Eu, filho de Severus Snape? Nunca! escrita por AFM


Capítulo 8
As inesperadas férias


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal. Agradeço à todos que leem e principalmente à "Taw", "Maylaila Black", "sakurita1544", "Alexia Snape" e "fantasminha" que comentaram o último capítulo, sério, a opinião de você é muito importante para mim!!! Beijos, espero que gostem desse capítulo!!!



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Cedo da manhã, todos os alunos se encontravam no salão principal tomando café-da-manhã em um grandioso e farto banquete.

–Bom-dia, alunos -falou Dumbledore-, eu tenho um importante comunicado à fazer!

Todos os alunos, que estavam comendo, prestaram atenção para o que Dumbledore dizia, exceto Rony que continuava à comer como se nunca conseguisse ficar satisfeito.

–Você nunca para de comer? -perguntou Hermione.

–Meu caros, devido à recente visita dos dementadores à procura do fugitivo de Azkaban, Sirius Black, muitos danos foram causados à estrutura física de nosso castelo. Então, para que os danos sejam reparados, nós solicitamos à vocês que voltem para as suas famílias, por uma semana, até que a estrutura seja re-estabelecida.

Assim que o homem de barbas terminou de falar, ouviu-se um viva de quase todos os alunos, exceto de Harry e Hermione.

–Oba! -exclamou Rony.- Uma semana de férias! Isso só pode ser um sonho -continuou falando com um sorriso que se extendia de uma ponta da orelha à outra, enquanto segurava uma enorme coxa de galinha com as mãos.

–Isso não é bom! -declarou Harry.

–Mas por que não? -indagou Rony abismado com a tristeza do amigo.- São férias no meio das aulas, só um louco para não gostar da ideia!

–Isso vai atrapalhar o andamento das aulas -disse Hermione preocupada.

–Isso não é nada! Eu vou ter que voltar para a casa dos meus tios. Já basta eu ter que passar as férias de verão com eles, mais do que isso eu não suportaria.

–Harry, eu posso falar com você? -perguntou Dumbledore.

–Claro, senhor! -disse se levantando.

–Aqui não, venha para minha sala, por favor -pediu seguindo para seu recinto.

Harry e Dumbledore entraram na sala deste.

–Sente-se, meu rapaz -pediu apontando para uma cadeira em frente à sua mesa.

–Obrigado. Então o que o senhor queria falar comigo?

–É um assunto um tanto delicado, meu jovem. Bom, diante das recentes descobertas, entre o senhor e o professor Snape, eu receio que algumas mudanças deverão ocorrer.

–Mas que tipo de mudanças?

–Eu vou ser direto. Você não poderá mais usar do sobrenome de Tiago.

–O quê? Mas por que não?

–Porque ele não é o seu pai.

–Mas ele sabia disso e mesmo assim quis me dar! Tiago sempre foi o meu pai e sempre será!

–Harry, eu não o aconselho a ter esse tipo de atitude, só vai lhe trazer mais sofrimento. Severus é seu pai e isso é fato!

–Pois então eu prefiro viver em negação!

–As coisas não são tão simples assim. Você é menor de idade, não pode resolver as coisas por si só.

–Eu sei. Meus tios resolvem por mim, afinal eles possuem a minha guarda.

–Eles possuíam a sua guarda porque achavam que seus pais estavam mortos, mas agora sabemos que isso não é totalmente verdade. A prioridade da guarda de um menor é dada aos pais e agora que sabemos que vocês possui um deles vivo, teremos que entregar a sua guarda à ele.

–E o que isso quer dizer?

–Que além do seu nome de certidão, você terá que mudar também de endereço.

Harry olhou para o homem mais velho, assustado, levantando-se da cadeira com receio.

–Por favor, não me diga que eu terei que morar com ele.

–Eu receio que sim, Harry.

–Mas eu não quero! Já basta eu ter que ir para as aulas dele, agora vou ter que morar com ele? Vou ter que vê-lo na escola e em casa? Não, isso já é demais.

–Eu já lhe aconselhei antes, Harry, tente tirar algo bom dessa situação.

–Com o Snape na conversa, nada pode ser bom -disse o garoto com expressão raivosa, saindo da sala como um furacão.

Harry foi até seu quarto, onde encontrou Rony fazendo as malas e Hermione lendo um livro.

–E então, Harry -disse Hermione-, o que Dumbledore queria com você?

–Ele disse que eu não posso mais usar o meu sobrenome porque tecnicamente ele não é mais meu e ainda que eu tenho que morar com o Snape!

