Meu Psicopata de Estimação escrita por Felipe Araújo


Capítulo 7
Apenas Beije-me


Notas iniciais do capítulo

Olá meus leitores queridos, segue mais um capítulo saindo do forno para vocês, me desculpe qualquer erro, estou atolado de afazeres, mas não vou deixar vocês esperando. Boa leitura espero todos nos comentários ♥



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Lucas para em frente a porta branca da casa vizinha. Coloca sua mão na maçaneta e gira, primeiro leva apenas sua cabeça para dentro da cozinha e confirma que ali não tem ninguém. Decidi entrar na casa de Ester com a esperança de encontrá-la em algum canto do sobrado de esquina. Repara na decoração e organização impecável. Móveis rústicos, simples e grosseiros. Na cor madeira um grande armário com taças de cristais destacadas e penduradas delicadamente em uma parte de vidro. Ao lado um fogão grande branco e uma geladeira com duas portas. Sem delongas, o rapaz anda sorrateiro para o próximo cômodo. Observa os grandes quadros pelo corredor, não são obras de arte, e sim, fotografias antigas de um casal com duas crianças, talvez os pais de Ester e seu irmão. Lucas sente uma pontada de medo no coração, quando lembra que todos dos quadros — exceto Ester, — estão mortos.

— Ester, está em casa? — Ele fala em um tom alto, enquanto a música começa a ficar mais alta no decorrer dos seus passo.

Chega na sala de estar. Grande sala com dois sofás de couro marrom claro sobre um aveludado tapete vermelho. Nas paredes brancas mais quadros e uma decoração que chama a atenção do rapaz. Uma armadura de cavaleiro com um tamanho real. Brilhante e polida. A armadura segura um grande machado, e em sua cabeça uma proteção em formato de caveira, a prata é tão nítida que faz os olhos de Lucas transpirarem ao focar no rosto de caveira. O medo se torna ainda mais evidente, ele dá dois passos para trás e esbarra na mesinha de centro em cima do tapete.

Lucas respira, segura firme seu celular e sai da sala de estar. Caminha na direção da música, onde encontra ao lado de uma porta bege e semiaberta uma vitrola antiga girando um disco de vinil, acha a fonte da música de Jazz. Sorri e balança a cabeça.

— Ester me surpreende, nunca vi coisa mais linda e antiga. — Refere-se a vitrola, que para de tocar quando ele levanta a agulha do disco. A música para e o silêncio reina.

O curioso pensa em subir para os quartos, mas sabe que Ester não está lá em cima, pois o escutaria gritando seu nome. Tem toda certeza que a vizinha encontra-se no porão. Respira fundo, coloca a mão contra a porta em sua frente, inclina o corpo para o lado, observando o breu do porão. Empurra mais a porta, vai entrar no cômodo... Leva um susto tremendo, caindo para trás de costas ao chão. Ester está diante dele com olhos esbugalhados e uma expressão de pânico.

— O que faz aqui? — Ela olha para o porão, observa o escuro e em seguida fecha a porta, trancando-a com uma chave. Lucas gargalha e levanta do chão.

— Que susto Ester. — Ela está nervosa, e puxa o braço do rapaz para o corredor que leva à cozinha.

— Lucas…

— Desculpe entrar aqui. — Ela tenta puxar o braço dele, mas Lucas a segura, — vim lhe mostrar uma coisa.

— Aqui não!

— Calma Ester, você vai gostar de escutar o que vou dizer.

— Não Lucas, vamos. — Ester olha de canto para o fim do corredor, histérica.

— O que foi?

— Nada…

— Olhe está mensagem, você não vai acreditar no que vou dizer. — Ester não olha para Lucas, mas para a porta do porão, quando escuta um estralo, como se alguém subisse as escadas. A garota segura firme os braços do rapaz e o faz fechar a boca.

Ester leva seus lábios nos de Lucas. Beija-o com força e vontade, entrelaça sua linguá na dele, compartilha o calor do momento como se fossem um só. Ele se surpreende, mas cede ao desejo que obtinha dentro de seu corpo. Segura os braços de Ester apertando sua pele branca, trazendo a garota para um abraço aconchegante. Lucas pode sentir até mesmo os batimentos do coração da menina, que não estão normais, estão disparados a ponto de explodir. Sorrindo ele deixa os lábios dela e olha fixamente para a face avermelhada da garota, que sem dizer nada puxa-o com força para fora da casa. Este foi o único jeito que Ester encontra para fazer Lucas se calar e não chamar mais a atenção de quem repousa em seus aposentos.

