Vivendo sentimentos, sentindo emoções-Temporada 1 escrita por Rachelroth


Capítulo 11
Trégua


Notas iniciais do capítulo

:)



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Estelar: Como ele está? *chegando à Torre*

Robin: Amanhã ele vai sentir o porre.

Ciborgue: Bom, vou levar a Abelha.

Abelha: Tchau Robin, Estelar… deixem um beijo para Ravena e pro Mutano.

Ciborgue e Abelha saem. Estelar se senta próxima a Robin.

Estelar: Nunca vi o amigo Mutano desse jeito *se aconchegando no colo dele*.

Robin: Também não… *pensativo* na verdade eu acho que ele tá se sentindo sozinho sabe?!

Estelar: Mas a gente tá aqui.

Robin: Não nesse sentido… bom a gente namora, o Ciborgue tá noivo… e agora a Ravena… aliás foi tudo bem com ela?

Estelar: Foi sim namorado… acho que logo o Aqualad começara a frequentar a nossa casa também.

Robin: *sorriso* Estou vendo que vou ter que disputar a liderança com a Abelha… *olha para Estelar e vai diminuindo o tom de voz* E agora que tal se a gente quebrasse um pouquinho as regras e fosse pro seu quarto?

Estelar: Ah Robin, seu safadinho… *o beija* eu topo.

Saem trocando carícias até o quarto da alienígena.

No dia seguinte o Sol esbanjando seu esplendor raiava fortemente, no entanto o dia estava fresco, devido ao vento dançante que sobrevoava Jump City. Era um dia belo de verão, na medida certa. Um belo sábado para ir dar um volta no parque, ir à praia, fazer um piquenique quem sabe. Um sábado com uma beleza particular.

Ravena levantou tarde para seu costume, às 8h00, mas estava revigorada. O dia era tão belo quanto sua serenidade. Estava calma e descansada. Ao abrir os olhos avistou a florzinha recém-plantada e logo lhe providenciou água e sombra. Decidiu usar o vestido que usava em Azarath, branco e soltinho. Para ela o Sol estava brilhando, lembrando-lhe como estava satisfeita.

Desce e não encontrou ninguém. Ciborgue não estava na Torre, não podia sentir sua presença. Robin estava no quarto de Estelar, pois Ravena pôde sentir ao passar na frente do quarto da amiga alienígena. Sorriu quando percebeu a presença dele lá. Só não sorriu no momento que saiu do seu quarto e olhou a porta do Mutano. Sentiu desconforto e tristeza vindo de lá de dentro, mas ignorou.

Tomou seu café calmamente. Era um dia bem bonito. Queria sair, não com Aqualad, mas antes precisava conversar com Mutano. Decidiu que ficaria no seu quarto lendo até Mutano acordar.

O Sol brilhava muito, agora chegando próximo do meio dia as ruas estavam mais quentes, mas ainda assim o dia estava muito gostoso, alegrando as pessoas de Jump City.

Mas o que fez Mutano se dar conta da hora não foi o Sol invadindo seu quarto e sim a dor de cabeça latejante. O Sol estava piorando tudo, estava incomodando. Abrir os olhos era quase impossível. Sentia enjoo do ar, uma azia terrível! Parecia que seu estômago queria ir embora de seu corpo. Morrendo de dor abriu os olhos e sentiu o mundo girar, parecia que ainda estava bêbado. Tinha a impressão de que ia vomitar se ficasse de pé, ou sentado. Sentia gosto de cerveja velha na sua boca, azeda e amarga, e sua pele fedia a cigarro. Lentamente tentou cobrir a cabeça com o travesseiro, mas não existia posição confortável. O Sol lhe cortava alma. Seu corpo estava mole. Sentia fome, mas tinha ânsia de vômito só de pensar em colocar alguma coisa na boca. Sede. Sentia sede. Estava sedento por um bom gole de água gelada, mas para isso teria que levantar, o que era impensável. O Sol que para muitos alegrava o dia, para ele era destrutivo.

Ravena: Boa tarde.

Mutano: *ainda de olhos fechados* O que está fazendo aqui?

Ravena: Vim ver como você está. Não desceu para o café…

Mutano: Seu quarto é proibido para mim… então o meu é proibido para você… vá embora…

Ravena: Ressaca né?

Mutano: Não é da sua conta.

Ravena: Posso usar meu poder para curá-la… posso?

Mutano: Não quero que me toque… gosto da minha ressaca, ela me lembra como minha noite foi boa… *pausa* como a sua…

Ravena: Está chateado comigo?

Mutano: Porque eu estaria? Eu me chateio com coisas importantes…

Ravena: Eu deixei um bilhete… não queria te fazer esperar…

Mutano: Ah… aquele papel? Era seu? Imaginei que fosse alguma fã desprezada.

