Pov’s Ally

Hoje é o tão aguardado dia da minha formatura, não só a minha como também a da Cassy, Kira, Dez, Austin, Dallas, Elliot, Piper, Gavin, enfim, de todos os alunos do 3° ano ou só os que passaram, porque tem uns que nem macumba resolve sério. Posso dizer que estou muito animada para isso. Minha beca é vermelho sangue, por debaixo dela eu estou com um vestido azul celeste que possui um decote em v generoso e que chega até a metade da coxa, tirando um salto preto básico para combinar com o vermelho da beca, um colar de pedras de diamantes pousava em meu pescoço e por fim o meu tão inseparável anel. Na maquiagem preferi optar por uma sombra e um batom que em minha opinião é um tanto chamativo, ele é vermelho o que realça um pouco a minha palidez.

—Vamos, Ally. – Minha mãe disse enquanto descia as escadas, mesmo os meus pais não estando presentes em quase um tudo o que se passa em minha vida, eu consegui convencer-los de arrumar um tempo para ir a minha formatura.

—Cadê o papai? –Questionei assim que ela já estava sentada ao meu lado no sofá.

—Ele está no carro, vamos? –Ela parecia estar meio nervosa e eu não entendi exatamente o porquê, decidi ignorar esse breve comentário e me levantei indo em direção a porta.

Olhei atrás de mim e vi que minha mãe ainda estava sentada no mesmo lugar de antes com o olhar fixo no nada.

—Mãe? –Tentei chamar sua atenção, no entanto foi em vão, ela continuou na mesma posição de antes.

—Mãe? –Elevei um pouco o tom de voz e só agora ela pareceu sair daquele transe e me olhou assustada.

—Desculpa filha, eu me perdi aqui, vamos. –Ela falava tudo muito rápido e eu não entendi quase nada e quando dei por mim ela já estava ao meu lado na porta a abrindo logo em seguida.

—Mãe, o que foi? –Segurei levemente em seu braço em uma forma de impedir que ela saísse sem me dizer o que a está deixando tão tensa.

—Não é nada Ally e nós já estamos atrasados para a sua formatura, vem. –Mais uma vez ela tentou ir para o lado de fora da casa e repetindo o mesmo gesto de antes eu a puxei mais uma vez.

—Por favor, mãe, me fala. –Eu supliquei a ela, minha mãe não estava normal, isso eu podia ver.

—Não faça o pacto. –Arregalei meus olhos, fiquei um tanto surpresa ao ponto até de soltar o braço de minha mãe sem que eu mesma percebesse isso. Eu nunca contei a ela sobre nada que tivesse relação com o pacto, mesmo com a Agnes vindo aqui em casa uma vez ou outra nem a minha mãe nem o meu pai estavam em casa, tirando aquele dia que a Cassidy e a Kira se reconciliaram, porém Agnes tanto entrou como saiu pela janela do meu quarto então, zero chances, então como a minha mãe sabe?

Quando dei por mim, ela já estava dentro do carro junto ao meu pai, mesmo um pouco atordoada com tudo o que se passava em minha cabeça, consegui fechar a porta atrás de mim, me juntando a eles no carro.

Ao contrário da minha mãe meu pai estava leve e descontraído como sempre, o que me faz pensar que ele não sabe de nada ou que a minha mãe não contou a ele, menos mal.

O caminho inteiro foi um clima dividido entre meu pai o meu PA cantando alegremente as músicas sem graça que tocavam no rádio e por parte da minha mãe ela não moveu um músculo o caminho inteiro, enquanto eu apenas retocava o meu batom com o reflexo do meu celular e sim eu passei o caminho inteiro retocando o batom pelo simples fato de que toda vez que eu me lembrava das palavras da minha mãe me batia um nervosismo e eu terminada mordendo tão forte os meus lábios a ponto de tirar grande parte do meu lindo e perfeito batom vermelho e assim foi todo o caminho até o meu colégio.

***

Chegando dentro do salão onde seria realizada a cerimônia, me separei dos meus pais, que foram se sentar junto aos outros pais. Eu não poderia falar com a minha mãe agora, mas ela não me escapa. Fui em direção ao banheiro ver como estava à maquiagem, depois do que a minha mãe falou acho bem capaz de o meu batom já ter até acabado.

Lá encontro Kira, Cassidy e Trish, na verdade não só elas como metade das garotas com quem eu estudo, todas iguais a mim, beca vermelha, a única coisa que diferencia cada uma de nós é a maquiagem e o s acessórios, tirando isso idênticas.

—Ui, minhas gatinhas estão deslumbrantes. –Falara enquanto retocava a maquiagem e ao mesmo tempo eu as olhava pelo reflexo do enorme espelho que decorava o banheiro.

—Digo o mesmo de você Ally, nem parece que odeia o colégio porque até que você esta vestida como gente para ele. –Cassy tentava prender o riso.