Lucas não acredita no que acabara de receber, ainda anestesiado não consegue falar. Nem mesmo lembra o que fazia na casa, só quer entender o motivo do beijo roubado. — Será que está gostando de Ester? — faz essa pergunta para si mesmo, mas tem quase certeza da resposta. Doce e delicada, a garota retira uma mecha do cabelo vermelho que cai sobre sua face, colocando atrás da orelha, mordendo o lábio, fala em um tom baixo.

— Me desculpe.

— Não precisa se desculpar, quem deveria pedir desculpas por invadir sua casa, sou eu. — Ester ainda olha entre Lucas e sua casa. Preocupada com o que pode acontecer faz uma proposta:

— Vamos, quero mostrar um lugar para você — Lucas solta um sorrisinho que não queria soltar, mas balança a cabeça dizendo: sim.

Ambos seguem para o terreno vago e deserto que cerca os fundos das casas. Saem direto na floresta de pinheiros, onde caminham em uma trilha de folhas secas e pisadas. Ester não diz nada, e Lucas sorri como um bobo para a menina. Andam algum tempo, enquanto Lucas admira a floresta e seu encanto. Grandes árvores, esquilos, pássaros e o ar. Ar puro e delicioso de respirar, tudo faz lembrar da onde morava, um lugar totalmente diferente que agora já não quer mais voltar. Passam alguns minutos e Ester para. Olha para uma parede grande de arbustos exclamando:

— Chagamos! — A garota retira um arbusto do caminho, revelando um lugar belo e magnífico.

— Meu Deus, jamais vi coisa tão bela.

— Esse lugar é meu, claro, ninguém se interessa em vir aqui, a não ser eu.

O lugar é uma nascente, é onde nasce o lago da praça central da cidadezinha. Um pequeno riacho de águas correntes dançam sobre rochas de vários tamanhos. Rodeado de folhas marrons caídas que ajudam a contrastar o lindo lugar. Ao lado do pequeno riacho uma corda amarrada ao alto. Ester sorri e indaga.

— Está um dia lindo, que tal nos refrescarmos. — Lucas arregala os olhos, apenas admirando a garota andar em sua frente. Ester leva as duas mãos nas costas, segura um zíper, leva sua cabeça para trás olhando com olhos sedutores para o rapaz que engole a seco o que sente. Lucas continua observando.

Ester desce o zíper do vestido de seda até sua cintura e retira a parte de cima ficando com as costas nuas. Em seguida o que ele espera acontece, o vestido cai totalmente e Ester fica completamente nua. Lucas começa sentir seu corpo quente, seu coração dispara e dá alguns passos em direção a garota. Ela vira de frente para o rapaz revelando seios fartos, redondos, com mamilos rosas e delicados. Lucas nunca verá um corpo tão lindo em sua vida.

— Ester...

— Vamos Lucas, tire a roupa e entre na água, está uma delicia. — Ester mergulha no riacho. Sem esperar ele retira o tênis, a camisa, a calça e a cueca. Sem vergonha alguma, só sentia vontade de ficar perto dela.

Mergulhando Lucas e Ester se abraçam nas águas claras do riacho. Subindo a superfície os dois se beijam em um momento carnal e entusiasmado. Lucas não consegue esconder seu desejo de ter o corpo de Ester, e aperta ainda mais o corpo dela no dele. Beijando o pescoço, os lábios, os seios... Ester empurra Lucas de perto dela, e muda sua feição, agora sente medo e angustia, nada até a superfície e sai da água.

— Desculpe Ester, não queria apressar as coisas.

— Não deveríamos...

— Do que tem medo? — Lucas sai do riacho e segue até a menina que tremendo e desajustada coloca seu vestido. Ele também se veste.

— Gosto muito de você Lucas, e não quero que nada aconteça. Então é melhor... — Lucas coloca o dedo indicador sobre os lábios dela, fazendo-a se calar.

— Eu quero correr este risco, posso te ajudar. Eu posso!

— Não pode, ninguém pode me ajudar. — Lágrimas escorrem dos olhos claros de Ester.

— Vou descobrir o que se passa em sua vida, e vou salvá-la dos demônios que atormentam essa sua mente. Eu prometo!

— Você promete?

