Nova fase' escrita por HungerGames


Capítulo 26
Extra part.2




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Infelizmente o fim de semana passa como um piscar de olhos e logo estou de volta ao Treze, o treinamento continua com todo ritmo, também conseguimos nos divertir nos intervalos, as noites aqui não são tão animadas quanto estou acostumado mas dá pra aproveitar, ncomo não posso ir pra casa nesse fim de semana, acabo tendo que me conformar com a noite do Treze mesmo, eu e John damos uma volta pelo Distrito todo praticamente e então acabamos em um bar que fica na parte de cima e não do subsolo, já que lá embaixo as regras são mais chatas, a noite não estava das melhores mas depois de alguns drinks, acabo no quarto de uma morena muito bonita, Sally, ela é bem divertida, um pouco agitada demais, principalmente depois de algumas doses, mas realmente foi uma madrugada que valeu a pena.
— Oh meu Deus, você tem que sair daqui, agora – ela quase me empurra da cama.
— Ainda tenho alguns minutos – falo puxando ela pra mim novamente.
— Eu tenho namorado! Ninguém pode te ver aqui!
— Você tem o quê? – dessa vez sou eu quem pulo da cama sem conseguir acreditar no que ouvi.
— Você tem que ir embora! – ela fala me jogando minha calça e meus sapatos, eu começo a vestir a calça e ela também se veste.
— Qual seu problema? Por que não me disse nada ontem? – ela para e me encara – Você tem namorado! – repito como se ainda não tivesse acreditando.
— Só vai embora! – ela abre a porta, pego meus sapatos e minha camisa e saio do quarto dela, o corredor ainda não está movimentado então corro até o elevador e consigo chegar ao meu quarto sem problemas.
— Ela tem namorado né? – John pergunta assim que entro.
— Obrigado por avisar! – falo me jogando na minha cama.
— Eu não sabia, mas você tá segurando os sapatos, sem camisa e com a calça aberta, então... – ele dá de ombro, então começo a rir e ele ri junto comigo.
No fim de semana seguinte mal posso esperar pra contar essa história pra Luiza, tenho certeza que ela vai morrer de rir, sem falar que vai acabar me zoando também e com certeza será uma daquelas boas histórias, mas quando chego no Doze, descubro que ela não está no Distrito, parece que foi visitar uns amigos no Distrito Sete e esqueceu de me avisar, ligo pra ela da casa dos meus pais e ela pede desculpas, mas que decidiu muito rápido, por que é aniversário de uma amiga que morava no orfanato com ela, terá uma festa surpresa essa noite e ela teve que ir correndo pra lá, sem ter tempo de mais nada, eu desejo uma boa festa pra ela e que eles divirtam, então passo o dia todo com meus pais, no fim da tarde vou com Theo pra quadra treinar um pouco de basquete, depois pegamos o Lucca e vamos pra sorveteria junto com Boldo que tenta correr atrás de todos os pássaros que ele vê, quando vou deixar eles em casa já anoiteceu e Pyter está lavando o carro.
— Soube que você foi abandonado esse fim de semana... – ele fala implicando comigo fingindo uma cara de choro.
— HÁ HÁ HÁ – mostro o dedo do meio e entro em casa.
— O que você acha da gente ir jantar naquele restaurante do Centro? – papai pergunta assim que entro.
— A mamãe já sabe disso?
— Tem cozido de carneiro lá – ele fala e eu acabo rindo, por que apenas isso é suficiente pra convencê-la.
— Vou tomar banho e me trocar!
— Saímos em uma hora – ele avisa enquanto corro pro meu quarto.
O jantar foi muito bom, a comida estava ótima e a torta de limão que pedi na sobremesa tão boa que mamãe comeu a dela e metade da minha, na volta papai insiste em passarmos pela Campina, um dos lugares preferidos dele, ele compra uma rosa de uma menina que estava vendendo e entrega pra mamãe que revira os olhos, mas sorri antes lhe dar um beijo rápido.
— Vocês tão me enjoando – eu falo e eles riem, depois voltamos pra casa.
No domingo ajudo na padaria, o que acabou não parecendo tão ruim depois do castigo que tivemos e tenho que admitir que é legal fica aqui, quando saio da padaria passo no Chris, almoçamos juntos e no fim da tarde pego o trem e recomeço minha nova rotina.
Só consigo folga novamente duas semanas depois. Quando chego no Distrito vou direto pro apartamento da Luiza, mal falei com ela nessas ultimas duas semanas e sinto que ela está me evitando por alguma coisa que ainda não entendi, por isso vou sem avisar, toco a campainha e dessa vez quem me recebe não é a Luiza e sim Amanda, ela parece surpresa em me ver.
— A Lu tá aí?
— Tá, acho que tá dormindo, mas vai lá... – ela sorri e me deixa entrar, vou até o quarto da Luiza, entro sem bater mas a cama está vazia.
— Pietro?! – ela entra no quarto e parece ter levado um susto, provavelmente estava no banheiro – O que você tá fazendo aqui?
