Short-fic finalizada Auslly: O casamento do meu Ex

Pov Austin

Saí de cima de Ally e ela fugiu. Suspirei me sentando no sofá. Coloquei as mãos na minha cabeça.

Eu estava nervoso e preocupado.

Mas então eu sorri.

Ally, a minha Ally, ela e eu tinha nos beijado. Ela ainda gostava de mim.

Ouvi o barulho de algo quebrando.

– Ally... – Sussurrei. Corri até o quarto e comecei a bater na porta. – ALLY!

– EU TENHO QUE FICAR SOZINHA, AUSTIN! – Ela gritou e eu ouvi um soluço, me encostei na porta e suspirei.

Encarei o chão, pensando num jeito de invadir o quarto sem ser arrombando a porta.

Sorri para mim mesmo com a ideia em minha mente.

Pov Ally

Eu estava encarando o chão, sem rumo. Todas as lembranças, as brigas, as consultas, tudo estava na minha mente.

Ouvi um barulho, mas ignorei. Devia ser Austin no quarto dele.

Respirei fundo e me levantei, lavando as mãos e o rosto. Colhi os caquinhos de vidro e os joguei no lixo. Peguei a toalha de rosto e enrolei na minha mão;

Olhei para o meu reflexo no espelho, ou pelo no que restava do espelho.

– Ally Dawson, você não se importa. Não mais. – Disse fria e engoli seco, tentando me convencer na mim mesma daquela mentira. Saí do banheiro e dei de cara com Austin. Ele estava sentado na minha cama, tinha uma caixa ao seu lado, um tecido preto estava ao lado da caixa, e Austin estava lendo um papel. – O que está acontecendo aqui?

– Ally, você tinha lido isso? – Perguntou Austin, seu tom não era nada agradável.

– Não, o que é isso? E como você entrou no meu quarto? – Perguntei impaciente indo até ele. Me sentei ao seu lado e coloquei minha mãos sob meu colo. Peguei o papel da mão dele com a mão que não estava ‘’enfaixada’’.

– Tem uma árvore do lado da sua janela... – Revirei os olhos para explicação óbvia e estúpida. Comecei a ler o papel.

Olá Ally, eu estava te observando enquanto comprava roupas. Achei que esse vestido ficou ótimo em você.

Aliás, gostou do seu estoque no guarda-roupa? E Austin, ele gostou do dele? Acho que a Space não é tão caridosa como eu.

– Você acha que foi o Dallas? – Perguntei engolindo seco, olhando para dentro da caixa.

– Não, ele não saberia sobre a Space.

– Então quem foi? – Perguntei nervosa. A mensagem do bilhete estava clara: Cuidado, eu estou atrás de você.

– Eu não sei. – Austin disse, parecendo derrotado. – Devíamos falar com o Drake sobre isso.

– Falar com o Drake? Claro, ótima ideia Austin. – Revirei os olhos. – Aí também podemos entregar o relatório dos tempo que ficamos aqui. Ah, mas espera, não fizemos os relatórios! – Disse irônica. Austin deu um meio sorriso e se levantou. Ele destrancou a porta e sumiu. Bufei passando as mãos pelo cabelo, pensando no que iria fazer.

– Na verdade, eu fiz os relatórios. – Disse Austin adentrando novamente no quarto, após alguns segundos. Olhei para ele surpresa, Austin tinha um sorriso presunçoso nos lábios. Ele se aproximou e sentou-se do meu lado, me entregando os papeis. Comecei a lê-los. Surpreendentemente, todos estavam impecáveis.

– Não acredito que você fez isso. – Deixei escapar. Afinal, quando eu e Austin éramos parceiros eu sempre ficava com a parte burocrática.

– Pessoas mudam, Ally. Ás vezes mais do que deveriam. – Austin disse, e eu senti o que ele queria dizer. Suspirei. Eu não podia lidar com isso, não agora.

– Vamos entrar em contato com Drake, avisar o que aconteceu. – Eu disse e Austin assentiu. – Eu faço o relatório de hoje.

30 minutes later...

– Austin, eu terminei o relatório. – Disse ao terminar de descer o lance de escadas, chegando a sala. Minha mão estava com alguns curativos, eu estava segurando as folhas na mão boa, juntamente com o bilhete que eu havia recebido e eu celular. – Eu já enviei todos por e-mail para o Drake.

– Acabei de plugar meu celular com a televisão, vou conectar com o Drake. – Assenti indo me sentar no sofá. Austin sentou ao meu lado.

Alguns minutos depois, o rosto de Drake estava na tela, com sua sala de fundo.

– Hey, Drake! – O cumprimentei com um sorriso.

– Fala, chefinho! – Disse Austin.

– Agentes. – Cumprimento-nos, um meio sorriso brincava em seus lábios. Mas a expressão dele logo mudou, estava com raiva. Engoli seco. – Porque vocês não me enviaram os relatórios antes?!

– Desculpe, Drake. Nós esquecemos de enviar, realmente sinto muito. – Eu disse, eu me sentia mal por falhar no meu trabalho. Drake suspirou e assentiu.

