Stirb Nicht Vor Mir escrita por GiullieneChan


Capítulo 3
Parte 2: A Mansão Negra




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Alguns dias antes do teste de Faust. Itália.

Três cavaleiros se aproximavam de uma residência antiga e abandonada. Eles param incerto em frente a ela, se entreolhando. A cosmo energia que emerge dela, sinistra e lúgubre, causa-lhes uma sensação sufocante de desespero e morte.

–A-Adam...temos que entrar. –diz um deles, um japonês de cabelos castanhos lisos, compridos até os ombros e trajando a armadura de prata de Volans.

–Eu sei Ozora. –respondeu o outro, de cabelos loiros e aparentando ser mais velho. Este trajava a armadura de prata de Cefeu e sentia a corrente vibrar avisando-o do perigo. –Não podemos voltar. Viram cavaleiros negros nesse local e pessoas tem tido mortes estranhas. O Grande Mestre quer que sejam capturados e levados a julgamento no Santuário por esses atos.

–Mas... esse Cosmo... Não é normal! –Ozora sente uma vibração maligna de lá.

–Eu sei.

Adam lembra-se do estado dos corpos das vítimas desses cavaleiros negros, não havia sinais de que haviam sofrido danos, mas havia terror estampado em seus rostos. Era como se simplesmente seus corações parassem de bater devido a um medo incontrolável.

–Um dos cavaleiros negro pode ter algum tipo de técnica psíquica para matar aquelas pessoas sem feri-las. –comentou Ozora. –E eles já sabem que estamos aqui por causa desse cosmo. – Adam, ela não está preparada para esse tipo de luta. Droga, ela é uma pirralha ainda!

Ele olha para trás onde estava o terceiro cavaleiro. Na verdade uma amazona de bronze que usava a armadura de Vulpecula, ela cobria o rosto com uma máscara prateada simples e sem adornos. A jovem de cabelos ruivos, presos por uma trança, parecia incerta sobre essa missão.

Ela não tinha mais do que treze anos, a idade em que muitos se sagram cavaleiros, mas não deixava de ser uma criança aos olhos do cavaleiro de prata, que há quase quinze anos realizava perigosas missões pelo Santuário.

Para a amazona, aquela era a sua primeira missão oficial desde que recebeu a armadura há alguns dias atrás e não queria parecer nervosa ou ansiosa perto deles, queria que seu mestre sentisse orgulho dela.

–Joan! –o chamado do companheiro a despertou. –Fique aqui fora, nos dando cobertura.

–Mas! –a jovem não gostou da ordem, mas o olhar de Adam de Cefeu já lhe dizia que não aceitaria que fosse contrariado.

–Se algo acontecer conosco, deve voltar ao Santuário e reportar ao Grande Mestre.

–Não diga isso! Vocês são os cavaleiros de prata mais fortes que surgiram na última década! –Joan de Velpecula retruca. Havia se afeiçoado a eles durante essa missão.

–Não podemos contar com a sorte sempre. –Adam sorri e entra na casa, sendo seguido por Ozora.

Joan fica do lado de fora, aguardando ansiosa pelo o que poderia acontecer. Alguns minutos após ver seus companheiros entrarem, cosmos terríveis explodem e se confrontam dentro do casarão obrigando a garota a proteger o rosto com o braço, mesmo usando a máscara. De repente, ambos são arremessados de uma janela já com alguns vitrais previamente danificados pelo tempo, e estes caem com um baque seco no gramado, permanecendo imóveis.

–ADAM! OZORA!

Joan corre onde eles jaziam inertes e horrorizada percebe que estão mortos. Seus corpos não estavam feridos, mas em seus rostos estavam estampados o terror puro e verdadeiro.

Ansiosa pela situação, ela sente que precisava respirar e retira a máscara revelando o rosto jovem, banhado pelas lágrimas. Então sente o cosmo maligno emanando da casa e ergue seus olhos cor de âmbar na direção dela, onde parado na porta estavam quatro vultos negros.

