Foi ainda mais belo do que sua imaginação contornara há alguns anos.

Para falar a verdade, nem em um milhão de anos sua imaginação poderia delinear algo mais perfeito. Isto porque era realidade e nada poderia se comparar.

Em um chalé em Perthshire, na Escócia, ele lhe pediu em casamento.

E Skye ficou completamente eufórica quando recebeu a mensagem.

Jemma pediu para que sua amiga guardasse segredo por um tempo, mas lá estava Skye, sem conseguir se conter, dando pulos de alegria enquanto anunciava para os demais membros da SHIELD que Fitz e Simmons eram oficialmente noivos.

— Acho que falo por todos quando digo: ALELUIA – Disse Hunter, gesticulando exageradamente, com as mãos levantadas, dando graças aos céus.

— Contenha-se, Hunter! – Bobbi o censurou.

— E quando nós vamos nos casar, amor?

— Não sei se você se lembra, mas fomos casados duas vezes e não deu muito certo... – ela retorquiu, revirando os olhos.

— Bem, não importa! Quem topa tomar uma cerveja em comemoração a esse momento?

Hunter estava sempre disposto a uma cerveja e aquele era o momento ideal. Skye, Mack e até mesmo May concordaram com o colega. No entanto, todos congelaram ao se darem conta da presença de Coulson, parado na porta, os observando.

— Qual é o motivo da comemoração? – Perguntou Coulson com um tom de voz perspicaz; e havia certa sagacidade em seu semblante.

— Bem... Você vai saber de qualquer jeito, então... – Mack começou, mas foi imediatamente interrompido por May.

— Fitz-Simmons vão se casar.

Exceto por May, todos os demais pareceram suspender a respiração por um momento, aguardando a reação de seu chefe.

Ele se demorou por um momento, como se avaliasse a situação e, por fim, seus lábios se crisparam em um sorriso sincero.

— Já era hora! – disse, levantando as sobrancelhas com um ar divertido. Os outros respiraram aliviados e sorriram em resposta – o que estamos esperando mesmo pra comemorar?

Satisfeitos e contentes com a notícia, eles se permitiram uma folga no trabalho, apreciando a cerveja e verbalizando sua torcida pela felicidade de seus dois colegas.

***

Fitz e Simmons não evitaram rir quando um dos irmãos de Jemma questionou se eles não estavam indo rápido demais com toda aquela história de noivado. Suas famílias encontravam-se reunidas na casa dos pais de Simmons, em Londres.

— Quer dizer, foi ontem que você o apresentou para a família como seu namorado – disse em um tom zombeteiro.

Fitz não precisava replicar. Era um comentário irônico, afinal. Mas ele vira a oportunidade perfeita para declarar-se.

— Creio que o objetivo de um namoro é conhecer melhor a pessoa com quem você planeja oficializar um compromisso futuramente. Ter certeza de que é aquilo que quer, que aquela é a sua pessoa no mundo. Entre nós... Bem – ele a puxou pela mão para que se aproximasse dele. Seu braço envolveu a cintura dela e Jemma encostou a cabeça em seu ombro, sorrindo – o que há mais para se conhecer? Já são mais de dez anos ao lado um do outro... Eu acho que essa é a prova concreta e definitiva de que ela é a minha pessoa no mundo...

— E vice-versa – ela completou.

Seus olhos se encontraram e eles partilharam um novo sorriso cheio de significados, que denunciava todo o afeto, ternura e paixão que um sentia pelo outro.

— Ok, isso já está afetando minhas diabetes – o irmão de Jemma, que havia começado todo aquele assunto, gracejou novamente – podemos beber algo em comemoração?

Como eles se reuniram na terra natal de Jemma, ambos concordaram que seria justo que o drink a ser servido naquela celebração íntima fosse whisky. Legítimo whisky escocês. E enquanto todos apreciavam sua bebida calmamente, e Jemma conversava com a mãe e o padrasto de Fitz, seu olhar se encontrou com o do noivo a uma distância razoável de onde ela estava, com sua taça em mãos e ouvindo o tagarelar interminável de seus irmãos.

Naquele instante, em que seus olhos se fixaram um no outro, e o resto do mundo pareceu se dissolver às suas voltas, Jemma refletiu um segundo sobre o que Skye dissera há séculos. Ambos pareciam mesmo mentalmente conectados. E não havia como refutar esse pensamento. Era incrível como seus olhares se encontravam no mesmo instante e foi assim durante toda a noite, quando eles não estavam próximos um do outro.

Jemma o viu murmurar um eu te amo e devolveu com um eu também.

Ele era definitivamente a sua pessoa no mundo. Nele, ela conseguia ver seu futuro projetado, sem a necessidade de estúpidas máquinas do tempo.

E quando esse pensamento perpassou sua cabeça, involuntariamente, ela tocou com as pontas dos dedos o seu ventre, pensando se ali realmente se encontravam as duas criaturas fofas, praticamente idênticas, a combinação de seu DNA com o de Fitz, os gêmeos espertos e falantes que ela vira em seu futuro. Jemma espantou uma lágrima sorrateira de felicidade para longe e sorriu, desejando que fosse verdade, ao mesmo tempo em que se perguntava se deveria contar para Fitz agora ou, se de alguma forma inexplicável, ele já sabia... Devido à conexão singular que existia entre eles.

F I M