Until One escrita por FanFicHunger


Capítulo 1
Weekend! - Jessica


Notas iniciais do capítulo

Galera, os primeiros capítulos serão um pouco introdutórios, mais para vocês conhecerem os personagens. Depois prometo colocar muita ação na história.Realmente espero que gostem da fic. Aguardo reviews! Se gostou comente, se não gostou comente também. Aceito críticas e aprendo com elas.



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Não poderia ser uma má ideia, poderia? Ainda estamos muito traumatizados pelos acontecimentos do ano passado, que hoje completam exatamente um ano. Os estrondosos sons do aeroporto sendo derrubado pela força bruta do avião ainda ecoam na minha cabeça. Os gritos dos meus colegas, meus amigos, todas aquelas pessoas, mulheres, crianças, pais, famílias. Tudo perdido em um piscar de olhos sobre os escombros daquela tragédia. As imagens ainda estão frescas na minha cabeça, e tenho que tentar fazer alguma coisa para expurgá-las.

Sei que não sou a única que ainda vivencia esse desastroso evento, então entramos em um consenso e decidimos passar esse fim de semana na casa de praia dos pais de Jason. Ideia do Chad, é claro, o maior e mais baladeiro de todos nós. Um tempo para esfriar a cabeça talvez seja exatamente o que eu precise. Até minha mãe que, surpreendentemente, disse que seria uma ótima ideia e fez questão de arrumar minhas malas. Talvez ela esteja notando como ando agindo diferente desde o acidente. Consigo ver a preocupação dela no olhar. Mães são assim mesmo.

Estou esperando por Geremy na frente da minha casa. A manhã está fria e úmida me obrigando a afundar o pescoço na gola do casaco. Pego meu celular e vejo que Alícia me deixou uma mensagem no whatsapp.

"Ainda acho que não é uma ideia tão boa assim."

"Você vai ver como vai ser divertido!"

"Você não acha meio injusto a gente estar se divertindo enquanto eles estão mortos?"

Alícia sempre foi impulsiva demais, não pensa muito no que fala. E ela está começando a me irritar.

"Não precisa me lembrar que eles estão mortos, Alícia. E se eles estiverem nos vendo de algum lugar, tenho certeza de que também estão gostando da ideia. Vamos fazer uma homenagem pra eles na praia!"

"Sei lá. Mas não era com essas pessoas que estamos saindo que costumávamos nos divertir, era? Nossos verdadeiros amigos estão mortos!"

Tenho que admitir que nisso ela tem razão, Nossa turma da escola contava com 40 alunos no total, agora estamos em 17. Sendo que apenas Geremy e Jason podemos chamar de amigos. Josh, Luther, Simon, Abigail, nossos verdadeiros amigos, não saíram com vida daquele aeroporto. Penso um pouco nas palavras de Alícia e me irrito com ela. Porque ela tem que tornar as coisas mais difíceis sempre? Com rapidez digito:

" Alícia, você é muito negativa. Mas quero que você saiba que ninguém está te forçando a nada. Faça o que você achar melhor"

Assim que envio a mensagem, Geremy estaciona o New Beetle novinho em folha que ganhou de aniversário na vaga da nossa casa.

"Geremy está aqui. Tenho que ir. Pensa bem antes de desistir. Ainda podemos te dar uma carona."

Ela visualiza a mensagem mas não responde. Deixo escapar um suspiro e ergo minhas malas. Geremy sai do carro e vem correndo em minha direção.

– Oi passarinho! - Ele me dá um beijo na bochecha e pega minhas malas.

– Olá sr. Geremy! - Digo sorrindo o mais cordialmente que posso. - Como foi o seu louco dia?

– Foi bem louco! - Ele diz abrindo o porta-malas. - E o seu?

– Não muito louco. A seção de terapia que minha mãe me deu hoje foi bem animadora. Quase nem pensei em me matar. - Me dirijo para a porta do carona.

– Sério? Pena que eu não estava aqui. Ah! Jess, cuidado pra não bater a porta no meio-fio .

– Eu acho que sei abrir uma porta. E você não acha que está muito obcecado por esse carro?

