The Kiss Of Midnight escrita por Nárriman


Capítulo 30
Capitulo 30


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Pov’s Austin

   Hoje é noite de lua cheia não há nenhuma nuvem sequer preenchendo o céu, o vento gélido em contato com a minha pele, as árvores balançam de um lado pro outro, galhos caídos em meio a alguns trocos recém derrubados.

   Nesse momento estou encostado em uma árvore, com os braços cruzados, velas estão espalhadas por todo o lugar junto a eles possuem artefatos de magia expostos no chão, todos formando um enorme circulo que em seu centro está o livro.

   Faltam exatamente cinco minutos para meia noite que é o momento exato em que deve ser feito o pacto, estou calmo na verdade calmo até demais, apenas estou mascando um chiclete para passar o tempo enquanto a Dawson não chega.

   Ouvi passos se aproximarem atrás de mim, virei levemente o rosto e vi a figura de Ally caminhando em minha direção ,ela estava séria,as mãos dentro dos bolsos da calça e seu rosto estava cabisbaixo.

—Ally? –Indaguei franzindo o cenho.

—Porque não seria? –Levantou a cabeça, dando um mínimo sorriso que em minha opinião pareceu um pouco fechado.

—Onde você estava?Já deveria ter chegado aqui há dez minutos. –Por mais que pareça a minha voz não saiu rude ou ignorante.

—Desde quando tenho que te dar satisfação sobre a minha vida?-Ela mordeu os lábios enquanto ria ironicamente.

—Você ainda não respondeu a minha pergunta. –A olhei seriamente nos olhos.

—Nem você a minha. –Devolveu o mesmo olhar frio.

—Que bicho te mordeu garota?-Questionei indignado a olhando dos pés a cabeça, ela estava com uma bota marrom claro cano longo, calça jeans e uma blusa de manga comprida, é possível ver o seu umbigo por conta de na frente haver um detalhe em que sua blusa é presa apenas por uma tira. Os cabelos estavam um pouco desgrenhados e seus olhos estavam com olheiras, de sua boca escorria pelos cantos gotas vermelhas que eu presumi ser sangue.

   Ela continuou calada, me encarando com uma cara de tédio.

—Você estava chorando Ally? –Perguntei incrédulo.

—Austin falta apenas três minutos, vamos logo com isso que eu... -Ela seguiu reto indo direto para o meio do circulo e ignorando totalmente a minha pergunta e fazendo com se eu não existisse em sua frente.

   A puxei pelo braço fazendo nossos corpos entrarem em contato, nossas respirações estavam muito próximas e eu percebi o seu nervosismo.

—Ally você esta bem? –Olhei em seus olhos e eu via o medo que eles demonstravam.

—Porque não estaria? –Piscou pra mim e se soltou dos meus braços voltando para o circulo.

   Neguei com a cabeça, porém apenas a segui, não vou conseguir tirar nada dela agora. A acompanhei indo também para o meio do circulo. Ally se ajoelhou no chão abrindo o livro e o folheando até chegar exatamente a sua última página que estava completamente em branco, colocou o mesmo em frente aos meus pés, levantando se logo em seguida, tornando assim que o livro ficasse ao meio de nós dois.

   Tirei do meu bolso um pequeno canivete que por uma grande conhecidência ou não, é o mesmo do que há meses atrás foi usado em nosso pequeno ‘’pacto’’.

—Okay, vamos acabar logo com isso. –Ally me deu sua mão tirando seu anel logo em seguida, repeti o seu ato tirando também o meu, colocamos os dois anéis em cima da página selecionada no livro.

   Sem aviso nem prévia fiz um longo corte em sua mão direita, Ally arfou por conta do inesperado corte, não posso negar que fiz isso de propósito, não tenho culpa se ela esta estranha. A morena me fuzilou com os olhos, apenas ignorei.

    Eu mesmo fiz o corte em minha mão, a fechei fortemente de forma que pingasse três gotas de sangue exatamente em cima do meu anel. Ally repetiu o meu ato à única coisa que nos diferenciava é que ela fez o mesmo processo só que dessa vez com o seu anel.

—Você esta pronta?-Eu olhava em seus olhos, eles ainda transpareciam medo e só agora percebi que essa foi à mesma pergunta que eu fiz naquele mesmo velho pacto, a única diferença é que agora nossas vidas estão em jogo.

—Sempre estive. – Ela estava decidida, não parecia à mesma Ally de minutos atrás que havia chegado cabisbaixo.

   Revirei os olhos e peguei em suas duas mãos de forma que meu sangue não entrasse em contato com o seu, nos encarávamos com frieza coisa que não acontece a mais de quatro meses. É agora ou nunca.

—Fes Matos Sal Vis Nas Ex Malon. –Depois dessa curta frase pronunciada por mim,as velas ao nosso redor se acenderam,iluminando toda a parte da floresta em que estávamos. Fechei os meus olhos.

—Terra Mora Vantis Quo Incandis. –Agora foi à vez de Ally, se ela seguiu o combinado agora essa foi à vez dela fechar os olhos.

—Et Vasa Quo Erro Signos.-Pude ouvir ao fundo,as folhas do livro serem folheadas de forma brusca.

