Proprietário escrita por Chiyuu


Capítulo 3
Chegadas


Notas iniciais do capítulo

Apenas divirtam-se a ler ^^



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Bambam acordou sobressaltado acabando por bater com a cabeça na secretaria. Estava com o corpo dorido e congelado. Não tinha a certeza das horas mas de certeza que a festa dos pais já tinha acabado e ele podia voltar.

Levantou-se com cuidado, para não bater em nada, e observou atentamente o velho barracão. Com algumas mudanças daria um bom local para estar sozinho.

Trocar os objetos de jardinagem por alguns livros, o pó do chão por um tapete… Sim, é possível.

Sorriu decisivo e finalmente abandonou o velho barracão. As luzes dos candeeiros de rua já estavam acesas e já mal se via movimentação nas estradas. Conseguia ouvir dois ou três guardas a chamar o seu nome mas nem se incomodou a avisa-los onde estava. Apenas voltou para casa. Teria de pensar numa boa desculpa por ter desaparecido, por isso andou devagar para fazer tempo.

J❦B

Jackson rapidamente tinha desistido de procurar o mais novo. Não sabia nada sobre ele, era impossível saber onde ele se tinha metido. Além disso, não sentia nenhuma obrigação para o procurar.

Andava apenas a vaguear por ruas e ruelas aleatórias enquanto pensava em como Jaebum o tinha conseguido pôr à procura Bambam. É o que dá ter um amigo que estuda psicologia.

J❦B

O sol já tinha nascido dando início a um novo dia.

Yuri levanta-se do sofá e espreita pela janela da sala. Nuvens negras aproximam-se, e pelo calor que pairava no ar, devia vir um dia de fortes trovoadas.

Espreguiçou-se enquanto caminhava para o quarto do meio-irmão. Ia lá passar uns dias mas ontem tinha demasiada preguiça para fazer a cama do quarto de hospedes por isso acabou por ficar no sofá.

A casa de Jackson era pequena e modesta, tinha dois quarto, uma casa de banho, e uma cozinha ligada à sala. Eram muitas vezes enganados como banda, as pessoas aproveitavam-se deles com grandes conversas sobre o futuro e no final era tudo mentira, servia apenas para lhes roubar dinheiro.

O quarto de Jackson estava ligado à sala por um corredor, assim como o quarto de hóspedes e a casa de banho. Mal Yuri entra já está a pisar CD’s espalhados pelo chão, tapados com roupas e outras tralhas desarrumadas.

A rapariga suspirou fundo de forma desaprovadora. Com o máximo cuidado possível, passou por cima das coisas do meio-irmão até chegar à janela e abrir as persianas para o acordar.

O rapaz resmungou algumas coisas e tapou a cabeça com a almofada.

– OPPA! – Gritou enquanto tentava chegar à cama para lhe tirar a almofada da cara.

– Deixa-me. – Resmungou novamente tentando dormir.

– Tens de te levantar! O Jinyoung fez-me prometer que chegavas cedo ao ensaio. – Saltou por cima de uma mala e em seguida de um caderno com uma caneta ao lado. Quando finalmente chegou perto da cama, saltou para cima de Jackson começando a fazer-lhe cócegas.

– Ei, para! – O rapaz ria esbravejando.

– Só quando te levantares!

Os risos de Jackson ecoavam pela casa toda, finalmente estava acordado. A jovem sentou-se na cama vendo o meio-irmão levantar-se e entrar na casa de banho enquanto a ameaçava.

Saiu de lá pouco tempo depois com uma toalha a enxugar os cabelos húmidos e as ultimas gotas de água que lhe corriam o rosto. Olhou para o quarto e em seguida para a irmã, depois para o quarto novamente e retomou o olhar para a irmã.

– Que aconteceu aqui!? – Gritou largando a toalha no chão e andando pelo quarto enquanto o observava pormenorizadamente.

– Arrumei-o. Nem se conseguia andar aqui! – Levantou-se da cama e agarrou na toalha que Jackson tinha mandado para o chão.

– Como vou saber onde estão as coisas?!

– Estão arrumadas. Para de te stressar e vai para o ensaio! – Ordenou com voz autoritária.

O rapaz fez um ar chateado e logo abandonou o quarto e em seguida a casa. Odiava que mexessem nas suas coisas.