–Cara -começou Rony-, que furada! Morar com o Snape? Ninguém merece!

–Animador, Rony -disse Harry.

–Desculpe.

–Hermione -Harry falou-, não há nada que eu possa fazer sobre isso?

–Não, Harry. Perante a lei, nós não passamos de uma propriedade que precisa de um dono, ou seja, quer queira ou quer não, você precisa de um guardião.

–Pois eu não vou e pronto! Não importa o que Dumbledore disser. Eu prefiro morrer à ter que morar com o Snape!

–Então eu posso dar um jeito nisso -disse Snape entrando no quarto sem se anunciar, fazendo com que os três grifinórios olhassem imediatamente para ele.

–O que você quer aqui? -indagou Harry aparentemente com raiva da intromissão.

–É o seguinte: eu não sou um homem de muitas palavras, então por que não evitamos o constrangimento e vamos logo?

–Não! -respondeu Harry com firmeza.

–Você sabe que isso vai ter que acontecer de qualquer maneira, então para que adiá-la? -disse Snape com a expressão de frieza em seu rosto.

–Já disse que não vou!

–Como o senhor é teimoso, igualzinho à seu pa.... -disse Snape, interrompendo a si mesmo, vendo que cometera o erro de quase comparar o garoto à Tiago, como se este ainda fosse seu pai.

–Mantenho a minha decisão -afirmou Harry com segurança.

–Eu também não estou feliz com essa situação, Potte...., Harry -corrigiu-se novamente-, mas eu estou tentando encará-la e você deveria fazer o mesmo. Não escolhemos a família em que nascemos.

–Mas podemos escolher a que amamos -disse Harry-, e eu garanto que a sua não foi a escolhida! Um mero exame de sangue não vai fazer do Tiago menos pai para mim, até porque foi ele quem me criou.

–Mesmo? Pois eu acho que perdi esse tempo, porque até onde sei, ele morreu quando você tinha apenas um ano.

–Mas ele teve a intenção de me criar!

–Eu também teria tido se sua mãe me tivesse dado a oportunidade de me falar a verdade. Agora arrume suas coisas logo e me encontre lá embaixo, daqui há pouco a escola já estará fechada para a manutenção e nenhum aluno deverá ficar -ordenou saindo do quarto.

Harry olhou contrariado para o homem que saía do quarto e com um grande mal-estar, começou à arrumar suas roupas em uma mochila.

–Que situação ruim eu fui me meter não é? -disse Harry.

–Não se preocupe, Harry -falou Rony-, situação ruim sempre tende à piorar.

Harry e Hermione olharam, ao mesmo tempo, para Rony com uma enorme e evidente expressão de reprovação.

–Obrigado, Rony -disse Harry, enquanto terminava de arrumar suas coisas.

Harry desceu ao lados dos dois amigos na direção externa castelo, onde uma multidão de alunos se encontrava, sem as vestes de bruxo e com as malas prontas, felizes pelo inesperado e bem-vindo período de férias.

–Vamos Harry! -ordenou Snape saindo do castelo e indo ao encontro do garoto.

Harry apenas encarou o professor, sem se mexer.

–O que foi? -disse Snape.- Vai começar de novo a discussão?

–Eu não quero ir com você.

–Como você é irritante! Já não falou isso antes? Pare com essa atitude infantil e vamos logo!

–Bom, -começou Harry-, visto que eu ainda sou uma criança, então a é uma atitude é completamente aceitável.

–Ah, vem logo, garoto -disse agarrando o braço de Harry e arrastando-o para longe.

–Até mais, Harry! -disse Rony acenando.

Snape levou Harry até sua casa, mas para o espanto de Harry, não era a mansão que "visitara" antes. Esta também era uma mansão, mas um pouco menor e assustadoramente colorida. Harry achava que seu novo pai iria levá-lo para àquela mansão escura e assustadora, mas logo percebeu que não, pois pararam em frente à outra. Era de um tom verde-claro, com um pequeno jardim muito bem cuidado.

–Achei que ia me levar para a sua casa -disse olhando para àquela casa surpreso.

–Essa é a minha casa!

–Não, no outro dia quando o seguimos, você entrou em outra casa.

–Vocês me seguiram?

Harry congelou naquele momento. Falara aquilo sem pensar. Sequer lembrava que não tinha sido convidado à entrar naquela mansão do outro dia e sim que tinha invadido-a junto de seus amigos.

–Não..., não foi isso que eu quis dizer... -disse tentando disfarçar.