A amazona tenta se mover, mas não consegue. Suas pernas tremiam e seu corpo não lhe obedecia, presa a enorme pressão do cosmo vindo daqueles seres. Então, ela fecha os olhos procurando se libertar, e ao abri-los, estavam diante dela.

Joan só consegue gritar.

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Faust havia dormido o restante do dia todo. Tanto por causa dos ferimentos quanto pelo desgaste mental pela maneira que havia usado seu cosmo para atingir Aiolia de Leão.

Ao seu lado na cama, Máscara da Morte aguardava pacientemente, olhando para o rosto do menino, já com alguns curativos. Foi quando sentiu uma presença que se tornou conhecida e corriqueira há alguns anos.

–Ele poderia ter vencido facilmente se usasse totalmente seu cosmo naquela arena. –ele comentou, olhando para o outro lado da cama, onde via a imagem etérea de Margareth.

Ela estava triste, movia os lábios, mas Máscara da Morte nunca conseguiu ouvir sua voz, mas sabia que ela estava se desculpando. Que estava muito triste pelo modo que seu irmão se ferira. Era dessa maneira que conseguia vê-la, como uma imagem tênue de um anjo.

–Pára com isso! Você não tem culpa da teimosia dele! –ele fecha os olhos. –E não pode se culpar todas as vezes que ele se ferir em uma luta!

Ela balançou a cabeça afirmativamente, em seguida ergueu o rosto na direção dele, sorrindo. O cavaleiro em seguida retribuiu o sorriso para ela.

–Um dia ele terá que se decidir. Está preparada para ir embora quando isso acontecer?

Ela tocava na fronte do irmão, como se fizesse um carinho, afirmando com a cabeça que estaria sim. Em seguida sentem a presença de mais uma pessoa entrando na casa e Margareth desaparece. Máscara da Morte olhava ainda para o lugar onde ela estava antes e suspira:

–Acho que eu não estou preparado para esse dia... –murmurou e depois fitou a porta quando bateram nela. – Pode entrar Aiolia!

Aiolia de Leão abre a porta, cumprimentando Máscara da Morte com um aceno de cabeça e depois se aproxima da cama onde Faust dormia.

–Acho que exagerei nos golpes. –comentou.

–Que nada! Era um teste para a armadura de ouro, se pegasse leve o pivete não seria merecedor. –respondeu com um sorriso de lado. –Mas não veio aqui só para visitar o menino, veio?

–Não. O Grande Mestre iria mandar outro mensageiro, mas me ofereci em seu lugar. Queria ter certeza do estado de saúde dele.

–O temível cavaleiro de ouro de Leão tem um coração muito mole. –Máscara da Morte deu uma risadinha. – É algo que posso saber? Já que não sou mais um cavaleiro de ouro faz muito tempo...

–Desistiu da sua patente porque quis Máscara da Morte. Não foi sua culpa o que houve em Carcóvia e pela...

–Desisti porque não sirvo mais para lutar por Atena. –ele o interrompeu, falando com um tom de raiva na voz. Depois voltou a ficar calmo. - Ela precisa de alguém melhor do que eu. Alguém que não vai falhar novamente.

Aiolia fecha os olhos e suspira, desistindo de dialogar com o ex-cavaleiro.

–De todo modo, não há problemas em lhe dizer o que o Grande Mestre deseja. –olhou para o garoto, quando o ouviu roncar levemente. –É a primeira missão dele como Cavaleiro de ouro.

–Já? Tsc... Dohko não mandaria um garoto ferido numa missão se não fosse algo necessário.

–Ele acha que as habilidades únicas de Faust serão uteis. –Aiolia cruza os braços. –Eu me ofereci para a missão. Até mesmo o Seiya fez o mesmo, pois achamos que Faust ainda não está preparado, mas Dohko foi irredutível.