Yuri dirigiu-se para a cozinha, onde tinha um monte de roupa suja para lavar. Detestava trabalho doméstico e tinha sorte em o seu noivo ser rico e possuir várias empregadas. Além de que era um amor de pessoa então ajudava-a sempre que ela precisava.

J❦B

A banda já estava toda reunida na garagem, prontos para ensaiar, só faltava Jackson. JB estava cada vez mais certo que o amigo tinha resolvido as coisas com Bambam.

– Cheguei. – Anuncia Jackson entrando.

Todos os olhares foram postos nele.

– O que é? Não era para vir? – Resmungou.

– Era, por isso é que estamos admirados. – Responde Youngjae.

– Foi a Yuri não foi? – Ri-se Junior.

– Nunca faças aquela miúda prometer nada. – Ameaçou Jackson aproximando-se dos instrumentos.

O ambiente foi ficando mais descontraído e amigável até o ensaio acabarem. Combinaram ir almoçar juntos ao café do costume. Estavam felizes por não haver aquela tensão estranha entre eles que se tinha formado desde que conheceram Bambam.

Quando abriram a porta da garagem repararam no temporal que se estava a formar. Chovia fortemente e trovões rasgavam os céus seguidos de raios que encadeavam qualquer pessoa.

Ouviu-se um grande estrondo que fez os rapazes recuarem um passo para trás.

– Hun… E eu a pensar que o JB finalmente tinha feito um ritmo decente na bateria… - Comentou Jackson arrancando risos de todos menos da parte do baterista que lhe deu um leve empurrão.

– Acho que almoçamos por aqui. – Diz Junior abrindo o mini frigorífico.

Todos concordaram e sentaram-se, esperando que Junior fizesse tudo, porém, o rapaz não lhes facilitou a vida e avisou que cada um iria arranjar a sua comida.

J❦B

Na grande mansão dos Bhuwakul reinava o silêncio. Bambam não tinha inventado nenhuma desculpa a tempo, e os pais também não se preocuparam em saber onde o filho estava, apenas queriam que ele tivesse aparecido em vez de os envergonhar com a sua ausência desleixada. Bambam não sabia, mas aquela festa à qual tinha faltado, era para dar as boas vindas ao seu primo que voltara hoje da América. Porém, mesmo quando ele voltou, ninguém lhe disse o motivo da festa e deixaram-no seguir o seu caminho. O herdeiro só se lembrou da situação quando entrou no seu quarto e o viu cheio de malas.

– Mark…? – Murmurou.

– Bambam! – Gritou o rapaz alegre abraçando as costas do primo, acabando de entrar no quarto.

Bambam retribui o abraço feliz por vê-lo. Além de primo, era também um dos seus melhor amigo. Desde crianças que se davam bem, e mesmo quando Mark foi para o exterior, não perderam a sua forte amizade. Bambam ia visita-lo quase todas as semanas, no entanto, Mark nunca podia voltar devido ao trabalho. Era um músico, com uma carreira a solo a entrar no seu grande auge. Felizmente tinha conseguido uns dias de férias.

– Que fazes aqui!? Pensei que estivesses ocupado com o trabalho? – Questiona Bambam, afastando-se do primo.

– Consegui uns dias. E que merda de primo és tu que nem vens à festa de boas vindas do próprio primo!?

– Esqueci-me.

Mark riu-se e senta-se na cama do mais novo.

– Só te perdoou se me fizeres uma visita guiada à cidade! Ou aldeia… Ou lá que raio é isto! – Gracejou, arrancando uma gargalhada do primo.

Ia fazer bem a Bambam, ter algum apoio naquele momento critico.

– Combinado. Mas olha que vamos acabar a visita muito cedo. - Sorri o mais novo.

Mark faz uma careta e aproximasse do primo, puxando com força as suas bochechas para fazer um grande sorriso.

– MARK! Estás a magoar-me! - Choraminga tentando afastar-se.

– Porque os teus sorrisos são cada vez mais pequenos e o teu olhar mais vazio? - Pergunta sério após largar o mais novo que ficou a esfregar o rosto vermelho.

Desde que Mark ficou famoso, falava sempre de maneira profunda e poética e escrevia as melhores frases para virarem canções.

– Um herdeiro não deve mostrar sentimentos nem emoções. O meu pai diz que estou a aprender muito bem mas que continuou infantil. - Esclarece voltando a fazer uma cara apática mas sem evitar que um pequeno beicinho amuado se forme na sua boca.