— Prometo — deitando no chão, sobre as folhas secas Lucas beija novamente os lábios de Ester que desta vez se entrega totalmente aos carinhos do rapaz, — vou começar te ajudando com isso.

— O que é isso? — Lucas mostra o celular com a mensagem de Anne.

— Anne Tavares está nos convidando para uma festa. — Ester levanta com em um salto do chão, balança a cabeça diversas vezes negando o que lê.

— Nunca!

— Mas...

— Sem essa de, mas! Não posso me envolver com pessoas dessa cidade, eles são cruéis.

— Então, por quê me aceitou?

— Você é diferente, eles caçoaram de mim a vida toda, desta vez não vai ser diferente. — Lucas leva sua mão ao rosto da garota.

— Desta vez prometo que não vão fazer nada com você, ao invés disso vai conseguir fazer amigos e os boatos sobre sua vida desaparecerão.

— Você promete?

— Eu prometo.

****

Na frente da maior casa da rua Fernandes Hungarês, uma caminhonete para. Dentro dela estão Vitor e George. Buzinam diversas vezes até uma garota aparecer no quintal. Samantha abre o portão da casa e sai na calçada. Veste um shorts curto mostrando as pernas e apenas uma camisa preta decotada mostrando seu umbigo. Está de cabelos soltos e com um cigarro entre os dedos. Chateada com a situação, grita antes dos dois saírem do veículo.

— Estou esperando há duas horas, vocês não responde minhas mensagens e nem atendem minhas ligações. O que aconteceu idiotas? — Vitor sem camisa, cumprimenta a rebelde com um selinho e uma piscadela. — Sai de perto de mim está fedendo a tomate podre.

— Claro, não foi você que teve que roubar dez quilos de tomate podre na feira, tive que me misturar com aqueles pobres comerciantes burros.

— Pare de reclamar Vitor. Então George me mostre o que conseguiram. — George abre a caçamba da caminhonete e revela três enormes sacos de Tomates vermelhos e alguns pretos de tão podres, o mal cheiro é terrível.

— Foi o que conseguímos Sam!

— Ótimo! — George sorri com seus dentes brancos e seu olhar sarcástico.

— E agora, como saberemos que ela vai?

— Ester gosta do Lucas, se deixou ele se aproximar. Tenho certeza que ela vai. — A menina gargalha, — onde está Érica e Anne?

— Érica foi comprar cordas e algumas velas, já decoramos a fábrica e está quase tudo certo para sábado. Anne não quis vir e nem ajudar. — Vitor responde, e Sam se irrita.

— Tomara que aquela vaca não estrague tudo. Pois se estragar, ela vai ser amarrada junto com Ester.

— Gosto desse seu tom de autoridade gata. - Vitor beija Sam, que o empurra.

— Já disse que está fedendo. Bom, nos vemos na faculdade hoje a noite, não chamo vocês para entrar em casa, pois os malas dos velhos estão aqui. Mas final de semana viajarão a negócios e já sabem não é?

— Tudo bem, agora vamos deixar esses tomates escondidos na fábrica.

— Tudo bem, não vejo há hora de ver Ester chorando na frente de todos os jovens de Santa Monica.

***

Longe dali, em um quarto secreto e trancado Edgar fixa o olhar para o nada. Sorri e ao mesmo tempo frangi a testa em ódio. Lamenta a forma de vida que leva, e culpa de toda forma a irmã. Não se ligava antes que o que Ester está fazendo é errado, pois tinha o calor da garota em seu corpo. Agora a única coisa que sente é frio, a frieza de Estar cada vez maior. Edgar levanta do colchão velho e paga uma faca escondida debaixo de sua cama. Começa introduzir a lâmina em seu próprio braço.

Prazer e extasie é o que tem ao ver a carne perfurada. Ao sentir aquela dor percorrer seu corpo. O ponto de excitação chega quando vê o sangue. Edgar lambe o sangue, esfregando em seu rosto. Aquilo o acalma e faz voltar a sua realidade. O desejo insaciável de matar volta e vai embora, apenas o que não vai embora é o desejo de ter Ester ao seu lado, sem imaginar que o pior que poderá acontecer está acontecendo. Ester se apaixonou por um outro homem.


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Notas finais do capítulo

Agora que leram, oque acharam? O que precisa melhorar? Querem mais Lucster ou Edster? kkkkkkk Aproveitem para deixar aquele lindo Review :D