Havia três coisas indispensáveis que deveriam ocorrer essencialmente antes do café da manhã de Eileen Summers.

Primeiro: o despertador jamais deveria tocar uma segunda vez, pois Eileen sempre cobrara de si excessiva pontualidade.

Segundo: deveria estar sempre – sempre – suficientemente desperta para checar se o par de meias estava correto.

Importante: na vida não se comete o mesmo erro duas vezes, Eileen!!

Terceiro: o idiota do Armin Bell deveria mandar sempre, sem exceções, uma mensagem igualmente idiota – qualquer fosse ela – assim que acordasse atrasado como sempre.

Naquele dia Eileen encarou a tela do celular como se pudesse obrigá-lo a vibrar magicamente, enquanto enfiava a colher com cereal com dramática brusquidão na boca.

Encarou a tela, bloqueando e a desbloqueando até que os olhos ardessem.

Foi quando percebeu, com um nó no estômago, que naquela manhã – e possivelmente nas seguintes também – não receberia nenhuma mensagem, que soube que seu mundo havia desmoronado.