– Entre família e amigos não é preciso nada disso. É assustador! - Reclama Mark fingindo um arrepio.

– Ainda estou em treino por isso é preciso sempre.

Bambam dirige-se para a sua cama com intenções de ir dormir mas Mark é mais rápido e atira-se para o colchão.

– O teu quarto é no fim do corredor. - Suspira Bambam mas sem se importar com o assunto, apenas o empurra para a ponta e deita-se.

– Vamos dormir juntos como fazíamos quando éramos pequenos. Nessa altura tu rias muito e eras mais divertido.

– Para com isso Mark, sabes que não tenho escolha!

– Eu vou mudar isso. - Diz sorrindo a meio de um bochecho, e preparando-se para dormir.

Não demorou muito para ambos se entregarem aos braços de Morfeu. Tinha sido um dia agitado e estavam demasiado cansados para sequer porém a conversa em dia. De qualquer maneira, teriam bastante tempo para falarem durante o resto do tempo.

No dia seguinte levantaram-se cedo para não perderem tempo. Mark parecia uma criança animada na véspera de natal. Estava alegre e saltitante, mesmo que falasse pouco o seu entusiasmo era visível à distancia graças ao seu enorme sorriso e olhos brilhantes. Bambam por outro lado, mantinha a expressão apática no rosto mas não evitava que uma pequena ponta dos seus lábios se levantasse no sorriso bastante discreto. Estava feliz por ter o primo com ele e finalmente ter alguma companhia agradável naquela aldeia.

Tinham passeado por vários sítios enquanto conversavam até chegar a hora de almoço. Como nenhum estava com vontade de voltar para a mansão, sentaram-se numa esplanada e acabaram por almoçar ali enquanto viam as pessoas passar.

– É engraçado. - Sorri Mark.

– O quê?

– Ninguém me conhecer. Normalmente não posso sair à rua sem ter um monte de gente atrás de mim. - Diz divertido-se com a expressão curiosa e um pouco assustada de Bambam, expressão essa que não durou muito e logo voltou a ficar vazia fazendo Mark suspirar desanimado. Aquilo ia ser mais difícil do que ele tinha imaginado.

– O que queres fazer agora? - Pergunta Bambam tirando dinheiro da carteira para pagar a refeição.

– Hn… Quero conhecer os teus amigos!

Bambam parou de mexer na carteira e olhou sério para o rapaz durante um momento. Mark conseguiu ver um brilho naquele olhar mas não o conseguiu decifrar, pela primeira vez não conseguia ler o rapaz à sua frente que sempre foi tão transparente e ingênuo.

– Eu não tenho amigos aqui. - Responde Bambam num suspiro.

– Mas… Tu vens cá todos os anos, não é?

– Sim. - Responde simplesmente.

– Oh vá lá! Como é possível não conheceres ninguém?

– Eu não disse que não conhecia. Apenas disse que não tinha amigos.

Bambam levantou-se, preparando-se para voltar a andar. Estava farto daquela conversa que só o lembrava de Jackson e em como o rapaz tinha espezinhado o seu coração.

– Espera por mim! - Mark seguiu-o e abraçou-lhe fortemente o braço quase desequilibrando o mais novo.

Continuaram a andar pelas ruas da aldeia, desta vez de forma silenciosa. Mark tentava falar com o primo mas este parecia perdido em pensamentos. Isto até uma música lhes preencher os ouvidos e fazer ambos parar. Bambam foi o primeiro a detectar a origem do som. Vinha da sua garagem, o que significava que a banda de Jackson estava a ensaiar…

Mark disse alguma coisa que a mente de Bambam não quis ouvir por estar demasiado concentrada na música que lhe penetrava os ouvidos e hipnotizava. Quando deu por si. Mark puxou-lhe a mão e correu em direção à porta da garagem.

– Não! - Gritou enquanto era arrastado pelos primo. O seu grito foi tão desesperado que a banda parou de tocar e uma cabeça feminina espreitou a porta.

– Oh! És o namorado do meu irmão! - Exclamou a rapariga mas logo franziu a testa ao ver Bambam de mãos dadas com Mark.

– Namorado…? - Perguntou Mark para o primo que estava a fazer um excelente trabalho em manter a sua cara apática.

