00 - As Crônicas de Sheeba escrita por alinecarneirohp


Capítulo 16
Emissão Mágica Involuntária




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/644852/chapter/16

Hogwarts, primavera de 1977
Toda brincadeira um dia perde a graça... e foi assim com a guerra de namoro entre Sirius e Sheeba. Em pouquíssimo tempo Sirius sentia-se irritado apenas em ouvir a voz de Artemis, e Sheeba ficava parada ao lado de Lúcio como um boneco enquanto ele se exibia com ela para seus amigos verem. Os namoros só continuaram porque ela e Sirius não queriam dar o braço a torcer e terminar primeiro... Sheeba tentava desagradar Lúcio ao máximo para ver se levava um fora, mas parecia que ele não estava disposto a larga-la para que Sirius pegasse. Os feriados de Natal vieram e se foram, a primavera chegou e com ela o fim da temporada de quadribol.
No fim do ano anterior, a Sonserina quebrara a série de vitórias da Grifnória, Atlantis, que agora já não namorava a apanhadora do time, era um exímio jogador e um grande estrategista de Quadribol, comentava-se que um time que tivesse do mesmo lado ele e Tiago seria com certeza imbatível. No dia seguinte de uma visita a Hogsmeade, em que Sheeba sentira-se muito mal ao lado de Lúcio, vendo à distância Sirius desfeitear Artemis seguidamente, ela foi procurar Lilian depois da aula de feitiços, que as duas turmas tinham juntas. A amiga estava fria com ela desde que começara a namorar Malfoy.
– Lilian... eu queria te fazer uma pergunta.
– Termine. Hoje mesmo.
– Como você sabe o que eu vou perguntar?
– Porque obviamente você deveria falar do que está errado na sua vida, e esse namoro é a coisa mais estúpida e estapafúrdia que eu já vi na vida... até o Malfoy já notou que você não gosta dele...
– Eu acho que ele manda demais na minha vida... quer dizer, ele bem que tenta...
– Mas você, como boa sabe tudo, não permite – uma voz que ela conhecia bem disse exatamente atrás dela. Ela virou-se furiosa e disse:
– Meta-se com a sua vida, Sirius Black! – e saiu andando pelo corredor, sem saber onde ia direito como fazia quando discutiam. Ele veio atrás dela e em pouco tempo, eles estavam gritando.
– PORQUE VOCÊ NÃO CUIDA DA SUA VIDA? TEM QUE SE METER NA VIDA DOS OUTROS? NÃO BASTA OS FORAS QUE DÁ NA NAMORADINHA NÃO?
– PENSA QUE EU NÃO VI? PENSA QUE EU NÃO VI VOCÊ ME OLHANDO NO DIA DO BAILE?
– SE VIU É PORQUE ESTAVA ME OLHANDO TAMBÉM... VOCÊ VIVE TOMANDO CONTA DA MINHA VIDA!!
– E SE ESTIVESSE OLHANDO?
– QUEM VOCÊ PENSA QUE É, SEU PANACA? QUEM TE DISSE QUE EU QUERO SABER SUA OPINIÃO? QUANTAS VEZES EU TENHO QUE TE DIZER QUE NÃO QUERO VOCE ESCUTANDO MINHAS CONVERSAS NO MALDITO CORREDOR?
– EU NÃO ESTAVA OUVINDO SUA CONVERSA, SUA NOJENTINHA! EU ESTAVA PASSANDO QUANDO TE OUVI “LÍLIAN, O QUE VOCÊ ACHA? LÚCIO NÃO ESTÁ TENTANDO MANDAR DEMAIS NA MINHA VIDA????
– COMO VOCÊ SE ATREVE A ME IMITAR, SEU CRETINO? - Sheeba quase encostou sua varinha no peito de Sirius, que bufou e gritou:
– EU SEI O QUE VOCÊ PRECISA, SENHORITA SHEEBA SABE TUDO, LARGUE AQUELE PANACA DO MALFOY E FIQUE COMIGO, SABE DO QUE VOCÊ PRECISA??? PRECISA DE UM HOMEM DE VERDADE, E ESSE HOMEM SOU EU! - ele a agarrou brutalmente pelos ombros e fez uma coisa inesperada, colou seus lábios aos dela no que pretendia que fosse um beijo. Assustada, Sheeba viu uma faísca azul sair de sua varinha e bater no peito dele, jogando-o longe. Ela estava trêmula e sentia-se furiosa, não era assim que o queria.