–Quando foi isso? -perguntou fechando mais ainda a cara.

–Então, você mora aqui sozinho? -perguntou tentando desviar a atenção do homem para outro assunto.

–Sim..., quer dizer, não. Minha empregada mora também. Por que você está com esta expressão abobalhada no rosto? -perguntou vendo que o garoto olhava cada detalhe externo de fora, impressionado.

–Sem querer ofender, mas o senhor anda pela escola parecendo um morcegão e a casa do morcego costuma ser escura e assustadora e essa não é assim.

–Vem, vamos entrar -disse tendo que puxar o garoto para dentro, na sala de visitas, pois este não parava de olhar cada centímetro da casa.

–Senhor -disse uma pequena elfa, muito parecida com Dobe, se curvando-, que honra recebê-lo em casa. Houve algum problema em Hogwarts?

–Vamos passar apenas uma semana -respondeu sem prestar muito atenção na pequena.

–E quem é o menino ao lado do senhor?

–Não é da sua conta! -respondeu ríspido, mas não porque aquela era uma criada, e sim porque essa era sua resposta natural para qualquer um que lhe dirigisse uma pergunta.

–Isso não foi educado -repreendeu Harry.- Prazer, meu nome é Harry! -disse esticando a mão em sinal de comprimento, sorrindo.

A pequena elfa começou a chorar descontroladamente e saiu correndo para o interior da casa.

–Eu disse alguma coisa errada? -perguntou Harry confuso com a reação da elfa.

–Não. Elfos domésticos nascem apenas para servirem à seus senhores e são tratados como escravos. Um bruxo oferecer um aperto de mão, para eles, é uma coisa quase impossível de acontecer e totalmente honrosa.

–Tudo bem, Lúcio Malfoy -disparou Harry, deixando Snape sem entender o porquê do garoto ter lhe chamado por aquele nome.

–Essa é a hora que você explica por quê me chamou assim.

–Lúcio Malfoy é um rico metido à besta que acha que porque nasceu com "sangue-puro", pode tratar os outros mal, como se ele fosse mais importante!

–E por que você acha que eu sou assim?

–Você não conhece um caráter de uma pessoa pelo jeito que ela trata os seus iguais e sim pela maneira que ela trata os seus diferentes. O fato dela ser uma elfa, não quer dizer que você tenha que tratá-la mal.

–As regras da sociedade são assim, o que o senhor quer que eu faça?

–Se alguém pular de um penhasco, o senhor também pularia? Por que tem que fazer tudo o que os outros fazem? É só para conseguir a aprovação da sociedade bruxa, sociedade esta que não liga o mínimo para você, apenas para suas ações em público? O senhor é tão dependente assim de atenção?

–O que é isso, Potter? Resolveu defender os fracos e oprimidos?

–Eu defendo o que é justo e isso não me parece em nada com justiça!

–As normas dizem que os elfos nasceram para servir, mas essa foi uma norma inventada por bruxos como o senhor Malfoy, que não sabe sequer se vestir sozinho e quer que alguém faça tudo pra ele! -disse com raiva.- E se fosse ao contrário? Se os elfos fossem os senhores e nós os empregados? Você gostaria de nascer com a sina de ter que servir a vida toda à alguém, sem perspectivas de conseguir algo melhor?

–Como você é revoltado, Potter! Poderia ter sido assim, mas não é! Eles, -os elfos-, são quem nos servem. E o senhor não precisa se preocupar, porque não é um deles, não vai precisar servir à ninguém.

–E isso não quer dizer que eu não possa lutar pela causa deles! Se fosse assim comigo, iria querer que alguém me estendesse a mão.

–Bom, mas mudar algo assim é impossível!

–Uma coisa só é impossível até um momento que uma pessoa vai lá e mostra que pode sim acontecer!

–Você tomou uma poção que o mantêm energizado ou algo do tipo? -perguntou estranhando a reação do garoto.- Eles estão acostumados à essa situação, não tem por quê o senhor defender a causa deles.

–Mas... -tentou argumentar Harry.

–Olha, você já falou o suficiente para míseros cinco minutos. Por que não sai e passeia pela casa. Há instantes estava maravilhado com os arredores da mansão, não é mesmo? Você não gosta de cobras? Por que não vai procurar uma para conversar? Se precisar, estarei no fim do corredor, em meu escritório -disse dando as costas para o menino e indo para o interior da casa.

Harry ficou parado no meio da sala, pensando no que o seu novo pai dissera.


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Notas finais do capítulo

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