu, com a mão quase na... mamãe (troquei a palavra por mamãe porque se você aprender algo com o que eu disse sua primeira palavra não terá sido estragada) do seu tio Remo, despejando uma poção lá dentro.

A vergonha do Aluado foi tão grande que rompeu o feitiço que o imobilizava e ele conseguiu levantar o braço para a capa de zorro na frente da minha suposta mão boba. O resto de seu corpo continuou imóvel.

Todos continuaram olhando, de boca aberta. A primeira a quebrar o silêncio foi Hortência:

– Estão olhando o quê? – perguntou, gritando. – Furúnculos Genitais são uma doença como outra qualquer, ok?

(Daquele dia até o dia de nossa formatura várias pessoas nos procuraram para pedir a receita da poção que aliviava os sintomas dos tais furúnculos. Sim, a doença realmente existia e era mais comum do que pensávamos.)

– Meu primo tem essa doença – disse um garoto da Lufa-Lufa, apertando a única mão do Aluado que ele era capaz de mexer. – Se precisar de qualquer coisa...

Alguns alunos da sonserina riram, outros pareciam até solidários. Remo me olhava com um olhar assassino e disse entredentes:

– Tira já a mão da minha mamãe.

Deixei o restante da “poção” com Hortência, pra caso ela desenvolvesse algum furúnculo psicológico ela poder se curar com um placebo, e fui lavar a mão. (Afinal, mesmo que eu não tivesse encostado, ela chegou muito perto da mamãe do Aluado)

Quando voltei... bem, tudo aconteceu muito depressa. Uma grande bomba de fumaça havia se erguido no meio da sala, um barulho parecido com o apito de um trem, alguns gritos e risadas e então as luzes se apagaram.

– AEEEEEEEEEEEE – o povo gritou, e então várias vozes foram progressivamente murmurando “lumus”.

O salão foi iluminado por diversos pontos brancos saindo das varinhas dos bruxos ali presentes, e então, quase ao mesmo tempo, todos se voltaram para o meio da sala, onde estava parada a figura de Filch, segurando uma bomba de fumaça e com o cabelo chamuscado e a cara cheia de furúnculos.

Do meio da multidão, alguém gritou:

– Ai meu deus! Ele está com furúnculos genitais!

– Está se alastrando!

– É UMA EPIDEMIAAAAAAA, COOOORRAM!

Então todos começaram a correr e gritar e eu sentia que ia ser pisoteado. O professor Slughorn gritava em algum canto que era apenas pó fura-furúnculo mas o circo já estava armado.

– Vamos – disse uma voz com urgência atrás de mim, me puxando pela capa. – Vamos seguir com a multidão.

Saímos pela porta no meio dos adolescentes desesperados e percebi que era Tiago que estava me puxando. Aluado ia logo atrás dele, seguido por Lia, que berrava e gargalhava como se estivesse amando tudo aquilo.

Ok, Harry, para explicar o que aconteceu eu preciso explicar o que seu pai e Lia Goldman estavam fazendo enquanto eu e o Aluado estávamos tentando nos livrar da Hortência.

Tiago tinha acabado de sair de perto da gente e ir de encontro a Lia, que estava conversando com o professor Slughorn e o editor do profeta diário daquela época. Aparentemente eles estavam falando sobre a possibilidade de ela ganhar um emprego no jornal logo que terminasse Hogwarts. Mas isso não importa, emprego, carreira, blábláblá...

Quando os dois se afastaram, ela voltou-se para seu pai.

– Então, pronto para cometer um crime?

Sim, Harry, o pergaminho que nos levou até aquele momento era dela.

– Foi você?

Ela sorriu.

– É claro que foi.

E explicou o plano para Tiago.

Aparentemente Slughorn havia preparado um caldeirão de Felix Felicis para a aula do sexto ano e Lia estava muito interessada em conseguir um pouco. Ela havia preparado uma poção duplicadora (uma poção que quando entra em contato com outra poção, se transforma na poção que entrou em contato. É muito difícil de preparar, então geralmente era mais fácil simplesmente fazer logo a poção que você quer copiar. Mas no caso da Felix Felicis, valia a pena).

– Tudo o que precisamos é no estoque dele, encher os frascos nos meus bolsos e sair daqui antes que ele perceba o que aconteceu. A única coisa que ainda não pensei foi em como criar uma distração, eu só tenho um pouco de pó de fura-furúnculo e acho que dá pra improvisar com...

Nesse exato momento, eles ouviram o grito de Hortencia: Furúnculos Genitais são uma doença como outra qualquer, ok?

– É agora – disse ela, olhando para Tiago. – Você tá comigo nessa?

Bem, o resto você já sabe. Graças ao pequeno incidente com a mamãe do Aluado eles conseguiram trocar a tocha na mão de Filch por uma bomba de fumaça polvilhada de pó fura-furúnculo e entrar no armário do Slughorn para pegar a poção.

E aqui vai um pequeno spoiler: valeu muito a pena.


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