“Em tempo de paz convém ao homem serenidade e humildade; mas quando estoura a guerra deve agir como um tigre!”

                                               William Shakespeare

Meus olhos varreram aquele quarto escuro,o coração bombeando cada vez sangue para meu corpo inerte.Eu não conseguia me mexer.Não agora.Não antes.

Me sentia fraca,como se tivessem me dado um soco.Bem,talvez isso que tenha acontecido.Eu não me lembro de nada,na verdade.Apertei minha testa na pedra úmida debaixo de mim,tentando recordar que merda que tinha acontecido. Mas tudo era um borrão.Até meu nome era um borrão.

O barulho alto da goteira que pingava do teto me deixava louca.Minha audição aguçada estava sendo ferida por aquele barulho insuportável. Queria poder me mexer,fazer alguma coisa.

Eu tinha motivo para me desesperar?Eu podia estar segura aqui.Eu podia estar em casa (onde quer que fosse),com o interruptor apagado.Algo dentro de mim dizia que era mentira.Uma mentira bem grande.

Passos.Passos fortes e poderosos.Passos que me lembravam...o que me lembravam?Eu também escutava um assobio,ritmado,em uma harmonia perfeita...Também me lembrava...

O que me lembrava?

A chave rodou na porta do quarto escuro e o som desapareceu.