— As coisas mudaram bastante desde o abraço apertado pra agora ein... – ela revira os olhos, mas nega e me dá um abraço que nem de longe se parece com o que recebi na minha primeira volta pra casa ou com qualquer outro que ela já tenha me dado, então com certeza aconteceu alguma coisa.
— Só não esperava você aqui! – ela dá de ombros e passa por mim e se senta na cama – E como tá o curso? 
— Lu, não me enrola, o que tá pegando? Eu fiz alguma coisa? Por que tem alguma coisa errada aqui e eu não consigo entender o que houve... – ela respira fundo como se quisesse evitar esse assunto – Eu não vou desistir – eu falo e me sento na cadeira giratória, rodo e me empurro até ela, que mesmo com o impacto forte, ela acaba rindo.
— Eu sinto sua falta! – ela fala com um sorriso meio nostálgico.
— Então por isso você me evita e nada de abraços de verdade? – pergunto com ironia e abro os braços esperando por ela, mas ela apenas ri e nega.
— Eu realmente sinto sua falta! – ela repete com mais destaque.
— Eu também sinto sua falta! Aquilo lá é meio chato e você é minha melhor amiga então... Claro que sinto sua falta também
— Não, Pietro. Você não tá entendendo. EU...SINTO...SUA...FALTA! – ela repete e me olha de um jeito diferente, como se estivesse envergonhada, mas nunca tivemos isso entre nós – Eu... Eu não consigo ir pro Delphic e ficar com outros caras por que... Eu sinto sua falta... Eu não consigo atender o Dom ou sair com ele ou sequer olhar pra cara dele por que eu sinto sua falta... Eu não consigo olhar pra essa cadeira idiota por que eu sinto sua falta... Não consigo pegar uma garrafa e vinho e beber no sofá por que eu sinto sua falta, as vezes eu nem consigo dormir, por que eu realmente, de verdade, sinto sua falta... – ela confessa e evita me olhar, eu tento entender o que tudo isso significa mas antes que eu chegue a conclusão, ela fala – Eu acho que não posso mais ser sua melhor amiga, por que eu não sinto sua falta só como meu melhor amigo – dessa vez ela levanta o rosto e me olha nos olhos – Tá vendo?! Era isso que eu queria evitar – ela fala e aponta pra mim.
— O quê?
— Essa sua cara de assustado!
— Não tô assustado – ela me encara desconfiada – Surpreso, talvez!
— Tá tudo bem se você estiver, eu também tô – ela confessa e me força um sorriso – Eu nunca senti isso antes e honestamente achei que fosse a prova dessas coisas... é só que... Eu não consegui evitar!
— Lu, eu...
— Eu sei, você não quer nada disso! Não tem que se preocupar comigo...
— É claro que me preocupo com você – eu seguro as mãos dela e pulo pra cama.
— Será que a gente pode esquecer isso e só... Continuarmos amigos? – ela pergunta me olhando de um jeito duvidoso – Eu sei que andei meio afastada esses dias, mas eu só tava digerindo isso tudo, tentando entender o que tava acontecendo... Mas eu não quero perder você por causa disso...
— Tá doida? Você não vai me perder! – eu garanto e ela sorri e me abraça, eu a abraço de volta.
— A gente pode sair essa noite e relembrar os velhos tempos? – ela pede levantando a cabeça do meu peito e me olhando com um sorriso que seria difícil de negar algo.
— Acho uma ótima ideia! – concordo e dou um beijo na testa dela que volta a encostar a cabeça no meu peito.
— Você precisa lavar o cabelo – falo e ela se afasta de mim e me encara, eu dou de ombros.
— Você é um idiota! – ela fala mas ri – Quer saber? Cai fora! Eu tenho mesmo que lavar o cabelo e você precisa ir ver sua família, então...
— Te pego as onze?
— A gente se encontra as onze – eu concordo e então vou pra casa.
Passo o dia todo com eles e a noite na hora marcada vou pro Delphic, assim que entro e me aproximo do bar vejo Luiza, na verdade levo alguns segundos pra confirmar que é mesmo, ela está com o cabelo com luzes claras, um vestido preto curto, que se prende se prende no pescoço dela, eu faço uma cara de impressionado e realmente estou, já vi ela arrumada muitas vezes, mas hoje, ela conseguiu se superar, quando me aproximo, ela ainda dá uma voltinha, o vestido tem uma abertura atrás que deixa as costas nua.
— UAU! – eu falo assim que ela para de frente pra mim de novo.
— Pode falar, ela tá incrível né? – Amanda fala também olhando pra ela.
— Agora eu entendi por que parece que tem mais seguranças por aqui – eu falo e Luiza ri mas revira os olhos negando – Posso te pagar uma bebida? – pergunto dando uma piscada pra ela que ri e estica a mão pra que eu pegue, nós rimos e me junto a elas no bar, logo o namorado da Amanda aparece e eles vão pra pista de dança, nós ainda ficamos bebendo mais um pouco e relembrando das primeiras vezes que saímos juntos, até que começa uma das músicas que ela gosta e sou praticamente arrastado pro meio da pista, nós dançamos e rimos como não faço desde que comecei o curso, realmente não tem comparação as noites daqui com as de lá, estávamos dançando uma música ainda mais animada quando um cara se aproximou dela, ele falou algo e fez um sinal pra nós dois, provavelmente perguntando se estávamos juntos, ela negou e então ele se aproximou mais dela e falou algo no seu ouvido que a fez rir, então com o recado recebido, eu me afasto e deixo os dois dançando, acabo saindo da pista e volto pro bar, peço uma cerveja e observo eles que continuam dançando e conversando, ele se aproveita da musica alta pra falar no ouvido dela, a mão que começou no meio das costas já desceu bastante e mesmo eu já tendo usado essa técnica acho um pouco exagerado, ele começa a mexer no cabelo dela, ela se esquiva um pouco mas não afasta a mão dele da sua cintura, eu termino minha cerveja e viro de costas pra pista.