–Deviam parar de tratar ele diferente por ser um pivete. –Máscara da Morte levanta da cadeira, dando por encerrada a discussão. –Não podemos proteger todos o tempo todo, não é? Eu darei o recado ao Faust quando ele despertar.

–Máscara da Morte... Depois o que fará?

–Hã? Ah sim, não posso viver mais nessa casa agora. –coçando a nuca. –Tenho um cafofo em Rodório, vou morar por lá. Sabia que sempre quis abrir minha própria taverna? Quando eu a inaugurar, apareça lá e leva os outros chatos de ouro com você.

Aiolia pensa em dizer algo a mais para o ex-companheiro, mas sente um calafrio percorrer todo o seu corpo, chegando a arrepiar todos os seus cabelos.

–O... o que foi isso? –abraçando o próprio corpo para se aquecer. –Esfriou de repente!

–Ah, é só a Margareth! Ela quer que você saia para o guri dormir sossegado.

–Quem? –olhando para os lados procurando seja quem for, mas só sente um cosmo estranho.

–É um fantasma que mora nessa casa com a gente. –respondeu como se fosse à coisa mais normal do mundo e sai do quarto.

–Fantasmas agora morando na Casa de Câncer? Estou velho demais para isso.

Aiolia fica impressionado com o que Máscara da Morte diz, ele não enxerga Margareth, mas a sente. Se pudesse vê-la, teria presenciado seu rosto contraído pela raiva por causa da luta, e da missão. Afinal, seu irmão ainda não estava recuperado. Ela enfia a mão nas costas de Aiolia, atravessando seu corpo sem lhe causar danos, apenas fazendo-o sentir um enorme arrepio e o obrigando-o a sair do quarto quase correndo.

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Algum tempo depois, Faust despertava de seu sono, procurando sentar na cama, mas o corpo todo protesta em dor. Mesmo assim, ele tentar ignorar essa mesma dor e se levanta, indo até a sala comunal da Casa de Câncer. Não havia ninguém ali.

–Velhote?! –ele chama pelo mestre e nenhuma resposta.

–Ele foi embora. –responde Margareth, aparecendo do lado dele.

–Tsc... E por quê?

–Como não é mais o defensor dessa casa, ele achou melhor mudar-se para o vilarejo.

–Aquele bêbado! Não vejo problemas de ele morar aqui! Agora ele vai beber até morrer por não tomarmos conta dele. - A noticia fez com que o menino contraísse rosto numa expressão clara que não aprovava a ideia dele.

Margareth sorriu. Apesar de parecer não se importar, Faust se preocupava muito com seu mestre.

–Máscara da Morte pediu que lhe avisasse que é chamado pelo Grande Mestre. Sua primeira missão.

–Então devo ir logo.

–Eu acho que deveriam mandar outro. Ainda está se recuperando. –Margareth diz cruzando os braços.

Ele olhou para a irmã e sorri de lado. Depois fita a urna, ainda não acreditando que era sua agora.

–Já estou bem. Aqueles ferimentos não são nada para um cavaleiro de ouro, irmã. Tenho que ser mais forte ainda. –Margareth entristece. –Há outros meios de ser forte.

–Faust se preciso for... Se sua vida estiver em perigo... Mande-me pro outro mundo e use todo o seu poder.

–Não diga besteiras. –ele retrucou.

–Mas...

–Já disse que há outros meios de ser forte! –falou um pouco alterado, depois baixa o olhar ao ver que havia assustado sua irmã. –Desculpe, mas eu não posso... Ainda não.

–Ele falou que tem que ir vestido com sua armadura. -Margareth diz, baixando sua cabeça, antes de desaparecer deixando o irmão sozinho.

Faust trata de vestir sua armadura, como havia sido solicitado. Não imaginava que a armadura de Câncer era muito leve, mais do que imaginara. Ele também pensava que ela seria de tamanho desproporcional à sua altura, mas a indumentária parecia ter se adaptado também a ele.