– Acho que não estou obcecado o suficiente. - Ele ri e entra pela porta do motorista. Me acomodo no assento e checo o celular. Alícia ainda está me ignorando. Será que ofendi ela? - Você poderia colocar o cinto? Se não esse treco vai ficar apitando. - Ele diz apontando para uma luz vermelha no teto.

– Claro, se não o treco vai ficar apitando! - Debocho sorrindo. Geremy de longe é meu melhor amigo entre todas as pessoas do grupo. É a única pessoa que dei o direito de me chamar de "passarinho", um apelido carinhoso que ele me deu quando me viu cantar pela primeira vez.

– Tá pronta? - Ele pergunta após um longo suspiro. Nunca vi ele tão nervoso, os dedos pálidos estão apertando com força o volante, as juntas ficando ainda mais pálidas. Gentilmente toco seu ombro.

– Calma, vai ficar tudo bem. - Digo o mais solene que posso. - A gente vai se divertir e tirar tudo isso da cabeça, tá bom? - Termino com um sorriso. Sei como deve estar sendo difícil pra ele.

– Obrigado Jess. - Ele pega a minha mão e dá um beijo. Sinto um arrepio quando os lábios dele tocam minha pele. - Obrigado de verdade. - Então seguimos viagem.

_|/_

Tento achar algo que preste no rádio mais em vão. Fora a estática, encontrei apenas canais religiosos, e a exatamente um ano, não acredito mais em Deus. Não estou dizendo que ele não existe, muito pelo contrário, acredito que ele esteja lá, mas não zelando por nós pecadores. Está apenas sentado assistindo enquanto destruímos uns aos outros.

– Você não tem nada pra ouvir? - Pergunto ainda tentando sintonizar o rádio.

– No banco de trás, na minha mochila. Pega o meu pendrive. Mas só tem rock nele e eu sei que você curte pop então...

– Melhor que nada. - Digo tirando o cinto e espichando o corpo para alcançar a mochila. A luz no teto se liga e o apito infernal começa.

– Está no fecho da frente. - Ele diz me olhando pelo retrovisor. Abro o zíper e enfio a mão na mochila, e a primeira coisa que encontro não foi o pendrive.

– Isso é sério? - Digo voltando para o banco. - O que pretende com isso? - Deixo escapar uma pequena gargalhada enquanto sacudo no ar dois pacotes de camisinha.

– Ei! - Ele tenta pegar os pacotes mas eu afasto. - Eu tô apenas... me precavendo. - Noto que ele começa a ficar vermelho.

– Meu Deus Gem! - Agora eu estou gargalhando descontroladamente. - Quem guarda camisinha na mochila?

– Eu guardo!

– Você já usou isso antes? - Ele demora pra responder.

– Claro que sim!

– Tem certeza? - Levanto uma sobrancelha pra ele. Conheço Geremy a muito tempo e sei tudo sobre ele. Com o jeito tímido e cavalheiresco que ele tem, até mesmo suas ações diárias ou a língua travada quando o assunto é sexo, ele ainda é virgem apesar dos 18 anos recém feitos.

– Eu experimentei uma tá bom? - Ele diz ainda mais vermelho. Estou com dores no abdômen de tanto rir.

– Isso é pra Júlia, não é? - Pergunto.

– Você sabe que sim! - Ele tira o pacote da minha mão com um movimento rápido. - Então porque pergunta?

– Porque você fica um fofo quando se sente incomodado. E pra falar em Júlia, você não acha que demorou muito pra fazer isso?

– Eu nunca nem mesmo pedi ela em namoro, Jess. Pretendo fazer isso nesse fim de semana. Já me decidi. - Ele diz estufando o peito.

– Meu menininho vai virar homenzinho! - Digo abraçando o pescoço dele.

– Vamos bater! - Ele diz rindo me empurrando para o banco. - E por favor, se puder colocar a porra do cinto, ou minha cabeça vai explodir com esse barulho. - Deixo escapar uma risada e meu celular vibra enquanto coloco o cinto. Tiro ele do bolso e desbloqueio a tela.

– Há! Eu sabia! - Digo. Geremy me olha confuso.

– O que?

– Alícia vai com a gente.


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