— Olha só quem voltou! – me viro e vejo Jayle parada e me olhando com um sorriso malicioso – Achei que nunca fosse ver essa cena...
— Que cena?
— Você! Bebendo sozinho! – ela fala e faz uma cara de impressionada.
— Acho que não estou mais sozinho... – ofereço minha garrafa pra ela, que sorri e aceita, dando um gole sem desviar os olhos do meu.
— Você também pode me chamar pra dançar, se quiser – ela sugere e eu acabo rindo, mas bebo mais um gole da cerveja, me levanto e estico a mão pra ela que segura a minha sorrindo, vamos para a pista de dança e dançamos juntos por umas duas músicas – Achei que vocês estavam juntos – ela fala me mostrando Luiza e o tal cara ainda dançando e rindo.
— Não, a gente não tá junto!
— É, percebi – ela ri e eu forço um sorriso, então não sei por que motivo, eu apenas beijo ela, um beijo longo e demorado, ela sorri assim que o beijo acaba e eu forço outro sorriso, por que na verdade nem sei por que beijei ela, eu não tinha nenhum plano de ficar com ela nem nada, até por que tinha feito uma promessa pra Luiza, assim que me lembro disso olho para onde ela estava dançando com o cara e não os vejo mais, antes que eu possa falar alguma coisa Jayle me beija, dessa vez acabo com o beijo bem mais rápido.
— Eu tenho que ir ali rapidinho – falo e antes de alguma resposta, saio e deixo ela na pista, chego no bar e não encontro Luiza, mas vejo o cara que estava com ela.
— A menina que tava com você? – pergunto quando me aproximo dele.
— Sei lá, ela é maluca, saiu correndo do nada – ele fala parecendo realmente confuso, eu deixo ele sozinho também e vou olhar do outro lado onde ficam os sofás, mas também não encontro ela, então saio e assim que chego do lado de fora ainda consigo ver ela indo embora, já na metade da rua.
— EI!! – eu grito e corro até ela, alcanço-a mas ela não para de andar – O cara te fez alguma coisa? – pergunto preocupado e ela para e então se vira pra mim, a maquiagem que estava intacta agora escorre pelo rosto dela junto com as lagrimas e então fico ainda mais preocupado, me aproximo dela e tento encostar nela pra acalmá-la mas ela se esquiva de mim – O que ele te fez?
— Qual seu problema? – ela pergunta pra mim parecendo realmente com raiva.
— Eu? – pergunto confuso, então ela balança a cabeça como se não fizesse sentido e volta a andar, eu corro até ela – É por causa da Jayle? Foi mal, eu nem sei por que beijei ela...
— Por que você é um idiota, um imbecil, um babaca egoísta, é por isso...
— Luiza, eu sei que você não gosta dela mas...
— Meus Deus como você é... Eu nem sei como te chamar...
— Você pode me explicar o que tá acontecendo aqui? Por que com certeza não é só por que eu fiquei com ela
— Não, Pietro, não é! É por que eu pensei que por trás de toda essa sua faixada de pegador, descolado ou sei lá o quê, que você pudesse ter um pouquinho, mas só um pouquinho de decência... MEU DEUS, como eu sou burra, burra, burra, mil vezes burra – ela fala batendo na própria cabeça.
— Luiza, para! O que tá acontecendo? – seguro ela pelos braços, mas ela se rebate e se solta de mim.
— Eu te disse o que eu tava sentindo, eu disse como foi difícil pra mim tentar entender o que era isso e a primeira coisa que você faz é me trazer aqui e beijar a garota que eu mais odeio no mundo bem na minha frente... Eu entendo que você não sinta o mesmo que eu, entendo que queira fingir que nada aconteceu, entendo tudo isso, mas eu esperava que você pelo menos me respeitasse como sua amiga, que você tivesse pelo menos um mínimo de consideração por mim... Eu... Eu realmente esperei isso de você, Pietro, e olha só o que você fez... – ela volta a chorar mas esfrega o rosto e tenta se manter firme.
— Achei que nós tínhamos concordado em voltar a ser como sempre foi
— E você realmente acha que alguém consegue desligar um sentimento assim, em algumas horas? Tudo bem que você não entenda nada sobre amor ou paixão mas eu acho que só um pouquinho de inteligência te responderia essa pergunta...
— Olha só, me desculpa ok? Mas eu achei que estivesse tudo bem, você tava lá toda cheia de risadas e conversa com aquele cara, eu achei que tivesse tudo bem...
