Bestas de Mármore escrita por Filipe


Capítulo 7
Criança Urbana




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Minha voz não é tão bela

Meus olhos não transferem todo o sentimento

Qualquer palavra que eu diga

Nunca será suficiente

Mas toque em minha mão e gaste meu coração

Sinto a neblina recobrir meus sentimentos

Lembro-me do sol que nos iluminou

O frio sopra em meus ouvidos

Algo que um dia você foi para mim

Enquanto tivermos um coração

Não decairemos enquanto precisarmos percorrer todo caminho

Amor ou dor não são opções

Eu sei que não sou o melhor

Não chego nem perto

Opiniões falhas, inteligência fraca.

Tempo que se assemelha a escuridão

Se subirmos até o topo da cidade

Vendo os prédios crescerem e árvores caírem

Nunca tendo um momento por qual eu queira viver

O eterno será um ciclo

Seguindo cegamente a procura de um amor afável

Tendo analogias do agora com o passado

Brincadeiras sórdidas que fazia com quem mais se importava

O pioneiro da penumbra invicta

Brinque de corromper toda minha fragrância

Que se perdeu além da essência

Derreta a cera branca que se alojou na janela

Eu percorrerei nossa metrópole

Hodierna e cortejada

Mas que está morrendo

Iremos manter nosso elo

E enquanto trocamos nossos sinos

Notamos que a diferença era mínima

Pois eles ainda tocam como os antigos

Ainda mentem para seu coração.


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