–Pelo visto, você vai me surpreender ainda mais. –falou consigo mesmo.

Em seguida, tratou de subir as escadarias em direção ao templo do Grande Mestre, passando pelas demais Casas Zodiacais. Algumas delas vazias, por diversas razões, com exceção de Leão, Libra e Peixes. Nesses locais seus guardiões permitiram sua passagem sem qualquer alarde, tornando sua chegada mais rápida do que planejada.

No alto, um guarda o recepciona já previamente avisado da vinda do garoto e o acompanha até uma sala que servia de escritório ao mestre, onde o esperava. No caminho, Faust repara numa jovem de cabelos ruivos presos numa trança encostada a porta, como se esperasse alguém. Ela mantinha a cabeça baixa, como se estivesse envergonhada por algo.

Faust se deteve por algum tempo olhando-a, enquanto o guarda entrava primeiro para anunciar sua chegada. Ele por fim não conteve em sua pergunta:

–Por que está aqui?

A jovem ergueu o rosto, como se não entendesse o que disse. Ao contrário das demais amazonas do Santuário, ela não estava usando uma máscara.

–Está falando comigo? –ela perguntou confusa.

–Tem mais alguém aqui? –Faust retrucou, sem muita paciência. –Detesto que respondam uma pergunta com outra pergunta.

–Desculpe... Eu estou esperando alguém terminar de conversar com o Patriarca.

–Entendo. –Faust olhou para os lados. –É importante falar com essa pessoa?

–Sim. Só estou esperando que ele termine sua conversa com o Patriarca para falar com ele. Eu preciso muito dizer algo importante a ele antes de partir de novo em minha missão. –Ela suspirou e fitou-o com os olhos cor de âmbar, que pareciam entristecidos. –É um cavaleiro de ouro?

–Sim. Eu sou.

–Legal! –ela sorri. –O único que conhecia era meu mestre. Agora praticamente, conheço dois.

–Como se chama?

–Joan, amazona de bronze de Vulpecula. E você?

–Faust, cavaleiro de ouro de Câncer.

–Ouvi dizer que antigamente os cavaleiros de ouro eram prepotentes e ignoravam os cavaleiros de patentes baixas. Mas você parece bem gentil.

O menino fica corado com o comentário dela e desconversa.

–Você parece desanimada. O que foi?

–Falhei em minha última missão, na Itália. Amigos meus morreram e não pude fazer nada. Não consigo encarar meu mestre desde então...

–Sinto muito. Mas essas coisas são comuns de acontecerem com os cavaleiros, afinal, enfrentamos missões perigosas todos os dias.

–Meu mestre sempre falava algo assim... Foi o teu mestre quem te disse isso?

Faust ia lhe responder, mas a porta se abriu e o guarda solicitou que entrasse. Resolveu deixar a garota de lado, afinal, a conversa com o Grande Mestre era mais importante.

Na sala o viu conversando com dois homens. Um de cabelos esverdeados e usando roupas brancas e o outro possuía cabelos castanhos e vestia uma camisa vermelha e jeans surrado. Ambos pareciam preocupados com algo, mas o rapaz mantinha um semblante mais tenso, carregado... Como se tivesse recebido alguma noticia ruim.

–Faust de Câncer. –Dohko o chama e faz um gesto para que se aproximasse.

Ele o faz, ajoelhando em frente ao Grande Mestre que faz um gesto para que se levantasse logo.

–Faust quero que conheça um amigo. Estes são os cavaleiros de ouro de Virgem e Sagitário. S...

–Shun de Virgem e Seiya de Sagitário! –Faust diz com um tom de admiração na voz. –Digo... aquele bêbado falou de vocês.

–Quem? –Shun ficou curioso.

–Meu mestre. Máscara da Morte. –disse o garoto com um ar de tédio no rosto ao lembrar-se de seu mestre.

