Chavuto escrita por Rick Batista


Capítulo 2
Chapolyubi: A Cadela de Nove Rabos


Notas iniciais do capítulo

Demorou, demorou, mas chegou! A continuação da saga mais insana já concebida, e agora na sala de aula. Divirtam-se, favoritem e comentem ^^



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Em uma escola velha, pequena e superlotada, o único professor da Vila do Galho estava numa missão rank S: ensinar um monte de pirralhos o que é ser um ninja.

De trás de sua mesa, e escondido por seu livro, o professor observava atentamente a face de cada aluno, através de seu único olho de fora. Mesmo usando uma máscara que tapava a metade de baixo do rosto e seu olho esquerdo, conseguia fumar um grosso charuto, vindo da Vila do Fumo (o que intrigava a todos os seus alunos, que não entendiam como era possível fazer isso com uma máscara sem furos).

Em meio as discussões das crianças, entre bolinhas de papel, selos explosivos e kunais incendiárias, se focava no Chavuto: o aluno maltrapilho e nota zero da turma. Percebendo que enquanto o garoto discutia com os colegas, era possível notar um movimento de chakra estranho vindo da barriga dele. Devido a subnutrição, um outro ninja poderia até mesmo pensar se tratar de uma lombriga superdesenvolvida, mas a verdade é que o professor sabia muito bem qual a origem daquele movimento.

Chapolyubi! — disse ele, chamando a atenção dos alunos para si. Menos um.

... e tudo isso é culpa do professor caolho... — era o Chavuto, só depois se dando conta do silêncio total da turma.

— O que dizia, Chavuto? 

— ... foi sem querer, querendo.

— Humf, mas é um idiota mesmo. — Zombou Kikuke, seus olhos fechados e nariz empinado, no lado oposto da mesa do Chavuto.

O garoto não gostou do que ouviu, e saiu passando por cima das mesas dos colegas até ficar cara a cara com o rival.

— Ei Chavuto, olha onde pisa. — reclamou Chikamarinho, sentado com os pés em cima da mesa onde o loiro passava.

— E você tá ai se garantindo, todo metido, só por que o zarolho tá pegando sua mãe, né Kikuke? — Chavuto alfineta, deixando o colega de turma com a face vermelha e cara de poucos amigos.

— Oooohhhhhhhhhhh. — clima geral de suspense na turma.

— Sua gentalha, o que é que você sabe sobre ter uma família? — perguntou Kikuke para o loiro com orelhas de burro no chapéu. — Melhor ter um professor cegueta pegando minha mãe, que viver num barril com as pulgas!

— TA, TA, TA, TA, TA! Meu nome é Tatake Girafashi, ouviram!? — O professor se impõe, seu chakra intimidando os alunos. — E essa briga, acaba agora!

E o professor então usou um jutsu de fumaça de charuto para separar os alunos. O que ninguém esperava, é que a fumaça faria o Chavuto se desequilibrar da mesa e cair de cara no Kikuke, numa espécie de primeiro beijo adolescente yaoi.

Ooooooquê!? —A turma gritou em uníssono, os dois garotos se afastando um do outro o mais rápido que podem, cuspindo e limpando a boca.

— Conta...conta tudo pra sua mãe, Kikuke! — gritou Pino, a prima loirinha e de voz enjoada do garoto.

— Chavuto, seu bobão. O que você fez com o Kikuke? — questionou Sakinha, cheia de raiva e inveja. — E como fica meu primeiro beijo com ele, hein? — E bateu com a mesa repetidamente nele.

Maldito Kikuke, além de tudo, ainda tem a Sakinha gostando dele, pensou Chavuto.

Maldito Chavuto, além de tudo, ainda pode me passar pereba, lamentou Kikuke.

O professor apenas coçava a cabeça e tragava seu charuto, tentando lembrar o motivo de ter aceito aquela missão.

Horas depois, após tudo se acalmar.

— Pois bem, hoje vamos falar da Chapolyubi. Quem aqui pode me dizer quem foi ela? — perguntou o professor.

— Então, querido professor, Chapolyubi é como os ninjas adultos chamaram a criatura que atacou nossa vila anos atrás. Grande, magricela, sarnenta e cheia de rabos, ela era conhecida como: a cadela de nove rabos. — Fala um menino gorducho, de suspensório, cachecol e comendo um pacote de salgadinhos.

— Ai que burro, dá zero pra ele! — Zombou o Chavuto.

— E porque eu faria isso se ele acertou? — questionou o professor. — Muito bem, Chinhonho, pode se sentar.

— Como já foi dito, crianças, a Chapolyubi foi uma grande ameaça a nossa vila em tempos passados. Gigantesca, ela balançava seus nove rabos, espalhando pulgas do tamanho de vocês por toda a vila, urinando nas casas e nas pessoas para marcar território, arrancando as árvores e casas com os dentes para fingir que eram osso, e babando em cima de todo mundo.

— Eca! Que nojo professor, ainda bem que esse bicho nojento não está mais à solta. — disse Sakinha.