– Vocês sabem o que são relatórios? – Drake perguntou, seu tom era como o de um pai dando bronca no filho.

– Sim. – Eu e Austin respondemos em uníssono.

– O que são? – Drake perguntou.

– São resumos das nossas missões. Ele devem conter a hora aproximada de cada ato importante, devem ser escritos em papeis, que devem ser guardados em cofres com a senha que a Space oferece para cada missão, a senha que vem com o envelope com as informações. E também deve ser enviado por e-mail para o chefe da missão. – Disse Austin.

– Exatamente, e esses relatórios devem ser enviados quando? – Perguntou Drake.

– Diariamente. Sinto muito, Drake. Foi desleixo nosso. – Austin desculpou-se.

– Eu vou ler os relatórios, só um segundo. – Drake disse, assenti. Alguns minutos se passaram até que ele voltasse a falar conosco. – Droga! – Ele praguejou.

– O que aconteceu, Drake? – Perguntei preocupada.

– Ally, você está com o bilhete que recebeu? – Assenti, procurei o bilhete entre meu celular e as folhas e o segurei na minha frente, mostrando para Drake. – Ótimo, vire ele e veja se tem um... – Virei o bilhete e engoli seco.

– M.N. no verso? – Perguntei. Aquilo, com certeza, não era um bom sinal.

– Droga! – Drake praguejou novamente.

– O que é isso, Drake? – Austin exigiu uma explicação.

– O que eu temia está acontecendo. – Drake suspirou. – Eu devia ter avisado a vocês, me desculpem por isso. Uma guerra de gangues começou em Miami, há alguns meses. M.N é a sigla de uma das gangues.

– De quantas gangues estamos falando? – Perguntei preocupada.

– Duas, mas são muito poderosas. Ninguém sabe quem são os integrantes, só temos alguns poucos suspeitos. Eu vou enviar as fotos e as informações, só no caso de vocês encontrarem eles. – Drake disse, sua expressão ficou mais séria que o normal. – Austin e Ally, não se metam com essas gangues, elas estão muito além da experiência de vocês, elas são classe A, vocês só lutaram com gangues classe C. – Drake disse, suspirei. Era verdade. As gangues e os criminosos eram divididos em grupos devido ao seu perigo e risco á sociedade, e até á nós mesmos, ou seja, os agentes. Eu e Austin só tínhamos ido numa missão contra uma gangue classe C em toda nossa vida como agentes. – Não entrem no caminho deles.

– Se eles são tão perigosos assim, por que a Space não mandou logo uma equipe para cuidar deles? – Perguntou Austin confuso. Meu celular apitou, uma nova mensagem.

– Porque ainda não temos informações suficientes, só suposições e dicas de testemunhos não confiáveis, olhem o que vou mandar para vocês. Vou adiantar o processo para que tenhamos provas concretas para mandarmos uma equipe para cuidar disso. Mais uma vez, me desculpem agentes. Vou mandar alguns funcionários na Space para ver se tem câmeras ou outros meios de espionagem dentro da casa de vocês, eles devem chegar amanhã pela manhã. Mas é recomendável e bom que vocês procurem por si mesmos.

Suspirei.

Abri a mensagem e comecei a ler. Meus olhos se arregalaram.

– Tudo bem, Drake. Encerrando transmissão. – Austin disse.

– Entendido. – Respondeu Drake.

– NÃO! – Eu gritei, me levantando do sofá. Ambos os homens me olharam confusos. – Drake, eu acabei de receber essa mensagem: Nevoa Rosada, M.N.

– Ally, você sabe que... – Draje começou preocupado. Austin veio para o meu lado, lendo a mensagem no meu celular.

– Nevoa rosada é como o esquadrão anti-bombas chama quando você explode. Não sobra nada de você, além de sangue e pedaços do seu corpo. E se tiver sorte, acham um dedo. – Austin completou a fala de Drake.

– CORRAM! – Drake gritou. Austin encerrou a transmissão. Eu e ele começamos a correr para fora da casa.

– Austin! – Disse num tom elevado, mas não gritando. – O envelope da Space, temos que pegá-lo! – Disse nervosa enquanto passávamos pela porta da frente. Assim que pisamos na grama, um estrondo foi ouvido, um grande estrondo.

Eu e Austin fomos jogados para longe da casa, caindo no chão da rua. Eu senti alguns arranhões na minha pele, eu senti eles sangrando, minhas costelas estavam doloridas. Olhei para o lado, Austin estava bem, só gemia de dor. Segurei meu celular e os papeis com mais força na minha mão. Eu não tinha os soltado nem por um minuto.

– Acho que não vai dar para ir buscar os envelopes. – Disse Austin. Olhei para ele com raiva, aquele não era o momento para ironias. Olhei para casa, ela estava em chamas. Os vizinhos começaram a sair das suas casas, fitei a casa.

E eu juro que vi a silhueta de uma pessoa dentro dela.