Ele a escuta, está distante, mas ele pode escutar claramente aquela melodia. Parecia o som de um pássaro, mas modificado por algum aparelho sonoro. Ele ouve os batimentos, pode deduzir que seja uma mulher. Ela luta com “eles”, porém não há sequer um resquício de medo em seus batimentos, nem ansiedade, há adrenalina, e talvez um pouco de paixão pelo que está fazendo. Ele se sente atraído por ela, não só pelo seu canto tão singular, mas ele sente curiosidade em conhece-la.

Daredevil sente os corpos caídos no chão. Seria possível que apenas ela tenha feito tudo aquilo? E quem seria ela afinal? Quem quer fosse, ele teria o prazer de conhecer agora.

— Eu ouvi seu canto. Tem uma linda voz. — Ele brinca, pois sabe que o som não vem de uma voz normal.

Black Canary sorri. Ela o analisa bem, um vigilante. Ela acha a roupa um pouco exagerada, mas para alguém que já havia visto de quase tudo, ela não estava reclamando.

— E quem seria você? O demônio? — Ela ironiza.

Ele sorri.

— Eu sou o Daredevil. Ouvi falar de você, Black Canary.

O silencio se forma como se eles precisassem escolher bem as próximas palavras, afinal, um não sabia se outro era confiável, não ainda.

— O que esses caras fizeram pra te irritar?

— Bem, eu não gosto de ver uma injustiça, principalmente se for contra uma mulher. Peguei os grandões tentando tirar vantagem de uma boa moça. Digamos que as coisas ficaram um pouco feias e você está vendo os resultados. — Ele assente enquanto escuta os batimentos dela. Ela estava sendo verdadeira — Sua cidade é bem perigosa a proposito.

— E o que te traz a minha cidade? — Matt pergunta.

— Nenhum motivo em particular. Eu meio que achei meu rumo até aqui. — Ela pondera sobre o que vai dizer a seguir — Você também é vigilante, legal. Na minha cidade nós temos muitos, você trabalha com alguém por aqui?

— Na verdade sou só eu. Eu já tive ajuda em um passado recente, mas gosto de trabalhar sozinho.

— Isso me soa solitário. Escuta eu acho que vou ficar na cidade por algum tempo. Se quiser ajuda. — Ela se aproxima dele, percebe que ele parece analisa-la a cada momento.

— Sabe o que dizem sobre ajuda. É sempre bem-vinda.

— Eu te daria meu cartão, mas.... Eu não tenho nenhum. — Canary brinca, ele ri — Eu tenho a sensação de que você saberá onde me encontrar.

— Vejo você por aí. — Ele ri.

Ela saiu e eventualmente some. Ele ainda pode ouvir seus batimentos, eles eram sinceros e Matt cogitava encontra-la futuramente, na verdade ele esperava que aquilo acontecesse. Havia algo em Black Canary de que ele gostara e não foi só a parte dela ser uma vigilante. Ele sentia que havia mais sobre ela de que ele deveria conhecer. E ele estava ansioso para que isso acontecesse.