Dohko, Shun e Seiya acabam rindo da maneira como Faust se referia ao mestre, mas depois voltam a ficarem mais sérios. Dohko pigarreia e entrega a Faust uma pasta. O rapaz a pega e observa as fotos que ali estavam se detendo em uma delas por algum tempo.

–Há alguns dias atrás recebemos uma carta de um amigo do santuário que residia em uma determinada região da Itália. –o Mestre lhe explicava. –Ele relatou a aparição de cavaleiros negros causando mortes naquele lugar.

–Cavaleiros Negros?

–Sim. –Seiya se adiantou. –São cavaleiros renegados que traíram Atena e o Santuário, como punição foram exilados na Ilha da Rainha da Morte há muito anos.

Não deveria haver mais deles, uma vez que foram todos mortos e a ilha destruída. –Shun completa a explicação.

–Ao menos achávamos que estavam todos mortos. –Dohko continuou. –Aparentemente esses ficaram escondidos por anos e resolveram agir. Mas o que realmente nos preocupam são as mortes.

–Essas fotos são de cavaleiros enviados para detê-los. Bem... –Seiya baixou o olhar. –A maneira que foram mortos não é natural.

–Pelo modo que agiram me fez desconfiar de suas reais naturezas. –Dohko continuou. –E conversando com os demais cavaleiros de ouro, decidimos que você seria o mais indicado para essa missão, devido aos seus dons únicos.

–Meus dons... ah, entendo qual dom se refere, senhor. –Faust analisa novamente as fotos. –Devo partir quando?

–Agora. –Dohko decide. –Um servo já providenciou tudo o que precisará.

–E eu irei com você. –decidiu Seiya.

–Com todo o respeito, melhor não. –Faust responde com muita calma. –Acho que me atrapalharia.

–Como?!

– Seiya, acalme-se. –pede Shun, deixando que Faust continuasse.

–Se for o que o mestre desconfia e que está escrito nesse relatório, suas técnicas seriam inúteis e seria morto por eles também. E ainda tem algo a mais. –ele ergue uma sobrancelha encarando Seiya. – Não preciso de babá e você está querendo vingança.

Seiya cerra os punhos.

–Eu prometo a você que farei com que paguem pelas mortes dos cavaleiros que foram enviados pelo Santuário. Mas tem que acreditar que eu posso fazer isso sozinho. –fitou o Patriarca, que parecia satisfeito ao ouvir aquilo. –Afinal, eu consegui essa armadura e tenho que mostrar que sou o homem certo a usá-la por Atena.

–Você tem quantos anos, Faust? –Shun pergunta com um sorriso amável.

–Farei doze em alguns dias.

Seiya não esconde a sua preocupação. Enviar uma criança nessa missão era algo que o cavaleiro não aprovava completamente.

–Soube que Mu e Shura já eram cavaleiros de ouro nessa idade. –Shun comentou como se soubesse o que se passava na mente do amigo. –Vou confiar em seu cosmo, Faust.

–Tome cuidado, cavaleiro. –diz Dohko, dispensando-o.

Faust sai da sala em seguida. Do lado de fora ele repara que Joan ainda estava no mesmo lugar, esperando-o. Ele suspira e se aproxima dela.

– Melhor falar com ele logo para ir embora e cumprir sua missão. –Câncer lhe diz, sem parar de andar.

Joan o fitou sem entender e depois repara na pasta que ele carregava na mão. Ela grita assustando Faust que interrompe seu passo para encará-la. A garota já estava na frente dele com uma expressão furiosa, apontando para a pasta. Nesse momento ele percebeu claramente que ela era mais alta que ele, e sentiu raiva por sua baixa estatura.

–ESSA MISSÃO DEVERIA SER MINHA!

–Obviamente a deram para alguém mais capacitado. –respondeu com uma expressão contrariada no rosto.

–Não me interessa! Eu não vou permitir que roube a minha missão. –ela aponta para si mesma com o polegar. –É uma questão de honra que eu faça aqueles monstros pagarem por seus crimes!

