Recomeço escrita por Hastings


Capítulo 7
Recomeçar


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores :)
Desde o último capítulo, as leitoras Lele Ama Miela (minha 'irmã' de outra mãe) e Indiretamente (Agatha que eu AMO) recomendaram a minha história. As recomendações foram perfeitas, obrigada de todo o coração.
Eu já adianto que o capítulo tá meio deprimente, eu chorei demais escrevendo. E eu gostaria de dedicar esse capítulo pra minha leitora Mirella. O seu review foi perfeito s2 Love u *-*
Boa leitura...



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Carolina

Eu não queria ir, mas o que eu podia fazer? Era mais forte que eu aquele amor. Fernando me convidou para um passeio e eu estava receosa em aceitar. Combinamos, então, que ele viria até minha casa e conversaríamos. Ele é meu ex-namorado, o motivo pelo qual eu ainda não fiquei com Junior. Eu sou burra! Como sou! Eu o amo, apesar dos ciúmes e das brigas, mas eu o amo. E o medo? Dele ter querido essa conversa para pedir para eu me afastar dele. Sozinha eu casa, eu o esperava. Junior havia saído, Gabi e Miguel também. Minha mãe estava trabalhando e eu, esperando Fernando que não demorou muito. A campainha toca.

– Oi, Carol – ele falou passando a mão nos cabelos.

– Oi, Fernando. Entra.

Ele entrou, continuou fitando-me, o que me incomodou um pouco.

– Carol, eu... Me arrependi. Sabe, de todas as nossas brigas, por minha causa. Por eu achar que você era de minha propriedade, eu sei que não é. Mas eu te amo e queria voltar – ele me deixou sem palavras.

Eu queria pular em seus braços e aceitar a volta, mas eu sabia que se aceitasse, ele não mudaria. Continuaria o mesmo Fernando de sempre. Sim, o mesmo.

– Não.

– Como assim? Não? Por quê?

– Fernando, eu já sofri muito com o nosso relacionamento, eu não quero tudo de novo. Eu tô tentando recomeçar. Por favor, vai embora – falei com os olhos marejados.

– Eu não posso, eu quero você comigo – e ele se aproximou, colocando uma mecha de meus cabelos cacheados para trás.

– Eu não quero, Fernando! – me afastei e caminhei até a porta e abri – Pode ir embora.

Ele caminhou até mim, fechou a porta e imprensou meu corpo contra a parede.

– Eu sei que você não quer isso – ele parecia firme.

– Me solta! – quase gritei, imaginando onde ele queria chegar.

– Não vou te soltar, você quer – Fernando passou a beijar meu pescoço e lágrimas escorriam em minha face, eu não queria.

Meu desespero aumentava, à medida que eu tentava me soltar e não conseguia. A porta abriu num impulso e Junior nos olhou assustado.

– Larga ela! – ele gritou e tirou Fernando de cima de mim, dando um soco em sua cara.

Fernando olhou Junior, com o rosto ferido, se perguntando quem era aquele rapaz. Os dois começaram a brigar violentamente, Junior tinha sangue a escorrer no rosto, mas a ‘luta’ entre eles não acabava. Eu gritava.

– Parem, por favor! – pedia desesperada, chorando.

Miguel e Gabriela chegaram. Gabi veio para meu lado e me perguntou o que estava acontecendo, mas eu não conseguia falar. Miguel, por sua vez, separou a briga e me aliviei.

– Basta! Por que raios estão brigando? – meu irmão perguntou.

– Esse cara tava tentando estuprar sua irmã! – Junior respondeu e eu chorei mais.

– Como assim? – e foi a vez de Miguel se virar e atingir em cheio a cara de Fernando.

Eles brigaram. Uma briga que pra mim, parecia uma eternidade.

– Agora, vá embora – Miguel expulsou Fernando.

– Só saio daqui com a Carol – ele respondeu, sem fôlego.

– VAI EMBORA! – gritei – Eu não quero te ver NUNCA MAIS!

E ele, a contragosto, saiu com raiva.

– Graças a Deus – suspirei e voltei a chorar.

– Calma, Carol – Miguel me abraçou – Ele nunca mais vai aparecer na sua frente, pode ter certeza.

– Por favor, não contem nada pra mamãe. Ela vai ficar preocupada e querer levar isso pra justiça – pedi.

– É o mais certo a se fazer, né Carol? – Junior disse.