— Ah não! Você não vai jogar isso pra cima de mim não! Eu não fiquei com ele, eu nem pensei em ficar com alguém hoje, eu só vim aqui por que... – ela para e desvia os olhos, então volta a me olhar – Por que ia significar ficar perto de você por mais algumas horas, por que eu achei que seria divertido, que mesmo que eu não tivesse você do jeito que eu quero, eu teria pelo menos meu melhor amigo rindo, bebendo e dançando comigo, por isso eu vim... Mas você tinha que estragar isso...
— Lu, por favor, eu nunca quis te magoar, me desculpa... A gente pode recomeçar? – ela nega.
— Não! A gente não pode recomeçar! – ela fala e fica ainda mais firme – Quer saber? Eu estava errada quando eu disse que o sentimento não pode mudar tão rápido, por que pode... Eu acordei hoje apaixonada por você, contando os segundos pra poder ver você de novo e agora... Eu só quero que você saia da minha frente, que desapareça da minha vida...
— Lu... – eu tento toca nela de novo e ela dá um passo pra trás.
— Se você tem o mínimo de consideração ou respeito por mim, por favor, não fala mais comigo! Nunca mais! – ela exige e então vira as costas e volta a andar e eu fico parado no meio da rua vendo ela ir embora, penso em correr atrás dela de novo mas do jeito que ela tá vai ser impossível conseguir conversar, além do mais, eu nem sei o que dizer, o que ela quer não posso dar a ela, então apenas continuo parado olhando ela ir.
— AHHHH moleque, quem é vivo sempre volta né? – Chris fala já pulando nas minhas costas e bagunçando meu cabelo, Luiza já sumiu de vista então me viro pra ele – Que cara é essa? A noite tá tão fraca assim?
— A Luiza surtou! – eu falo e ele me solta e me olha confuso.
— Como assim?
— Ela disse que tá apaixonada por mim...
— Tá, isso todo mundo já sabe! – ele dá de ombros.
— E eu fiquei com a Jayle – agora sim ele parece surpreso.
— Ela te disse que estava apaixonada antes ou depois de você ficar com a Jayle?
— Antes! Mas disse que era pra gente esquecer isso e voltar ao normal...
— E claro que você entendeu que era isso que você devia fazer...
— Ela também tava com um cara, tava toda sorrisos e gargalhadas com ele...
— E isso foi antes de você ficar com a Jayle?
— Foi!
— Ok! Você precisa de uma garrafa de vodca! – ele fala batendo no meu ombro e me leva para dentro de novo, alcançamos o bar e passamos praticamente o resto da noite aqui.
Provavelmente isso explica o motivo da minha ressaca na manhã seguinte, minha cabeça parece que vai explodir e eu mal consigo abrir os olhos, por isso passo a manhã toda deitado, até que mamãe entra no quarto, abro os olhos e ela se aproxima da cama, se senta e passa a mão pelo meu cabelo.
— Toma isso – ela fala me esticando uma caneca, eu olho confuso – Você mal conseguia subir as escadas sem tropeçar nas próprias pernas, então agora você deve tá com uma ressaca forte, acertei? – em resposta pego a caneca, me sento na cama e o cheiro do liquido me faz fazer uma careta – Funciona, pode acreditar! – prendo a respiração e bebo tudo – Quer falar sobre isso? – ela pergunta me olhando.
— Não vai acontecer de novo!
— Eu não estava falando da ressaca e sim do motivo!
— Uma garrafa de vodca de graça – eu falo fingindo animação.
— Seu pai não sabe, então acho melhor continuar assim – ela fala, mexe no meu cabelo de novo e sai levando a caneca.
Saio do quarto depois de tomar um banho, hoje o almoço é na Pérola então vamos todos pra lá e a casa vira uma bagunça, mas aquela bagunça que faz falta quando não se tem e pela primeira vez eu realmente não estou nem um pouco animado pra ir embora, mas acabo indo.
A semana passa, pego o telefone várias vezes pensando em ligar pra Luiza, mas sempre desisto, John fala que voltei muito quieto dessa vez e passa a semana inteira querendo me animar, embora pra mim eu esteja normal, por isso quando chega o sábado a noite, ele mesmo faz questão de escolher uma garota pra mim, nós acabamos rindo de algumas tentativas dele que falharam e já estava me sentindo bem mais animado quando ele conseguiu, o nome dela é Leyla, loira, baixinha mas daquelas que você sempre dá uma segunda olhada, ele volta orgulhoso com ela e nos apresenta, depois quando já estou conversando com ela, ele inventa uma desculpa super esfarrapada e nos deixa sozinhos.
— Ele não é muito discreto né? – ela pergunta se divertindo com a situação e nós acabamos rindo disso, a conversa rola muito boa, conseguimos nos divertir bastante e eu já estava quase chamando ela pra dar uma “volta” quando ao nosso lado começa tocar uma música que eu já ouvi mais de mil vezes.
— Nossa, eu odeio essa música – ela fala fazendo uma careta.
— Não é tão ruim!
