Marcas do Mal escrita por Dark Forest


Capítulo 2
Viajando com uma estranha.




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Lá estava ele, caminhando em meio ao asfalto deserto onde um carro passava a cada duas horas, suas pernas doíam e a cicatriz em seu abdome mais ainda. Não existiam mais casas, apenas árvores para onde quer que olhasse, uma brisa fria batia contra seu rosto e fazia com que seus poros se abrisse quase que instintivamente. Pelo menos não estava com fome, pois antes de sair da casa de Courtney havia comido um café da manhã reforçado para conseguir chegar até o ponto de ônibus de pé e não desmaiar à cada quinze passos. Vez outra ele tentava imaginar sua família em casa, preocupada por ainda não terem seu filho consigo. O pai provavelmente estaria bêbado e a mãe chorando o tempo inteiro. E seus amigos? Como estariam após três anos? Com certeza não lembravam mais nem da sua existência, a namorada transando com qualquer um, sem se importar com nada. Se bem que sua vida não era tão interessante como queria. Cessou os passos assim que conseguiu enxergar a pequena construção na beira da pista, ali estava o tal ponto. Derek retirou a mochila que Courtney tinha o dado e sentou-se no banco de plástico grosso, mais ao lado havia uma panfleto indicando quando o próximo ônibus passaria, uma hora e meia, ou apenas uma, se nada de errado ocorrer.

[..]

O garoto se levantou quase que em um pulo assim que o roncar do motor do ônibus pôde ser escutado, ele estava praticamente vazio, diversos lugares sem ninguém, mas Derek queria se sentar no fundo, perto da janela. Caminhou pausadamente, segurando na barra de apoio para não bolar pela estreita passarela que separava as poltronas azuis. Lateral direita, quatro assentos, um ocupado por uma menina pálida de cabelos curtos e negros.
– Com licença... - Disse ao passar por ela. - Posso me sentar aqui?
– Claro. - A garota respondeu de imediato, colocando o braço apoiado no assento mais à frente.
Derek fitou o pulso direito dela com curiosidade, possuía a mesma cicatriz que ele tinha no abdome, só que já sarada e provavelmente indolor.
– Me chamo Derek, prazer. - Esticou a mão na direção da morena, em sinal de cumprimento.
– Lílian, igualmente. - Ela apertou a mão do ruivo e recolheu o braço imediatamente.
– Sua cicatriz, parece muito com a minha...
– O quê?! - Lílian gritou e no mesmo instante tapou a boca, seus olhos azuis estavam esbugalhados como os de uma coruja. - Você tem a cicatriz? Não, não, por favor, não... - Surrou.
– Sim... Eu tenho. - Confuso, ele levantou a barra da blusa e mostrou a cicatriz, que ainda estava por se curar.
– Merda, estamos ferrados.
– Por que? O que essa marca idiota tem de demais? - Indagou.
– Precisamos sair daqui imediatamente! - A morena se levantou ligeiramente e puxou Derek pelo braço.
– Mas que porra é essa?
Antes que o ruivo pudesse se opor, os dois já estavam fora do ônibus.
– Será que você pode, por favor, me explicar o que acabou de acontecer? - Cruzou os braços e uniu as sobrancelhas, fitando Lílian com seus olhos verde-claros. - Porque eu, sinceramente, não peguei.
– Você não entende, droga. Essa marca é muito perigosa, e quando há duas ou mais pessoas com ela no mesmo local, se torna mais ainda. Temos de ir à Portland agora mesmo para dar uma olhada na sua, ou ela pode te matar.
– O quê?! - Franziu o cenho e se afastou cuidadosamente. - Não podemos, graças à você estamos sem transporte.
– Quem disse? - Ela desenhou um sorrisinho sínico nos lábios rosados e agarrou o braço do ruivo novamente. Derek fechou os olhos por um segundo e quando abriu, estava no meio de uma floresta.
– MAS QUE MERDA FOI ESSA?! - O garoto gritou, arregalando os olhos.
– Precisamos sair daqui, ainda é perigoso para você e para mim. - Lílian começou a caminhar, afastando alguns galhos secos que atrapalhavam sua passagem.
– Deus do céu, onde eu fui me meter?


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