Ravena: Aquele mesmo Mutano, aquele que está assinado com o meu nome. *silêncio* Quer dizer *começa a tirar sua aparelhagem de chá* que se as oitos não fossem góticas você teria ficado com vinte garotas ontem?

Mutano: Não é da sua conta… e o seu encontro com aquelezinho?

Ravena: Com o Aqualad? *acendendo uma vela para esquentar a água*

Mutano: Ah, é… ele tem nome… você o beijou?

Ravena: Primeiro queria agradecer pelos conselhos… o encontro foi dentro do planejado, sem nada explodindo ou caindo…

Mutano: *sussurra para si* Eu sou um otário mesmo…

Ravena: Oi? *descancado gengibre*

Mutano: *ríspido* Onde ele te levou?

Ravena: Naquele restaurante francês novo, sabe? Clair de Lune…

Mutano: Ah… ele é um exibido… fez tudo isso para te impressionar e te beijar… *pausa* ele conseguiu né?

Ravena: Ele foi gentil Mutano…

Mutano: Então você beijou? *vira o rosto pra ela e abre vagarosamente o olho direito*

Ravena: Eu acho que se você não tivesse me ajudado, teria sido um fracasso… isso é o que importa.

Mutano: Então você o beijou?

Ravena: É…

Mutano: *se senta rapidamente, o que o faz enjoar* O que?

Ravena: Beijei Mutano… beijei… *levanta-se do chão e caminha até ele*

Mutano: *coração acelerado conforme ela se aproxima* Você não podia…

Ravena: *empurrando ele pelos ombros, para que voltasse a deitar* Porque não? *corada*

Mutano: Beijar no primeiro encontro… *indignado* aquele aproveitador…

Ravena: Ué Mutano, você vive fazendo isso, ontem beijou doze *sentada na beliche*

Mutano: Mas é diferente…

Ravena: Não vejo diferença…

Mutano: Eu sou homem…

Ravena: Continuo não vendo a diferença…

Mutano: Você foi fácil!

Ravena: Como as suas garotas? Qual o nome delas mesmo?

Mutano: Você não percebeu a armadilha dele? Jantar caro, romântico, caro, rosas, caro...

Ravena: Como sabe que ele me deu rosas?

Mutano: Ah…

Ravena: *levanta-se e vai até o infusor* Estou lhe fazendo uma infusão de gengibre…

Mutano: Não quero.

Ravena: Eu sei que você não gosta…*coloca o gengibre no infusor e vai despejando água quente* mas vai te ajudar com a ressaca…

Mutano: *desafiante* Porque você acha que eu não posso gostar dos seus chazinhos?

Ravena: Ué… você pode gostar… mas… você não me disse como sabia que eu ganhei rosas…

Mutano: *corado* Eu vi…

Ravena: *corada* Hã… quer açúcar?

Mutano: Só uma colher.

Ravena: Vai ficar amargo.

Mutano: Eu gosto.

Ravena: *espantada* Gosta?

Mutano com o travesseiro em cima dos olhos aponta para a estante atrás da empata, que se vira para olhar. Ravena vê um aparelho de chá. Não era o mais bonito, mas não estava enferrujado nem sujo.

Ravena: Desde quando você toma chá? *volta seu olhar para ele*

Mutano: Não interessa.

Ravena: Bom, se não interessasse eu não perguntaria *preparando as xícaras*.

Mutano: Desde que você foi embora…

Ravena: *corada* Entendo se não quiser contar…

Mutano: Não quero mesmo…

Ficaram em silêncio por cinco minutos, tempo de a infusão ficar pronta.

Ravena: *servindo* Você se importa se eu ficar e beber uma xícara com você?

Mutano: Você já ficou até agora *levantando-se lentamente*

Ravena: Eu aprendi que o momento de degustar um chá é muito importante e íntimo, então se quiser eu posso sair…

Mutano: *rapidamente* NÃO. *cora* Pode ficar.

Ravena serve a infusão para ele e para ela. Olham-se por segundos, porém por tempo suficiente para ambos ficarem corados e sem graça.

Ravena: *olhando para o conteúdo de sua xícara* O Aqualad me deu rosas sim… eu bem senti que você estava no meu quarto…

Mutano: *olhando para o conteúdo de sua xícara* Eu vi seu recado depois… esqueci-me do seu encontro e organizei o nosso último módulo…

Ravena: Posso saber o que era? *dá um gole*

Mutano: Um jantar… *pausa* mas pelo jeito ele fez justamente o que nós não treinamos.