— Fala sério, é chata, a música, eles, é... Realmente ruim – ela fala com certo desprezo e se fosse qualquer outro dia eu iria concordar com ela, talvez se estivéssemos no Doze eu concordaria com ela, também nunca gostei dessa banda, nem das músicas deles, mas acontece que é a banda e a música são as preferidas da Luiza e ela sempre arranjava briga comigo quando eu falava mal dela e agora sem falar com ela e estando tão longe, essa banda e essa música acaba sendo a única coisa que restou e de alguma maneira eu já não odeio tanto e por isso me irrita que ela continue falando tanto mal da música.
— Olha, foi muito legal, mas eu tenho que ir... – falo já me levantando e saindo. Quando já estou na parte externa do Distrito que consigo soltar o ar, já está escuro mas as luzes iluminam a maior parte aqui em cima, olho pro céu e as estrelas parecem brilhar mais do que eu me lembrava, talvez isso que tenha me feito ficar tanto tempo parado olhando pra elas, até que me desperto e vou pro quarto, John ainda não voltou, então apenas me jogo na cama e espero o sono vir.
Tivemos alguns testes no decorrer da semana, alguns exercícios práticos, tivemos até permissão pra operar na cabine de um dos aerodeslizadores e mais uma vez tenho certeza que realmente é isso que eu amo fazer, acho que por causa disso que a semana passou tão rápido, mas dessa vez não estou tão animado pra ir pra casa, mesmo assim eu vou.
Theo e Lucca estão lá em casa, então assim que chego eles já correm pra cima de mim querendo que eu os leve pra sorveteria, mamãe fala que eu devo estar cansado mas a verdade é que eu até me animo vendo eles empolgados, então saímos e vamos pra sorveteria, na volta de lá, passamos na frente de uma casa de jogos, eles colocaram alguns jogos de vídeo game e outros modernos pra teste então é óbvio que nós entramos e experimentamos todos, os meninos saem ainda mais animados e com uma lista de tudo que irão querer no Natal, quando chegamos em casa o almoço já está pronto e papai que precisa falar mais forte com eles pra que tomem um banho antes, eu também tomo um banho e quando nos sentamos pra almoçar Keyse e Pyter aparecem e pelo sorrisos deles, a noite de ontem foi bem aproveitada, eles almoçam com a gente e depois levam os meninos pra casa.
Eu estou deitado no sofá e mamãe na poltrona ao lado quando Pérola chega, ela se joga quase sentada na minha barriga, bagunça meu cabelo e me dá um beijo na bochecha.
— O que aconteceu com você e a Luiza? – ela pergunta diretamente e sem rodeios.
— Quê?
— Ai pelo amor de Deus, Pietro, eu esperei duas semanas pra saber o que houve não me enrola por que eu já não aguento mais esperar nem um minuto... – ela insiste quase explodindo de curiosidade.
— Por que você tá me perguntando isso?
— Por que antes tudo que ela falava era... “por que o Pietro disse...” ou “uma vez o Pietro” ou “ah é verdade o Pietro...” e agora ela nem toca no seu nome e se alguém toca, ela inventa uma desculpa e sai de perto... Então o que aconteceu? – eu reviro os olhos mas sei que ela não vai desistir.
— Ela disse que tava gostando de mim. Eu fiquei com uma garota. Ela surtou. E agora ela me odeia. – resumo e ela e mamãe me olham.
— Como que você conseguiu perder essa garota? – Pérola pergunta sem acreditar, eu respiro fundo.
— Por isso que você ficou com ressaca naquele dia? – mamãe que pergunta.
— Você bebeu por causa dela? Então você se importa...
— Claro que me importo, ela era minha melhor amiga! – eu falo e ela e mamãe riem – O quê?
— Você é único que acredita nisso – Pérola fala dando de ombros.
— Por que é a verdade! Ela é minha melhor amiga... É assim que eu vejo!
— Pietro, você é meu filho, então eu posso dizer isso... Isso é burrice! Ela não é sua melhor amiga, ela é a garota que te fez ter uma ressaca... – papai fala saindo do corredor e parando na divisão pra sala, nós três olhamos pra ele – Eu vou ignorar o discurso da ressaca... Por enquanto... Mas quero que você se concentre antes no quanto você tá perdendo enquanto tenta continuar se enganando...
— É verdade, o papai tá certo! Vocês podiam estar bem, você podia tá com ela agora ao invés de ouvindo a gente...
— Ela não quer falar comigo, deixou bem claro isso!
— Você tentou alguma outra vez? – mamãe pergunta e eu não respondo.
— Você deveria ligar pra ela! – Pérola fala e me entrega o telefone dela.
— Eu não posso! Não posso dar o que ela quer, eu... Eu não estou apaixonado por ela! – eu garanto com o máximo de confiança que consigo.
— Tudo bem, ninguém mais toca nesse assunto – papai fala e Pérola tenta retrucar mas ele levanta o dedo proibindo – Só te dou mais um conselho, olha pra quem você é agora, como você tá e como você era com ela, não somos nós que precisamos dessa resposta, talvez nem ela precise mais, mas acho que você precisa! – ele fala e coloca a mão no meu ombro em um aperto amigável, então o assunto é encerrado.