—HAHAHA que engraçado. –Mais sarcástismo o meu tom impossível. Preferi não falar sobre minha mãe saber sobre o pacto, não pelo banheiro estar lotado e sim porque elas não saberiam me responder nada, então apenas fingi que nada havia acontecido horas atrás.

—Você esta sabendo da novidade Ally? –Kira perguntou ignorando completamente o meu pequeno sarcasmos dirigido a Cassidy.

—VOCÊ ESTA GRÁVIDA? –Indaguei surpresa com a possibilidade que acabou de passar pela minha brilhante cabeçinha, percebi que todas as garotas do banheiro que antes estavam se maquiando,arrumando o vestido, tirando fotos, todas olhavam em direção a Kira, assim como eu com uma expressão de surpresa.

—Não Ally, credo, não tem nada haver com isso meu Deus. Eu estou falando que o Elliot me pediu em namoro. –Ela levantou, balançando freneticamente a mão direita para o ar, nela continha um anel com uma pedra preta em seu centro. Muito bonito em minha opinião.

—Quando ele pediu? –Fui em direção a sua mão a atacando logo em seguida, não a atacando necessariamente, no entanto eu quase arranquei a sua mão de tanto analisar o anel em seu dedo.

—Dois dias atrás, eu tentei falar com você, mas você não atendia. –Eu não avisei nada a nenhuma das três sobre ir para Nova Iorque, até porque nem eu sabia que iria pra lá. E nem vou contar, não preciso disser tudo o que acontece comigo a elas, só o que eu não esperava era perder essa novidade.

—Desculpo, eu realmente estava ocupada, mas me diz como foi que ele pediu? –Todas as garotas do banheiro ainda olhavam para a Kira, tão surpresas quanto eu.

Kira parecia não estar muito confortável com toda aquela situação então apenas falou:

—Depois te conto os detalhes. –Pisou para mim e voltou a retocar a maquiagem que eu havia atrapalhado quando cheguei a o banheiro.

Assenti brevemente, repetindo o seu ato,assim como a maioria das garotas do banheiro,tirando as que saíram logo em seguida, frustradas por não saber da fofoca da vez.

Depois desse pequeno diálogo sobre o namoro da Kira, todas fomos em direção ao palco da cerimônia, nós quatro sentamos na mesma fileira, os meninos estavam umas três ou quatro fileiras atrás da gente. Enquanto o diretor, professores e coordenadores se preparavam para começar o tão chato e clichê discurso de formatura, Kira me explicou toda a história de como foi o pedido de namoro do Elliot. Ele a pediu em namoro em um restaurante, nossa que fofo pena que chato.

—Tudo bem Kira vocês estão felizes e tudo, eu até entendo essa coisa de início de namoro onde tudo é um mar de rosas, mas agora que iremos nos formar como vocês irão se ver?Sei que todo moramos na mesma cidade, no entanto cada um vai seguir o seu caminho,você não tem medo de nada? –Eu realmente não entendo como eles arriscaram tanto em namorar agora, nessa fase onde cada um tem os seus próprios sonhos para senhor.

—Eu e o Elliot estamos no início do namoro, não é nada para se preocupar agora Ally e quanto essa fase de mudança que todos nós estamos passando, eu não quero pensar nisso agora, eu gosto do Elliot desde a 7° série, não somos mais crianças, sabemos que independente do lugar em que cada um de nós dois formos, iremos continuar do mesmo jeito de antes ou até mais forte, não quero pensar em coisas negativas, isso é só uma questão de ponto de vista. –Fiquei perplexa com as palavras de Kira, ela tem tanta certeza do que vai acontecer em sua vida, mesmo com problemas que talvez aconteçam ela tem na ponta da língua a solução para todos eles, admiro isso nela.

—Nossa você é incrível Kira. –Eu ainda estava chocada com tudo o que acabei de ouvir. Ela é tão decidida com o que quer da vida.

—Apenas não quero que nada me impeça de ser feliz. –Essa frase ficou um longo tempo em minha cabeça, girando em minha mente e só saiu quando foi interrompida pelo diretor com falta de sexo que começou a falar no microfone.

O discurso mais entediante impossível. Acho até que tinha aluno caindo da cadeira por causa de tanto sono que aquela merda de discurso do diretor. Eu já estava também quase entrando no grupo dos que estavam dormindo, se não fosse por meu celular que vibrou em minha mão.

Olhei na tela do mesmo e nele continha uma mensagem, não é do Francis se é que vocês pensaram isso e sim do Austin, desde que voltamos de Nova Iorque não nos falamos mais, Agnes sempre dava um jeito de pegar no meu pé para que eu decorasse todas as frases que serão necessárias no pacto.

Nela continha apenas uma frase ‘’Me encontre na sala do diretor dentro de cinco minutos’’ esse garoto só pode estar louco, nós estamos nos formando.