–Olha aqui, garota! Não me interessa, tá? Por que não volta pro seu canto para continuar a esperar para falar com quem quer que seja?

–Olha aqui, pivete!

–Pivete?

–Você está indo para a Itália! É para onde eu vou.

–Me chamou de pivete? Cê tá maluca? Sabe quem sou? –nervoso por ter sido chamado assim.

–Eu IREI! Com ou sem você, baixinho!! –ela determinou, apontando o dedo indicador para seu rosto. Depois se afasta, dando um aviso. –Estarei na sua cola, cavaleiro de ouro de Câncer!

–Baixinho? Pivete?! Ninguém respeita o fato de eu ser um cavaleiro de ouro? –nesse momento o guarda que havia lhe acompanhado olhava a tudo confuso, sem entender o que acontecia. –QUE FOI? ESTOU DISCUTINDO COM UMA DOIDA, SÓ ISSO!

E sai batendo os pés, furioso.

–Quem mandou prometer que não jogaria ninguém no Yomotsu por motivo fútil? –resmungava.

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Naquela mesma noite, numa taverna em Rodorio. Um ex-cavaleiro de Câncer estava tendo um ataque de risos, após ouvir de Faust o que havia acontecido naquela tarde.

–Huhuahuahahahahahua! –Ele continuava a rir, batendo a caneca de cerveja vazia na mesa.

–Já parou de rir, sua Hiena? –perguntou bem sério. –Estou cercado de idiotas?

–Espera... parei de rir... –suspira, fita o rosto sério do garoto e volta a rir. –É mentira... huahauahauahuaa!!

–Quer parar? Nem é tão engraçado assim, seu Bêbado! Agora ela vai ficar na minha cola! Tem que fazê-la ficar aqui para não me atrapalhar.

–Tá, tá, tá... Só não sei como. –pedindo mais uma cerveja. –Pelo o que me contou, ela parece determinada.

–Não quero carregar nenhum peso morto nessa missão. É a primeira que vou realizar!-Faust estava inconformado.

–Quem é peso morto, Tampinha? –a voz de Joan com raiva e cosmo alterado estava atrás dele.

–Ah, é ela? –Máscara da Morte sorri. –Eu te conheço de algum lugar... Não lembro onde... Ah, lembrei! É aprendiz do Sagitário!

–Sou uma amazona! –disse a garota, sentando numa cadeira vaga. –E não pense em me deixar para trás. Decidi que vou com você nessa missão! Ela era minha antes e tenho que completá-la, ou não poderei encarar meu mestre de novo nos olhos!

O taverneiro serve uma caneca de cerveja para Máscara da Morte e pergunta a Faust se ele deseja algo, mas o garoto recusa. Joan ia pedir algo, mas o homem havia sido dispensado pelo ex-cavaleiro, que a fitava.

–Por isso é durona! Deve ter aprendido a ser teimosa com seu mestre. Ele é expert nisso. –bebendo outro gole. – Ei garota!

–Sim?

–Melhor ficar aqui e deixar o garoto resolver. Vai ser perigoso!

–Eu vou mesmo assim!

Ambos se fitaram intensamente, cosmos tensos. Quando de repente...

–Vai ter que levá-la junto, garoto. Eu tentei!

–EM QUE MOMENTO TENTOU? –Faust esbraveja e depois suspira, sentindo-se derrotado. –Está bem. Vamos partir agora!

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Em algum lugar na Itália, em uma mansão abandonada. Vozes guturais são ouvidas dentro do casarão, seguidas de um cosmo maligno e sufocante. Essas vozes parecem dominadas pela raiva, rancor. A ira propriamente dita. Elas clamam, exigem vingança. E gemem em seu sofrimento pelos seus algozes...

–Cavaleiros de ouro... Suas almas... suas vidas serão nossas... Malditos sejam... Peixes e Câncer...

Continua...


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