Perfectly Imperfect escrita por Ana Martins


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Esse ficou pequeno, por isso vou postar no fim do dia mais um capitulo! Lá pelas 18h pessoal, beijos!!



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Eu sai para a educação física, esse ano já tinha começado mal. As Vacas da Escola, Rebeca e Williane tinham sabotado meu uniforme, eu queria faze-las engolirem todo aquele tecido cortado e sujo de estrume. Eu tinha apenas mais um, mas bem, aqui é Londres, e está no inverno. Inverno.

Estava congelando, e tinha apenas mais um uniforme, como disse antes. E eu odiava ele com todo meu ser, pois era um short muito curto e uma blusa de alças muito colada. Me vesti reclamando para Elaine, essa que ria da situação.

– Desculpa, meu outro uniforme está sujo – ela disse me analisando – Malhou nas férias?

– Correr nas férias vale como malhação? – perguntei

– Sim – ela deu ombros e nós saímos do vestiário e fomos em direção do ginásio

Algumas meninas riam de mim e outras me olhavam surpresas. Minha boca estava ficando roxa por causa do frio. Chegamos ao ginásio e eu quase me ajoelhei agradecendo por ter aquecedor. Meu irmão Yuri franziu as sobrancelhas e veio até mim.

– Por que está vestida assim? – perguntou me olhando e depois ao redor – Tem muitos caras olhando sua bunda.

– Yuri! – o repreendi – Não é minha culpa, culpe a vadia da sua namorada.

Ele respirou fundo e puxou um casaco de um garoto qualquer que passava por nós e me cobriu com ele. Agradeci quando notei que o garoto dono do casaco pelo menos tomava banho por sentir um cheiro forte de sabonete.

– Não chame Rebeca de vadia – ele disse baixo – E desde quando usa essas palavras?!

– Falo a verdade, e isso não é do seu interesse Yuri – eu digo fazendo um biquinho – Melhor sair de perto de mim antes que seja infectado.

– Você é impossível – reclamou

Yuri saiu de perto de mim e notei Thomas me observando ao longe, e como resposta muito adulta mostrei o dedo médio e ele me devolveu com um beijinho. Elaine que tinha se afastado voltou para meu lado e sentamos nas arquibancadas.

– Droga, me sinto muito criança – Elaine disse

– Tá pirando? – perguntei – Você tem mais corpo que eu!

– Mentira sua – ela rebateu – Todos estão mais adultos e desenvolvidos e eu ainda com cara e corpo de Ensino Fundamental. Até o Thomas está mais bonito.

Meus olhos instantaneamente foram para o garoto meio pálido que jogava uma bola para a cesta. Seu cabelo estava grudando na sua testa, desviei os olhos rapidamente e tossi.

– Claramente você precisa de óculos, Elaine – eu disse a olhando

– Eu acho que você deve ter uma baita queda por ele – ela disse se virando para frente com um sorriso no rosto – Não vejo por que tanta implicância.

– Agora você provou que está usando drogas – eu ri, e quando olhei para os lados notei Thomas mais um vez me encarando

Depois disso o dia passou rapidamente e como ainda estava com raiva dos meus irmãos, fui para casa à pé. Yan que estava dirigindo, diminuiu a velocidade e me acompanhou.

– Entra Liz – gritou

– Não – eu disse – Pensei que iriam crescer.

– Não é nossa culpa – Yuri disse

Parei de andar ao mesmo tempo que Yan freou.

– Claro que a culpa é de vocês – eu disse encarando os dois – Afinal, qual o seu problema cerebral Yuri? Quer saber, fiquem com suas vidinhas e eu fico com a minha e me deixem em paz.

– Sou seu irmão – Yan disse

– Jura? – perguntei irônica

– E eu vou sempre cuidar de você gordinha – ele terminou

E para melhorar, adivinha o que aconteceu? Começou a chover. Porque não né? Minha roupa agora estava totalmente molhada e colando ao meu corpo. Continuei andando sem olhar para meus irmãos que andavam numa velocidade muito baixa. Então outro carro se juntou ao deles.

– Qual é o problema dela agora? – perguntou Thomas me olhando com curiosidade com seus olhos verdes

– Está com ódio de nós e não quer entrar no carro – Yan respondeu

Ignorei os três até perceber que Thomas tinha parado seu carro e corria na minha direção. Ele me pegou no colo como se não fosse nada, serio, que garoto irritante.

– Você é um homem morto, Thomas – falei quando ele me jogou no banco de traz do carro dos meus irmãos

– Se fosse por você nunca teria nascido mesmo né – ele riu – Se já tá no inferno, porque não abraçar o diabo?

Revirei meus olhos e Yan acelera o carro. Chegamos em casa em menos de 2 minutos. Sai do carro e fui direto para meu quarto, tomei um banho e coloquei um pijama e fui na direção da cozinha. Fiz panquecas porque não tinha nada pronto e comecei a estudar no sofá.

– Ainda com raiva de nós? – perguntou Yuri

– Ah – eu disse de boca cheia – Não só com você, com Yan, com a Rebeca e com mais ainda do Thomas.

– Desculpa – ele corou – E o Thomas está vindo para cá.

– Que? – berrei de boca cheia

– Deixa de ser nojenta – ele resmungou – Já era para ele estar aqui, só que ele entrou na chuva por você.

No mesmo momento a campainha tocou. Bufei e levei tudo para meu quarto, já não bastava tê-lo que suporta-lo na escola? Agora na minha casa também?! Acho um abuso.


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