– NUNCA MAIS FAÇA ISSO, SIRIUS ARROGANTE BLACK! EU NÃO VOU ME METER COM ALGUÉM QUE TEM A CORAGEM DE BEIJAR AQUELA COBRA DA ARTEMIS MOORE! – Ela saiu pelo corredor e ele tomou a direção oposta. Quando chegou a um ponto escondido, Sheeba desabou trêmula sobre uma cadeira. Pôs a mão no peito, que subia e descia como se ela tivesse feito um enorme esforço, o coração batia tão rápido que ela podia quase escutá-lo. Ela finalmente se deu conta que Sirius confessara. Ele dissera com todas as letras que a amava, do jeito dele, mas dissera. Então se lembrou que ainda namorava Lúcio... precisava resolver isso.
Naquela mesma tarde soube por alguém que Sirius brigara de vez com Artemis, e foi procurar Lúcio, mas não o encontrou em lugar algum... estava segurando-se para não falar com Sirius antes de terminar com Lúcio, mas viu-o dobrando o corredor naquela noite.. ele já estava desimpedido, ela não. E para sua surpresa, ele a ignorou, não falou com ela, sequer a olhou. Uma raiva apoderou-se dela...como ele dizia que gostava dela depois a ignorava? Isso não era justo. Se era assim ia continuar com Lúcio.
O seu conceito de “continuar” foi bastante relativo... nas três semanas seguintes, ela procurou estar o mínimo possível com o namorado... Lúcio Malfoy fazia uma encenação de apaixonado ferido, mas ela achava que na verdade ele queria era atrapalhar sua vida, ele que sempre fora uma espécie de persona non grata por sua arrogância e empáfia... ela então, decidiu-se na manhã da véspera do jogo de quadribol... não ia ficar na arquibancada da Sonserina ao lado de Lúcio durante o jogo. Achou-o no corredor. Ele olhou-a com seu sorriso cínico:
– Olá, meu amor...
– Eu preciso falar com você... acabou, nós não podemos mais ficar juntos.
– Sheeba... mas eu gosto de você, entende?
– Lúcio, eu sei que você gosta de mim, você já me disse isso mil vezes... mas não dá. Nós não combinamos... estamos juntos há mais de três meses e não podemos mais continuar...
– Sheeba, não faça isso comigo. Eu não posso perder você. Eu te amo.
– Você não me ama, Lúcio, só quer me exibir para seus amigos... escute, acabou. Eu não gosto de você!
– É por causa daquele canalha do Black, não é? É dele que você gosta.
– E se for?
– Você vai ser muito infeliz, Sheeba, a família dele é amaldiçoada, sabia?
– Isso é uma bobagem.
– Bobagem? Você sabe o que aconteceu com o irmão dele? A família dele foi toda amaldiçoada pelos vampiros... você sabe, os tios, o irmão... todos! Ele vai ser o próximo.
– Quer saber, Lúcio, me esqueça!
– Vai, corre para os braços daquele amaldiçoado!
Sheeba correu, lágrimas involuntárias vieram ao seus olhos, ela estava profundamente arrependida de um dia ter começado a namorar Lúcio. Sirius podia não querer mais nada com ela... mas ela não ia continuar com a farsa.
Aquela noite, quando tirou as luvas para sua toalete noturna, com muito esforço fez um furo em uma delas... era difícil furar o tecido mágico, mas depois de uma hora conseguiu... por aquele furo ela saberia se Sirius ainda gostava dela... tinha que encontrar uma oportunidade.

–----
O campo de Quadribol estava lotado para a final. Sirius estava escondido no último lance da arquibancada, atrás de uma grande bandeira, queria saber onde ela sentaria... ele ouvira o boato que ela terminara com o Malfoy... restava saber se era verdade realmente. Ele viu quando ela sentou-se lá embaixo, ao lado de Lilian, e discretamente, desceu as escadas e postou-se atrás das duas.
Sheeba havia olhado para os dois lados do campo antes de sentar-se. Ela não viu Sirius, não era possível que ele perdesse a final... mas Lilian a distraiu.
– Posso pegar em sua mão? Eu fico nervosa...
– Lilian, você massacra minhas mãos com seu nervosismo! – Lilian sorriu e Sheeba entregou-lhe mau humorada a mão direita, a da luva com um furinho. O jogo começou e Lilian apertava dolorosamente a mão de Sheeba, que de vez em quando fazia uma careta de dor, reclamando:
– Aiiii, Lilian!
– Ai, meu Deus, pênalti para a Sonserina!