– Mas eu não quero que isso aconteça. Deixa só entre a gente.

– Não vamos contar, fica tranquila – Gabi falou e suspirei aliviada.

Junior

Carol tratava meus ferimentos com toda a delicadeza do mundo...

– Quem era aquele “Fernando”? – perguntei.

– Meu ex-namorado...

– Ele que você ama?

– Não mais. Agora eu sou livre e vou recomeçar minha vida! Serei feliz com outra pessoa.

– Comigo? – perguntei depois de alguns minutos.

– Talvez, José Ricardo Almeida Campos Junior – ela riu – Estou brincando. Podemos tentar?

– Sim – me aproximei dela e quando nossos lábios quase se encostaram...

– Mas agora vamos tratar essas feridas aqui – e ela continuou limpando aquele sangue.

Gabriela

Era noite, eu estava sentada na cama, sozinha, cantando pro meu bebê. Eu adorava fazer aquilo.

Duvidava não entendia
Quando alguém me falou
Suspirava, que agonia
Pra sentir esse amor
Tempo, mestre de todas horas e dias
Passou sem ver
Te amar de verdade, sentir saudade
Mas só de você, só de você
Agora eu já sei
Quando falta a respiração
É a prova que um coração
Já não sabe mais viver sem você Traduzir melhor na emoção

Do que trago aqui, bem dentro de mim

Dentro de mim...

– Você é linda cantando. Você é linda grávida. Você é simplesmente linda – Miguel falou enquanto entrava no quarto.

– Eu amo nosso filho, ou filha – falei.

– Já pensou se tivesse insistido na história de abortar? – ele sentou-se na cama.

– Não gosto de lembrar disso. Pensar que eu já quis matar uma vida. Eu vou te confessar uma coisa. Quando eu tomei a decisão de não abortar, é porque eu lembrei de um pensamento que eu tenho desde criança. – eu já tinha começado a chorar – Pra mim, quando os bebês estão aqui, dentro da barriga, eles são anjos. Eles nos amam assim como nós, pais, os amamos. Eles têm toda uma “vida” dentro da bolsa. E por essa vida, seria muito ruim perdê-la. Imagina, criar todo um carinho pelos pais e depois, sentir suas pernas serem arrancadas, seus braços ainda tão pequenos. Eles morrem. Porque depois que saem da barriga, eles viram humanos. E morrem por não terem idade o suficiente pra aguentar a humanidade. Então, eles voltam pro céu, e se tornam anjos de novo. E nos acompanham lá de cima. – eu tentava conter as lágrimas, mas não conseguia – Posso te dizer com toda a certeza que se eu tivesse abortado, por causa do meu pai, choraria todos os dias da minha vida, sem exceção. Imaginar esse bebê, meu filho, chorando por ser morto por um médico, me dói muito. Muito. Eu acho que teria me matado se tivesse tirado. Não suicídio de pegar uma faca e se cortar ou uma arma e atirar na própria cabeça. Mas eu ia estar morta por dentro; consumida pela culpa. Eu não sobreviveria se talvez, 17 anos depois, eu escutasse uma voz, dizendo “Mamãe, já se passaram 17 anos desde aquele dia e eu sei que você sofre e se arrepende muito. Mas mesmo aqui do céu, eu te amo. Com carinho, seu bebê” – eu já chorava descontroladamente – Mas saiba que quando nosso filho fizer 17 anos, ele vai olhar pra nós e dizer “Pai, mãe, obrigado por terem me dado a chance de viver. Eu amo vocês”.


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Notas finais do capítulo

A música que a Gabi cantou é "Agora Eu Já Sei", da Ivete Sangalo.
Não sei se deu pra vocês perceberem, mas eu sou totalmente CONTRA o aborto. A fala de Gabi foi inspirada em um vídeo chamado "Carta de um bebê para sua mãe". Assistam! Se alguém aqui é a favor do aborto, pare e pense que a vida deve estar em primeiro lugar. Compartilhem coisas contra o aborto com as #JuntosPelaVida e #NãoAoAborto. Vamos ajudar o PL5069 a ser aprovado.
Ah, ultimamente algumas de minhas leitoras - vulgo Jessie, Buchmann Love e Indiretamente - pediram meu facebook e eu passei. Pra quem quiser me adicionar, é esse daqui ==> https://m.facebook.com/profile.php?id=100008341546065
Eu aceito todos :)
Comentem, por favor. Bjo!



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