Ravena: Eu tentei me vestir de maneira versátil… *ainda não tirou o olhar da xícara*.

Mutano: Eu vi *muito corado* estava bem bonita.

Ravena: Obrigada.

Mutano: *tom de voz baixo* Ele te respeitou?

Ravena: Claro. Eu não permitiria que ele me faltasse com respeito.

Mutano: Acho bom… senão ele ia se ver comigo…

Ravena: Eu não teria conseguido manter o controle das coisas se eu não tivesse treinado com você… muito obrigada…

Mutano: É… tá… *chateado*

Ravena: *termina sua bebida* Vou deixar o resto aqui, tome mais um pouco mais tarde… o dia está lindo e eu quero ir buscar um pouco de adubo…

Mutano: Hum… as rosas…

Ravena: *perto da porta* Na verdade, eu não gosto de rosas…

Mutano olha para ela parada na porta. Tão doce, serena e enigmática.

Ravena: Eu preferi a begônia que você deixou no meu quarto… eu a plantei… preciso cuidar dela. *sentiu seu coração disparar e corou*

Mutano: *corado* É… eu… é… lembrei… e… íamos… era para ser um jantar…

Ravena: O Aqualad pode ser bonito e mais organizado que você… *corada, com as mãos suadas* mas você ainda me conhece melhor do que ele *sai do quarto sem dar tempo de ouvir uma resposta*.

Mutano sente suas palpitações. Tentou forçar a cara séria, mas não conseguiu, sorriu compulsoriamente enquanto se sentia orgulhoso de si mesmo. Terminou a infusão em uma só golada e se jogou na cama, tampando a boca com o travesseiro para gritar “Ahhhhhhhhhhhhh” e sorriu.

Mutano passou o dia no quarto. Ravena cuidou da plantinha e resolveu ficar na sala na companhia de seus amigos.

Estelar: Será que ele está bem?

Ravena: Acho que sim.

Estelar: Eu nunca o vi tão bêbado daquele jeito.

Robin: Ele precisa parar de descontar suas frustrações na bebida.

Ravena: Hum… desde quando ele gosta de chá?

Ciborgue engasga.

Robin: O Mutano gosta de chá?

Estelar: Isso é novidade para mim.

Ciborgue: *sem graça* Deve ser brincadeira dela.

Ravena: Não… só… bom… deixa para lá. Vou meditar.

Deu essa desculpa e saiu da sala. Bateu no quarto do metamorfo. Duas, três, quatro vezes. Quem diria que agora seria ela a incomoda-lo, realmente as coisas mudam. Bateu pela quinta vez e ele não respondeu. Decidiu entrar. “Bom se fosse ele, ele entraria”, justificou. Abriu um portal e entrou.

Ele estava dormindo. O chá havia sido completamente consumido. Ficou um tempo observando o amigo. Sentia seu rosto quente, seu coração acelerado, suas mãos suadas. Ele estava de cueca e ela estava paralisada. Tomou coragem e se aproximou daquele corpo verde. Sentou-se ao lado dele e colocou sua mão sob o pescoço, fechou os olhos e usou seu poder curativo nele. Queria ter certeza que ele acordaria bem. Quando terminou, porém, continuou observando-o com ternura e afeto. Porque perto dele ela se descontrolava? Porque não conseguia ficar simplesmente indiferente? Deu-lhe um beijo na testa e voltou para seu quarto.

Ficou sentada na sua cama por um tempo com a cópia de seu livro infantil nas mãos. Abriu na parte onde descreveu seus sonhos, uma lágrima se formou nos seus olhos, mas não estava triste. Enxugou a lágrima, sorriu e teve uma ideia.

No dia seguinte, Ravena saiu cedo com Estelar, depois de a alienígena suplicar muito. Foram ao shopping e ao mercado. Estelar queria roupas novas e queria tentar fazer uma receita de lasanha que vira na TV. Robin e Ciborgue jogavam videogame.

Mutano acordou tarde, mas acordou descansado e revigorado. Sentou-se e deu uma boa espreguiçada. Ainda tinha um sorriso no rosto. Procurou o aparelho de chá da empata em seu quarto, mas ele não estava mais lá.

Mutano: *sussurrando* Você veio aqui de novo, porque?

Ainda sentado viu um pacotinho em cima da escrivaninha. Transformou-se num beija-flor e voou até o pacote. Voltou à forma humana e sentou na cadeira. Em cima do pacote havia um bilhete e era da Ravena.

“Mutano, preciso da sua ajuda novamente. Leia e me procure. Obrigada, Beijos Raerae :)”

Mutano: É Rae… ler não está na minha lista de coisas que eu amo.