– Eu não tenho namorado, caralho! - Gritou Jackson saindo da garagem disparado com JB a segurar-lhe um braço com medo que o mais velho atacasse Bambam.

Jackson parou assim que Mark puxou o loiro para junto de si e passou-lhe um braço sobre os ombros de forma protetora. Mark era o rapaz mais simpático do mundo quando queria, mas não ia deixar que um brutamontes qualquer atacasse o seu pequeno e adorável primo que tremia levemente.

Yuri levou as mãos à boca em choque. O clima estava bastante pesado e ninguém se atrevia a falar. Fazia-lhe lembra os doramas que ela gostava tanto de ver.

Youngjae estava perto de Yuri a olhar todos atentamente. JB continuava a segurar o braço de Jackson que olhava agressivamente para Bambam e Junior tinha os olhos arregalados sobre Mark.

Jackson suspirou com descrença e soltou-se de Jb mas sem sair do lugar.

– Era preciso teres feito tanto drama e estragares a minha vida para depois arranjares um namorado à primeira oportunidade? - Reclamou cansado.

Junior arregalou mais os olhos para o amigo. “Desde quando te importas se ele é solteiro ou não!? Até pareces… triste, preocupado… ciumento…”

De repente, Mark riu. Não. Ele gargalhou. Aquele seu riso tão característico que quase lhe levou lágrimas aos olhos. Todos olhavam para ele como se tivesse enlouquecido. E esse pensamento só agravou quando ele largou Bambam e correu para abraçar Jackson que logo o empurrou.

– É assim que tratas um amigo de infância Ka-yee! - Choramingou Mark voltando a abraçar o rapaz que apenas ficou estático a observa-lo. - Não acredito que não te lembras de mim! - Mark afasta-se e fica a observar o rosto confuso de Jackson.

– Hn… É algo ex-namorado teu, Jackson? - Pergunta JB com cautela.

Bambam deixasse cair de joelhos no chão mas apenas Yuri deu por isso e ajudou o rapaz sem chamar muitas atenções.

– Que nojo! - Gritou Jinyoung. - O Mark não é desses!

– Eu conheço-te? - Perguntou Mark sério.

Junior corou e negou com a cabeça.

– E-eu… Sou teu fã… - Murmurou envergonhado e corando até à ponta dos cabelos.

– Estou a ficar com dor de cabeça. - Reclama Youngjae voltando para dentro da garagem.

– De onde raio me conheces? Eu não conheço ninguém chamado Mark. E como sabes o meu nome?! Eu nunca o disse a ele! - Gritou Jackson apontando para onde Bambam anteriormente estava de pé, sem realmente ver que agora não estava lá ninguém.

– Mark talvez não conheças… - Começou Mark. - Mas se disseres que não conheces ninguém chamado Yi-En Tuan eu juro que te bato!

Jackson arregalou mais os olhos e deu um passo atrás, observando Mark de cima a baixo e abrindo um grande sorriso.

– Yi…! Estás tão diferente!

Mark sorri e volta a abraçar o amigo, sendo correspondido desta vez.

– Na altura eu era mais alto que tu! - Reclama Jackson quando se separa do rapaz que sorri.

Jaebum estava perdido e já começava a partilhar a dor de cabeça de Youngjae. Aquele dia estava a ser demasiado confuso. Olhou para Junior que mantinha o rosto corado e os grandes olhos fixos em Mark. Nunca tinha visto amigo assim… E não se lembrava de alguma vez ele ter mencionado um “Mark”.

Enquanto Jackson e Mark falavam, Jaebum deu pela falta de Yuri e depois do “diva proprietário assassino em serie”. “Será que ele arranjou um carro e está a atirar de um penhasco neste momento?!” Pensou assustado e saindo do local a correr alarmando os restantes.

Mark deu logo pela falta do primo e sentiu-se terrivelmente mal por o ter “abandonado” quando obviamente algo ali não estava certo entre eles.

– Ka-yee. - Chamou Mark sério.

– Jackson. - Interrompeu.

Mark ignorou-o.

– Ka-yee. O que fizeste ao Bambam? - Disse da forma mais séria e ameaçadora que conseguia.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Yeeey finalmente o Mark apareceu! XD só falta mais um!
Espero que não tenha ficado muito confuso e que tenham gostado ^^ até à próxima o/



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