Volto pro Treze sem falar com a Luiza de novo, mas o que o papai falou não sai da minha cabeça e eu tento entender o que tudo isso significa, por isso depois de pensar bastante chego a uma conclusão e decido ligar para conversar e acalmar a mamãe, eu decido que vou ficar aqui no Treze até o fim do curso e por algum milagre ela não reclama e nem tenta me fazer mudar de ideia, pelo contrário, ela me dá maior força, mas exige que eu ligue todos os dias, assim que prometo isso ela diz que me ama e que irá contar os dias pra eu voltar pra casa.
Então tudo que eu faço nas semanas seguintes é me concentrar no curso, estudo mais do que já estudei qualquer outra vez na minha vida, refaço todas as minhas anotações toda noite, releio os tópicos importantes e procuro sempre estudar o que ainda vai ser falado, as noites dos fins de semana acabaram perdendo a graça, eu vou lá pra cima com John, nós bebemos as vezes, rimos, conversamos mas meia noite já estou de volta no quarto, jogado na minha cama, mas sem conseguir dormir por que toda vez que fecho os olhos repasso o que o papai me disse e a verdade é que talvez todos eles estejam certos, eu sabia que sentiria falta dela, mas isso já tá ficando sem controle, eu mal consigo olhar para as outras garotas sem pensar nela ou ouvir uma música sem querer mostrar pra ela e isso está me enlouquecendo, mesmo assim sempre que penso em ligar pra ela, desisto e é assim até o meu último dia aqui, minha nota foi a melhor da turma, meu aproveitamento em 100% e minha carta de aprovação e recomendação já foi enviada ao Doze, o que significa que a partir da semana que vem o cargo é meu, comemoro e me despeço do Treze no bar principal daqui, junto com o pessoal da turma, tomamos algumas doses até o trem chegar e nós embarcarmos pela ultima vez.
Dessa vez quando chego no Distrito papai e mamãe estão me esperando na estação, ela me aperta, me beija e quase me sufoca, insisti que eu emagreci e que não estava me cuidando, papai tenta controlar toda histeria dela, mas sem muito sucesso, nós chegamos a Aldeia com ela ainda inconformada com isso, mas assim que a porta de casa se abre e a gritaria vem de lá de dentro ela apenas ri, uma faixa com “bem vindo de volta” está pendurada na sala, logo em cima da lareira, os meninos e Louise correm e me abraçam, Pyter, Keyse, Pérola, Ryan e todos os outros estão aqui, me abraçam, me parabenizam e cobram qualquer dinheiro que eu deva a eles, nós almoçamos todos juntos e só no final da tarde que eles começam a ir embora, aproveito que Pérola está limpando a mesa e me aproximo dela.
— Você chamou ela? – pergunto sem precisar dizer de quem estou falando, ela para o que estava fazendo e me olha.
— Chamei! Ela ia receber uns amigos, eu acho! – ela fala e me dá um daqueles sorrisos forçados.
— É, imagino que sim!
— Então você já chegou a uma conclusão?
— Já!
— E você vai falar com ela?
— Com quem? Com a Luiza? – Pyter pergunta entrando na cozinha e se metendo na conversa.
— Pyter, pega leve... – Pérola pede antes que ele comece com o que ele sempre faz, ele faz uma careta pra ela.
— Então você tá pronto pra admitir? – ele me pergunta e eu reviro os olhos – Se você não consegue admitir pra mim, então você tá ferrado!
— Sim, eu gosto dela! – eu falo mas ele e Pérola se olham e depois em encaram esperando que eu conclua – Eu sou apaixonado por ela!
— Nosso menino cresceu - Pyter fala e os dois me abraçam juntos, eu acabo rindo.
— Então como nós podemos te ajudar? – Pérola pergunta já ansiosa.
— Não tão rápido, ainda falta o mais importante – Pyter interrompe.
— Ela também gosta dele...
— Não, não, não... Ele sabe o que é! – ele fala e aponta pra mim, então me encara esperando.
— Sério? Jura? Já não basta eu tá na merda?
— Ah não mesmo e você não pode me negar esse prazer – eu reviro os olhos, mas respiro fundo.
— Você estava certo! – ele abre um sorriso grande.
— É claro que eu estava! – Pérola tenta reprovar mas acaba rindo.
— Então como podemos te ajudar? – ela pergunta novamente e dessa vez respondo com o que eu já tinha em mente, combinamos tudo para amanhã e cada um fica encarregado de alguma parte, mal posso esperar até amanhã e acho que por isso parece demorar tanto pra passar cada minuto, eu saio pra comprar tudo que vou precisar e já começo a planejar cada segundo de amanhã, mal consigo dormir e no dia seguinte acordo cedo, volto a organizar as coisas para a noite, passo na Pérola pra ver se está tudo indo bem e ela me garante que estará pronto, então saio com Pyter, para a feira no Prego, ele me ajuda a escolher tudo e então levamos pro “lugar secreto” que ele me deu a chave quando fiz dezoito anos, mas que até agora nunca tinha usado, já que ele me fez jurar que não levaria qualquer uma pra lá e eu cumpri meu juramento, ele me deixa lá organizando as coisas e volta pra casa.