Abre o pacote com cuidado e vê um livro artesanal, feito a mão. A letra era da Ravena e havia muitos desenhos. O livro “Quando eu for grande” tinha como autores Rachel, Nahimana e Poli. Sentiu um desejo estranho de devorar aquele livro.

Nele encontrou uma Ravena inocente e feliz. Cheia de sonhos e expectativas. Achou os desenhos incríveis. Naqueles onde a empata era adulta pôde ver que ela usava uma moeda numa corrente. Riu dos sonhos dela, achou-os fofinhos e lindos. Passou a tarde inteira lendo. O livro em si não era grande, mas Mutano gastou muito tempo namorando os desenhos. Gostou de um onde ela estava desenhada sentada ao lado dele, e entre elas havia uma menininha, que deduziu ser a tal da Poli, pois ela aparecia em outros desenhos. Estavam jogando videogame. Não resistiu e tirou uma foto desse desenho com seu celular. Na verdade tirou foto de vários desenhos.

Por volta das 22h00 bateu na porta da empata com o livro nas mãos. Ela abriu rapidamente e corou ao vê-lo. Deu espaço para que ele entrasse. Ele entrou e se sentou na cama.

Mutano: *sentado na cama* Quem é Poli?

Ravena: *parada na porta* Uma amiga.

Mutano: E Nahimana?

Ravena: *senta-se do lado dele e cora* Um dos monges que cuidou de mim quando eu era pequena.

Mutano: *extremamente corado* E você quer minha ajuda para que? Eu não sou bom de desenhar…

Não trocam olhares. Cada um olha para as próprias pernas.

Ravena: *sorri* Leu tudo?

Mutano: Li… li que você queria bater um recorde mundial num game, hein… *sorriso largo*

Ravena: São meus sonhos de infância. *pausa* E quando decidi voltar para Jump City eu me prometi que os realizaria.

Mutano olha para ela.

Ravena: *ainda olhando suas pernas* E você me ajudou com o encontro… pensei que poderia me ajudar a realizar meus sonhos de infância. *olha para ele*

Mutano e Ravena se olham novamente, e novamente se perdem no olhar um do outro. Ravena não sabia por que insistia em pedir ajuda do metamorfo, afinal ela o achava bagunceiro e desorganizado. Mas talvez seja porque algo nele lembrava a ela mesma na infância.

Mutano: Claro que eu te ajudo *sorri*

Ravena não soube explicar para si mesma, mas achou aquele sorriso lindo.

Ravena: Obrigada *sorri de volta*

Mutano: Nosso segredo?

Ravena: Sim.

E o silêncio permaneceu. Ela tinha vontade de manda-lo ficar ali, não ir embora. Mas como isso? Que vontade é essa? Achou por bem manda-lo embora e ele foi. Estava decepcionado por ter sido mandado embora, mesmo sabendo que não havia possibilidade de ficar. Essa vontade era ridícula.

Ele foi para seu quarto e ela continuou no dela. Novamente sentiu-se insegura se essa teria sido a melhor coisa a se fazer. E ele? Ele levou o livro dela embora, sem se dar conta. Só percebeu quando entrou no quarto e viu o objeto ainda em suas mãos. Não hesitou e voltou imediatamente ao quarto da empata. Talvez ter ficado com o livro tenha sido uma maneira de criar uma desculpa para vê-la novamente.

Mal dera o segundo toque e ela já estava na porta. Metade dela escondida atrás da porta e ele apoiado no batente. Aquele reencontro era desejado pelos dois.

Ravena: Oi? – disse como se esperasse que ele se convidasse para entrar.

Mutano: *mostra o livro* Esqueci de te devolver… - disse como se esperasse que ela o convidasse para entrar.

Ravena: Ah, obrigada *pega o livro*.

Mutano: De nada.

E continuaram ali. Um esperando que o outro fizesse o convite. Ambos sem graça e nervosos.

Mutano: Bom, boa noite.

Ravena: Boa noite.

Mutano: Amanhã a gente pode se encontrar… digo… se reunir para… sabe… combinar…

Ravena: *sorri* Pode. Que horas vem?

Mutano: Às 22h00?

Ravena: Por mim, está ótimo.

Mutano estende sua mão direita até o rosto da empata e lhe acaricia a bochecha, o que fez que alguns livros da empata caíssem no chão.

Mutano: Até amanhã. *Beija a testa dela*

Ravena ficou estática. Quando viu o metamorfo entrar no quarto dele conseguiu responder “Boa noite” e voltou para dentro do seu quarto, completamente extasiada. Porque perto dele as coisas ficavam tão descontroladas?

CONTINUA…


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Notas finais do capítulo

Kawai? Socorro? Amor?

Fala aê...



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