—Ex Spiritum Intaculum. –Um vento forte adentrou a floresta, senti que as folhes recém caídas dos galhos voavam por todo o lugar.

—Asc’inta Mulaf Hinto. –Por incrível que pareça pingos de água começaram a cair obre os nossos corpos.

—Universa Ruina Intenebras Radamus Infinitum De Lan Demex Nahalda Six. –Trovões puderam ser ouvidos por nós dois.

—Meramis Em Nevalta, Confrenum Signos. -O vento se intensificada a cada frase pronunciada.

—Ocoros Mecante, Aleora Subsitos. –Mais uma frase e fim, todo esse drama acaba. Esta última precisa ser dita por nós dois.

—Nas Ex Veras... -Ally não estava me acompanhando, mesmo sem saber se isso poderia interferir em algo, abri os olhos, tudo ao meu redor parecia um caos, raios decoravam o céu, o barulho dos trovões chegava a ser ensurdecedor, os nossos anéis flutuavam aos nossos arredores, o livro estava um pouco acima de nossas cabeças, não acreditei ao olhar para lua, mesmo com a chuva se intensificando cada vez mais, ainda pude ver a lua, ela estava vermelho puro sangue o que me assustou um pouco, tudo parecia estar fora de seu lugar e realmente estava menos Ally, ela ainda estava com os olhos fechados, porém como antes dito a mesma estava calada e mesmo com os olhos fechados eu pude ver lágrimas brotando de seus olhos e escorrendo por sua face.

—Ally continua, falta apenas uma parte, por favor. –Supliquei voltando a fechar os meus olhos.

—Resustamen Ex Veram Vatas. –Me surpreendi ao ouvir ela continuar a frase.Agora só falta a última palavra para tudo estar completo.

—Dox divinitum. –Dissemos em uníssono, estávamos perto de entrelaçar nossas mãos cortadas, como última prova do sacrifício, aproximei nossas mãos de forma em que os cortes estavam praticamente alinhados, faltando apenas um impulso para que fossem colados.

—PARA. –A voz de Ally e o movimento de sua mão se distanciando da minha me causou um rápido espanto. Pude ouvir o barulho de algo sendo arremessado violentamente no chão, Ally.

   Involuntariamente abri os meus olhos, não havia mais chuva, ventania, raios, nada do tipo. As velas estavam todas apagadas, por conta do vento creio eu, perdi de vista os nossos anéis e o livro estava simplesmente todo estraçalhado no chão, havia páginas rasgadas por toda a floresta, muitas delas molhadas por conta da chuva, olhei de novo para o céu e ele havia voltado a sua cor normal, mas o que realmente prendeu a minha atenção foi Ally, ela se encontrava estirada no chão, havia sangue escorrendo por seu nariz.

—ALLY. -Corri em sua direção. O sangue de seu nariz parecia não ter fim.

—Eu não posso Austin, me desculpa. –Com minha ajuda e um pouco de dificuldade por sua parte, ela ajoelhou-se no chão. A morena chorava descontroladamente.

—Não precisa pedir desculpa, eu sei que é muita pressão e que... –Ela me interrompeu.

—Isso não tem nada haver Austin, eu apenas peço que você me perdoe, por favor. –Novos pingos de chuva voltaram a entrar em contato com os nossos corpos.

—Por que eu lhe perdoaria por algo que nem ao menos eu sei que você fez? –Eu tentava olhar em seus olhos e decifrar o que eles queriam me dizer, diferente das outras vezes, essa foi praticamente difícil, eles não demonstravam absolutamente nada.

  Inesperadamente Ally fez algo que eu não esperava de sua parte, ela selou nossos lábios e eu claro dei continuidade ao beijo, a chuva voltava ser forte como a de minutos atrás, o beijo se intensificava cada vez mais, estávamos molhados, Ally sangrando e cortes profundos de nossas mãos eram testemunhas de tudo o que estava acontecendo, a chuva não atrapalhava nada, ou melhor, só trazia mais emoção ao momento. Assim que terminamos o beijo com um longo selinho Ally levou suas mãos até o meu rosto, ela me olhava nos olhos.

—Por favor, é só que eu te peço apenas isso. –Sussurrou mais para si do que para mim, no entanto foi audível por minha parte.

   Sem entender absolutamente nada e deixando de lado o pequeno caos que foi feito minutos atrás eu fiz o que ela me pediu, eu não tive escolha, estava perdido em seus lindos olhos castanhos.

—Eu te perdôo.

   Depois dessa curta palavra com muita dificuldade Ally se levantou e me estendeu a mão para levantar que eu aceitei de bom grado. Ela deu um mínimo sorriso, mas que em nenhum momento deixou de ser sincero e ela fez gestos com seus lábios que eu pude identificar como um ‘’obrigada’’ para logo em seguida ela sumir, ou melhor, correr para longe do meu campo de visão.

   Por mais que eu devesse colocar em minha cabeça que ela havia apenas ido dar uma volta para esfriar a cabeça ou até mesmo ido descansar visto que o pacto não foi efetuado, mas ao invés disso estranhamente algo em minha mente, ou melhor, em meu coração insistiam em me dizer que eu nunca mais a veria...


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Notas finais do capítulo

Vejo vcs no próximo cap,bjs.