– Eu vi!!! Pelo amor de Deus, não arranque minha mão. – Um pressentimento foi nascendo conforme Lilian tinha contato com o pequeno pedaço de pele aparente sob o furo em sua luva... repentinamente, Tiago veio na direção da arquibancada e capturou o pomo diretamente sobre as duas. Lilian olhava para ele sorrindo, radiante. Ele parou na vassoura, sorriu e piscou-lhe um olho. Então Sheeba teve certeza e disse:
– Você vai se casar com Tiago Potter! – Lilian arregalou os olhos e disse:
– Sheeba?? Como?
– Porque você nunca me disse que gostava dele? Ele é apaixonado por você!
– Sheeba, como você sabe que eu... – Lilian ficou vermelha e Sheeba riu, mostrando o furo na luva.
– O Toque de Prometeu não mente...
– Porque você fez esse furo?
– Para saber se Sirius está interessado em alguém.
– Não é preciso ter Toque de Prometeu para saber que eu quero namorar você, Sheeba Amapoulos. – ela virou-se e deu com ele olhando para ela, sério. Num segundo, Lilian havia desaparecido. Sheeba tentou ficar furiosa, mas não conseguiu. Levantou-se, sem saber o que dizer, Sirius a seguiu.
– Você não deveria escutar as conversas dos outros... – ele sorriu e decidiu entrar no jogo dela:
– Você não deveria fazer furos em suas luvas... isso é muito, muito errado mesmo, monitora. – ela ia andando e ele ia atrás, na direção do castelo.
– Você devia ter me pedido desculpas quando nós brigamos
– Você podia ter me entendido em vez de ficar cuspindo acusações.
– Você devia ter dito que gostava de mim há mais tempo. – agora estava subindo as escadas, sem saber aonde ia, como era comum quando eles discutiam.
– Você podia ser menos teimosa
– Você podia ser menos cabeça dura
– Você podia ser menos esquentada
– Você podia me ouvir de vez em quando... – eles agora subiam as escadas rapidamente, ela não queria parar para encará-lo... enquanto houvesse uma escada para subir, ela subiria.
– Você podia parar e me escutar... agora, de preferência.
– Você não devia ter tentado me beijar a força...
– Você bem que podia ter deixado eu te beijar... acho que você ia gostar
– Você deveria deixar de ser tão arrogante. – Sheeba abriu uma porta e descobriu que haviam chegado no topo da Torre Oeste... Dali podiam ver Hogwarts inteira o Lago, as montanhas. Eles ficaram um instante mudos, ele estava bem atrás dela e disse:
– Você podia responder uma pergunta... quer ou não me namorar? – ela virou-se, incapaz de dizer uma resposta e deu um passo na direção dele, que fez o mesmo, abraçando-a e procurando os lábios dela com os seus.
Nunca ela imaginara o quanto um beijo podia ser mágico. Quando seus lábios se tocaram, e a fome que sentiam um do outro finalmente aflorou, um raio cortou o céu e atingiu a torre Norte, ela sentia seus lábios nos dele, e a sensação era de atravessar um campo em chamas durante a chuva... calor e frio, eles se agarravam, querendo recuperar todo o tempo que haviam perdido em brigas inúteis... Sheeba sentiu seus pés saírem do chão... estavam levitando! O vento cortava a torre oeste, zumbindo nos seus ouvidos, mas eles estavam presos um no outro... todas as corujas do corujal repentinamente levantaram vôo, e passaram sobre eles, piando ao mesmo tempo, o barulho de suas asas era ensurdecedor, mas quem se importava? Sheeba estava quase sem fôlego quando finalmente abriu os olhos e disse:
– Sirius... estamos levitando.
– Fica provado que somos feitos um para o outro... isso é emissão mágica involuntária. – eles estavam baixando lentamente, até que seus pés tocaram o chão da torre oeste. Ela olhava o rosto dele amando cada pedacinho... ele sorriu.
– Eu te amo, Sirius Black.
– Não menos que eu amo você. – ele disse procurando novamente beijá-la e ficou murmurando, com os lábios roçando os seus: - eu nem sei há quanto tempo eu quero fazer isso... há quanto tempo eu tenho vontade de ficar com você...
– E eu, você sabe há quanto tempo eu te amo? Porque a gente tinha que se machucar tanto?
– Porque somos dois idiotas estúpidos e patéticos como o Lupin disse. Almas gêmeas na nossa estupidez...
– Você não devia ter namorado a Moore... – ela disse nos lábios dele, rindo provocadora.
– Nem você o Malfoy – ele devolveu, mordiscando-lhe os lábios - Vamos esquecer o passado... temos que nos preocupar com o que vem pela frente... promete que nunca vai me deixar?
– Prometo. Você me promete o mesmo?
– Nem dez Lords das Trevas me separariam de você – ele disse, beijando-a
Era uma pena, mas ele estava enganado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "00 - As Crônicas de Sheeba" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.