No final da tarde já está tudo pronto, Pérola fez a primeira parte dela e eu volto pra lá e termino os últimos detalhes, depois vou pra casa e tomo um banho, pela primeira vez na minha vida eu experimento umas três roupas diferentes até escolher a melhor, termino com uma calça azul escura, uma camisa cor de vinho de botões com a beirada branca, decido deixar a barba por que ela sempre disse que me preferia de barba, deixo o cabelo meio bagunçado, passo perfume, respiro fundo e saio do quarto.
— Se ela não quiser, aí o erro é dela agora – mamãe fala e me dá um beijo na bochecha.
— Vai dar tudo certo – papai garante então eu pego as chaves do carro e saio de casa, passo na Pérola e aviso que estou indo pra lá, pra que ela possa então ir para a segunda parte dela, que é levar Luiza até lá, por que todos concordamos que ela não iria aceitar ir pra lugar nenhum comigo, então assim que saio de carro indo pro lugar marcado, ela vai buscar a Luiza. Eu chego lá e revejo tudo novamente, dou alguns reparos e então fico esperando, passa quase meia hora e então ouço o barulho do carro, olho pela pequena janela que tem e vejo quando Luiza desce, assim que ela desce, Pérola arranca com carro e vai embora deixando Luiza meio assustada, então abro a porta e saio, ela estava mexendo no celular então para assim que me vê.
— Oi! – eu falo tentando me controlar e não fazer nenhuma besteira.
— Isso não tem graça! – ela fala visivelmente irritada.
— Eu sei que não, queria que tivesse outro jeito, mas acho que você não ia aceitar falar comigo se não fosse assim...
— Então você arma essa palhaçada toda?
— Eu realmente acho que devemos conversar
— Eu não quero conversar e não acho que temos alguma coisa pra conversar
— A única coisa que eu tô te pedindo é cinco minutos de conversa antes de nunca mais falarmos um com outro – eu peço, ela parece em dúvida, olha para os dois lados como se buscasse uma saída, depois volta a me encarar.
— Eu já to aqui – ela dá de ombros.
— Em primeiro lugar, eu quero que você saiba que se eu pudesse mudar aquela ultima noite, eu faria tudo diferente, tudo
— Mas você não pode!
— Eu não posso! Mas posso tentar não perder a pessoa mais incrível que já apareceu na minha vida – isso parece pegar ela de surpresa, mas logo ela se recupera.
— Se você vai tentar o que eu acho que você vai tentar, então desiste por que eu já tô saindo com outra pessoa, na verdade é o Dom, a gente tá junto a alguns dias e eu tô muito bem com a minha escolha – dessa vez sou eu quem sou pego de surpresa, é como levar uma rasteira de frente pra linha de chegada, mesmo assim decido que não vou recuar agora.
— Como você disse, eu já tô aqui – dou de ombros e ela não parece muito satisfeita com minha resposta – Eu não tenho direito de esperar nada de você, mas não vou abrir mão dessa conversa – aviso e ela dá de ombros como se não importasse.
— Você que sabe!
— Podemos conversar lá dentro? – ela me olha meio em dúvida, olha para os lados de novo, mas acaba aceitando, então ando até a porta, entro e espero ela entrar, assim que seus pés tocam o lugar ela solta um som surpreso, leva as mãos até a boca e seus olhos se arregalam surpresos, um riso meio nervoso e divertido escapa da boca dela, então ela me olha.
— O que é isso? – a voz já não tem toda aquela barreira que ela colocou, então me permito sorrir, ando até a outra parede, apago a luz e ligo as luzes que estão cercando todo cômodo, ela parece novamente impressionada, o chão está coberto de pétalas vermelhas, rosas e branca, menos no meio onde estão duas almofadas grandes vermelhas, a mesa redonda e não muito grande está com as bandejas pratas ainda tampadas, então vou até lá e destampo, revelando costelinhas, batata frita, cozido de carneiro e carne ensopada.
— Isso é... Incrível! Realmente é incrível! – ela fala olhando tudo e sorrindo, mas quando olha pra mim, seu sorriso se perde um pouco a cada segundo – Mas isso não muda nada!
— Eu sei que não! Eu só tinha que começar por algum lugar – me aproximo dela e dessa vez ela pelo menos não se afasta – Nada do que eu fizer vai reparar o tanto que eu te magoei e eu sei disso e acredite em mim, eu me odeio por ter te magoado!
— É, eu também – ela fala e deixa um sorriso escapar.
— Quando a gente se conheceu lá na Delphic era só mais uma noite normal, eu fui lá pra dançar, pra beber e pra ficar com alguém, depois voltaria pra casa e acabou, mas de alguma forma você apareceu de novo
— Eu tava procurando sua irmã! – ela dá de ombros.
— É, eu lembro! – falo e nós dois sorrimos – Mas depois disso você virou a minha melhor amiga, foi... Eu nem sei como isso aconteceu mas aconteceu. Nós passamos todo aquele tempo juntos, saímos, nos divertimos, nos aproveitamos um do outro – eu sorrio e ela tenta esconder um sorriso – Mas eu tinha certeza que éramos só isso, dois grandes amigos, até aquele dia...
— Que eu me declarei pra você e você ficou com uma imbecil na minha frente?