Ao invés de responder com um okay, sim ou apenas ter esperado à hora de ir para a sala, eu mandei uma mensagem como resposta ‘’Nós estamos nos formando caso você não saiba’’ após enviar, olhei para trás onde o loiro estava ele revirou os olhos em direção ao celular assim que provavelmente viu a minha mensagem e logo em seguida começou a digitar ‘’É sério eu preciso falar com você’’ dessa vez não respondi a sua mensagem, apenas visualizei e logo em seguida bloqueei o meu celular, não esperei os cinco minutos e logo me levantei para sair do auditório, não me importei por ser a única em meio de centenas de pessoas a me levantar enquanto todos estavam sentados assistindo atentamente ao discurso chato do meu querido professor.

—Aonde você vai? –Kira perguntou segurando levemente o meu braço.

—Nem eu mesma sei direito. –Dei um sorriso involuntário, lembrando da mensagem que recebi minutos atrás. Kira apenas me olho, acho que já sabendo que eu iria aprontar, porém não liguei e continuei o meu caminho, passando na frente das pessoas, mas foda-se ninguém ta achando a mínima graça nesse discurso.

***

Não demorei muito para chegar ao último andar onde fica a sala do diretor, por sorte a porta estava destrancada, entrei observando a sala que muitas vezes eu vim por todos os problemas que eu já me meti nesse colégio, fui em direção a janela, uma enorme janela que tem a vista de grande parte de Craisville, há abri um pouco e subi em cima dela logo em seguida, me sentando na mesma, me equilibrando para não cair o que seria algo tão irrelevante na minha vida. A brisa gélida massageava todo o meu corpo, meus cabelos voavam me causando uma sensação de liberdade.

Ouvi a porta sendo Aberta atrás de mim, para não cometer o mesmo erro da última vez, olhei para trás no intuito de ver quem era o ser que havia aberto a porta logo atrás de mim a porta, mesmo sabendo que era Austin não custava nada confirmar certo?

Depois de revelar minhas suspeitar voltei a observar a paisagem a minha frente, enquanto ouvia os passos dele vindo em direção a janela em que eu estava se sentando ao meu lado.

—O que você queria me dizer? –Questionei sem olhar em seus olhos, não teria porque fazer isso.

—O pacto é em um mês. –Vi pelo canto do olho que ele também não me olhava, estava perdido em seus próprios pensamentos.

—Eu sei disso. –O pacto ser em um mês estava m pouco óbvio.

—O que eu quero dizer é que falta um mês para tudo isso acabar. -Sua expressão não era de felicidade, alivio nem nada do tipo.

—Ainda não entendi qual é o problema. –O olhei,assim como minutos atrás ele não me encarava,seus olhos estavam mais entretidos com a vista que era proporcionada para nós.

—Eu na quero que depois que tudo isso acabe, nós nos tratemos como dois estranhos. –Sua voz estava tremula.

—Somo amigos Austin, o pacto não tem nada haver com isso. –Revirei os olhos.

—Eu sei, mas tudo começou por causa de um trabalho que fomos obrigados a fazê-lo juntos, de alguma forma fomos pressionados a convivermos juntos. –Austin parece estar cada vez mais confuso.

—Verdade nunca nos demos bem, nem nunca nos daremos por completamente isso é um fato. -Recostei minha cabeça na lateral fina da janela.

—O que eu quero dizer é que você é... Legal. –Sua voz saiu tremula e eu ri ao ouvir essa última parte. Austin não é o tipo de cara romântico e isso é umas das coisas que eu mais gosto nele, romantismo esta fora de moda e particularmente não faz o meu tempo, fora que não temos um romance.

—Você também é legar. –Dei um leve soco em seu ombro e ele sorriu.

—Sabe nós iremos nos formar, o pacto vai ser feito em um mês e depois?Vamos continuar como estamos agora? –Seus olhos demonstravam medo e eu podia ver isso, também tenho medo, admito, no entanto não é algo que devemos nós preocupar agora.

—Como assim como nós estamos?Somos amigos Austin. –Franzi o cenho.

—Eu sei, o que eu estou tentando dizer é que não somos apenas amigos, somos ‘’amigos’’. –Deu aspas na última parte.

—E amizade colorida só tem dois caminhos, ou termina em namoro ou nos dois se tratando como totais desconhecidos. –Continuou e só agora eu entendi o que ele estava querendo dizer. Austin não é de falar sobre os seus sentimentos se bem que eu não posso julgá-lo, também não sou a pessoa mais aberta no mundo, porém nesse momento eu senti como foi difícil para ele dizer isso, Austin não é o tipo de cara que eu penso para viver o resto da minha vida, ou até mesmo para um namoro, ele é livre, frio, não se prenderia a uma família sem contar que somo apenas amigos com benefícios, isso não ira para frente. Com essa última frase dele eu poderia entender que ou ele queria dar um passo adiante em nosso ‘’relacionamento’’ou apenas acabar com tudo de vez, encostei minha cabeça em seu ombro, o vento ainda estava forte e gélido o que eu amo. Na duvida apenas respondi uma coisa que no momento é o que eu quero pra mim.

—Eu só espero que tudo continue do jeito que está...