— Sim, sim, claro. — respondeu o professor, notando a barriga do Chavuto mexendo em resposta. — E vocês sabem como conseguimos vencer a terrível Chapolyubi?

— Isso é fácil, deve ter sido castrada. — Sorriu Kikuke, enquanto o professor se aproximava dele.

— Seria assim tão fácil, Kikuke?

— Dopada? ... Desdentada? ... Desmamada? ... Em...pa...lha...da? —Perguntou, envergonhado pela encarada do professor de olhos de peixe. — ...não deu.

— Professor-professor-professor... — Uma mão se agitava mais ao fundo da sala, pertencente a um garoto com cabelo de tigela sob um boné, roupa colada no corpo e olhar determinado. — Eusei-eusei-eusei-eu...

— Pode falar, Godilee.

— O Kuchila confia demais nos olhos que herdou do clã dele, e nem deve estudar, pelo visto. — sorriso de desafio para um Kikuke que o observava com olhos semi-cerrados. — Quem selou a cadela sarnenta, foi nada mais nada menos que o mais poderoso ninja da vila na época, o 4° Barrikage!

— Ai que burro, dá zero pra ele! — Repetiu Chavuto.

— Acho que quem levará zero aqui é você, Chavuto. Godilee está correto, o lendário 4° Barrikage foi o responsável por adestrar a Chapolyubi, colocar uma coleira e selá-la em local seguro.

— Mas professor, onde foi que o grande e sábio Barrikage decidiu selar algo tão sinistro e perigoso, capaz de destruir toda a vila? — perguntou Sakinha, olhos curiosos por detrás de óculos fundo de garrafa.

Um longo momento de silêncio se seguiu enquanto o professor Girafashi contemplava um moleque sentado em sua carteira escolar, cortando as unhas do pé com os dentes e depois engolindo.

— Isso é um segredo que ele levou com ele, mas com certeza foi em um local muito seguro. Sim, sim. — E observou um sorriso sinistro se desenhando no chakra que emanava da barriga do garoto. — Um local...extremamente seguro.

O sinal tocou, com todos os aprendizes de shinobis usando seus truques já conhecidos para tentar passar pelo professor e então chegar a porta de saída.

Chinhonho avançou com seu corpo girando em forma de bola, Sakinha usou bombas de fumaça, Pino lançou kunais, Kikuke lançou selos explosivos, Chavuto e Godilee tentaram passar na base da força, e os outros alunos usaram outros truques simples. Já preparado para a rotina, o professor apenas ergueu a faixa que tapava o olho esquerdo, de onde se viu um olho vermelho como os do clã Kuchila. 

— Bazinga!

Girafashi, também conhecido como o “professor copiador”, ou “ninja dos mil exercícios”, mais do que rapidamente neutralizou todos os seus alunos, os mandando de volta para suas carteiras. Todos, menos Chikamarinho, que sequer saiu do lugar onde estava sentado.

— E você, Chikamarinho, nem vai tentar? — Ele perguntou.

O garoto abriu um dos olhos, e com as mãos pra trás da cabeça e pés sobre a mesa, respondeu:

— Eu já analisei todas as probabilidades de passar por essa porta com o senhor no caminho... e deduzi que o esforço seria inútil. Além disso...eu quero evitar a fadiga.

Todos os alunos riram do garoto, enquanto o professor se sentava tranquilamente em sua cadeira almofadada de liquidação de loja. Ele baforou a fumaça, olhou para eles e sorriu sob a máscara.

— Espero que continuem rindo assim no próximo mês, queridos alunos.

Todos se olharam assustados... e então, após um longo silêncio, Kikuke perguntou:

— O que tem mês que vem, professor Girafashi?

— Mês que vem...tem o ENEN!

Muitos ficaram de olhos arregalados, alguns suando frio, outros ficaram com lágrimas nos olhos, ainda outros mostraram um sorriso confiante. Chavuto bocejou.

— O que, que é, que é esse tal de Enen? — perguntou, rindo.

Todos o olharam incrédulos, respondem em uníssono:

— ENEN: Exame Nacional do Ensino Ninja!

— Não se preocupem meus alunos, creio que todos vocês podem passar. — o professor afirmou, lendo seu livrinho. — ...mas na verdade bem poucos irão.

— Ooooohhhhhhhhh. — e a turma suspira.

— E o Chavuto, muito menos.

— Ei! Logo eu, logo eu... — ele resmungava, chutando o nada com todos rindo dele. Todos, menos uma menina tímida, de rabo de cavalo e franja, com olhos totalmente brancos.

— Co- coitadinho do Chavuto... — Pinata dizia para si mesma, mal tendo coragem de olhar para o garoto.

Ninguém reparou que do outro lado da porta, uma figura pálida, bigoduda e sombria exibia um sorriso malicioso.

— Enen, não é? — Sorriu  Orochimadruga. — Esse é o momento de pôr meus planos em prática.


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Notas finais do capítulo

Prometo que no próximo se inica o ENEN.



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