— É, até esse dia! – eu concordo e ela me encara esperando eu continuar – Depois disso eu esperei a poeira abaixar e você entender que confundiu as coisas, que realmente éramos apenas melhores amigos, mas os dias passarão e nada... Isso começou a me deixar meio irritado, por que eu precisava que você visse isso, precisava que você voltasse a fazer parte da minha vida... Mas os dias continuaram passando e nada, minha irritação foi embora e eu comecei a ficar desesperado, por que faltava alguma coisa na minha vida e alguma coisa que realmente não poderia faltar, parecia que nada mais tinha muito sentido! Eu percebi que não tinha graça nenhuma assistir aquele programa de comédia por que não era tão engraçado sem sua risada escandalosa...
— Minha risada não é escandalosa – ela rebate negando rapidamente.
— É sim, é adoravelmente escandalosa – eu falo e ela revira os olhos – E também não tem graça tomar tequila se você não tá trocando a ordem do limão e do sal... Não tem graça jogar vídeo game se você não me ganha em quase todas as partidas...
— Todas! – ela me conserta.
— Não tem graça falar sem você me corrigindo toda vez – dessa vez ela acaba não conseguindo esconder o sorriso.
— Se você falasse as coisas certas – ela dá de ombros.
— Eu tô apaixonado por você – falo diretamente, ela me olha como se não esperasse por isso – Essa é a única coisa certa e que eu não tenho dúvidas agora. Eu realmente estou apaixonado por você! Eu tentei me convencer que não, mas foi a maior burrice que eu já fiz na minha vida, sim, eu não estava pensando em me apaixonar ou namorar agora, mas eu não consigo pensar em outra pessoa pra me apaixonar se não for você, eu demorei muito pra perceber isso, tempo demais, eu sei e talvez seja tarde, mas eu não posso deixar isso pra lá, não posso abrir mão de você, por que a única maneira que eu me sinto inteiro é quando tô com você, eu não sei como funciona toda essa coisa de amor, romance, namoro, mas eu quero descobrir com você, por que não tem mais ninguém com quem eu queira aprender isso, eu precisei me afastar de você, eu precisei te perder pra entender que eu sou uma pessoa muito melhor com você, eu até consigo me divertir, consigo seguir minha vida, mas sempre parece faltar algo e é você, então se for pra ser o namorado de alguém, se for pra ser o cara apaixonado por alguém, se for pra ser o cara que faz voz de bebê com alguém...
— Ah você não faria isso – ela fala já rindo.
— Ah faria sim!
— Não faria não...
— Oon momozinho tá duvidando tá? – eu falo com voz de criança e ela solta uma risada daquelas altas que eu tanto senti falta.
— Para, sério, eu tava quase na sua... – ela fala tentando parar de rir.
— Quase? – pergunto e ela sorri dando de ombros.
— Acho que isso vai ajudar... – levanto um dedo pra que ela espere, corro até o som que tem no canto do cômodo e dou o play, a banda que ela tanto adora começa a cantar, ela ri e me olha orgulhosa – Eu tenho que confessar que já sei todas as musicas deles, era o único jeito de me sentir perto de você! – eu falo e ela sorri ainda mais.
— Então eles não são péssimos e desafinados?
— Eles são incríveis!
— Então também tenho que confessar uma coisa – eu espero ela falar – Eu não tô saindo com o Dom, na verdade nem sei por onde ele anda – eu libero um sorriso grande.
— Então só resta mais uma coisa... – eu falo e então me aproximo dela, seguro sua cintura contra mim e afasto o cabelo dela para atrás da orelha – Você aceita namorar comigo? – ela sorri de um jeito que consegue iluminar tudo em sua volta.
— Claro que eu aceito – então sem conseguir segurar nem mais um segundo eu a beijo, com toda paixão e saudade que eu estava de fazer isso, o beijo é longo, intenso e demorado.
— Eu esperei cada segundo pra isso de novo! – eu falo e em resposta ela me beija novamente, ainda mais forte, eu a seguro, tirando seus pés do chão e a encosto na parede, o beijo continua cada vez mais intenso, minha boca desce pro seu pescoço e ela segura meu cabelo e em poucos segundos minha camisa foi jogada no chão, assim como a dela, nós vamos para aas almofadas no centro e mesmo que essa não seja a nossa primeira vez juntos eu sinto como se fosse, por que dessa vez realmente ela não é uma garota qualquer, é a garota que eu estou apaixonado.
— Preciso confessar mais uma coisa – ela fala ainda deitada sobre meu peito, meus dedos subindo e arranhando as costas dela – Eu preciso comer aquelas costelinhas, o cheiro está incrível, na verdade eu nem escutei nada do que você disse antes, eu só estava pensando nas costelinhas – ela fala e nós rimos, ela pega minha camisa do chão e a coloca fechando apenas alguns botões então pega o prato e se serve, ela senta na minha frente e sem nenhuma etiqueta ela começa a comer a costelinha com a mãos.
— Garota, você sabe como ser sexy – eu falo e ela ri daquele jeito escandaloso, então vou pra cima dela e sem me importar com mais nada a beijo de novo e cada segundo tenho mais certeza que fiz a escolha certa.


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